sexta-feira, 30 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

FORREST LULA (o professor foi genial) Finalmente alguém abordou o tema com uma simplicidade franciscana, foi direto ao ponto.O melhor de tudo é que o autor é docente de uma grande universidade onde, via de regra, a grande maioria é de esquerda, festiva, burra e eleitora de LULA.

APROVEITEM A ANALISE INTELIGENTE DO PROFESSOR DA USP Wagner Valenti, Departamento de Biologia Aplicada. Esse professor da USP fez um belo resumo, que aí vai .....'Todos conhecem o filme Forrest Gump , que narra a história de um imbecil que sobe na vida auxiliado por circunstâncias a ele absurdamente favoráveis.Pois nós brasileiros temos aqui nosso Forrest Lula, pelas razões que apresentarei abaixo.
1) Ele pensa que chegou a presidente pela competência, mas foi por uma junção entre sua persistência malufiana e o 'mudancismo' do eleitor, que só pelo desejo de mudar nem se sabe o quê vota alternadamente em candidatos como Collor e Maluf, e depois em Lula & companhia.
2) Ele pensa que é respeitado lá fora, mas não passa de uma curiosidade zoológica, como o mico-leão dourado. A esquerda romântica de lá acha lindo um operário do terceiro mundo ter virado presidente: Se ele é competente ou não, o terceiro mundo que se dane. Ele recebe essa corda toda e acredita.
3 ) Ele pensa que trouxe programas sociais, mas a única coisa que o PT fez foi proteger os terroristas sem-terra, e transformar o bolsa-escola em bolsa-esmola.
4) Ele pensa que faz sucesso com a imprensa, mas na verdade contou, pelo menos até os recentes escândalos, com uma imprensa domesticada e cordial.
5) Ele pensa que não existe ninguém que possa questioná-lo tanto em ética quanto em política, mas isso só acontece por que ele nunca se expôs a entrevistas coletivas sérias, com jornalistas especializados, onde teria de dar uma satisfação objetiva de seu desempenho.
6) Ele pensa que é imune a essa crise porque seu percentual de aprovação ainda é alto, mas as pessoas que ainda confiam nele são aquelas tão avessas à leitura quanto seu presidente, e por isso nem sabem o que acontece.
7) Ele pensa que é responsável pelo sucesso da política econômica, mas isso aconteceu porque a diretriz econômica foi a única herança do governo anterior que ele não estragou.
8) Ele pensa que causou o aumento das exportações, embora isso tenha sido conseqüência de uma série de fatores anteriores a seu governo, mais as circunstâncias favoráveis no cenário internacional.
9) Ele pensa que não sofrerá impeachment por estar acima de tudo o que acontece, embora Collor tenha sido defenestrado por muito menos. Na verdade, ele só vai ficar lá porque não interessa a ninguém transformá-lo em mártir,dando-lhe chance de retornar à cena política, ao mesmo tempo que ninguém quer ver o escroto do Alencar tomar o poder e arruinar a políticamacro-econômica..


Wagner Valenti é um bom prof. de Biologia, pois, mostrou que entende bem de moluscos, vermes e parasitas... A natureza quando agredida não se defende; porém, ela se vinga.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

RELIGIÃO À CUSTA DOS POBRES
João Eichbaum

Li na revista Galileu uma matéria sobre o livro “ A Morte da Fé – Religião, Terror e o Futuro da Razão”, da autoria do ensaísta norte-americano Sam Harris, que estudou filosofia em Standford e concluiu doutorado em neurociência, discorrendo sobre o modo como o cérebro lida com a crença.
Segundo a revista, Harris “desmantela a eficiência da reza, prática que todo mundo arrisca quando está passando por um turbulência num avião ou acompanhando uma disputa de pênaltis.”
Claro que não é só nessas ocasiões. Qualquer turbulência emocional, qualquer ameaça à felicidade faz muito neguinho se ajoelhar e pedir a ajuda divina.
Nos jogos de futebol, chega a ser ridículo. É juiz, é bandeirinha, é boleiro se benzendo, beijando medalhinhas de santos, levantando as mãos para o céu.
Como são dois times, com os boleiros de ambos os times rezando, alguém sempre se dá mal e não adianta reza nenhuma.
Mesmo sem conhecer o livro de Sam Harris, eu já afirmava que oração não adianta coisa nenhuma. Nem oração, nem pensamento positivo, nem galinha morta na encruzilhada.
Mas, o lado prático e concreto da tese de Sam Harris é revelado na estatística trazida pela revista, considerando o número de ateus por país. A conclusão é a seguinte: quanto mais pobre o país e, conseqüentemente, quanto mais ignorantes forem seus habitantes, maior é a crença no chamado Deus. No Brasil, há somente 7% de ateus. Croácia, 7%. Quirguistão, 7%. Em Portugal, o invasor do país dos índios, o depredador das riquezas do Brasil, o destruidor da cultura indígena, o percentual é de 8%. Argentina, 8%, Mongólia, 9%.
Agora, vocês sabem qual é o percentual de ateus na Suécia? 85%. Na Dinamarca, 80%. Na França, 54%. Na Alemanha, 49%. São países ricos, habitados por pessoas cultas, satisfeitas com a vida.
Portanto, os pobres, que precisam da ajuda do Deus, e vivem rezando, não a têm. Os ricos, que dela não necessitam e estão se lixando para a religião, vão muito bem, obrigado.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

COM A PALAVRA, HUGO CASSEL

A BIBLIA

HUGO CASSEL

Em 2004 assisti na Atlântica um desfile precedido pela PM.Intenso foguetório,cornetas,carros e caminhões lotados.Era “O dia da Bíblia” sendo festejado.Comentei com uma pessoa que , para aqueles que acreditam piamente no que ali foi escrito por “ouvir dizer” e por mais de uma centena de pessoas,a Bíblia não precisava dessa pirotecnia.Disse mais que em minha opinião a Bíblia é a maior obra de ficção religiosa coletiva jamais escrita.No momento quase fui agredido pelo meu ocasional interlocutor.Escrevi sobre isso algum tempo depois e recebi indignadas mensagens, me chamando de hereje.A partir de então me dediquei ao estudo do Livro Sagrado,sua origem,datas,interpretações e principalmente na confrontação com os dados científicos comprovados,pela ciência.Dessa forma embora a Bíblia seja um interminável território sujeito a interminável polêmica,estou convencido que a maior parte do que ali se diz como origem da palavra divina, não passa da vontade dos monges e frades que ao longo dos séculos foram alinhavando conforme seus interesses políticos religiosos.Com os modernos recursos da ciência é possível provar que datas impossíveis e “milagres” idem, jamais ocorreram.Perguntaria então o leitor:Mas então a Bíblia serve para que?Entendo que serve, e muito bem, para orientar as criaturas na busca do auto conhecimento.Na busca de Deus,tenha ele a forma que tiver para cada um,pois lá está escrito:”Se queres conhecer a Deus Conhece-te a ti mesmo”Serve também para sustentar a gritaria histérica televisiva de alguns “pastores”,Bispos”Missionários””Apóstolos” e “Profetas”(falsos)que a usam como a “galinha dos “ovos de ouro”.Aleluia!Deve porem ser respeitada pelo seu significado simbólico.Desmentir a Bíblia, fere a Igreja Católica,que agora reage ao lançamento no ultimo domingo em Portugal do livro de José Saramago intitulado CAIM. Ainda não li o livro, mas Saramago parece ter dissecado o mito daquele que foi segundo a Bíblia um dos três filhos de Adão e Eva, que depois de matar Abel,,”ganhou o mundo”,e da mesma forma que SET, o terceiro, casou,(com uma macaca?),constituiu família e “Foi pai de uma grande nação”Tempos atrás em reunião na ordem que faço parte declarei que :Deus não criou o homem e sim o homem criou Deus”-É filosofia teológica para quem entende.-Agora Saramago diz:”Deus não existe, fora da cabeça das pessoas que nele crêem.O cérebro humano é um grande criador de absurdos.Deus é o maior deles”-.Estou de acordo retirando a palavra “absurdo”.Seja como for a Bíblia é um ícone dos mais importantes e deve ser respeitada. Difícil saber como seria o mundo sem o freio dos livros sagrados como a Bíblia, o Alcorão e outras cartilhas religiosas.Incursões desastradas nas escrituras como fez Lula, colocando Jesus na Presidência do Brasil e Judas na oposição, fazendo acordos políticos para garantir o poder, confirma o despreparo do Presidente no trato de questões tão importantes como a fé.Comparou-se com Jesus. Rebaixou Cristo ao nível dos corruptos e terroristas que infestam seu governo.A Igreja já deu sua indignada resposta, apoiada pelos evangélicos e demais cristãos.Esse “tiro no pé” pode fazer efeitos negativos de grande significado, se a oposição souber usar em 2010.Espero sinceramente que saiba para barrar em definitivo o atual governo e sua candidata na intenção comprovada de transformar o Brasil no terceiro maior país comunista do planeta.



João Eichbaum (eiche@terra.com.br)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Evolução do Ensino da Aritmética

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas..

Leiam relato de uma Professora de Matemática:
Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1950:Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. ( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

7. Em 2010 vai ser assim:Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00.

E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

ASNEIRAS DE UM TEÓLOGO (II)
João Eichbaum

Você sabe o que é o “limbo”?
Pois eu sei. Aprendi nas aulas de catequese, quando era assim, ó, desse tamanhinho.
O “limbo” é o lugar para onde vão e onde ficam as almas das crianças que morrem sem batismo.
Sacanagem! Morreu sem batismo, vai pro “limbo”. “Limbo” não é nem céu, nem inferno, nem purgatório. É o “limbo”, simplesmente, um lugar que não fede e não cheira. E a criancinha vai ficar lá eternamente, sem fazer nada, sem aproveitar nada, só vendo a eternidade passar, o mesmo filme sempre, a rotina vazia da eternidade, só porque não foi batizada. Sacou a maldade?
E você sabe quem é que inventou o “limbo”? Foi o tal de “santo” Agostinho, o mesmo que disse a asneira aquela: “ as almas dos seres humanos foram criadas no primeiro dia da Criação e ficaram esperando outros cinco dias (cinco bilhões de anos) para serem postas por Deus em cada corpo humano”.
Donde ele tirou mais essa asneira do “limbo”, não sei. O certo é que a Igreja Católica conviveu com ela até o ano passado, quando o papa Joseph Ratzinger, o Bento XVI, (ou terá sido o outro, o polaco aquele ?) decretou que não existe “limbo”, coisa nenhuma. Quer dizer, o Agostinho botou bola fora.
Então, veja você, quem é o “grande santo” Agostinho que, segundo o doutor Mariano da Rocha Neto, teria sido preterido e esquecido como pioneiro da tese da evolução. E não é só o doutor Mariano. Muita gente tem o Agostinho como um grande sábio.
E você o que acha dele?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

ASNEIRAS DE UM TEÓLOGO
João Eichbaum

Tive saco para ler um artigo intitulado “ de Santo Agostinho a Darwin, a teoria da evolução”, porque conheço os ancestrais do autor, o médico e advogado José Mariano da Rocha Neto, de Santa Maria. O pai dele, que foi o fundador da Universidade de Santa Maria, era uma “papa-hóstia” irrecuperável. Não perdia missa, nem comunhão. Até capela particular tinha na mansão dele. Vivia rezando.
Por isso me chamou atenção o artigo, e o li, achando que o doutor iria dar a mão à palmatória, admitindo a evolução, contra todos os preceitos religiosos.
Mas não foi assim. O texto está longe de denunciar que a autoria seja de uma pessoa culta e qualificada por conhecimentos científicos. Ele começa, dizendo que “santo”Agostinho já afirmava, entre 386 a 391(DC) que “todo o corpo pode mudar-se em outro corpo”.
Em primeiro lugar, o tal de “santo” Agostinho não tinha formação científica. Era, como todo o filósofo e teólogo, um simples palpiteiro. Tanto que foi dizer essa bobagem que “todo o corpo pode mudar-se em outro corpo”. A evolução não é isso, não é mutação de corpo para corpo. Mas se dá um desconto para ele, em nome da teoria da evolução porque, nos anos 386 a 391 a inteligência do primata humano estava mais próxima da dos macacos do que da do Bill Gates.
Mas disse mais asneiras o Agostinho: “ as almas dos seres humanos foram criadas no primeiro dia da Criação e ficaram esperando outros cinco dias (cinco bilhões de anos) para serem postas por Deus em cada corpo humano”.
Convenhamos, um articulista que tem coragem de citar asneiras como essa não tem perfil de cientista. A afirmação do “santo” Agostinho só presta como piada e atesta o nível de sua inteligência...
Mas o doutor Mariano conclui dessas bobagens de Agostinho que “Deus nos ama desde toda a eternidade”.
“Data venia”, o doutor confundiu o cu com as têmporas, não só porque um Deus que ama seus filhos não os expõe ao sofrimento, à maldade, à pobreza, à fome, à miséria moral e material, como também porque, das idiotices ditas pelo tal de “santo”, é impossível concluir pela existência de um amor divino.
Só a embriaguez religiosa herdada do pai poderia permitir ao autor do artigo a divagação sem lógica sobre um tema que hoje está sob o inteiro domínio da ciência.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

TUDO A VER

Tô quase lá!

Quando o Papa João Paulo II veio ao Brasil pela primeira vez, nósestávamos em transição do regime militar para a democracia.O Presidente era João Batista de Oliveira Figueiredo.O Papa perguntou ao Presidente o motivo de ter tantos ministros, ao que obteve como resposta:
- Santidade, Jesus não tinha 12 apóstolos? Eu tenho 12 ministros.
Agora , quando o Papa Bento XVI retornar ao Brasil e perguntar ao Lula para que 36 ministros, ele certamente, responderá:
-Veza bem, cumpanhêro santidade... Ali Babá num tinha 40 ladrões? Tô quase lá...


Vivian Gonçalves Dias

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

POR ONDE ANDA JESUS CRISTO?

João Eichbaum

Jornais de ontem publicaram uma matéria que seria de estarrecer os católicos, se eles, ao invés dos sentimentos e do medo de perder a alma, usassem a razão para explicar certas coisas. A diocese de Wilmington, nos Estados Unidos, pediu concordata, sob a alegação de que não tem dinheiro para pagar as indenizações por abusos sexuais cometidos pelos padres. As indenizações somariam 100 milhões de dólares, equivalente ao ativo da diocese. Ou seja, zero a zero.
A diocese de Wilmington, segundo os jornais, é a sétima diocese americana a pedir concordata, desde que surgiram as denúncias sobre crimes sexuais praticados por padres.
É muito padre tarado, não é?
Nem vou discutir um velho assunto, que volta e meia surge na imprensa ou em livros, ou em conversas de bar, se padre deve ou não deve casar. Não é por aí. Nem é da minha conta.
O negócio é que eles se dizem representantes de um Deus que jamais viram, com quem jamais sentaram para tomar um café – como observa José Saramago. Os padres, os bispos, os cardeais, o papa são primatas de carne e osso, como todos os nossos ascendentes. E, como animais, estão sujeitos a todas as leis da fisiologia e da biologia, dentre as quais a sexualidade é um requisito obrigatório. Se são primatas, como qualquer um de nós, e não apresentam diferença fisiológica ou biológica alguma, se nunca viram o tal Deus que pregam, donde é que foram buscar esse privilégio que os faz se auto-proclamarem representantes da divindade?
Exatamente por serem primatas como qualquer um de nós, por estarem sujeitos a todas as necessidades fisiológicas, eles se tornam a antítese de qualquer representação divina quando, hipocritamente, se colocam acima dos mortais comuns. Só que essa hipocrisia muitas vezes vem a furo e, ao invés de nos revelar “representantes de Deus”, nos revela criminosos sexuais. Sei de um padre que até prótese peniana fez.
A história da Igreja está cheia de casos escabrosos. A animalidade sempre esteve presente na trajetória do cristianismo, muitas vezes superando a racionalidade.
Não é inventando deuses que o homem subjuga suas deficiências animais. A racionalidade pode esconder e dissimular as forças da natureza animal, mas não as pode dominar (ou alguém aí pensa que o papa nunca ficou de pau duro, apelando para o bíblico onanismo?).
O Jesus Cristo que é invocado pela Igreja como criador do “sacerdócio” não está nem aí. Nunca pintou em favor de seus “representantes”. Por que é que ele não opera uma milagrezinho em favor das dioceses americanas, multiplicando dólares? Ou será que ele só conhecia o truque aquele de multiplicar pães e peixes?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

HONORÁVEIS BANDIDOS: A ‘URNA DO ZÉ’
POR OSWALDO VIVIANI

O Jornal Pequeno publicou ontem, a íntegra do capítulo 2 do livro “Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney”, do jornalista e escritor Palmério Dória. A obra – que está em 7º lugar entre os livros de não-ficção mais vendidos do país, segundo o “ranking” da revista Veja desta semana – será lançada em São Luís no dia 4 de novembro. O evento acontecerá no Sindicato dos Bancários (Rua do Sol, 413/417), às 19h.
No capítulo 2, intitulado “A Urna do Zé”, o autor conta como o menino José Ribamar Ferreira de Araújo Costa virou José Sarney, seus dias de secretário do tribunal de Justiça do Maranhão e o início de sua carreira política, sempre beneficiado pela influência do pai, o então desembargador Sarney de Araújo Costa.
A história da “urna do Zé meu filho”, carregada pelo desembargador para toda parte, e dos sorteios supostamente arranjados que o “rapaz de bigodinho” coordenava no Tribunal de Justiça são episódios remotos, mas reveladores do que viria a ser o senador que hoje é uma espécie de emblema da ausência de ética na política brasileira. Veja os textos.
A URNA DO ZÉ
Uma história alegra o anedotário político maranhense desde os idos de 1950. Pelas ruas de São Luís, lá vai o desembargador Sarney Costa. Carrega numa das mãos alguns livros, e uma caixa de madeira embaixo do outro braço. Tem forma de pirâmide, mas com o topo cortado e um tampo com uma fenda no centro. Ele só largava a caixa e os livros se passasse em frente de alguma igreja, para poder ajoelhar-se e fazer o sinal-da-cruz.
O desembargador, que chegou a presidente do Tribunal de Justiça, tinha um tique não muito raro, de piscar e repuxar para cima um dos olhos junto com o canto da boca. Foi ao Rio de Janeiro, inclusive, consultar-se com um grande neurologista que lhe indicaram, doutor Deolindo Porto. Mas desistiu na primeira consulta: o homem tinha o mesmo cacoete que ele.
O Sarney pai, que mais tarde daria nome a povoações e a tudo quanto é logradouro e prédio público Maranhão afora, quando o paravam na rua e perguntavam que caixa era aquela que carregava, respondia, batendo na madeira:
“Esta é a urna do meu filho Zé.”
O povo aumenta mas não inventa. A parábola dá urna evidencia a quem José Sarney deve sua carreira política. Ele começa sem identidade própria. É apenas o “Zé do Sarney”, por sua vez com tal nome registrado porque o avô do nosso herói, diz a história, quis homenagear um inglês ilustre que aportou a serviço no Maranhão e a quem todos chamavam de Sir Ney.
‘AL CAPONE SERIA MERO APRENDIZ’
O pai é quem lhe abre todas as portas. A família Costa veio do interior, de Pinheiro, no oeste, na região da Baixada, que forma grandes lagos na época das chuvas. Sarney, com 15 anos, começou a estudar no Liceu Maranhense. Aderson Lago, de tradicional estirpe política, ex-chefe da Casa Civil do governador maranhense Jackson Lago [cassado em abril de 2009], é uma memória viva daqueles tempos:
“Sarney nasceu, cresceu e criou dentes dentro do Tribunal”, diz Aderson, que faz o seguinte resumo: “O pai não era um fazendeiro abastado, empresário, não era porra nenhuma. Nunca tiveram nada. Nunca acertaram nem no jogo do bicho. Sarney não tem como explicar a fortuna que tem. Ele mesmo contou, quando presidente da República, na inauguração do Fórum Sarney Costa, que o pai teve que vender sua máquina de escrever para mantê-lo por uns tempos.”
Nascido em 24 de abril de 1930, pouco antes da revolução modernizadora liderada por Getúlio Vargas, José Sarney cursou Direito e iniciou-se na política estudantil na década de 1950. O pai arranja-lhe o primeiro emprego, secretário do Tribunal de Justiça. Nessa época, os processos eram distribuídos por sorteio. Colocavam os nomes dos desembargadores numa caixinha e o secretário do Tribunal era quem sorteava o relator de cada processo. Seus primeiros “negócios” foram feitos nessa caixinha. O desembargador que ele “sorteava” era sempre aquele que resolveria o caso conforme a sua conveniência.
Aderson Lago narra a história de certo engenheiro italiano que havia construído a fortaleza de Dien Bien Phu, no Vietnã, e para cá veio tocar a construção do porto do Itaqui, em São Luís – por onde meio século depois sairia o minério de Carajás e outras mil riquezas do Brasil.
Surgiu uma demanda judicial contra a empresa do italiano. No último julgamento, que a empresa perderia e, por isso, quebraria, descendo a escadaria do Tribunal, o italiano, referindo-se a Sarney, comentou com seus advogados:
“Se Al Capone estivesse vivo e aqui estivesse, diante desse rapaz de bigodinho seria um mero aprendiz.”
Na juventude, Sarney usava bigodinho à Clark Gable, como o cantor das multidões Orlando Silva e o Cauby Peixoto. E, como os colegas de sua idade, sonhava com um lugar na Academia Maranhense de Letras, que um dia ele conquistaria. Afinal, São Luís era a Atenas Brasileira. Ou melhor, segundo línguas mais realistas: a Apenas Brasileira.
Aos 24 anos, sem ter sido sequer vereador, Sarney se elege quarto suplente de deputado federal nas eleições de 3 de outubro de 1954, pelo Partido Social Democrático, o PSD de Victorino Freire, realizadas pouco depois do suicídio de Getúlio Vargas, e quem viveu na época não duvida que tal feito se deve a fraude na 41ª Zona Eleitoral de São Luís.
Nesse episódio é que se viu, durante um trote de calouros da Faculdade de Direito, um cartaz que mostrava o desembargador Sarney Costa com uma urna embaixo do braço e o balão:
“Essa é do Zé meu filho.”
A escada sempre era o pai. Aderson conta como Sarney se inicia de verdade na política:
“Ele começou como oficial de gabinete do governador Eugênio Barros, trabalhava no palácio. Pela influência do pai, sempre. Ele foi oficial de gabinete porque era brilhante? Não. Sim porque o pai era desembargador e a Justiça no Maranhão estava sempre atrelada ao governo.”
Em 1958, sim, ele então se elege deputado federal, já pela UDN, União Democrática Nacional. Não é mais José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Tomou para si o nome do pai e se tornou José Sarney. Assim, chega à Câmara Federal, ainda no Rio de Janeiro, no Palácio Tiradentes, e assina o termo de posse a 2 de fevereiro de 1959, data que ele considera oficialmente com a do início de sua carreira política – cujo cinqüentenário ele comemorou em dia tão anuviado, apesar do sol sobre Brasília, naquele 2 de fevereiro de 2009 [dia da posse de Sarney, pela terceira vez, na Presidência do Senado].
Não lhe saía da cabeça o filho [Fernando], cérebro do império Sarney, transformado em caso de polícia, enquadrado pelos federais num rosário de crimes e sujeito a qualquer momento a ganhar um par de algemas em torno dos pulsos e ir parar atrás das grades.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CRÔNICAS CRÔNICAS

POLIÓTICA

Paulo Wainberg


Na sociedade criada por Aldous Huxley, no romance O Admirável Mundo Novo, o máximo do bom-tom, da educação e boas maneiras, era a forma de cumprimento dos homens para as mulheres: um tapinha na bunda. E quem não desse o tapinha era um grosseiro mal-educado.
Como o livro foi escrito na primeira metade do século XX, sob a rígida moral vigente, a idéia provocou um tanto de escândalo.
Porém, Huxley resumiu com genial maestria o que pensam os homens, quando vêem uma mulher.
Dito isto, aproveito para relembrar uma crônica que escrevi há alguns anos, chamada Cavalgovias, relatando o projeto de um nobre vereador porto-alegrense que criava vias exclusivas para nós andarmos a cavalo na cidade.
Não vingou a idéia, mas não morreu. Descobri que nos estudos para a elaboração do novo plano diretor, consta uma proposta de criação das hipovias, nada mais nada menos do que cavalgovia com o radical grego.
Está certo, Porto Alegre é a cidade mais rural do mundo, somos a capital mundial da carroça – Sabe o que é carroça? É uma armação de madeira, totalmente aberta, sobre duas rodas, puxada por cavalos e utilizadas pelos papeleiros que recolhem os sacos de lixo antes que os caminhões do Departamento Municipal de Limpeza Urbana cheguem.
É um modo de ganhar a vida para centenas de milhares de excluídos sociais. A questão é que as carroças circulam a qualquer hora, em qualquer lugar da cidade, inclusive nas avenidas mais movimentadas. Onde há um saco de lixo, uma carroça lá está, atravancando o trânsito.
Nossos ínclitos edis, ao contrário de labutarem pelo fim da exclusão social, estão tratando de facilitar-lhes o trânsito, inclusive para aqueles que, pela manhã, abrem a garagem, puxam o cavalo para fora, montam e vão trabalhar...
A propósito, um muito querido amigo me escreveu, dia desses, dizendo que inspirado em outra crônica minha que leu num dos meus livros, passou a colecionar coisas. E está adorando.
Eu sempre quis colecionar uma única coisa: notas de cem, e nunca consegui. Não sei o que se passa, é mais forte do que eu, mal consigo colecionar duas e... lá se vão elas, não sei para onde, outro colecionador, talvez, com mais sorte do que eu.
Ainda a propósito, voltando à peça Le Quartet que critiquei duramente, em outra crônica: fui informado que o diretor Bob Wilson trabalha muito com autistas. Quem me contou foi outro amigo, ator e diretor de teatro. E que utiliza o teatro para expressar o que seriam os sonhos e as visões interiores dos autistas.
Neste caso, e sob esse enfoque, Le Quartet transforma-se num interessante espetáculo, plasticamente lindo, um pouco longo, é verdade. Aproveito o ensejo para criticar duramente os divulgadores do espetáculo, que omitem informações essenciais para que, quem quiser assistir, vá, quem não quiser, não vá. Eu, por exemplo, se soubesse não iria. Não indo não teria me indignado. Não me indignando, não teria criticado. Não tendo criticado, não teria assunto para continuar esta crônica.
Por fim, e ainda a propósito, não sem pouco me exibir, informo que semana que vem, à convite da Secretaria de Cultura de São Paulo, estarei proferindo cinco palestras em cinco cidades paulistas, sobre meu romance Os Malditos, cuja leitura recomendo, participando do programa Viagens Literárias.
É um projeto do qual participam escritores de todo o País e consiste em encontros informais com a comunidade, nas Bibliotecas Públicas.
Falar nisso, o que é feito do nosso Instituto Estadual do Livro? A última coisa que ouvi falar sobre ele é que estava sem direção.
Por último – o que não é o mesmo que por fim – não seria interessante adotarmos a forma de cumprimento entre homens e mulheres sugerida pelo Aldous?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

GANÂNCIA e DESEJO DE PODER

João Eichbaum

Porque alguém-disse-que-fulano-disse-que-ouviu-dizer que a tia Yeda Crusius levava vantagem com negociatas do Detran e que o marido dela embolsava as contribuições para a campanha eleitoral, os procuradores da República fizeram um estardalhaço, contando com espaço privilegiado nos veículos de comunicação da RBS, para ingressar com uma ação de “improbidade administrativa” contra a governadora e vários de seus colaboradores e aliados.
Aqui nesta coluna, foram revelados alguns dos muitos erros cometidos pelos procuradores, quer agredindo o vernáculo, quer fazendo malabarismos que o direito não comporta, para enquadrar a tia Yeda, e de forma tal que foram além de elementares princípios de civilidade.
O modo como a foi posta a questão em juízo já mostrava, para quem tem experiência na atividade jurídica, que os ditos procuradores da república estavam perdidos na poeira da vaidade, misturada com desconhecimento de direito constitucional, sem se dar conta de que, ao lado de tudo isso, exibiam sua fraca intimidade com o vernáculo e, conseqüentemente, com a linguagem jurídica.
Por ser turno, a juíza a quem coube o processo, “se achou”. Mesmo advertida, indiretamente, pelo Gilmar Mendes de que a tendência nos tribunais superiores era outra, a juíza não se”flagrou” e manteve a tia Yeda como “ré”.
É claro que a RBS se aproveitou, fez da notícia um circo, mostrou a cara dos procuradores nos seus veículos de comunicação, fazendo até uma biografia deles, como se fossem heróis.
Por que tudo isso? Porque notícias como essas vendem e a RBS só quer saber de dinheiro. E os procuradores da república e a juíza de Santa Maria, embriagados pelo poder, chegariam ao auge do orgasmo se pudessem destituir a governadora do Estado.
Isso só acontece com primatas. A ânsia de poder não é privilégio nosso. Nossos irmãozinhos, que vemos nos zoológicos e nos circos, sofrem do mesmo mal. Só que não são tão maus, porque não têm a racionalidade como reforço de sua maldade.
Ainda bem que nem todos os juízes são burros, não são estritamente fiéis à sua origem genética, nem se deixam inebriar pelo poder, e até conhecem um pouco de direito. Resultado: a tia Yeda caiu fora do processo, por decisão do Tribunal Regional Federal.
Mas, tem mais. Isso a gente vai ver outro dia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MENSAGEM DO PIO CERVO

Tartaruga em cima do poste

Enquanto suturava um ferimento na mão de um velho gari, cortada por um caco de vidro indevidamente jogado no lixo, o médico e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo e, fatalmente, sobre o Lula.
O velhinho disse:

“Bom, o senhor sabe... o Lula é como uma tartaruga
em cima do poste...”.
Sem saber o que o gari quis dizer, o médico perguntou o que significava uma tartaruga num poste.
E o gari respondeu:
"É quando o senhor vai indo por uma estradinha, vê um poste e lá em cima tem uma tartaruga tentando se equilibrar”.
Isso é uma tartaruga num poste.
Diante da cara de interrogação do médico,
o velho acrescentou:
Você não entende como ela chegou lá;
Você não acredita que ela esteja lá;
Você sabe que ela não subiu lá sozinha;
Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
Você sabe que ela não vai fazer absolutamente
nada enquanto estiver lá;
Você não entende porque a colocaram lá;
“Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá, e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima definitivamente não é o lugar dela".

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CRÕNICAS CRUCIAIS

QUANDO EU MENOS ESPERAR
(Outra carta ao Osmar)
Paulo Wainberg



O Osmar, você sabe, é meu correspondente que não corresponde. Ainda não sei por que insisto em mandar estas cartas, talvez lá no fundo ainda me restem esperanças, provavelmente é isto. Ele é barrigudo, solteirão convicto – não gay – e bebe cerveja. Muita cerveja. Uns dizem que boa parte da barriga é fruto da cerveja. Outros atribuem à sua vida sedentária. Outros mais à excessos alimentares. E ainda outros à tudo junto.
Mas vamos lá, à carta, vai ver, quando eu menos esperar...
Querido Osmar.
Hoje quero corrigir uma distorção histórica graças a qual a Humanidade se escravizou e ingressou no viés definitivo do cansaço e da preocupação.
Sabe ao que estou me referindo? Ao conceito de ‘dia útil’. Alguém, com certeza um recalcado qualquer, logo depois que fomos expulsos do Jardim do Éden, decidiu que dia útil é para trabalhar, ir à escola, pagar as contas, discutir com o guarda de trânsito e brigar com as crianças.
E transformou os feriados e os fins-de-semana em dias inúteis.
Você se dá conta, Osmar, do quanto nós fomos prejudicados por tão absurda idéia?
Só pensar nisso e pronto!, meu sábado está estragado porque sou um inútil e meu domingo, então, nem se fala, é véspera de dia útil! E quando tem feriadão? Dias inúteis sucessivos a nos martirizar.
E não adiantam expedientes como levar trabalho para casa ou fazer plantão na farmácia. Aí a coisa piora porque você acaba não trabalhando em casa, olha para a tarefa, deixa para depois, o tempo passa, você também e explode a crise de identidade: você é um útil inútil ou um inútil útil?
Por essas e outras, querido Osmar, é que eu continuo nesta saga de corrigir erros históricos como, por exemplo, o envelhecimento.
Falando nisso, ando com saudades da minha juventude, quando eu tinha sessenta anos. Não sei se contei a você mas andei fazendo aniversário por esses dias e ingressei na perigosa faixa dos sessenta e cinco, na qual a gente ainda pensa que pode tudo e, vai ver, não pode.
Quando eu era jovem, no auge dos meus sessenta, tais aflições não me acometiam. Eu podia tudo, mesmo! Bem, quase tudo, mas o que eu não podia não fazia falta, entende? Podia viver sem costela gorda três vezes por semana e não me importava de só ter dois remédios por dia, para tomar.
Bons tempos aqueles, quando eu não pegava no sono na frente da televisão e conseguia ir, acordado, para a cama. Quando eu caminhava uma hora e meia e continuava vivo. Quando eu não ia mais do que uma vez por noite ao banheiro, fazer xixi.
Estou errado ao considerar o envelhecimento um erro histórico? Não seria muito mais apropriado que, fisicamente, estacionássemos nos trinta? Todo mundo com cara de jovem, fazendo coisas de jovem e a cabeça melhorando, melhorando, melhorando até melhorar tanto que eu chego a chorar quando penso em tudo o que podia fazer e não fiz...
Bem, você não vai me responder mesmo, mas, repito, quem sabe? Quando eu menos esperar...
Aliás, tem coisas que a gente espera a vida inteira e não chegam. Tem outras que a gente não espera, e chegam. E tem aquelas, quando prometem a você: Quando você menos esperar...
Aí é que a porca torce o rabo, o parafuso emperra e um prego entra no teu pé. Pois esse aviso, quando você menos esperar..., é uma traição e uma covardia. Alguém te diz isso e imediatamente você começa a esperar aquilo que você menos esperava um segundo antes.
E se tem coisa que me incomoda, Osmar, é esperar. Odeio esperar. Na verdade, prefiro não esperar.
Portanto, Osmar, se você ou qualquer um tiver alguma coisa para mim, não me faça esperar, nem mais nem menos.
Um abraço afetuoso.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

O (OUTRO) DEDO DO LULA

João Eichbaum

Sabe o Lula? É, o Luiz Inácio. Aquele torneiro mecânico, que não concluiu o ensino fundamental, porque queria ser presidente da república.
Outro dia ele estava lá em Estocolmo, Suécia, na esperança de ser contemplado com algum Prêmio Nobel. Qualquer um serviria, já que agora ele vai ser doutor “honoris causa” por uma universidade da Alemanha.
Viram? E precisa concluir o curso primário para ser doutor?
Mas, como eu ia dizendo, ele estava lá em Estocolmo, bem aboletado no Grand Hotel Estocolmo, um dos melhores da Europa, aproveitando uma luxuosa suíte, a Princesa Lullian, que tem dois quartos, cinema, sauna e bar (ah, principalmente bar). E nós, os brasileiros que trabalhamos – não os da bolsa-família lá do nordeste, que passam o ano inteiro tomando pinga à espera da chuva – pagando a bagatela de R$4.000,00 de diária para o torneiro mecânico (sem contar aquelas doses de “scotch”legítimo).
Aí ele apareceu, no dia seguinte, com um ferimento na mão. A explicação oficial do Palácio do Planalto foi a seguinte: um “acidente” ocorrido, quando ele tentava consertar uma torneira na suíte...
Ah, sim. Entendeu, véio? Além de torneiro mecânico ele é também instalador hidráulico... E foi trabalhar de graça, fazendo um servicinho, num dos hotéis mais luxuosos do mundo, que mantém um plantão de vinte e quatro horas, para todo e qualquer serviço de manutenção.
Mas, nós, os brasileiros honestos, que trabalhamos, sabemos que uma suíte que tem bar, tem uísque e onde tem uísque tem copos e quem tem um copo de uísque na mão, depois de outros copos de uísque, está sujeito a cair, com o copo na mão.
Manjou, véio?
Só que quem ganhou o Nobel da Paz foi o Obama. Mas isso já é outra história, que não envolve uísques, nem bebedeiras à custa dos brasileiros.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CURTÍSSIMA

'Redassão'

Tema: 'O mano'

Quando eu tiver um mano, vai-se chamar Herrar, porque

Herrar é o mano.


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

COM A PALAVRA, JANER CRISTALDO

TERROR ISLÂMICO CONTRIBUIPARA CONFORTO DURANTE VÔOS

Janer Cristaldo

Essa agora! Uma amiga sabra já havia me contado o caso de um terrorista árabe que foi preso em Israel, antes de conseguir explodir-se. Seu pênis estava enrolado em várias camadas de papel higiênico. Queria preservar o instrumento para as 72 virgens prometidas por Alá aos mártires no paraíso.A novidade agora é a bomba-supositório. É o que nos conta o jornal francês Le Fígaro. Um atentado contra o príncipe Mohammed bin Nayef, em agosto passado na Arábia Saudita, reivindicado por uma ala da Al Qaeda – que há muito virou franquia – alertou os serviços de segurança do mundo todo. Segundo o jornal, o autor utilizou um explosivo ingerido, ou mais provavelmente introduzido como um supositório. Ou seja, indectetável. Segundo um alto funcionário do ministério do Interior em Paris, o camicase precisava apenas acionar seu celular para detonar a bomba. Esta escalada tecnológica do terror está preocupando os especialistas em segurança.Citado pelo jornal, um oficial da direção central da polícia explicou que “nossas plataformas aéreas são equipadas de detectores de metais, mas no caso do camicase saudita, só um controle com raios X teriam permitido detectar o explosivo, como se faz com as cápsulas de drogas no ventre dos passageiros. (...) Ora, não é fácil imaginar como fazer passar milhões de passageiros pelos raios X antes de subirem a bordo”.Como que não é fácil? Nos últimos anos em que tenho viajado sempre passo pelos tais de raios. Várias vezes tive de tirar o cinto e ficar segurando as calças, pois a fivela do cinto aciona o alarme. Não passa nem uma garrafinha de uísque pela metade. Certa vez,quando estava em Barcelona com duas amigas, um guardinha vetou a garrafa. Queria que a deixássemos do lado de cá da fronteira. Ok! - respondi - O continente fica. Mas não o conteúdo. Empinamos a botella, de boca em boca, até o último gole. Uma vez vazia, a entreguei prazerosamente ao guarda. Pode jogar no lixo.Surgiu agora uma moda mais recente e humilhante: o funcionário da aduana o faz levantar os braços, como a um marginal qualquer de rua, e revista seu corpo todo com um aparelho. Até aí, tudo bem. Mas para que levantar os braços? Por acaso constituo uma ameaça aos policiais se não levanto os braços?Segundo Le Fígaro, as exposições repetidas aos raios X são perigosas para a saúde, principalmente em função dos riscos de câncer. Seriam impensáveis para os frequents flyers, que adquiririam as radiações no mesmo ritmo em que as milhagens de fidelidade. Se a ingestão de explosivos se revela impossível de ser detectada de forma segura e rápida, a única solução seria impedir sua detonação por radiofreqüência. Ou seja, proibir os celulares durante os vôos.O que aliás seria um alívio para muitos passageiros, e entre eles me coloco. Nada mais irritante do que ouvir um idiota contando vantagens ao celular para que todos seus vizinhos o ouçam.O terrorismo islâmico ainda vai acabar contribuindo para o conforto dos passageiros durante os vôos internacionais.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

O “SANTO SUDÁRIO

João Eichbaum

Em primeiro lugar, esclarecendo: “sudário” era um pano com o qual se enxugava o suor (em latim sudor).Também com esse nome era designada a mortalha, isto é, o lençol no qual se enrolavam os cadáveres.
A Igreja Católica sempre guardou como relíquia e manteve a sete chaves, um desses panos, a que chamavam de “santo” sudário. Se diz que esse “sudário” apareceu pela primeira vez na história, nas mãos de um cavaleiro francês, em 1360 e, desde então, foi tido como a mortalha, o pano no qual teria sido envolto o cadáver de Jesus Cristo, porque dito pano refletia traços de um homem crucificado.
Tornando-se propriedade do Vaticano, o “santo” sudário é mantido numa câmara especial na catedral de Turim e raramente é apresentado ao público. A última apresentação foi no ano de 2.000, ocasião em que atraiu mais de um milhão de visitantes. A próxima exibição está prevista para 2.010.
Desde que a ciência se tornou mais atuante, atraindo pesquisadores, a história do tal de “santo”sudário despertou o interesse de muitos cientistas. A primeira descoberta da ciência, em 1.988, mediante o emprego do carbono 14 – técnica que permite descobrir a idade aproximada de alguns materiais – revelou que o sudário datava dos séculos 13 ou 14, na Idade Média.
Foi esse o primeiro desmentido de que o sudário teria envolvido o cadáver de Jesus Cristo, que, segundo a tradição religiosa cristã, teria morrido mil e duzentos anos antes.
Agora, a Comissão para a Investigação de Alegações de Paranormalidade, tendo empregado uma técnica específica, concluiu que o processo do qual resultou o “retrato” de uma pessoa no sudário não passou de um procedimento simples, com o uso de materiais baratos, em voga na Idade Média.
Aos poucos, a ciência vai destruindo mitos e desmascarando inverdades. Aquele “milhão” de visitantes que foi a Turim reverenciar o “santo” sudário, mostra quão ignara é, realmente, a plebe. O povão se entusiasma por qualquer coisa (olha o que a Igreja Universal está recolhendo em grana, olha o “cartaz” do Lula, graças ao seu bolsa-família) e engole tudo o que as religiões e os politicos sem escrúpulo lhe impõem goela abaixo. Não tendo conhecimentos científicos e subjugado pela emotividade, o povão se torna presa fácil de burlas políticas ou espirituais e superstições. E isso, por uma razão muito simples: a multidão não raciocina, é como ovelha que vai onde as outras vão.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CRÔNICAS SÉRIAS

UMA VERDADEIRA NAÇÃO
Paulo Wainberg


Hoje sinto que vivo no primeiro mundo: Copa do Mundo no Brasil, Olimpíadas no Rio de Janeiro.
No imaginário que construí, considerando minhas décadas, essas coisas só aconteciam por lá, Europa, Estados Unidos, lugares de gente civilizada, de gente melhor do que nós.
Cresci ouvindo que o melhor não era para nós, o bom estava na Inglaterra, na América (ainda lembro da pergunta que fiz ao meu pai: - Por que a América é Estados Unidos, se nós também somos da América? Não lembro a resposta, mas com certeza não gostei...), no Brasil havia “coisa de brasileiro”, menor por definição.
Não foi por acaso que meus heróis eram os soldados americanos matando alemães, Super-Homem e Batman os paladinos da justiça, cabendo-me Oscarito e Grande Otelo, nas matinês eventuais, mostrando a ingenuidade de nosso humor e a pobreza de nosso espírito.
Hoje não! Hoje eu vou mostrar ao mundo que meu país é o maior, que minhas mazelas sociais estão sendo enfrentadas, que somos um povo, uma Nação, um País, um Estado de Direito!
Hoje meu orgulho de ser brasileiro vai além, ultrapassa os limites regionais. Hoje eu afirmo que o Hino Nacional é o mais lindo, mais lindo do que a Marselhesa, mais lindo do que o jazzístico hino americano, mais lindo do que God Save the Queen.
Hoje sou maior do que o Japão tecnológico, do que a Espanha histórica, inquiridora e fascista, maior do que Chicago e seus gangsteres.
Hoje sou Brasil, sou brasileiro, tenho voz, tenho moeda, tenho valor, tenho valores, tenho realidade – que é bem mais do que apenas esperança.
Tanto ufanismo não é a toa. Vem bem à propósito de um pensamento que sempre me persegue, polêmico e atual: legalizar as drogas.
Chicago, a quem derrotamos hoje de goleada, foi o ícone do século XX em matéria de crime organizado, guerra de quadrilhas, grandes líderes criminosos tais como Al Capone, Dillinger, Scarface e seu adversário histórico, o famoso Eliot Ness e seus Intocáveis.
Tudo começou porque a hipocrisia legislativa e o cinismo ético norte-americano resolveram proibir a comercialização e o consumo de bebidas alcoólicas, a famosa Lei Seca.
A partir dessa proibição criou-se no território norte-americano a indústria clandestina de fabricação de bebida alcoólica e a rede criminosa de distribuição para servir o cidadão comum que aplaudiu, entusiasticamente, na Igreja e no jornal, a proibição.
Juntamente com a bebida, instrumentalizados por cubanos, porto-riquenhos e mexicanos, maconha e cocaína ingressaram no rol proibido, enriquecendo cartéis que agiam sob a proteção de policiais corruptos, juízes cooptados e deputados mafiosos, ensinando ao Mundo a arte criminosa de transgredir, de infringir a lei e, a mais grave de todas, da impunidade.
Heróis urbanos, os grandes ‘capos’ exerciam a popularidade na mídia, debochavam de júris populares e proviam a classe média de bebida e drogas, encaminhando a grande Nação para a degradação e decadência da qual só emergiu quando o Japão atiçou o ‘american way of life’ atacando Pearl Harbor.
Revogada a Lei Seca, a consequência imediata foi a de transformar o mais cruel gângster, fabricante ou vendedor de bebida alcoólica, em respeitável comerciante, cumpridor de suas obrigações sociais e pagador de impostos.
Como que num passo de mágica, restaurou-se a legalidade. Porém, era tarde demais, as drogas ocupavam seu espaço e o crime organizado migrou para a porta escancarada do vício e da dependência.
Tal qual o jogo do bicho, no Brasil, o tráfico gerou o contra-tráfico, organizações policiais especializadas no combate ao delito, combate este sem nenhuma possibilidade de sucesso, como se vê até hoje.
O sistema se auto-alimentando: o crime gerando o contra-crime e o tráfico continua, assim como o jogo do bicho continua.
O pensamento que referi acima, não me deixa em paz: por que não liberar a comercialização da droga e acabar com o tráfico e suas repetidas guerras e ondas de violência?
Em todo o mundo já se sabe que, a cada geração, um determinado número de pessoas irá consumir drogas, delas se tornará dependente, proibidas ou não.
Na Holanda, onde se fez uma experiência – que ainda vigora – liberando-se a droga, verificou-se que o número de dependentes não diminuiu, mas também não aumentou. Mas o crime organizado do tráfico desapareceu. Lá não existe disputa armada por pontos de comercialização, guerras entre gangues, morticínio, filhos espoliando e matando os pais por dinheiro para comprar entorpecentes, tragédias urbanas e demais desastres que aqui, entre nós, são diárias e cotidianas.
Está sobejamente demonstrado que a proibição é ineficaz para combater o consumo de drogas. Ao contrário, sendo proibida, tende a ser mais sedutora para os jovens e seu natural ímpeto contraventor.
Tome-se, por exemplo, o cigarro. Assim como qualquer outra, o cigarro é uma droga. Entretanto as políticas governamentais, felizmente, não estabeleceram sua ilicitude e sim as campanhas de conscientização e, o que é mais importante, a limitação dos espaços onde é possível fumar.
Você pode comprar cigarros em qualquer supermercado, mas para fumar, você tem cada vez menos espaço. E quem controla esses espaços? Os não fumantes, aqueles a quem você (e eu) incomoda com a fumaça e com o cheiro que exala de sua boca, de sua roupa e de seu corpo.
Se os dependentes químicos puderem comprar suas drogas em farmácias, livremente, acompanhados de fortes campanhas publicitárias, com limitação de locais para consumo, talvez não diminuamos o número de drogados. Mas, a exemplo do que aconteceu na Holanda, não haverá aumento e a grande conquista consistirá em acabar com a verdadeira guerra urbana que o tráfico de drogas e seus marginais provoca, inundando as cidades de insegurança e de crimes atrozes.
As campanhas institucionais contra o cigarro e seus malefícios são excelentes, – e olha que sou um fumante – as limitações sobre locais para fumar e o constrangimento público que os fumantes sofrem são altamente conscientizadores. Por que não fazer o mesmo com as drogas?
Nosso País é tão grande, nossa população tão imensa, nossa diversidade cultural tão rica, estão exigindo que se acabe com a favela e seus ‘protetor’ o traficante.
Reconheço: minha opinião é polêmica e não quero ser o dono da verdade; Mas propor o debate aberto, não preconceituoso e partindo do princípio, cientificamente comprovado, segundo o qual a dependência química é uma doença e não uma falha de caráter, que o drogado merece tratamento e não exclusão, parece ser um bom caminho para enfrentar a tragédia.
A maior grandeza de uma Nação é admitir suas mazelas, enfrentá-las de frente, sem cinismo e sem paliativos.
Hoje me sinto um Brasileiro, membro de uma Grande Nação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

LULA, O CHORÃO

João Eichbaum

Você viu, cara?
Eu vi, o Lula chorando, porque as olimpíadas vão rolar no Brasil em 2.016.
Será que ele vai estar vivo até lá?
Não sei, mas ele chorou, meteu aquela cara de sapo barbudo entre as mãos, e chorou.
E eu sei porque ele chorou.
Porque vão ser despendidos milhões e milhões em obras, no Rio de Janeiro, local que será a sede das tais de Olimpíadas. Lá serão erguidos monumentais ginásios, vias de acesso, pistas e mais pistas, centro mundial de imprensa, graças à pressão do Lula, do Pelé, do Paulo Coelho e das boazudas que foram mostrar as coxas para o Comitê Olímpico Internacional.
Duzentos milhões. Quanto dá isso em comissão, considerando que as empreiteiras são todas “companheiras”?
Um baita dinheiro.
Por isso o Lula quer voltar em 2.014. Ele vai ser o chefe.
Entenderam por que o Lula chorou, ao saber que o Brasil, ou melhor, o Rio de Janeiro, essa merda de cidade, atualmente, sob o domínio de facções criminosas, será a sede dos jogos olímpicos em 2.016?
Lula chorou de emoção. Ele não imaginava que, em tão pouco tempo, daria um salto tão grande, tão alto, tão significativo: de operário, com um dedo amputado, justamente aquele de enfiar no trazeiro dos outros, para um homem dos mais ricos do mundo.
Nessa condição, certamente, aparecerá na lista Forbes.
E você aí, que batalhou a vida inteira, não para ser rico, e muito menos para figurar entre os mais ricos do mundo, mas simplesmente para ter um bom emprego, você aí, que tem mestrado, doutorado, e outros diplomas mais, compare-se com o Lula, que não tem nem o ensino fundamental completo.
Em 2.016 o Lula estará na lista da Forbes. E você onde andará, véio? Procurando emprego, mas aplaudindo a decisão do Comitê Olímpico Internacional e festejando a glória de estar no olho do mundo?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

NÓS, PRIMATAS

Os descaminhos da evolução

João Eichbaum

Os jornais de hoje estampam uma figura a que chamam de “tataravó da humanidade”. Trata-se de uma “anciã peluda”, quer dizer, uma macaca que viveu há quatro milhões e quatrocentos anos. A “Ardipithecus Ramidus”, coloquialmente chamada de Ardi, segundo os cientistas, nos aproxima do ancestral comum que dividimos com os chimpanzés. Esse ancestral teria vivido há seis milhões de anos, mas dele, até hoje, não foi encontrado traço algum. A Ardi seria, em princípio, o elo com esse ancestral.
Pois a chamada “tataravó da humanidade”, embora tivesse pernas curtas, já tinha possibilidade de se locomover em pé. Talvez sua espécie tenha sido a primeira a deambular desse modo sem, no entanto, perder a agilidade para escalar árvores.
Viaje comigo no tempo e medite. Nossos ancestrais, sem inteligência, viviam bem melhor do que nós, com liberdade plena, sem stress.
O que estragou o primata humano foi a inteligência, porque inteligência não combina com animalidade. Por ser animal e, ao mesmo tempo, inteligente, é que o homem usa da violência, da violência coletiva nas guerras, da violência individual, matando, roubando, estuprando.
No mesmo jornal que fala da Ardi, há uma matéria sobre o presídio central de Porto Alegre, onde numa única cela se apinham vinte e seis machos – primatas humanos, naturalmente. – “entre colchões, fios elétricos, e cobertores pendurados como divisórias.”, gente espalhada pelas camas e por colchões jogados no chão, tendo à disposição um banheiro sem porta.
É deprimente? É deprimente, sim. Mas está aí uma prova de que todos somos primatas. Os que estão ali amontoados, como a escória da sociedade, fizeram por merecer. Procuraram. E quem procura acha. Mas quem lhes administra esse estado deplorável também são primatas, que não estão nem aí, porque alcançaram o que queriam: o poder.
Dizia antes que o que estraga o primata humano é a inteligência, que não combina com a violência natural, ínsita em qualquer primata. Os chimpanzés, como os primatas humanos, têm ânsia por poder e sexo. Usam da violência, para conseguir seus objetivos. Mas não têm inteligência que os ajude a humilhar e a degradar seus semelhantes, como fazem os primatas humanos.
Deus nenhum cometeria essa loucura de combinar animalidade com inteligência. Por favor, senhores religiosos, tirem o seu Deus dessa história.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

Gilmar Mendes na China

Em viagem oficial à China, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, visitou hoje a Universidade de Pequim, onde foi recebido pelo vice-presidente Wu Zhipan e pelo decano da Faculdade de Direito Zhu Suli. Na ocasião, o ministro discursou para estudantes e professores de Direito e apresentou um vídeo sobre o papel da TV Justiça, além de falar do trabalho realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Brasil. A iniciativa de um conselho para o Poder Judiciário e a transmissão ao vivo de sessões da Suprema Corte é pioneira no mundo e atrai interesses de outras culturas. Durante a apresentação, estudantes, que lotaram o auditório da universidade, questionaram o ministro sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro e pediram detalhes sobre a independência judicial, combate à corrupção e direito ambiental. A interação foi surpreendente, uma vez que os alunos chineses não têm o hábito de se manifestar ou fazer perguntas em eventos.
Comentário meu ( João Eichbaum)
Vai ser bom lá na China, Mendes. Porque lá eles não sabem da soltura do banqueiro aquele, o Daniel Dantas que, preso porter feito falcatruas, foi solto por ter muito dinheiro.
Os estudantes chineses tiveram saco para ver o vídeo da TV Justiça porque eles nunca experimentaram a desgraça de ouvir o Peluso e outros ministros empanturrados de vaidade que ficam murmurando horas e horas, lendo laudas e laudas, quando, em menos de uma página, poderiam resolver as questões.
Agora que inventaram a TV Justiça, aí mesmo que as coisas não andam no Supremo Tribunal Federal, porque cada ministro quer aparecer e parecer muito sábio, quando, na verdade, a maioria deles não sabe escrever uma frase clara e correta, com sujeito predicado e complemento, que todo mundo possa entender. Então alongam seus votos e acabam julgando poucos processos.
A prolixidade é inimiga da justiça, porque a justiça deve ser, antes de tudo, célere, e celeridade não combina com prolixidade.
Acho que o Mendes devia ficar por lá, porque aqui no Brasil sua presença nunca foi festejada.