quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O PERFUME E O SORRISO DO GLÚTEO

G. Della Quercia

Bem ali, na calçada da Venâncio, logo abaixo do Correio. 
Ficou um perfume adocicado no ar. Nem bom, nem ruim. Coisa comum. Não é daqueles que faz o nariz do homem espichar, tentando respirar no cangote da dama. 

 O nariz não se alongou, mas os olhos colaram no sorriso daquele glúteo que ia na cadência do "te levo, te trago". Às vezes uma tropeçadinha, quase quebrando o salto ou, uma ajeitada no vestido, tentando faze-lo descer. Mais parecia que ajeitava as calcinhas, não o vestido! 

E a mulher se achando!  Nem bonita, nem feia. Ruiva, de cabelos longos. O ruivo tá na moda, dizem. Vestido curto e justo, pernas sem meias. Sorriso do glúteo quase à mostra. Esse corpo tentava um equilíbrio circense em cima de um salto 15, acho. Vermelhos, os sapatos 

Na dança do rebolado, o vestido subia e a paisagem mudava! O Vento Norte não tinha serventia, apenas o Vento Sul gelado lhe esfriava as partes baixas 

E eu ali, em frente à vitrina, com a dona da loja e um homem elegante que discretamente olhou o quadro e tirou as medidas. 

Achei graça. A medida certa para uma saia é, quando um homem segue a mulher com os olhos, despe-a com o pensamento e diz para si mesmo: "porque ela não mostra mais um pouquinho"! 

Falei isso com o ar bem sério. O homem elegante riu: "Com essa, vou embora! Vocês estão entendendo muito de homem "! 

Retirou - se. 
 

 A ruiva continuou seu tranco, na certeza do agrado! Te levo, te trago! 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

PODRIDÃO
João Eichbaum

O Executivo quer se manter no poder. O Legislativo quer ganhar dinheiro, diárias, ajudas de custo, verbas de gabinete, décimo quinto salário, indenizações. O Judiciário só quer alimentar sua vaidade, se sobrepondo a tudo e a todos, como se fosse um deus.

E nós, o povo brasileiro, pagamos o pato. Pagamos os impostos, que o Executivo inventa e o Legislativo aprova, e acreditamos nesse faz de conta que é a Justiça.

Vivemos num mundo de fantasia. Votando neste ou naquele candidato, nos iludimos com a esperança de que o país vá melhorar. E nunca aprendemos. Não aprendemos, porque melhor sopro de convicção do que a mentira não existe. Eles, os políticos, nos enganam, mas nós continuamos acreditando.

No labirinto da sordidez, os partidos políticos, armam as tramas. Escolhem os candidatos que são capazes de enganar o povo. Não escolhem os melhores, os mais inteligentes, os mais honestos, mas os que mostram qualidades para enganar o povo: escolhem os estelionatários.

Essa é a história do Brasil. A verdadeira história do Brasil tem raízes no estelionato, na mentira, no ardil político. Essa trama é feita para enganar o povo, que não vive da política, nem para a política, e aceita numa boa a condição de móbil da democracia.

Sim. O povo é usado no papel principal da falsa democracia, para beneficiar os políticos safados. Eles sabem que, sem o povo, não haveria democracia. Então se valem do povo, para legitimar suas falcatruas. É o povo que empresta legitimidade para a bandalheira dos políticos.

É por isso que os políticos não querem saber de ditadura. Na ditadura eles não enriqueceriam, não teriam poder. Para eles, o melhor mesmo é a democracia, porque conhecem o povinho idiota que sustenta o regime.


Nesse quadro geral, não pode causar espécie a decisão do STF, que começou a trazer para dentro do círculo viciado do Poder o julgamento da corrupção brasileira. Tudo faz parte do esquema: na democracia a única coisa que não conta é a vontade do povo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

PLANETACHO


Trabalhou no achados e perdidos até perder o emprego.

O zumbi é o sujeito que rodou no exame de autópsia.

Até a invenção das algemas, o mundo do crime estava com as mãos atadas.

Já participei de tantos censos, que fiquei saturado. Não contem mais comigo.

Já dizia São Tomé na era digital:
Nem vendo para crer.

Bons tempos em que as cenas de faroeste se limitavam ao interior dos cinemas.

ERRATA
O final da banda Secos & Molhados não foi causado pela crise hídrica em São Paulo.

Comprou um relógio a prestação.
Isto é, precisava de um tempo para pagar.

Era um incansável defensor dos energéticos.

Crise é quando tem mais gente fora de serviço do que telefones celulares.

NOVOS IMPOSTOS
IE- Imposto sobre as esmolas
II- Imposto sobre os impostos
IC- Imposto sobre a cachaça
Ia – imposto sobre o andar
IO- Imposto sobre a ostentação
IL – imposto sobre laxante
IQC- Imposto sobre qualquer coisa
IS- Imposto sobreposto




sexta-feira, 25 de setembro de 2015

LUXÚRIA E RELIGIÃO

João Eichbaum

O homem, como todo o animal, é essencialmente sexual. Sem o sexo, instrumento de reprodução, nenhum sentido teria a existência do ser humano sobre a face da terra. É lei da natureza a perpetuação da espécie.

Então, não venham com voto de castidade pra cima de mim. Não me venham impingir a lorota de que padres e freiras vivem “uma vida casta”, porque essa mentira é repelida pelas leis da natureza. Do sacristão ao papa, todo mundo tem que prestar contas, a si mesmo, das exigências da natureza.

A história da Igreja está cheia de pornografia, puladas de cerca, quebra de votos de castidade, padres se envolvendo com fiéis, freiras fugindo com motoristas. A literatura, nesse gênero, deita e rola. A religião, geralmente, é o móbil da quebra da “castidade”. Ela aproxima os celibatários dos não celibatários em nome de Deus e acabam indo todas as partes para a cama,  fornicando em nome das leis da natureza.

Ultimamente, uma história, que romancista nenhum conceberia, enche as páginas policiais. Uma mulher casada foi esquartejada por um colega de serviço, recepcionista de hotel. De hotel, não de motel. No curso da investigação, a polícia descobriu que o indiciado, para esconder o corpo da mulher, tinha viajado em companhia da namorada, para Santa Catarina.


Perfil da namorada: uma velhinha de setenta e cinco anos, funcionária aposentada da UFRGS. Ele, o recepcionista de hotel, tem vinte e cinco. Os dois se conheceram na Igreja Evangélica. Na época, o indiciado tinha dez anos de idade. Hoje estão ambos na cadeia. Conclusão: a religião não tem força contra as leis da natureza.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

De uma ex Comissária da VARIG *

 Lula
A sua prisão.
Nunca trará de volta os sonhos que perdi.
Os anos que envelheci.
As lagrimas que chorei.
As noites que não dormi.
A casa que não comprei.
O conforto que não usufrui.
A paz que me deixou.
A preocupação, a ansiedade, a depressão, por medo do mês seguinte.
As doenças somáticas que adquiri.
A suspensão de todo e qualquer lazer.
E tudo que não pude dar aos meus filhos.
Quando você não pagou à Varig, a quantia bilionária que devia.
Quando você bateu a porta do BNDES na nossa cara, nos negando crédito, enquanto financiava o metrô de Caracas.
Quando você não nos recebeu ou nos ouviu.
Quando você não se importou ou se interessou pelo destinos das milhares de famílias dos funcionários.
Quando todos os setores do governo e da imprensa caçoavam de nós, dizendo que éramos maus gestores e estávamos pagando o preço, sem que dessem a saber que havia uma dívida ganha na justiça que até hoje não foi paga.
Você quis nos quebrar para se locupletar.
Tinha poder e conseguiu !
A sociedade nunca saberá a realidade dos fatos nem a desgraça que foi para as nossas vidas te ter como presidente. Foi e é, pois sua pupila reza na mesma cartilha.
Você passará vergonha, mas não passará necessidade como nós passamos.
Você terá seu orgulho quebrado, mas não se atirará do décimo andar ou dará um tiro na cabeça como alguns de nós que se suicidaram.
Você será desprezado, mas nunca sentirá o desespero de ter um poder monumental, o poder de um governo, te massacrando, te tirando o pão da boca e da boca de seus filhos.
Em memória de todos que partiram em aflição e em honra daqueles que continuam cambaleantes, batendo com o braço fraco mas persistente, nas portas do intrincado judiciário brasileiro, onde teus seguidores recorrem protelatoriamente sem nos pagar, para que morramos um por um sem receber nossos direitos trabalhistas e previdenciários.
Pois bem, de 2006 pra cá, 1200 de nós já morreram, mas 8.800 continuam lutando.
Somos teimosos e orgulhosos da nossa história, de nossas honradas profissões, e do patrimônio histórico que representaremos sempre na aviação brasileira.
Não seremos ressarcidos nunca.
Somos pessoas de bem.
Não nos dá prazer o seu mal.
Tudo que queríamos era um homem bom e justo como presidente.
Tudo poderia ter sido diferente para nós.
Tudo poderia ser diferente para você.
Mas, a escolha foi sua.
Que a justiça seja feita !
Ainda que parcial.

Angel Nunes

*Enviado por Nério Mondadori Letti.




quarta-feira, 23 de setembro de 2015

QUANDO O DIREITO SE CONFUNDE COM A MALDADE
João Eichbaum

Não deu mais. Depois da terceira noite de febre, a angústia os asfixiou. A filhinha de três anos já respirava com dificuldade, mal abria os olhinhos tristes, tornava a fechá-los, como que tomada pelo cansaço. Seu peitinho subia e descia, na luta em busca de uma respiração que não chegava.

A léguas e léguas de qualquer atendimento médico, sem dinheiro para consulta, para uma eventual internação, para remédios mais caros, não sabiam o que fazer. Colonos, vivendo da terra que plantavam com dificuldade, mal conseguiam comer e dar de comer para duas vaquinhas, que retribuíam com o leite para lhes aplacar a fome.

Seu único tesouro era aquela criaturinha que, de uma noite para outra, deixara de lhes alegrar a vida. Seus olhinhos tinham se apagado, suas perninhas estavam amolecidas, seu corpinho, enfraquecido, se entregara ao torpor da febre, naquele hiato em que a indiferença se torna maior que a vida.

Foi então que um vizinho se ofereceu para levá-los a Porto Alegre, na Santa Casa, onde médicos, remédios e uma possível internação não lhes arrancariam o desespero de ter que pagar o que não podiam. De madrugada saíram, para chegar cedo à Santa Casa, por volta das sete da manhã. A pequena nos braços da mãe, já nem força para chorar tinha. Só arfava.

Antes de entrarem na Avenida da Legalidade, o choque: todo o trânsito parado. Em questão de segundos ficaram trancados, sem poder andar um centímetro sequer. Fome, sede, angústia, necessidades fisiológicas, tudo o que a natureza exige nas horas mais impróprias os torturou por um tempo regido pela maldade de quem só pensa em si mesmo.

Os responsáveis estavam lá na frente, berrando, gritando qualquer coisa, levantando panos e bandeiras. Eram os funcionários públicos do Estado do RS e seus cupinchas políticos, os energúmenos sem consciência, que se lixam para a sociedade. Animais egoístas, torturavam uma população que paga seus impostos, que precisa trabalhar, que tem tanta necessidade de viver, como eles.

Sentindo-se poderosos dentro do regime “democrático” que lhes garante o direito de perturbar a ordem e impedir a liberdade de ir e vir, eles se vingavam nos mais fracos, porque vivem num país onde as autoridades não têm moral para impedir que uns tenham mais direitos do que outros.



terça-feira, 22 de setembro de 2015

HONRA? DIGNIDADE? DECORO?

João Eichbaum

Na sessão do STF que julgou a ação de inconstitucionalidade do financiamento privado das campanhas eleitorais, Gilmar Mendes subiu nos tamancos. Sem despir a toga, fez uma arenga política, recheada de ódio contra o Partido dos Trabalhadores. E, para apimentar a verve, a salpicou com críticas veementes à posição da OAB, autora da ação. Cheio de si, tratou com desdém o advogado da entidade, virou-lhe as costas e saiu do plenário.

Salvo cronistas notoriamente vinculados ao PT e políticos aliados do governo atual, poucas foram as vozes que se atreveram a dizer para o ministro as verdades que ele merecia. E a verdade mais tonitruante é que Gilmar Mendes não soube se comportar como juiz.

O primeiro dever do juiz é o da imparcialidade. Sendo de direito eleitoral o tema submetido ao STF, manda a deontologia judiciária que o magistrado se abrigue no escrúpulo, para julgar, sem deixar transparecer inclinações por essa ou aquela corrente partidária. Qualquer um de nós pode tirar dos porcos para botar no PT, menos os juízes, no exercício de suas funções.

Gilmar se mostrou não só um antipetista rancoroso, como um homem de toga que não conhece a Lei Orgânica da Magistratura Nacional. A serenidade é um dos deveres que a referida lei (art. 35, I) impõe ao juiz. Se ao juiz falta serenidade para julgar e grandeza de espírito para reconhecer que não é o dono da verdade, Gilmar Mendes está no lugar errado.

A partir dessa manifestação, que o trai como inimigo público do PT, Gilmar Mendes perde a condição de julgar qualquer causa que envolva não só o partido propriamente, como qualquer autoridade ligada ao governo do Partido dos Trabalhadores. E se não se der por suspeito, poderá sofrer processo de impeachment.


Sem contar que, se a OAB zelar pela própria dignidade, o ministro estará sujeito ao enquadramento no crime de responsabilidade, por procedimento incompatível “com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções”. De modo que antes da Dilma, outra excelência poderá estar respondendo a processo de impeachment, para deleite do PT e assombro de quem acredita na Justiça.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PLANETACHO

20 de Setembro
O desperdício de pano para se fazer bombachas
e a crise no Rio Grande podem levar os gaúchos
até o final desta década a transformar a calça leg
em parte da indumentária gaúcha.

Vamos aposentar a bomba e tomar
chimarrão de canudinho.

O carreteiro de charque, de tanta água,
vai ficar encharcado.

Vamos até mudar a letra do nosso hino.
Vai ficar mais ou menos assim:
Como Aurora, professora  do salário parcelado...

Com o Giovani Feltes na Secretaria da Fazenda,
a gauchada trocou a dança do pezinho pela dança do pezão:
Ai bota aqui, ai bota ali o meu salário...

São gaúchos e gaúchas de todas as querências:
Dom Pobrito, Parcelado do Sul, Cofre Seco, Merrecas...

Não podemos nos entregar pros home
de jeito nenhum, amigo e companheiro...
Deixa para o pessoal da delação premiada...

Adeus churrasco...Vamos ter que suspender
o tradicional jogo de osso,
para poder tomar sopa.

Colocaram uma prancha de surfe
debaixo do braço do laçador.
O personagem do nosso monumento
mais representativo parece até
cantarolar um hit dos anos 80: guria
eu vou pra Califórnia...

AS NEIRAS
Em concurso de feijoada vence
quem usa melhor os louros da vitória.

Diga com quem andas e eu te direi se
já li em site de fofocas.

Meritocracia pra lá, meritocracia pra cá...
Eu mereço...


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

CÍRCULO VICIOSO
João Eichbaum

É difícil dizer o que é maior, neste país: a ignorância, a cretinice ou a incompetência? Mas, vamos tentar. O que manda, mesmo, no país, a fonte de todas as desgraças, é a ignorância. Quem elege os políticos são os ignorantes. A imensa maioria do povo brasileiro é composta por ignorantes. Essa maioria já elegeu o Jango, o Collor, o Lula e agora a Dilma.

Então, a fonte de nossas desgraças políticas está na ignorância. O povinho que não sabe fazer outra coisa senão ficar de olhos grudados na Globo é quem escolhe os governantes.

Depois, vem a cretinice. A ignorância elege os pulhas, os que não têm pudor, os que não sabem o que é nobreza de espírito, fidalguia e ética, os que vendem a alma para o diabo, os que fazem qualquer coisa para se manter no poder. E a ignorância gosta deles. Gosta porque os vê na tela da Globo e fica feliz quando eles comparecem nas festas e inaugurações e lhes estendem as mãos, lhes dão abraços, pegam criancinhas no colo.

Esses mesmos pulhas, que se mantêm na política graças aos ignorantes, são expertos o suficiente, para escolherem seus companheiros de chapa e de partido, aqueles que servem para engordar os votos das legendas: são os ídolos do povo, os jogadores de futebol, o pessoal do rádio e da TV. É dessa turma de incompetentes na coisa pública que se servem os cretinos, para garantir a próxima e as próximas eleições


Essa é a receita usada para levar o país à quebradeira. Mas, não tem problema. O país nunca vai quebrar, embora tenha chegado à beira do abismo, porque os ignorantes garantem a parada. Para evitar a falência do Estado, os estelionatários, que se sustentam e enriquecem com o dinheiro do contribuinte, encontram logo a solução: a criação de novos impostos ou o aumento dos já existentes. E fazem isso, porque sabem: serão reeleitos exatamente por aqueles que não pagam imposto, os ignorantes.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Lembro, no contraste entre os países ricos, produtores de petróleo, e a tragédia da migração, a pé, em plena Europa culta, antiga e desenvolvida, multidões de fugitivos das guerras civís de seus países, inclusive da Africa. Parece que na Europa a maioria que caminha atravessando países, em busca de segurança e fugindo da morte, são na maioria sírios, frutos da sangrenta guerra civil que se trava naquele histórico país, cujo  território é áspero e quase um deserto. Inacreditável o que se vê pela imprensa aquelas multidões caminhando, sem rumo, pelos países da Europa, em busca de um lugar seguro, para morar, fixar residência, conseguir emprego, salário e sustento, para iniciar uma nova vida.
Vem à memória, lógico, a saga dos imigrantes italianos que sairam do Norte da Itália, pobre, abandonado, e vieram para o Brasil, em busca da riqueza e do trabalho, a partir de 1875, mais ou menos.
Onde se incluem meus antepassados e que foram para Antonio Prado, naquele tempo, chamado de " El Paese Novo" pois Antonio Prado foi a última colônia aberta pelo Império Brasileiro, para receber imigrantes do norte da Itália, ofertando a cada família que chegava, uma colônia de terra, de 25 hectares, e garantiu a posse e a propriedade tranquila do pedaço de terra, onde as famílias que chegavam iam sendo assentada, pacificamente e construíram o progresso de tantas cidades. O Vale dos Vinhedos, hoje, em Bento Gonçalves, é um exemplo do  trabalho e do progresso e do amor á terra. Como as demais cidades onde se destaca, lógico, Caxias do Sul.
Dos meus antepassados  - Os Letti, ( paternos)   vieram de São Benedetto Pó, Mântova, Lombardia, em 1878 - três anos após a chegada dos primeiros imigrantes italianos, em Nova Milano, Farroupilha, em 30 de maio de 1875, o dia da Etnia Italiana.
 Os Mondadori (maternos)  - vieram de São Giórgio di Mântova, Lombardia, em 1888 - dez anos depois dos Letti
Eu tenho a cidadania italiana, pelo lado dos Letti, que passei para meus tres filhos e para meus cinco netos.

Nério "dos Mondadori" Letti

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

 O que faz o dinheiro do petróleo! Impressionante. Tecnologia avançada e de primeiro mundo empregada no aeroporto de Abu Dhabi para uma minoria, pois, a maioria é pobre, naqueles países árabes dos antigos desertos que o dinheiro do petróleo transformou em paraísos para alguns ricos. Quanto se sabe, os pobres continuam pobres e as mulheres são escravas. Vamos ver se tudo isto se sustenta quando acabar o petróleo. Isto é, quando faltar dinheiro para sustentar todo este avanço tecnológico e modernidade que custa muito dinheiro. Imagine só o custo da manutenção do sistema eletrônico de controle do estacionamento no aeroporto de Abu Dhabi. Ou quando faltar energia elétrica ou outra pane qualquer no sistema. Por enquanto, no início tudo são rosas e a minoria rica, detentora do poder, do dinheiro, dos poços de petróleo, gozam e abusam. Não sei se o povão aproveita esta riqueza e também não sei se produzem o alimento necessário para a população e se tem indústrias de transformação necessárias para continuar o desenvolvimento sustentável.
Nério "dei Mondadori" Letti

terça-feira, 15 de setembro de 2015

QUANDO O ORGASMO É INCONSTITUCIONAL
João Eichbaum

Agraciada pelo que de melhor há no mundo, sem celulite e sem estrias, aquela fofura tem as pernas torneadas a capricho pela natureza. O corpo, dentro de um contorno de sereia, apresenta 80 de peito e 80 de bunda, ligados por 55 de quadril. Mulher de dar tesão até em defunto. Mas tudo isso tem seu preço. Ela é masoquista: para atingir o orgasmo, só apanhando.

Numa daquelas noites de testosterona em alta, ela e seu garotão malhado, o peito estofado de pelos, estavam chegando ao “gran finale”. Aí aconteceu algo, como se o mundo estivesse sendo varrido pelo vento do juízo final: ai,ai,ai, ui, ui, ui, os tabefes ressoando em todo o prédio, ela berrando e pedindo mais. Descontrolado pelo êxtase, o garotão bate com a cabeça dela na cabeceira da cama e lhe provoca traumatismo craniano.

Na visão estrábica que têm do Direito o Gilmar Mendes, o Fachin e o Barroso, todos se achando com brilhante saúde mental, o artigo 7° da Lei Maria da Penha, nesse caso, seria “meio descriminalizado”. Segundo seus votos, sem sal e insuportáveis, o “Estado não pode intervir na intimidade e na vida privada das pessoas”. E se o Estado não pode negar o direito de fumar maconha, não pode também negar o direito ao orgasmo.

Quer dizer: se a maconha provoca a inconstitucionalidade da lei, a mesma força não se pode negar ao orgasmo. Já a cocaína, o crack, a heroína e a cornice estão de acordo com a Constituição. A mulher, que põe corno no marido e apanha dele, está sob o amparo constitucional da Lei Maria da Penha, embora as guampas sejam problema da intimidade do casal.

Pode? Pode tamanha caretice? Pode. O que Freud não explica, Darwin explica: todo o humano é feito de uma matéria prima chamada macaco. Pode até botar toga nos ombros ou gravata no gogó, que o bípede falante não deixa de ser macaco. E aí, entre profundo e gracioso, ele faz da lei uma massa de modelar: se ajeita para qualquer gosto.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PLANETACHO

O MUNDO

De repente, em um dia qualquer, tu acordas e o mundo está de pernas para o ar.

Pelas ruas a pessoas andam como zumbis, digitando em teclas do tamanho de grãos de arroz.

Os professores não utilizam mais o quadro negro para ensinar frações, mas o próprio contracheque.

Nas ruas, batedores de carteira. Nos gabinetes, os batedores de refinaria.

O Norte virou Sul e o Sul virou Norte. Então, tu ligas a TV e o governador do Maranhão diz que não vai deixar seu Estado se transformar no Rio Grande do Sul.

E nós que sonhávamos ser gregos na glória, acabamos sendo na economia. Quadrilhas sacam nos caixas eletrônicos, usando di-na-mi-te como senha silábica.

O mundo não confia mais em ti. Tu não és o Vasco, mas o ano mal passou da metade e  já estás rebaixado.

Alguma coisa vai mal quando a Polícia Federal faz mais operações do que o SUS.

Tu tentas de tudo que é jeito apostando na Mega, na Quina, dupla Sena. E nada. Ainda tem que dar graças a Deus que não foi sorteado pela tal delação premiada.

Tudo de cabeça para baixo. E, apesar de ver o mundo como quem está plantando bananeira, você recebe a notícia de que a banana é que está puxando os preços para cima.

Nos desfiles da Independência até a presidente Dilmaa inflável estava constrangida com a inflação.

No futebol, a FIFA reluta em utilizar recursos da tecnologia. De concreto até agora só tornozeleira eletrônica para dirigentes da entidade.


É pouca Zelotes para tantos Zés lotando as cadeias do País.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

ANJOS SEM NOÇÃO

João Eichbaum

Vi no “Facebook” um vídeo que apresenta uma menina loira, fofinha, cantando a Ave Maria de Schubert. Uma gracinha a menina: uma cascata de sol nos cabelos e uma voz de soprano de tirar a respiração. Na postagem se lia uma frase atribuída ao papa Francisco: “até os anjos param para ouvir essa criança cantar.”

A frase me remeteu para outra postagem, essa, exibida pela Sociedade dos Ateus: uma criança negra, esquálida, os ossos se salientando sobre pele mirrada, pedindo a Deus que lhe matasse a fome. Abaixo, uma fotografia do Neymar, com os braços levantados, agradecendo a Deus, pelo gol que acabara de fazer. Ao lado, uma fotografia de Jesus Cristo respondendo para a criança faminta: desculpa, agora não posso te atender, que estou ocupado com o Neymar...

Então é assim: é por isso que crianças da Síria e de outros países miseráveis, fugindo para a Europa em busca da vida, acabam encontrando a morte, trancadas como carga clandestina, despejadas no mar ou sendo levadas até o fundo dele, presas nos fétidos porões dos navios.

Enquanto isso, enlevados com a voz de lindas crianças loiras que saúdam a Virgem Maria, os anjos esquecem os miseráveis. E Jesus Cristo, atendendo não só ao Neymar, mas a todos os boleiros, juízes e bandeirinhas que erguem as mãos para o céu e fazem o sinal da cruz, não tem tempo para coisas miúdas. Ele está com os olhos voltados para as multidões: os estádios futebol, as procissões, a praça São Pedro, as basílicas, os palcos onde desfilam padres cantores.


No fundo, no fundo, sempre se realiza aquilo que diz um ditado popular: o diabo  caga  sempre em cima do monte maior. Só Jesus Cristo e seus anjos não se dão conta disso.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS
 A minha avó, Nona Vitalina, que nasceu e se criou ao lado e na margem esquerda do caudaloso Rio Pó (fiume più grando di Itália) o Rio maior da Itália, nas enchentes devastadores, quando chovia e degelava os Alpes, levava tudo por diante e acabava com o que tinham.  Era um flagelo total.
Ela sempre dizia - nunca morem na beira do rio, na curava do rio, que um dia o rio bem buscar o que é seu. Lógico, a bacia do Rio Guaiba é formada pelos rios, graças a Deus, que ainda têm água, abundante e nós não sabemos conservar esta água para quando faltar e vier o tempo da seca e das vacas magras - e vamos pagar caro por isso -  Gravataí, Sinos, Caí, Taquari e Jacui, enchem, e o Guaíba enche e periga invadir P. Alegre como fez em maio de 1941, na grande enchente de São Miguel, até hoje lembrada pelo Muro da Mauá. 
A rua da Praia ficou um metro de água. Desastre total. Daí o medo e  o pavor de minha avó nona Vitalina posto que o Parque de Exposições da Expointer, nas útlimas chuvas, ficou tomado pelas águas e era um rio só. 
Portanto o Ruy Gessinger, deve estar atento pelas chuvas, pois, a água vem à noite, invade tudo, e pode levar seus bem produzidos produtos ovinos, sua paixão e que não tem preço para o dono. E como é gostosa comer uma costelinha de ovelha bem assada, sequinha. Uma delícia. Então comer com polenta é de dar água na boca.

Nério "dos Mondadori" Letti.



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS
 Minha avó materna, Vitalina Catalani Mondadori, jovem, com 21 anos, em São Giorgio di Mantova, interior de Mantova, era pobre, analfabeta, como todos os do norte italiano ( hoje uma das zonas mais desenvolvidas do mundo, que paradoxo - basta lembrar que a capital da Lombardia, Milão, é a capital da moda do mundo. Não é Paris. Tem o Milan, a Inter, os maiores salários do futebol do mundo e o inefável Silvio Berlusconi que adora mulheres e, hoje é dono da maior editora da Itália, todavia guardou o nome original - Editora Mondadori - meus parentes, sim...e daí?  )   - então - minha avó, nona Vitalina, que morreu, lá em casa, em Antonio Prado, na rua 7 de setembro, 150, em maio de 1953, eu já era taludinho, e me criei ao redor de seus vestidos longos  (" cottolle longue" em vêneto) - era "scápula" ( solteira) e proibida de emigrar, sabe como é o italiano, gosta de mulher, aquelas coisas do romanos. Os Catalani, a familia dela, não vieram. Então, ela rapidamente, com 21 anos, casou com o meu avô  - o nono Giacomo Mondadori - e dois meses depois, se mandaram para o Brasil, para o RGS."! far la América" em busca de " la cucagna" ( riqueza). De charrete desde onde moravam na terra do " signor" ( dono da terra) e eram "obligatti" ( servos da gleba), sem horário de trabalho, sem garantia de salário, sem leis trabalhistas ( O Benito Mussolin, El Ducce foi que arrumou a Itália, bem mais tarde, e editou a Carta del Lavoro, cuja C.L.T. nossa é uma cópia. 
Mas, minha avó, e estava falando de minha "nona Vitalina" cuja lembrança está aqui na minha cabeça, na minha frente e lembro sempre dela e rezo todos os dias, pela imigrante, por sua história e sua saga, teve 13 filhos. Progrediram em Antônio Prado com a grande loja de comércio. Faliram em outubro de 1929, no torvelinho econômico da Grande Depressão, queda da Bolsa de Valores de New York, hecatombe mundial.

 Ela desembarcou no Porto dos Guimarães, no Rio Caí, bem no centro de São Sebastião do Caí e era um domingo, e festa dos alemães ( já estavam aí fazia uns 50 anos ou mais) adiantados, progrediram e tinha festa do padroeiro, justamente, o São Sebastião e a festança era grande na Praça do Caí. Comeram cucas, beberam guaraná, gasosa, tomaram até cerveja e foram ajudados pelos alemães, pois daí até a colônia em Antônio Prado, o caminho era de a pé. Feliz, Baixa Feliz, Alta Feliz, Nova Milano, Farroupilha ( Nova Vicenza), Campo dos Bugres ( hoje Caxias do Sul) , Nova Trento ( hoje Flores da Cunha, rio das Antas, o caudaloso rio das Antas, obstáculo, onde o tropeiro esperto de Sorocaba, tinha feito um galpão para abrigar imigrantes, do lado de Nova Trento e construiu uma precária balsa de madeira, presa num cabo de aço, no alto das duas margens, do rio das Antas, e por isso se chamou ' Passo do Simão" - eis que seu nome, o do tropeiro de mulas de Sorocaba era Simão David de Oliveira, e daí, meus amigos, até Antônio Prado, subindo a serra, abriram picadas, no meio da mata, que estava cheia de feras e de indios  ( que o italiano chamou de " bugre") e se instalaram nas terras do " El Paese Novo" e na emancipação pelo Borges de Medeiros, em 11.2.1899, passou a se chamar Antônio Prado.
Nério "dei Mondadori" Letti

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O SANTO E O POETA SEM NOÇÃO

O assunto parece inesgotável. A impressão que se tem é de que o mundo nunca tinha sido apanhado na malha da comoção, como nessa foto do menino morto, cuspido pelo mar numa praia de seixos da Turquia. Laudas e laudas foram escritas, as imagens passaram milhares de vezes na televisão, inundaram o Facebook, correram pelo planeta terra, mexeram com a humanidade.

A revista “Veja” desta semana traz a mesma foto, mas de outro ângulo. É um ângulo menos chocante, no qual não se vê o soldado da guarda- costeira, e donde se pode até extrair a ideia de que o menino, deitado, desafia as ondas, numa brincadeira própria de sua idade.

Na revista, a foto está rodeada pelas palavras “Deus, sendo bom, fez todas as coisas boas. De onde então vem o mal?” Abaixo vem a resposta : “o mal (e o bem) vem do homem”. A pergunta é atribuída a Santo Agostinho. A resposta, a um poeta polonês, Czeslaw Milosz, contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura.

Esse tal de Santo Agostinho foi um energúmeno, que pintou a seu modo o Deus judaico, para uso cristão. Sua afirmação de que Deus é bom e só fez coisas boas não fecha com a bíblia.Ali se prova que Deus não é absolutamente bom. Sabendo que tinha criado uma criatura fraca, (ou ele não é onisciente?) testou-a. Deu no que deu. Mas ele já sabia do resultado. Então, ele não é bom: é sádico, porque proibiu o macaco de comer banana, sabendo de antemão que o macaco é louco por banana.

O polonês, premiado nesse concurso literário que é uma ação entre amigos, não fez melhor: atribuiu o mal ao homem. Ora, ora. Quem admite a existência de Deus, necessariamente tem de admitir que ele criou o homem. E, sendo onisciente, Deus deve saber que o homem, egoísta, é potencialmente malvado e não põe freios nos apetites de seu ego. Até porque, não tendo outro modelo, teve que criá-lo “à sua imagem e semelhança”: vingativo, parcial, sádico, hematófilo, e bom só para os amigos.


Ao dar vida para o homem, sabendo de antemão que ele sacrificará um inocente, Deus é tão culpado quanto esse homem. Ele sabia que aquelas bestas humanas, que querem o poder na Síria, iriam provocar a morte do menino e não impediu isso. Então, Deus é a causa primeira da maldade. Dessa lógica, que sustenta a teoria do domínio do fato, fogem tanto o santo como o poeta. Ou o fato imediato, que foi o naufrágio, não estaria sob o domínio de Deus?

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

PLANETACHO
tacho@gruposinos.com.br
EDITORIAL GAUDÉRIO

Pois o governo Sartori tem sido mais lento que tropeiro de lesma.

Temos que convir que a situação é mais difícil que dormir de espora sem rasgar o lençol.

A nossa autoestima anda mais por baixo do que barriga de sapo.

O parcelamento dos salários deixou o funcionalismo mais apertado que rato em guampa.

O nosso Rio Grande ficou mais largado que estância de viúva.

A coisa está mais feia que tombo de mão no bolso.

Os gaúchos estão mais cheios do que barril de chope em festa de crente...

Sofridos como mãe de ouriço.

Com o orçamento mais apertado que dedo em nariz de guri.

E aí vem o Sartori com seu olhar mais parado que imagem de santo e com um discurso mais batido que bengala de cego.

 Enrolado feito namoro de cobra.
O governo federal faz que não é com ele e finge que está mais por fora que rego de gordo.


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

OS MISERÁVEIS

João Eichbaum

Deus nenhum entregaria oprimidos e inocentes à própria sorte, permitindo, ao mesmo tempo, o exercício desenfreado da maldade humana. Partindo desse princípio, quem conhece os homens, não acredita em deuses. Como o número de ateus é insignificante no planeta terra, forçosa se torna a conclusão de que a maioria absoluta da humanidade não conhece os homens.

A maioria não os conhece porque é formada por ignorantes e tolos, gente que não enxerga um palmo diante do nariz e não consegue desenvolver raciocínios primários. Estão mais próximos dos ancestrais do que dos atuais primatas humanos.

Os outros crentes são: os ingênuos, que acreditam em tudo; os pusilânimes, que não se livraram da lavagem cerebral recebida na infância, e, pelo sim, pelo não, acreditam em Deus e no Diabo; ou os simplesmente acomodados, tipo “assim ta bom, deixa como está”.

Quem conhece os homens e dispensa Deus (admitamos esse nome de fantasia) atribui à animalidade incontida do ser humano o sofrimento e o destino infeliz de inocentes criaturas que, fugindo da guerra, da fome, da perseguição às suas crenças, em busca da vida, encontram a morte no caminho dessa fuga, ou são rejeitados pelos poderosos, quando pedem asilo. Falo, evidentemente, dos miseráveis fugitivos da Síria, que buscam refúgio, mas morrem na praia, na Europa.

E quem acredita em “Deus”, que explicação nos dá? Que esse Deus está ocupado com os jogadores de futebol, que lhe agradecem os gols? Com os donos de Igrejas, que se dizem seus representantes, e levam uma boa vida? Com aquele crente que foi curado de câncer? Com aquele outro que conseguiu um emprego? Ou, simplesmente - para cair fora e não ter que dar explicação - que a “vontade divina” é inescrutável?

Os ateus, em todo caso, não conseguem harmonizar tanta maldade, consentida para muitos, e tanta bondade, distribuída para poucos, com o conceito de um “Deus onipotente, bom, justo e misericordioso”. Das duas, uma: ou a filosofia, ou a matemática estão erradas.



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Eu tenho muitas histórias de menores delinquentes, inclusive índios, defendidos pela FUNAI, que não queria que o Juiz julgasse, pois, eram protegidos pela Constituição Federal, e não podiam ser julgados pelo Juiz de Direito da Comarca e, sim, pelo seu Cacique da tribo, conforme suas leis e costumes. Eu interrogava o índio ou índios, (ditos pelo povo do interior de "bugres") e logo se via e formava convicção, que já era aculturado, tinha assimilado a cultura, tinha frequentado a escola primária, não era o índio, romântico, do José de Alencar em seus romances ou do tempo da descoberta do Brasil, que entre outros, comeram o Bispo Sardinha. Carne branca vinda Europa, era um ótimo petisco, gostavam de comer carne humana. E, em regra  o nosso índio, do interior, do RGS. não comete delitos, mas quando pratica delitos, em regra, são graves, de alta lesividade e de impacto, pois, também, em regra, cometem crimes após beber muita cachaça. Indio adora cachaça e não gosta de trabalhar. Sem racismo e fanatismo. Vejam uma aldeia indígena. Vejam um toldo indígena, dos muitos que têm pelo interior.  Uma pena. Não plantam. Não criam gado. Não se submetem ao trabalho na colônia. Apanham o saco, nas costas e saem a caminhar, em busca de caça, pesca e frutas silvestres e não sabem conservar a floresta. Pelo contrário, exploram e não sabem renovar.
As duas últimas invasões ocorridas, faz pouco no RGS. provam o fato   1) a da floresta nacional de Pinheiros em Canela, Os índios vieram de Nonoai, sob a desculpa que em Nonoai   "não há mais natureza" e invadiram o paraíso que é a conservação da Mata Atlântica e da Araucária Agustigófila. Esperem uns cinco anos para ver como vair ficar aquele paraíso, que eu conheço. Tenho um filho que mora em Canela.2) a invasão dos índios caigangues na reserva do Lami, aqui do lado de P. Alegre. Uma pena. Vão destruir tudo. 
O problema é sério. Profundo. Não é para amadores. Mas, o que estava dizendo que o índio quando comete o delito não tem mais o direito de ser julgado pelo seu cacique, conforme seus costumes, como quer a FUNAI. E a FUNAI, vem no processo e insiste que o índio não pode ser julgado pelo Juiz de Direito da Comarca. Os índios atualmente no RGS sabem bem o que estão fazendo quando invadem, depredam, matam ou cometem outros delitos. Já estão aculturados como dizem pela cultura dos brancos......
Sob a lógica da FUNAI, chegaríamos ao absurdo, que pode ser verdadeiro, de que toda a terra do Brasil pertence aos índios, pois, quando Cabral chegou e descobriu o Brasil, nossa terra, estava cheia de índios e que ninguém sabe ao certo, de onde vieram. Verdade é que estavam aqui. Uns dizem que vieram da Polinésia, dado seu tipo físico, passando pelo estreito gelado de Bhering, bem no Polo Norte. Mas isso já outra, ou a própria, história.


Nério "dei Mondadori" Letti. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Depois da velha balsa no Rio da Prata, ligando Antônio Prado a Veranópolis, e hoje o emancipado Villa Flores, dos Seminários dos Capuchinhos,  na chamada Cruz de Ferro,  na localidade de  Barro Preto, o Prefeito de Antônio Prado,  Valdomiro Bocchese, resolveu construir uma ponte rasa, sobre o rio da Prata, abaixo da Ponte Férrea do Tronco Principal Sul, este feito pela Mendes Junior   -  ( Arthur Mendes Junior, o Toquinho, que casou com Leonilda  ( negra) Bocchese, filha de Octacilio Bocchese e de Joana Golin Bocchese)  -   e assim deu ligação permanente ao tráfego que aumentava com o tempo. Evitando o atraso, o perigo e a perda de tempo na travessia do rio da Prata, feita pela velha balsa.
 Hoje a rodovia de terra batida, leva o nome,   por Lei Estadual,  de Rodovia Frei Rovilio Costa     ( natural de Veranópolis, pároco do IPE, na juventude,  por dez anos, na década de 60 e ligado a Antônio Prado, chamava-se Frei Cândido de Veranópolis, ainda jovem,  quando os religiosos mudavam o nome de batismo ) -.
  Trata-se da importante Rodovia transversal, ERS 437 . Uma vez construida vai aliviar o tráfego da ponte do Arco, símbolo do DAER, entre B. Gonçalves e Veranópolis, sobre o Rio das Antas,  pois o tráfego vai preferir, desviar e entrar, quando pronta e asfaltada, pela atual ERS - 437. Vai ser econômico para quem vem do Norte do Estado, Passo Fundo, Carazinho, etc...pois encurta o caminho para P. Alegre em vários quilômetros.
 O fato foi tão importante para a época, até hoje, que o governador do Estado, o notável Eng. Militar Euclides Tricches, esteve presente, no "profondo" daquele vale.
De ressaltar, que a construção da Estrada de Ferro, chamada de Tronco Principal Sul, entre Lages, Vacaria, até a Estação General Luz, Rocca Salles - passando pelos fundos de Antônio Prado, com 14 túneis, margeando o Rio da Telha, o Rio Saltinho, o rio Santa Rita,  o Rio Turvo, o Rio da Prata, o rio das Antas, para vencer a serra,  na década de 50, foi construída pela empreiteira Mendes Junior. A sede da Mendes Junior, foi Antonio Prado, onde tinha o gerente, Sr.   José Blasco, que residia em Anto. Prado com a família.O filho do dono, o jovem Arthur Mendes Junior  de apelido     -  " Toquinho"    Mendes Junior,    -   sempre estava em Antônio Prado. Riquíssimo. Namorou a linda pradense, Leonilda Golin Bocchese ( conhecida como " negra" de rara beleza)  -  .
 A jovem pradense tinha sido noiva do jovem advogado, Dr. José Barison - depois Desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do RGS.  No casamento de Leonilda Golin Bocchese   (" a negra")  com Arthur Mendes Junior    (" o Toquinho")   foi um fato social tão importante para a  época que o governador do Estado, General Ernesto Dornelles Vargas, esteve presente, e de lembrar que veio de carro pela Estrada Protásio Alves, ligando Antônio Prado, Flores da Cunha, Caxias do Sul, e passando o rio das Antas, no Passo do Zeferino, pela velha balsa que existia, onde hoje se eleva a notável ponte do Passo do Zeferino, na ERS. 122, rodovia asfaltada, que liga Caxias do Sul, Flores da Cunha, Antonio Prado, Ipe e Vacaria (onde toma o nome de Rodovia Sinval Guazzelli).


Nério "dei Mondadori" Letti

terça-feira, 1 de setembro de 2015

SEISCENTOS REAIS

João Eichbaum

Seiscentos reais foi o valor depositado pelo Estado do Rio Grande do Sul na conta dos funcionários do Poder Executivo. Seiscentos reais foi também o preço do ingresso para o “show” de duas figurinhas pra lá de manjadas da música brasileira, o Caetano Veloso e Gilberto Gil.

O Auditório Araújo Viana estava cheio, lotação esgotada. Conclusão irrecusável: nenhum dos expectadores poderia ser funcionário público, do quadro do Poder Executivo do Estado.

Donde veio essa gente toda que lotou o ambiente? Seiscentos reais! É pouco para os professores que ganham uma miséria, mas muito dinheiro para encher os ouvidos com banalidades. Nem as músicas, nem os cantores têm algo de excepcional. Em qualquer canto deste país, em qualquer boteco é possível encontrar pessoas que cantam e tocam até melhor do que eles.

Hoje, graças à globalização, com um simples click a tela do computador ou da televisão nos põe diante dos olhos grandes artistas mundiais, crianças prodígios, vozes mais puras do que o som do cristal, performances que enlevam. O que representam Caetano Veloso e Gilberto Gil em comparação com a arte de um André Rieu, por exemplo?

São estilos diferentes, sim. Mas são também apresentações que traçam o perfil do público. Um público que paga seiscentos reais para ver e ouvir Gil e Caetano não passa de uma turba que se deslumbra diante do banal, porque não sabe distinguir a voz rouquenha de cantores comuns da voz límpida de uma soprano. Ou esse mesmo povo pagaria a décima parte para assistir a uma ópera?

O caráter do povo é o caráter do país. O povo sem noção de valores   entrega o poder para políticos sem valor. É por isso que esse país vive do seu direito adquirido à miséria, à corrupção, à roubalheira, à degradação social. Começamos com os bororós de bunda de fora e chegamos aos políticos sem vergonha na cara.

Se houvesse respeito aos verdadeiros valores, ninguém culparia a operação “Lava Jato” pela ruína econômica do país. Como ninguém desperdiçaria seiscentos reais num espetáculo banal, na mesma noite em que milhares de funcionários públicos deixaram de dormir, aturdidos pela certeza febril de que, se  pagassem o aluguel, não teriam o que comer.