quarta-feira, 31 de outubro de 2018


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

Bom dia... Quem são os donos da democracia..
Ou, os dois lados da democracia

A "democracia" para os países do leste europeu,(comunistas) era diferente da "democracia" para os países livres da Europa Ocidental e Américas. Antagonicamente diferentes.Tão diferentes que podemos dizer que essa tal democracia esquerdista é uma retórica estroncha da verdadeira democracia da liberdade. O PT usa apenas a retórica, na versão comportada com ou sem facas, aviões caídos, helicópteros tombados, pra exercer o poder. Teremos resistência ao progresso. Mas vindo do povo, podemos entender. Vindo do senado, das câmaras, instituições, habituados â baderna anterior, seria um erro tremendo. Daqui a 2 anos teremos mais eleições, limparemos o resto que não foi limpo. Não é Bolsonaro que tem que negociar:
Quem tem que negociar é esse resto de podres gentes e podres partidos que devem se comportar..
Podemos começar pela extradição de Batistti, o guerrilheiro, e pela reforma da Previdência para beneficiar o povo e não os protegidos do PT.. Chega de guerrilheiros.


Geopolítica O efeito Briton-Merkel, ou anglo-saxão
Primeiro foram os ingleses que enfrentaram o "pseudo-socialismo" da europa-unida, aprovando sua saída, o Brexit, mediante plebiscito.
A união européia serviu de exemplo para a Ursal.(união dos povaréus da América do Sul)... Brasil e Inglaterra distribuiam suas riquezas a fundos lulo-perdidos, à custa do próprio cescimento. A "fundição"-Lula, que fundia as nossas verbas com o Foro de S Paulo e seus amiguinhos sul-latino-americanos, promovia o desbunde alegórico-traumático da caravana dos "democratas" distribuidores de grana alheia...
Mas antes de democratas, somos brasileiros republicanos nacionalistas...
Agora Merkel da Alemanha oriental, comunista que nunca aprendeu capitalismo, e que se tem mantido balançando no poder, vai sair da política por total incompatibilidade com os alemães que veem os bancos enriquecer, eles não, e estão também cansados de contribuir a fundo perdido para a UE tal como os ingleses, para sustentar desperdiçantes gregos comunistas e latinos aproveitadores que enchem os corredores do FMI. Portugal é um destes.
Bem... Começará o meio do fim da UE, cujo inicio começou quando se reclamava de "Europa a duas velocidades" e os dos vinhos e outros "copos" no almoço e no jantar, e que viajam de crachá pra Bruxelas como quem vai de férias, esqueceram porque aproveitam a vida que sempre lhes parece curta......
Esperem as novidades...A esquerda mundial do comunismo ao socialismo, mostrou sua incompetência pra gerir seja o que for. Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa tenta passar-se desapercebido de irresponsabilidades com o Costa que não é "o Costa do Castelo".
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domingo, 28 de outubro de 2018


PLANETACHO

SOBRE GATOS

Os gatos que usam lenços brancos no pescoço são chamados de maragatos.

Dizem que os gatos têm sete vidas. Dessas, seis passam dormindo.

Os gatos sabem exatamente quais são seus vizinhos que têm telhados de vidro.

Eles não acreditam em astrologia, mas preferem quando seus donos são de aquário com ascendentes em peixes. 

 Um fio liga o corpo físico dos gatos às suas almas. São chamados de novelos.

O super-herói favorito dos gatos é Sushi Man.

Os gatos quando estão desanimados tomam...Gatorade.

Os gatos de Paris não fazem cocô. Fazem Petit Gateau.



sexta-feira, 26 de outubro de 2018


QUANDO O VERNÁCULO APANHA DA LEI
João Eichbaum

Letrada em temas prosaicos como férias, décimo terceiro, justa causa e quejandos, a senhora Rosa Weber agora está metida no mato sem cachorro do Direito Eleitoral. Pressionada pela imprensa, reuniu ministros e outras autoridades da república, para falar sobre as notícias falsas - que os papagaios de piratas americanos preferem chamar de “fake news”.

Ela começou catando palavras para o discurso: “entendemos que não houve falha alguma da Justiça Eleitoral no que tange a isso que se chama de fake News...” Mas, acabou resvalando num lapso de dialética: “gostaríamos de ter uma solução pronta e eficaz, mas de fato não temos. Se tiverem a solução, por favor, nos apresentem. Ainda não descobrimos o milagre”.

Quer dizer: sobrou esforço, mas faltou talento. Se lhe acudisse alguma intimidade com a questão, a ministra teria ao menos uma “pronta” explicação para a imprensa. Afinal, se o voto é secreto, só mesmo por milagre se poderá aquilatar a extensão, a qualidade, e o peso de uma notícia falsa “perante” milhões de pessoas.

Já o ministro da Segurança, uma das autoridades presentes à reunião, ameaçou com investigações da polícia federal “aqueles que têm a má intenção de cometer crimes contra a higidez e a credibilidade do sistema eleitoral com notícias falsas...”

Ninguém avisou o ministro que “má intenção” não é crime. A lei não é como os dez mandamentos, que punem pensamentos, palavras e obras. E outra: “má intenção de cometer crimes”? Quem é que comete crime com “boa intenção”, hein, senhor ministro?

Contagia e é responsável por meter suas excelências em tais apuros a pobreza do vernáculo do legislador, na redação do art. 323 do Código Eleitoral. Eis seu enunciado: “divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado”.

Entre outras barbaridades, o mau uso da preposição choca a quem conhece o idioma. Não se exerce influência “perante”, mas sobre alguém. O verbo influir, estruturado pelo sufixo “in”, tem o sentido de fluir “para dentro”. Por isso exige a preposição “sobre”, que arrasta consigo o peso, a pressão, a carga que opera a influência.

 O vernáculo maltratado só serve como certificado do baixo nível da cultura. A ação que o legislador garatuja, no referido art. 323, pretendendo definir um crime, jamais se materializará como conduta penal. A menos que o réu tenha a desgraça de ser julgado por analfabetos funcionais. Por que não? Pode acontecer que, no mar do notório saber jurídico, não sobrevivam peixinhos de aquário, como a regência verbal.




quarta-feira, 24 de outubro de 2018

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO

Fernando Beira-Lula quer o poder, que depois "lá" ele se vira e se desculpa de tudo...
Agora é contra o aborto, contra a corrupção do Lula, e vai comungar numa igreja cristã sem ter que se confessar. Dizem, e eu acredito. É o vale tudo petista, achando que os meios justificam os fins...O PT sempre disse qualquer coisa que depois não cumpre. MENTEM PRA CARAMBA...
Vai levar um toco político como nunca se viu na história deste país...

Diz a CNBB
"Recebi quinta-feira, 11 de outubro, o candidato à presidência da República, Fernando Haddad. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é uma instituição aberta ao diálogo com pessoas e grupos da sociedade brasileira. É comum, em período eleitoral, que candidatos de diversos partidos e grupos políticos solicitem agenda e sejam recebidos, sem a presença da imprensa.
O candidato não veio pedir apoio e a CNBB não tem partido e nem candidato. O candidato expôs suas propostas de governo e sua preocupação com o Brasil. Da minha parte, abordei com o candidato assuntos que preocupam os bispos do Brasil: a legalização do aborto, a proteção do meio ambiente, atenção especial à questão indígena e quilombola, a defesa da democracia e o combate rigoroso à corrupção. Também lembrei ao candidato o trabalho realizado pela CNBB durante a Campanha da Fraternidade deste ano que tratou, de forma profunda, da mobilização pela superação da violência.

O PT quer soltar bandido ladrão nem que tenham que ir até à 100a instância, mas para a lei, duas instâncias bastam... Isso é deboche da lei... Depois acham ruim se alguém xinga e se fazem de vítimas... Essa aí está xingando as leis de nossa constituição...
PT:
- um ex-presidente preso por corruptaria descarada
- uma ex-presidente com Impeachment que fala como deficiente mental
- Mais um candidato a presidente querendo soltar o preso e nomear a demitida...
De quem teria sido a "brilhante" ideia de achar que o povo é tão idiota que vai votar nesse PT que todos os "intelequituaizzz" já abandonaram ??...
Só pode ser a tal de cognome "amante" da lista da Odebrecht... Sucedeu ao porcaria do Falcão...
Brasil não é lixão explorado por partidos.......

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domingo, 21 de outubro de 2018


PLANETACHO

Não se sabe se o governo Temer está no apagar das luzes, ou se roubaram a fiação e as lâmpadas

Um debate entre o Eduardo Leite e o Sartori é o mesmo que uma discussão entre um vegetariano e um vegano

Neymar terminou com a Marquezine e pode estar voltando para o Barcelona ou vice-versa. Na realidade, ele anda meio confuso...

As fofoqueiras da esquina foram as precursoras das fake News  

O voto é secreto, ou melhor, era até o surgimento dos institutos de pesquisa

Com as fake News a verdade é que passou a ter pernas curtas

 Quando o Armstrong pisou na lua, em 1969, ela ainda era nova...

O embaixador da Arábia Saudita ao despedir-se de um jornalista conhecido:
- Vê se desaparece lá em casa um dia desses...


sexta-feira, 19 de outubro de 2018


ELEIÇÕES
João Eichbaum
Arrogando-se a qualidade de elite intelectual com competência para julgar a aptidão dos outros, cronistas da grande mídia e palpiteiros de menor porte têm encarado maldosamente o resultado do primeiro turno das eleições. A conclusão deles, resumindo, é essa: os brasileiros escolheram os piores.
Mal se dão conta de que desceram ao nível do “analista” Pelé, para quem “brasileiro não sabe votar”. Com a diferença de que Pelé não recorreu a termos rasteiros, frivolidades, vocabulário baixo, como estão fazendo alguns palpiteiros, que se dizem professores e escritores.
Seu lúdico rancor contra o povo os levou a criar um vocábulo sem graça, que recende a humor bilioso: “classe mérdia”. Chulo, o neologismo acaba atraindo a paródia produzida pelo velho, mas sempre atual latim: “ex abundantia animi, os loquitur”.
Vejam a contradição, na qual desemboca o indigente raciocínio desses doutores. Eles enchem a boca para falar de democracia, mas insultam o povo, que dispensou tutelas para escolher seus candidatos. Que espécie de democracia conhecem esses senhores? O que significa democracia para eles? Só representam a democracia os candidatos que lhes calham no gosto? Os candidatos dos outros, não?
Até aqui, jamais se havia praticado a democracia, no seu lídimo sentido. Nessas eleições, foi o povo que, com independência, desdenhando do poder da imprensa e da sedução da propaganda milionária, mandou seu recado: chega de políticos profissionais, chega de coronéis, desterrem-se os vícios da república, revelados por arreglos com JBS, por encontros furtivos em porões e lancherias, fugas com malas cheias de dinheiro, dinheiro em cuecas e apartamentos.
Realmente, foi a classe média que deu o tom nesse pleito, elegendo candidatos de seu estrato social: Haddad, professor, e Bolsonaro, militar reformado. Foram banidos os viciados em politicagem Alkmin e Ciro Gomes, assim como a candidata profissional Marina, e ignorados os ricaços Amoedo e Meirelles – para ficar só nesses, que poderiam ter alguma chance.
Sim, senhores, o povo mostrou, pela primeira vez, fanática e freneticamente, o que é democracia: o direito de desafiar o destino, escolhendo livremente seus governantes. Quem pretender uma democracia na qual não se inclua o povo e, notadamente, a classe média, tem que voltar aos bancos escolares, para estudar história e uma coisa chamada etimologia.


quarta-feira, 17 de outubro de 2018


 PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

Quando digo "certas coisas" uns amigos se omitem de comentar... Quando digo "outras coisas", outros amigos se omitem. Há amigos que sempre se omitem e amigos que nunca se omitem...Podem pensar que não, mas isso é muito elucidativo com 95% de acerto com margem de erro de + ou - 2% após pesquisa de 727 amigos e 275 seguidores...
Os que leem mas não comentam nada são 85% e os que não leem e por isso não comentam, são apenas 13%... Não sabem ou nunca ouviram dizer é 0%
Mas se a pesquisa fosse do Data Falha ou do Hiiiii...Bofe!, os resultados iam ser completamente diferentes, a menos que o meteoro fosse inevitável e tivessem que admitir a derrota do derrotismo nacional...

Crônica de uma noite de primavera em que lhe apareceram as hemorroidas sob pressão.
Tomou dois viagras, 4 natufibras, 2 gemadas de 4 ovos com pão de cereais e açúcar, esperou fazer efeito e a dama da noite não apareceu com aquele vestido sem calcinha... Nem o vestido, nem a calcinha nem ela, nem tinha um plano B com o Pablo Vittar naqueles dias de sofrência, de subir paredes...
Assim frustrado se deve sentir já o candidato vermelho com a barriga verde e a cara amarelada, o fundo das calças completamente marrom. Não vai poder soltar o guru dele, um bebum
Saiu na veja, em fevereiro de 2011 que Haddad prometeu o kit gay até final do ano...
Na propaganda atual de campanha, Haddad mente novamente, dizendo que não
                                                                                                 
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domingo, 14 de outubro de 2018


PLANETACHO
A coisa anda tão feia que se o gênio da garrafa disser que você faça três pedidos é bom obrigar que ele faça o teste do bafômetro

ZOO
Zoológico de Sapucaia deverá se concedido à iniciativa privada após as eleições...Os papagaios andam imitando o Alkmin acusando Doria. Eles dizem que a ideia de privatização veio dos tucanos

POR AQUI
 O Eduardo e o José disputam o segundo turno. Antes das eleições andavam juntos tipo sagu e creme de leite.

NA TV
Assistindo ao horário eleitoral gratuito, só nos conforta é o Brasil não ter terremotos e nem vulcões. E precisa?

PICLES
Oportunista inexperiente é sempre um inoportuno.
Viver de rescaldo não é sopa.
Só não era completamente inútil porque servia de mau exemplo.

ELEIÇÕES
O termo do momento é “apoio crítico”.

300
Nestas eleições os políticos recorreram mais de 300 vezes à Justiça para retirar textos da internet. A guerra nas redes sociais está criando a figura do “advogado de face”.

Ai Ui!
E pensar que o Alexandre Frota pode ser uma figura importante na área da cultura do Brasil mesmo sendo ator de filmes em que os roteiros se limitam apenas a vogais.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018


AI DE VÓS, HOMENS DE MUITA FÉ!
João Eichbaum
Algum de vocês já foi procurado por abelhudos, querendo saber em quem vocês vão votar? Ou algum amigo, parente, conhecido o foi? Vocês não acham que pesquisa e prêmio na sena são coisas que a gente só vê nos jornais, ou tem conhecimento apenas por ouvir dizer?
Atentem para o vexame dos institutos de pesquisa nas eleições. Aqui no Rio Grande do Sul, quem despontava para senador, no espalhafato das pesquisas, era José Fogaça, seguido por Paulo Paim. Em terceiro lugar, distante desse, aparecia Beto Albuquerque. Os outros se perdiam na poeira.
Mas, na contramão dos prognósticos, foi eleito Luiz Carlos Heinze com respeitável votação, seguido de longe por Paulo Paim, que não ficou muito à frente de Beto Albuquerque. Carmen Flores obteve surpreendente resposta nas urnas, deixando na poeira José Fogaça.
No Rio de Janeiro, Wilson Witzel, concorrendo por um partido de pouca expressão, o PSC, não despontava com perspectiva para o segundo turno. O medalhão e político profissional Eduardo Paes era o nome que liderava. Mas, na votação, deu Witzel, com 41% dos votos válidos, contra 19% do dito Eduardo Paes.
Em Minas, Dilma Rousseff, estrela do PT, despencou do alto das pesquisas sobre o monturo da humilhação. Como candidatos a governador, Pimentel e Antônio Anastasia, ambos matreiros políticos profissionais, apareciam como preferidos. Mas o silêncio da verdade, nas urnas, desmentiu o impudico alarde das pesquisas. Venceu Romeu Zuma, sem pedigree político e sem dinheiro do fundo partidário.
Serão tais erros frutos de incompetência ou desonestidade? Sabemos que o Brasil é um país de dimensões continentais, com uma população distribuída em vários nichos sociais, que vão da miséria a fortunas incalculáveis, da ignorância total aos pós-doutorados, do isolamento à notoriedade. Haverá instrumentos de estatística capazes de triturar tais discrepâncias, para extrair desse pó um argumento científico?

Nossa história política foi conspurcada pelo “mensalão”, pelo “petrolão”, pela JBS e por outras safadezas. Os bilhões do fundo partidário lavam as burras dos grandes partidos, que estão nas mãos de velhas raposas. Com tais premissas, só aquela fé de quem acredita em milagre pode emprestar crédito às pesquisas.


terça-feira, 9 de outubro de 2018


O INFERNO ESTÁ CHEIO DE COMUNISTAS
 Mariléia Sell

Por uma dessas coincidências da vida, duas Flávias me escreveram nesta semana. Ainda mais incrível do que o fato de serem duas Flávias é que as duas têm o mesmo sobrenome. Entendi como um sinal do universo. E sinais a gente não ignora. Não é auspicioso! Isso tem acontecido com uma certa frequência;  pessoas escrevem pedindo que eu conte as suas histórias. Generosamente, abrem seus corações e depositam toda a confiança em mim para que se vejam representadas em narrativas legitimadas. De gerações passadas, a família das duas Flávias constituiu-se nos dogmas de igrejas evangélicas neopentecostais. Contudo, a primeira Flávia está muito preocupada com os discursos de ódio contra gays nesta época de eleições nacionais: sua filha é lésbica. “Ela é a criatura mais pacífica que existe: ela é tão amorosa que é vegana porque não aceita a matança de bichos”, diz. Essa mãe não quer um país que discrimine gays, que ache que eles/as devam receber corretivos para curar-se. Essa mãe quer deseperadamente um país em que a sua filha, tão pacífica, tão do bem, tão amada, seja acolhida, seja respeitada, não seja agredida e nem morta. Sua filha é o que ela tem de mais precioso no mundo. Essa mãe não entende porque os pastores de sua igreja, declaradamente cristãos,  apoiam um candidato que incita o ódio contra gays. Que defende a tortura. Que prega o armamento de uma população cada vez mais cega pela intolerância. Que defende o “atire a pedra”, tão contrário ao que Jesus pregava.

A segunda Flávia quer narrar a sua história como uma forma de fazer justiça a sua bisavó e a sua avó. Sim, contar histórias tem esse poder de devolver a dignidade roubada das pessoas, de pessoas que nunca foram autorizadas a contar a sua própria história. Pessoas que sempre foram narradas pelos outros. Os homens, normalmente. Homens da igreja. Homens de Deus. Homens que adquiriram o direito natural de mediar a palavra de Deus para os  crentes. Os representantes legítimos de Deus na terra. Ambas, bisavó e avó,  são dissidentes de uma religião neopentecostal que prega que a mulher vale menos que o homem. Que a mulher não tem qualificação suficiente perante Deus para celebrar rituais sagrados, como casamentos e funerais. Que a mulher não pode usar as roupas e os acessórios de sua escolha. Que a  mulher não pode colorir-se em maquiagens. Que a mulher está sempre sob a tutela de um homem. Que a mulher não decide por ela mesma, precisa de autorização. Que a mulher precisa ter a sua sexualidade vigiada porque é naturalmente inclinada ao pecado e à tentação. Assim como a fraca da Eva, nossa ancestral. Ambas, bisavó e avó, apanhavam dos maridos, receberam ameaças de morte porque não obedeciam as regras da igreja. A bisavó era a criatura mais doce e pacífica desse mundo, conta a bisneta, emocionada. “Até os passarinhos vinham sentar nela”.

A segunda Flávia tinha por hábito questionar os pastores sobre algumas pregações contra os que defendiam a distribuição de renda. “São comunistas”, diziam eles. Esses mesmos comunistas que fechariam igrejas e que destruiriam a família. Os comunistas que defendem a “ideologia de gênero” e apoiam a pedofilia. Flávia também questionava o tratamento diferenciado dispensado a mulheres separadas e mães solteiras. Ela questionava o discurso que ameaça com o inferno e com o diabo qualquer pessoa que ousasse contrariar as normas, ou a palavra do pastor. Flávia procurou um pastor de sua confiança para relatar o seu medo perante os rumos do país, especialmente porque muitos pastores abriram o seu voto ao candidato Jair Bolsonaro. Ela estava seriamente preocupada porque não conseguia estabelecer nenhuma relação da palavra de Jesus, que lia desde os 10 anos de idade, com as ideias defendidas por este candidato. Ela perguntou a este pastor, que sempre lhe parecera consciente, porque tantos irmãos e irmãs defendiam algo que jamais seria defendido por Jesus. Após ouvi-la atentamente, o pastou sentenciou, com a voz benevolente daqueles que sabem o que dizem, dos autorizados por Deus: “ igreja não se mete com política”. Disse também que os comunistas vão para o inferno e arrematou: “o diabo é ardiloso para enganar os fieis com discursos sedutores”, irmã.

Flávia sentiu-se mais uma vez enganada pela igreja, assim como a avó e a bisavó. Parecia sina das mulheres da família não encontrar guarida na palavra de Deus, não encontrar amparo, não ter espaço. Ela não sabe se os pastores fazem o que fazem por medo de perder os fiéis e, consequentemente, o seu poder, ou se fazem isso por ignorância mesmo. Se for por ganância pelo poder, é uma atitude que está em franca discordância com o que Jesus pregava, acredita Flávia. “Seria como aproveitar-se da ignorância alheia para manipular e dominar”. Se for por  ignorância, continua sendo maldade, reflete ela, porque, como dizia o poeta Renato Russo,  a “ignorância é vizinha da maldade”.

Defender o indefensável em nome de Cristo  é, no mínimo, indecente. O poder, como sabemos, é disputado via discurso. E o discurso simplista, reducionista, quase infantil, tem um apelo forte entre os que precisam de um salvador, de um messias, de um pai todo poderoso, de um chefe, de um comandante para restabelecer magicamente a ordem perdida, ou o paraíso prometido. E não há necessidade de pensamentos lógicos, teoricamente embasados, para essa defesa, estamos falando de pensamento mágico mítico, um estágio anterior ao desenvolvimento racional adulto.
Mariléia Sell é Professora Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos


domingo, 7 de outubro de 2018


PLANETACHO
Palavras do dia

DEMOCRACIA é a forma de governo em que o povo elege livremente seus representantes e exerce a soberania do Estado mediante um sistema partidário pluralista, com liberdade de imprensa, de manifestação, de associação e de organização política e respeito aos direitos civis e individuais do cidadão. Mas, para muita gente isso é coisa do demo...

Já a honestidade é a palavra que indica a qualidade de ser verdadeiro: não mentir, não fraudar, não enganar. Quanto à etimologia, a palavra honestidade tem origem no latim honor, que remete para dignidade e honra. Nestes nossos tempos atuais podemos resumir dizendo simplesmente que honestidade é uma palavra... Para muitos, um palavrão.      
  
Já a cidadania é a qualidade ou condição de cidadão. Condição de pessoa que, como membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem participar da vida política. Hoje está todo mundo se achando...

A boca de urna é a expressão utilizada para caracterizar a ação de fazer propaganda eleitoral nas proximidades das seções eleitorais e no dia da eleição. A boca de urna é uma prática eleitoral passível de prisão e pagamento de multa pelo infrator. O pior é que os partidos, apesar de toda a verba que recebem, não compram enxaguante bucal para seus cabos eleitorais.



sexta-feira, 5 de outubro de 2018


STF: UM BATEL À MERCÊ DA TEMPESTADE
João Eichbaum

Lula tem a língua presa. Por isso não dá com ela nos dentes. Sabe, porém, usá-la. Não que sua cultura lhe permita rasgos egrégios. Mas o povão vê nele um líder fascinante, um guia, um taumaturgo, desses que transformam pobres em ricos, arrastam multidões atrás de si e, mesmo com discursos para boi dormir, mantém os bois acordados.

Ora, um tipo assim serve como objeto de cobiça para a imprensa. Mesmo detrás das grades, ele pode servir como tema de eletrizante reportagem. Todo mundo sabe que, de dentro da cadeia, Lula comanda seu partido, o PT, na marcha das eleições. Ele dá o toque, as dicas, as ordens, os rumos, diz quem é quem, quem faz o quê, manda e desmanda, faz tricô e chuleia.

A Folha de São Paulo, que não esconde seus amores pelo PT, resolveu aproveitar todo esse material, às vésperas do pleito nacional e quis entrevistar o preso mais falado no Brasil. Mas esbarrou na proibição da juíza de Execuções Penais, sob cuja jurisdição se encontra Lula. E esse, mais uma vez, causou rebuliço na insegura nau do Judiciário.

Contra a decisão da magistrada, jornalistas daquela empresa ingressaram com Reclamação, perante o STF e o ministro Lewandowski deferiu liminar, autorizando a entrevista. Certamente não leu, ou não entendeu o que está escrito no inciso II do artigo 989 do Código de Processo Civil: o relator pode ordenar “se necessário, a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável”.

Quem conhece o vernáculo sabe que dano significa estrago, prejuízo, deterioração de algum bem, material ou moral. E que “dano irreparável” é um prejuízo que não tem mais volta, pois não há preço que o recomponha, nem milagre que o indenize. Ora, entrevista de preso para jornal nunca foi coisa necessária. Se deixar de se realizar, ou se for adiada, não causará “dano” a quem quer que seja. Muito menos “dano irreparável”. Se fosse pedido de padre para extrema-unção, tudo bem: do inferno ou do céu ninguém volta.

Enfim, a confusão da letra da lei com sopa de letrinhas só podia dar rebu. Fux cassou a liminar do Lewandowsi, Lewandowski cassou a liminar do Fux e Dias Toffoli fez papel de diretora de escola, terminando com rusgas de crianças por causa do alfabeto: nem um, nem outro, o Tribunal é que vai ler.

terça-feira, 2 de outubro de 2018


POR QUE NÓS, PROFESSORES/AS, TEMOS O DEVER MORAL, ÉTICO E PROFISSIONAL DE NEGAR BOLSONARO?
 Mariléia Sell

Se há uma unanimidade no discurso de qualquer político e até na compreensão do senso comum é de que a educação é fundamental para o progresso de qualquer país. Entretanto, o tripé educação, saúde e segurança, de tão falados, já descambaram para um vazio semântico. Ou seja, não dizem muito, estão esvaziados de sentido. O mesmo vazio em que caíram expressões como “educar para a autonomia” e “formar cidadãos críticos”, constantes em todos os planos políticos pedagógicos de qualquer escola do país. “Educar contra qualquer tipo de discriminação” também está entre essas expressões queridinhas de qualquer projeto de qualquer escola que se preze.

Na constituição federal de 1988, no título I, dos direitos fundamentais, no artigo 3º diz que são objetivos fundamentais da república federativa do Brasil: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, tem um capítulo inteiro dedicado à educação para a diversidade como tema transversal, ou seja, um tema que deve ser tratado em todas as disciplinas. Isso quer dizer que a escola pública brasileira (e quando falo em pública falo também da rede privada porque todas as escolas lidam com o público e todas estão sujeitas às mesmas leis), pautada na legislação, tem como dever ético reforçar os laços de solidariedade, sem jamais estimular a violência, a humilhação e a segregação. Isso é lei. Está escrito no acordo máximo que o estado brasileiro tem com o povo. Precisa ser cumprido.

Em tempos de eleição e em tempos em que um candidato nega essa diversidade, ao afirmar que as mulheres devem receber salários menores porque engravidam, que ter filhas mulheres é sinônimo de uma “fraquejada”, este candidato explicitamente nega o princípio constitucional da igualdade de direitos. Ao chamar mulheres de “vagabunda” e “burra” e dizer que não estupraria uma deputada porque ela é “feia”, não é necessário estender-se nas explicações para saber do pensamento dele em relação às mulheres. Ao dizer que é favorável à ditadura e que a ditadura brasileira falhou porque deveria ter matado mais, nega o estado democrático de direito, que é o horizonte de qualquer sociedade civilizada. Ao querer armar a população, prega a justiça com as próprias mãos, prática adotada por sociedades bárbaras. Ao dizer que se tivesse um filho gay preferiria que ele estivesse morto, nega a diversidade de gênero. Ao dizer que seu filho foi bem-educado o suficiente para não se envolver com uma mulher negra, reafirma, descaradamente, o seu racismo, além de negar toda a história da escravidão no Brasil, ao dizer que os negros se voluntariaram ao trabalho forçado. Ou seja, esse candidato revela um atraso intelectual preocupante. Para os indígenas, que ele considera indolentes, ele já declarou que não demarcará “um centímetro” de terras.

Jair Messias Bolsonaro não tem uma única proposta razoável para a educação, a não ser a sua preocupação manifesta contra a doutrinação comunista e contra o que os desinformados chamam de “ideologia de gênero”. Aliás, ele demonstra uma preocupação exagerada, que renderia interessantes análises psicanalíticas, a respeito do chamado kit gay. Para evitar que os professores contaminem as crianças e os jovens brasileiros, ele propõe a educação a distância, ainda na educação básica. Ele também advoga a favor de as famílias não serem mais obrigadas a mandarem os filhos e as filhas para a escola, podendo educá-los/as em casa. Jair Bolsonaro não entende a “tara” dos brasileiros por um diploma superior, deve ser porque ele mesmo não conseguiu letrar-se em conhecimentos mínimos durante a sua formação.

Professores formados em universidades sérias, além de sólidos conhecimentos na sua área, também sabem de suas obrigações morais e éticas em uma sala de aula; é da nossa profissionalidade. Ou seja, os professores e as professoras têm o compromisso de zelar por tudo o que a teoria da área, cientificamente informada, acumulou em séculos de estudos, pois negar a ciência seria advogar pelo obscurantismo e pela ignorância, como é o caso de negar que houve ditadura no Brasil. Além disso, também têm o compromisso de observar os preceitos universais de uma educação libertadora e emancipatória, a saber, educar para a solidariedade, a diversidade, o respeito, a justiça, a liberdade. Isso tudo vem no pacote da formação de um professor e de uma professora, além de, como exposto acima, estar previsto na lei vigente do país. Por isso tudo, é dever moral, ético e profissional dos professores e das professoras posicionar-se contra tudo o que afronta os direitos da pessoa humana, assim como é dever lutar pela educação do país e não entregá-la aos desmandos de alguém declaradamente incapaz, preconceituoso, autoritário e intelectualmente prejudicado. Temos essa obrigação porque fizemos um juramento no dia em que nos graduamos. Quanto aos professores e professoras que apoiam Bolsonaro, fico me perguntando como acomodam tantos disparates ao paradigma ético pessoal e como equacionam tantas falácias ao quadro teórico de sua respectiva área.  Pela racionalidade, princípio tão caro à nossa formação, é que não é.
Mariléia Sell é Professora Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos