segunda-feira, 11 de julho de 2011

O SHOW DA VIDA

DE BOIS E DE HOMENS
João Eichbaum

A libido, já escrevi em outra crônica, é ínsita no ser humano, como em qualquer animal, por uma razão muito simples: ela é o instrumento de perpetuação da espécie. Sem libido não haveria tesão. Sem tesão não haveria cópula (hei, vocês aí, que são da época da “transa”: cópula é aquilo que vocês chamam de “transa”).
E ninguém escapa dessa lei da natureza: quem tem vida, tem libido. Os machos, sempre. As fêmeas, se humanas, só quando não estão com “dor de cabeça”.
Conheci um jovem que tinha síndrome de “down”, cujo zeloso pai o levava, periodicamente, à zona do meretrício (sim, isso já houve, uma vez), para que o rapaz se aliviasse das necessidades impostas pela libido. Só não me perguntem o que fazia o papai, enquanto o filho se saciava com alguma das moças.
Outro dia, num desses dias de inverno, um amigo, tendo que reconstruir um aramado, passou uma tarde inteira açoitado pelo minuano e salpicado por uma dessas garoas que regam o Rio Grande do Sul, nos meses de julho e agosto. O aramado havia sido destruído durante uma briga entre um boi de canga e um touro.
Sabem por que?
O seguinte. Uma das vacas estava no cio e, farejando a oportunidade, um dos touros da fazenda se aproximou da dita cuja, para encetar o namoro. E vocês sabem como é: com touro não tem essa de “preliminares”. Vendo aquela cena, um dos bois, preso num cercado, sentindo que estava sendo passado para trás, não agüentou: furioso, derrubou o arame farpado e, mesmo vertendo listas de sangue, se pôs em luta contra o touro, para conquistar a fêmea, ou a sua parte na dita cuja.
Como vocês podem imaginar, foi feia a briga, uma rebordosa de guampaços de sair chispa. Um corneado e outro prestes a sê-lo se atracaram, bufando.
Então, sobrou para o meu amigo: teve que reconstruir o aramado destruído numa luta provocada pelas exigências da natureza.
A história dos homens está recheada de casos semelhantes. Hoje, até nem tanto. Com a liberação sexual da mulher, os cornos são corneados e nem ficam sabendo. O comportamento sexual dos primatas humanos os está afastando cada vez mais das origens, numa espécie de “trailer” do que irá acontecer: ninguém mais será de ninguém.
Pelo andar da carreta, não será surpresa se o STF brasileiro assim o decidir.

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