RETRATO FALADO
Agora, para o Estadão,
ficou bem claro quem é o Lula. O retrato do ex-torneiro mecânico, que trocou
essa produtiva profissão pela ambição de carreirista, foi pintado com impiedoso
realismo no editorial intitulado “O Umbigo do Lula”, na edição do dia 27
último.
Para compor
literalmente a imagem do ambicioso político, a editoria pinçou substantivos e
adjetivos que revelam a personalidade do doutor em filosofia do ridículo, com
diploma conferido pela natureza.
Não são incomuns, na
velhice, certas qualificações negativas que comprometem os seres humanos como
integrantes do grupo social. Incomum é acúmulo de várias delas numa só pessoa.
Principalmente quando essa pessoa é tida como líder numa nação. Do texto
jornalístico transparece essa intenção: a de mostrar que o Brasil não pode ser
exposto no concerto internacional como país dominado pela pobreza intelectual
de um “envelhecido líder progressista”.
Narcisismo, cinismo, sectarismo, demiurgo,
megalomania, incapacidade de articulação, falta de humildade, quimeras
irrealistas, cinismo em estado bruto são palavras usadas no editorial, que
desembocam no “comportamento grotesco”, duma “leviana e irrelevante figura”.
Não se trata de
execração pública, descompostura banal, ou de um xingamento de baixo calão, como
a muitos poderia parecer, mas do puro e simples retrato social do Lula, tal
como ele é. Trata-se da imagem de uma criatura, que é analisada e considerada estritamente
do ponto de vista de sua representação na sociedade.
Qualquer cidadão pode
acumular qualificações negativas, porque a perfeição não é um atributo imanente
à natureza animal. Mas, todo o cidadão, escolhido que seja como representante
de um grupo social com a relevância de uma nação, tem mais a obrigação de se
comportar como modelo de virtude do que enxertar no cargo as fraquezas, as
impropriedades e, sobretudo, as frustrações de seu ego.
Para fugir da pobreza,
da fome, da miséria que o cercava em sua terra natal, Lula buscou lugar na
romaria da esperança, que leva nordestinos para a cosmopolita São Paulo. Lá
teve a sorte de ser brindado com um emprego que lhe deu a profissão de torneiro
mecânico. Aí, se aproveitando disso, talvez por ser mais atilado do que seus
colegas, viu no sindicalismo o caminho para sair do anonimato.
A inclinação natural
pela verborragia o levou aos píncaros da associação sindical. Nessa posição,
teve o privilégio de dialogar com a classe dos patrões. Foi o primeiro passo
para trocar a profissão de torneiro mecânico pela de “carreirista”, da qual não
desistiu, enquanto não se tornou presidente da república.
A verborragia lhe serviu
de instrumento para que se sentisse o pai dos pobres, o exterminador da
pobreza, a esperança dos necessitados, um demiurgo que desfila na passarela do
universo, esbanjando graça e harmonia, capaz de terminar guerras na base da
saliva. A imagem que fazia de si mesmo o encheu de vaidade.
Mas dessa vez não deu
certo. Ao regressar da Assembleia da ONU, onde produziu previsíveis disparates
e torrou o dinheiro dos contribuintes com um cortejo de acompanhantes inúteis, o
pai dos pobres deu com seu retrato no Estadão.
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