domingo, 11 de fevereiro de 2024

 

O CONSOLO NESSE CALORÃO

 

A natureza dinâmica do universo, mercê de suas reações químicas, é que comanda a vida na terra e o comportamento de outros planetas. A terra, por exemplo, obedece ao movimento de translação, girando em torno do sol. O sol, por sua vez, cuja superfície é composta por um gás carregado de eletricidade e quente, o plasma, gira em torno de seu próprio eixo, num espaço de tempo correspondente a trinta e seis dias do calendário gregoriano. E milhares de planetas e asteroides giram em torno dele.

 

Nós, homens, como todos os outros animais, assim como o mundo vegetal, somos produtos desse dinamismo. Tudo isso trocado em miúdos significa que somos pura química. Ora, o que é dinâmico, movido a química, provoca reações naturalmente evolutivas.

 

A reação química mais exigida, por ser a mais prazerosa para o gênero animal, que é a corrida de espermatozoides em busca de óvulos, provocou essa bilionária população no planeta terra. Não será necessário dizer que, para viver mais e melhor do que os outros animais, o homem fez uso de todos os recursos que a natureza lhe proporcionava e, com isso, provocou algumas alterações químicas no planeta terrestre. Daí nasceu a conclusão de que tais alterações está atiçando o aquecimento solar.

 

A partir dessa conclusão, líderes políticos de todo mundo resolveram se reunir, de tempos em tempos, para tratar de limitações das atividades humanas supostamente nocivas, carregadas de força capaz de trazer o sol para mais perto da terra.

Tais reuniões, divulgadas como importantes acontecimentos para a sobrevivência da humanidade, como não podia deixar de ser, geraram fanatismo pelos quatro cantos desse planeta. Afinal, o que não falta entre os homens são aqueles com tendência para assimilar com facilidade qualquer lavagem cerebral.

 

Só que, nessas tais reuniões, quem se tem por autoridade são os políticos, e não pessoas altamente qualificadas, como historiadores, físicos, químicos, astrônomos, geógrafos. A mais recente delas foi patrocinada por pessoas que acumulam reinos e riquezas, levantando arranha-céus no deserto, escarafunchando terra e mar em busca do petróleo, que é utilizado nas principais atividades geradoras do anidrido carbônico. Esse, por sua vez, provoca chuva ácida, desequilibra o efeito estufa e polui e ar.

 

O Brasil, para ser bem representado nessa pantomima terrestre, esteve lá na pessoa do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e da Marina, também da Silva. Imaginem, se cada país lá se fez representar por pessoas do nível cultural do Lula e da Marina. Sem contar a Janja.

 

Pelos noticiários, que só mencionam políticos e líderes de qualquer coisa, não se tem notícia de que teve preponderância a palavra de um cientista qualificado. Até porque, dificilmente se encontrará alguém cujo currículo científico compreenda todas as áreas exigidas para a análise das mudanças climáticas no planeta terra.

 

O homem não tem potencial para dominar todos os caprichos da natureza. Ela, a natureza, muda, porque segue o ciclo dinâmico do universo.

 

Então, nesse calorão, que nos console o chope, com aquela cor de loira amorenada pelo sol...

 

 

 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

 

UM PODER ACIMA DE TUDO ?

O senhor Alberto Delgado Neto, que assumiu a Presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, falou e disse. Disse justamente aquilo que o povo, pagador dos altos salários do funcionalismo, não queria ouvir. Falou com má inspiração política e sem a retórica parcimoniosa que se supõe seja um apanágio da magistratura. Quase simultaneamente, a transparência internacional publicava sua avaliação de desconfiança na independência da Justiça brasileira.

Segundo Zero Hora, “o desembargador reforçou o papel do Judiciário no atual contexto político, o papel “contramajoritário” que muitas vezes é adotado pela Justiça e salientou a responsabilidade do poder de “resguardar o estado das coisas”.

Papel do Judiciário no atual contexto político? Por acaso o Judiciário é catecúmeno de algum catecismo político? Engana-se o povo, quando pensa que o papel fundamental do Judiciário é cumprir e fazer cumprir a Constituição?

Sim, o que o povo quer está na Constituição e não em papéis teatrais que servidores do Estado querem desempenhar, para impressionar, com suas performances, o público pagante. O que povo quer está na Constituição, porque essa foi escrita e promulgada por representantes legítimos do povo. Maus representantes, talvez. Talvez medíocres políticos, que vendem seus votos, quaisquer que eles sejam, trocando-os por cargos públicos ou verbas a serem torradas para satisfação de interesses pessoais. Mas, em se tratando de regime democrático, sejam eles o que forem, os políticos representam o povo, com suas múltiplas facetas e caracteres, que vão do santo ao criminoso.

 O poder emana do povo. Quem governa é o povo, através de seus representantes, pessoas que ele escolheu, levado por afinidade política ou por interesses próprios. E, se assim é, o povo não pode se tornar escabelo dos pés de quem detém o poder.

Não cabe ao Poder Judiciário “resguardar o estado das coisas”. Compete-lhe, sim, resguardar a Constituição, para que ela não seja rasgada por maus políticos ou maus juízes. Que outras “coisas” pretende o Poder Judiciário resguardar? Os privilégios? As mordomias? Os benefícios que desrespeitam o princípio da isonomia?

Choca, porque subverte conceitos axiológicos, a afirmação do desembargador, segundo o jornal, de que “a missão” do Poder Judiciário é a de “contrariar a todos, se necessário, para resguardar um direito individual, por vezes até de um cidadão”. O Poder Judiciário deveria, sim, lamentar, se alguma vez tivesse que sobrepor a vontade de um indivíduo a toda a sociedade. Não existe homem nenhum com direitos maiores do que os do seu grupo social. Na mais remota e inimaginável hipótese de haver conflito de direitos entre o indivíduo e a sociedade, compete ao Poder Judiciário a missão, essa sim, sublime missão, de harmonizar os interesses de um e de outro.

Palavras que lembrem conceitos de Justiça, Direito, Harmonia, Honra e Segurança não são mencionadas no jornal, para animar os cidadãos gaúchos com a certeza de que seus direitos fundamentais serão sempre resguardados pelo Poder Judiciário. Mas, o discurso mais parece uma peça que soaria muito bem nos ouvidos do senhor Barroso.