sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

NÓS, PRIMATAS

O ESTERCO DO DIABO

João Eichbaum

Uma das marcas mais gritantes da religião católica é a hipocrisia. Minha única dúvida é se ela começa nos fiéis e contamina a hierarquia da Igreja, ou vice-versa.
Sabem aquele ditado “façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço”?
Cabe como uma luva na Igreja Católica.
Precisa dizer mais alguma coisa, além de lembrar os padres e os bispos pedófilos?
E aquelas carolas que vivem rezando “terço”, tomando comunhão e se ocupando da vida do próximo? E aqueles senhores endinheirados que frequentam a lista dos benfeitores da Igreja, graças aos negócios escusos que lhes proporcionam lucros vultosos?
Pois agora, para fornecer mais argumentos que alimentam a minha tese da hipocrisia, aparece o tema desse bla-bla-bla anual, chamado “campanha da fraternidade”.
O bla-bla-bla desse ano é contra o dinheiro, que o padre Fioravante Trevisan, nos meus tempos de criança, chamava de “esterco do diabo”, contra o capitalismo e o lucro.
Algum de vocês aí tem tanto capital quanto a Igreja Católica?
E as riquezas do Vaticano? E o comércio turístico da Igreja Católica? Você entra de graça no museu do Vaticano? E o banco do Vaticano serve para quê? Para juntar dinheiro e distribuí-lo entre os pobres?
Você já mandou rezar missa por algum defunto querido, sem pagar nada? Você casou na igreja, de graça? E a catequese para as crianças, o ensino do caminho para a “salvação da alma” é de graça? E o que é que o padre faz com o dinheiro dos neófitos, quando é certo que as catequistas trabalham de graça?
E o dízimo, hein? O dízimo é lei, vocês sabiam? É lei dentro da Igreja, é um dos seus mandamentos: “pagar o dízimo, segundo os costumes”. E o dinheirinho aquele que pinga nas caixinhas de “espórtula” durante a missa?
“Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço” é a máxima que sustenta a religião católica. O lucro é pecado para os outros, isto é, para os que não pertencem à hierarquia da Igreja Católica. O dinheiro é o “esterco” do diabo. Mas sem dinheiro, isto é, sem esterco do diabo a Igreja não vive. E, pior que isso, ganha o dinheiro do diabo, sem trabalhar, sem produzir, sem esforço, sem suor no rosto.
A renúncia ao luxo e às riquezas, que o “judeu aquele” - como diria o Janer Cristaldo – pregava, não encontrou ressonância alguma no cristianismo da Igreja Católica. Ou vocês acham que o luxo e a pompa do Vaticano não despertaria os costumeiramente irascíveis discursos do Filho do Espírito Santo?
Falo da Igreja Católica, porque sua hipocrisia me incomoda. Mas, nenhuma Igreja, nenhuma religião vive sem dinheiro, nem seus dirigentes sem uma nababesca vida. Religião é negócio. Que o digam Edir Macedo e outros menos votados. A diferença está em que essas outras religiões, que não a católica, não se metem de pato a ganso, proibindo coisas que elas praticam abertamente, porque delas não podem abrir mão. Ou seja, não são hipócritas.
Ah, antes que me esqueça: a arquidiocese do Rio de Janeiro está exigindo da Columbia Pictures uma indenização pelo uso indevido do Cristo Redentor no filme “Catástrofe 2.012”.
No tempo do “apóstolo” Judas, antes da crucificação, a cota do Cristo estava em 30 dinheiros. Atualmente, já crucificado, quanto valerá ele?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

COM A PALAVRA, JANER CRISTALDO

JUIZ DEFENDE SAGRADODIREITO DE DELINQÜIR


Bolsa-assassinato. Bom achado, meu caro Vinicius! É a decorrência lógica das bolsas-terrorismo, as gordas recompensas com as quais foram premiados os celerados que um dia quiseram fazer do Brasil uma grande Cuba.
Se o Estatuto da Criança e do Adolescente – o famigerado ECA – determina que um adolescente criminoso não pode ficar preso por mais de três anos, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos entendeu que o assassino corria o risco de ser morto.
Na Folha de São Paulo, leio declaração de Carlos Nicodemos, coordenador executivo da ONG Projeto Legal, responsável pelo programa de proteção no Estado do Rio, afirmando que a Vara da Infância e da Juventude do Rio recebeu informações sobre ameaças que o acusado recebia de outros internos do Instituto João Luiz Alves, na ilha do Governador, onde esteve detido até duas semanas atrás. Para se proteger, ele ocupava um setor isolado da entidade.Como o coitadinho do assassino recebeu ameaças, foi transferido para um lugar considerado seguro. Segundo Nicodemos, receberá subsídio em dinheiro e terá assistência psicológica. Não é cobrada contrapartida. O ameaçado não precisa estudar nem trabalhar.
Ora, este é o sonho não só de todo adolescente, como de muitos outros criminosos no país. A única exigência, segundo o advogado, se refere ao sigilo. Se revelar ser beneficiado pelo programa, E. pode ser descartado. Quer dizer, se contar que está na Suíça, corre o risco de perder a bolsa-assassinato.
O país acordou perplexo ao saber que um assassino vai receber aquilo com que todo brasileiro sonha: segurança física e econômica. É o prêmio para quem mata, concedido pela tal de Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Ocorre que a nação já está anestesiada. Este Brasil que elegeu um analfabeto para presidente da República, aceitou a bolsa-terrorismo – criada por Fernando Henrique Cardoso, diga-se de passagem – sem tugir nem mugir.
No governo Lula, a recompensa aos criminosos foi generosamente multiplicada. Se a União paga hoje R$ 2,6 bilhões aos celerados do século passado, calcula-se que esta conta possa chegar a R$ 4 bilhões até o final deste ano, quando a Comissão de Anistia espera concluir mais 9.000 pedidos de reparação.
Ora, se o Erário – leia-se contribuinte – pode pagar quatro bilhões à bandidagem ideológica, pode muito bem largar algumas merrecas a um matador de criancinhas. O juiz Iasim Issa Ahmed – administrador do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (Ppcaam) – declarou hoje ao Estado de São Paulo não ter dúvidas de que as garantias e a proteção oferecidas a um dos assassinos do menino João Hélio Fernandes são importantes. "É função do Estado garantir a dignidade humana", diz. E vai em frente: “Quem faz do crime um meio de vida, por exemplo, precisa ter as mesmas garantias constitucionais de qualquer cidadão”.
Temos então um juiz defendendo o direito de delinqüir. Cesse tudo o que a antiga musa canta, que um valor mais alto se alevanta. Todo criminoso tem o sagrado direito de exercer seu ofício. Exceto o cidadão comum, é claro, que pode ser assassinado para que seu assassino ganhe uma bolsa.
Não entende-se então porque Leonardo Ruan, o Leozinho, está na cadeia. Muito menos aquele outro operoso cidadão, o Marcos Willians Herbas Camacho. Antes que me esqueça, estes senhores são mais conhecidos na imprensa como Fernandinho Beira-Mar e Marcola.
Cidadãos naturalmente ameaçados pela concorrência, não têm hoje garantia constitucional alguma para o exercício de suas profissões. A julgar-se pela lógica da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, deveriam estar protegidos pelo Estado, gozando de nova identidade em lugar incerto e sabido, pelo menos pelos responsáveis por sua justa remuneração.
Precisamos assegurar a estes profissionais as mesmas garantias constitucionais de qualquer cidadão. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos está sendo inoperante.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

NÓS, PRIMATAS

SEM PROTEÇÃO

João Eichbaum

Há coisa de dois anos atrás, na Itália, um terremoto, como não poderia deixar de ser, causou destruição, matou várias pessoas, deixou outras sem moradia, etc. Mas o maior estrago, na concepção da imprensa internacional, foi o causado numa igreja de inigualável beleza arquitetônica, erguida, se não me engano, no século XII, e dedicada ao chamado São Francisco de Assis.
Há uns três meses atrás, no interior de São Paulo, uma igreja, também antiga e bela, veio abaixo, destruída pela fúria das águas que derrubaram montanhas – coisa que nunca vi a fé fazer.
No Haiti, só para relembrar o que todo mundo já está cansado de saber, impiedoso terremoto derrubou a igreja na qual estavam padres, pessoas piedosas, gente ligada à religião, como a dona Zilda Arns, irmã do arcebispo Paulo Evaristo Arns, tida e havida como heroína e missionária na causa de caridade cristã.
Num ato litúrgico em Roma, foram derrubados o papa Joseph Ratzinger e um de seus cardeais, que foi parar no hospital, com fraturas.
Na edição de ontem, o jornal Zero Hora noticia que “ a catedral gótica de Frederico Westphalen, na Região Norte, pode ganhar um elemento arquitetônico inusitado e polêmico: cercas”.
O dono da idéia da cerca não é ninguém menos do que o bispo da cidade, Antônio Carlos Rossi Keller. Diz o bispo que “já ocorreram ali destruição, agressões e roubos. Temos que pensar na segurança dos fiéis que freqüentam a catedral diocesana, nos padres que ali habitam e nas pessoas que transitam no entorno”.
O bispo, portanto, só acredita na proteção das cercas. Não disse uma palavra sobre o “Deus” aquele, a quem ele atribui bondade, misericórdia e poder e a quem teria o dever profissional de recorrer.
Bem, tudo isso só me leva a uma pergunta: qual é a de “Deus”, que faz ouvidos moucos às preces e não protege seus sagrados templos, nem as pessoas que dedicam sua vida à religião, à caridade, ao amor ao próximo, e não botam dinheiro nas cuecas, nem nas meias?
Alguém aí me explica?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CRÔNICAS DEVOLUTIVAS

SARCÓFAGOS
Paulo Wainberg


A marmelada é coisa boa: Significa que você aprecia o doce ou gosta de uma transa pegajosa?

Você é narrador de futebol: A bola é lançada para a direita, Cafu corre, chega antes do adversário, finta, recua a bola para Lúcio, Lúcio devolve para Cafu, Cafu chega à linha de fundo, atenção, novo drible, Ronaldinho está na área, Cafu cruza, Ronaldinho de cabeça e Goooool do Brasil. Que jogada! A qualidade do time brasileiro é insuperável, Cafu deu um passe milimétrico.
Cafu deu...?

Você é alpinista escalando a montanha. Após sacrifícios, chega ao topo e deslumbra-se com a façanha. Anota no seu diário: Aqui estou, no alto da montanha, olhando para o mundo lá embaixo. Atingir o cume proporciona um prazer insuperável!
O cume proporciona...?

Cacófatos imperdoáveis, meu amigo.

Não sei se vocês sabem, cacófato é a forma viciosa de linguagem resultante da união de sons desagradáveis ao ouvido, ou cuja assonância dá idéia de sentido diferente, em geral ridícula ou agressiva ao decoro e aos bons costumes, o que não deixa de ser um conceito bastante conservador. Para o meu gosto, é verdade.
O termo cacófato tem tudo para ser um cacófato e, só não é, por se tratar de uma única palavra: Horrorosa, escacofática e fuleira.
Mãos, temos duas. Como falar de uma, sem praticar um cacófato imperdoável: uma mão?
Antigamente, nos primórdios do século XX, quando os cuidados com o vernáculo atingiam limites de soberba por parte de críticos literários, pedantes e frustrados de então, alguns escritores usavam o artifício: u’a mão, ridículo e tão inexistente, na língua portuguesa, quanto a palavra que inventei no parágrafo anterior.
Tentavam evitar a avalancha crítica, irônica, sarcástica, minudente e pretensiosa que, sobre seu texto cairia, caso escrevessem, hereticamente: Uma mão.
“Com uma mão” é a glória do cacofatismo, só superada por “Comi um mamão”, fruta aliás bastante saudável no café da manhã e que recomendo fortemente.
Sob o ponto de vista sartriano: O ser e o nada estão tão (olha o cacófato imperdoável aí!) próximos que se confundem. Existência e essência não se dispensam: Cacófato imperdoável, sendo ‘imperdoável’ a essência da existência do cacófato.
O cacófato é, por definição, imperdoável. E como perdoar um cacófato, valha-me Deus?
Sob a ótica da lógica formal, podemos construir silogismos verdadeiros e falsos silogismos:
“Toda a pedra é dura. Eu sou uma pedra. Logo eu sou duro”. Silogismo perfeito, a premissa maior, a premissa menor e a conclusão correta.
Porém: “Toda a pedra é dura. Eu sou duro. Logo eu sou uma pedra” é o falso silogismo.
Por que? Porque a premissa menor ‘eu sou duro’, não é universal, isto é, existem muitas coisas duras, além da pedra, então como concluir que, sendo duro, sou uma pedra? Poderia ser uma madeira dura, um vidro duro, poderia utilizar – ó horror! – a gíria, para definir minha situação financeira, poderia estar me referindo a um infindável número de coisas.
“Todo cacófato é imperdoável. Eu sou um cacófato. Logo, eu sou imperdoável”. Silogismo perfeito.
“Todo cacófato é imperdoável. Eu sou imperdoável. Logo, eu sou um cacófato”. Falso silogismo.
Eu posso ser imperdoável por outras coisas: Não levantar a taboa da privada; escrever bobagens múltiplas; esquecer a chave dentro do porta-malas. Tudo isso e muito mais me torna imperdoável e, nem por isso, me faz ser um cacófato.
Porém, uma vez cacófato, serei irreversivelmente imperdoável.
Posso encher páginas e páginas com exemplos de verdadeiros e falsos silogismos e outras tantas páginas com exemplos de cacófatos imperdoáveis, o que não é nenhum mérito, qualquer um pode fazer isso. Aliás, eu nem estaria falando neste assunto, não fora ter sido gentilmente provocado por você sabe quem.
Concordo: é melhor não cometer cacófatos imperdoáveis do que cometê-los. Concordo, é melhor revisar o texto com cuidado, antes de torná-lo público. Entretanto, cacófatos imperdoáveis acontecem, eles são sorrateiros, vivem à espreita para pegar o escriba de surpresa, apanhá-lo pela garganta e trucidá-lo. Isto é verdade, nem você pode negar.
Por essa razão, peço desculpas por todos os meus cacófatos imperdoáveis, passados, presentes e futuros. Escritores, ao contrário dos cacófatos, podem ser perdoados, talvez.
Chega o momento culminante: Responder ao que todos se perguntam:
– O que o título desta crônica – Sarcófago - tem a ver?

Respondo:

– Nada! Absolutamente nada! É outra palavra feia que quase rima com cacófato.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PORQUE NÃO ACREDITO NA JUSTIÇA

BATISMO CAUSA DANOS MORAIS

João Eichbaum

Eu não conheço pessoalmente a senhora Nancy de Fátima Andrighi, que é ministra do Superior Tribunal de Justiça. Não sei se ela se submeteu a um concurso específico para o cargo de juiz, ou se entrou pela porta dos fundos do Poder Judiciário, como tantos outros ministros e desembargadores que se tornaram juízes por terem bons padrinhos.
Pois essa ministra condenou um homem a pagar uma indenização no valor de cinco mil reais para a ex-mulher dele, por “danos morais”.
E vocês sabem qual foi o “dano moral” que ele causou? Ele simplesmente levou o filho para ser batizado na Igreja Católica, sem a presença da mãe.
Em sua decisão a ministra Nancy afirma que “as responsabilidades sobre os filhos com menos de 18 anos devem ser igualmente repartidas “e, por conta disso ela considerou ter havido dano moral pela privação do direito da mãe em participar de “ato único na vida de seu filho”.
Ao dar tamanha importância ao ato do batismo, a ministra demonstra que julgou com base em suas convicções religiosas. Em outras palavras: não agiu com imparcialidade, foi tendenciosa. Não agiu como juíza, agiu como freira, e acho que um hábito que lhe caberia melhor do que a toga, a partir do seu conceito de “dano”, o que autoriza a pensar que o direito que ela conhece é do tempo em que o Estado dependia da Igreja, por medo da inquisição.
Todo mundo sabe o que é um “dano”. O dano é um mal, um prejuízo, uma deterioração física ou psíquica. Não existe dano moral sem dor moral. Assim sendo, qual foi o prejuízo, a deterioração psíquica, a dor, o mal sofrido pela mãe da criança, por não ter sido convidada para o batismo?
Mas, não é só isso. O dano, de acordo com o art. 186 do Código Civil, só será indenizável se for causado pela violação de um direito.
Mas o “direito”, dentro de um Código Civil não tem sentido comum. O termo “direito”, quando usado pela lei, significa um “bem jurídico”, protegido especificamente pelo ordenamento jurídico vigente.
Então, qual é a lei que outorga à mãe e ao pai o “direito” de estar presente ao batizado de um filho, hein, senhora Nancy? E como poderia ter sofrido “dano moral” a mãe da criança, se não providenciou ela própria no batismo do filho, que só foi batizado quando tinha dois anos?
Senhora Nancy, o verdadeiro juiz tem perspicácia. Ele sabe distinguir entre a autêntica postulação jurídica e o oportunismo para ganhar “indenização” fácil.
E tem mais, senhora Nancy: o divórcio dissolve o casamento, o ex-marido e a ex-mulher não têm obrigação nenhuma com o ex-cônjuge, salvo as estabelecidas especificamente na sentença. Assim, tanto o pai quanto a mãe não estão obrigados a dar conta de seus atos, desde que esses não venham a causar prejuízo aos filhos do casamento dissolvido.
Ao levar o filho para a pia batismal, o pai exerceu o seu direito à crença, e quem exerce um direito não comete ato ilícito.
A senhora sabia disso, dona Nancy? Se não sabia, leia o Código Civil e ficará sabendo. Está no art. 188, inc. I.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O MELHOR É RIR, PARA NÃO CHORAR

REPASSANDO E-MAILS

Para os chineses, 2009 foi o ano do BOI.

2010 é o ano do TIGRE.

Felizes são eles que, a cada ano, trocam de animal.

Nós já estamos há 7 anos com o BURRO!!!! E se não soubermos votar, 2011 será o ano da JUMENTA!!!!!!!

AO LADO DO LULA

Resolvi ficar ao lado de Lula Que me desculpem os meus amigos, e por favor não me critiquem, mas após esfriar a cabeça e analisar melhor a situação atual, considerei melhor.... e mudei..... de agora em diante, ficarei ao lado do Lula!

Se eu ficar atrás... Ele me caga. Se eu ficar na frente... Ele me fode!
Como não há alternativa, resolvi ficar ao lado dele...
ENTÃO, PENSANDO BEM, CONCLUI QUE QUANDO TUDO VOLTAR AO NORMAL...
Será o dia em que: GENUINO será algo verdadeiro;
- GENRO apenas o marido da filha;
- SEVERINO apenas o porteiro do prédio;
- FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
- LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
- GREENGALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;
- Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini,Gedimar,Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken, etc, serão simples... presidiários.
- E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.
Agora, quando olho meu titulo de eleitor, entendo o verdadeiro significado do nome 'ZONA ELEITORAL'

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

GRANA e IBOPE

João Eichbaum

Dia desses me chamou atenção uma manchete no jornal Zero Hora: “GOLPE NA MÁFIA CHINESA – APREENDIDAS 15 TONELADAS DE PIRATARIA NO LITORAL NORTE”.
“Toneladas de pirataria”. Pirataria se pesa?
Inventaram um novo sentido para a palavra “pirataria”, cujo significado original designa os atos praticados por piratas.
Pois, os piratas da nossa infância - no tempo em que criança lia - eram figuras lendárias, tanto más quanto boas, tinham perna de pau, “olho de vidro e cara de mau”.
Hoje para os jornalistas que não sabem escrever e ignoram o verdadeiro sentido das palavras - porque isso lhes convém para preservar os interesses das multinacionais que os sustentam – “pirataria” é o ato de reproduzir produto patenteado.
A reprodução de produtos patenteados por multinacionais, que mantêm jornais e jornalistas, é coisa de pobre inteligente. O pobre inteligente não tem dinheiro para capital de giro, muito menos para bancar jornalistas. Então o que lhe resta é captar um dinheirinho com a sua inteligência e sua capacidade criadora, mas sempre sujeito à perseguição das multinacionais que mandam no mercado, nos jornais e na polícia.
Vocês sabem quantos policiais participaram do “golpe na máfia chinesa”? Nada menos do que 260.
É isso mesmo: 260 policiais retirados da nossa segurança, para prestarem serviços aos jornais e às multinacionais.
O povo, que pede policiais nas ruas, não merece consideração. O que merece consideração é a grana das multinacionais. Para isso, até camelô se torna “mafioso”.
Grana, gente. É a grana que manda no mundo e a polícia anda sempre atrás da grana.
Depois da grana vem o ibope. Juízes, que ganham muito bem, não andam atrás de grana, andam atrás de ibope. Então, alguns soltam bandidos, assaltantes, em nome dos direitos humanos, outros mandam prender, sem prova nenhuma, pessoas de nível social elevado, só para atrair ibope. Prender um médico dá ibope. Pouco importam os direitos humanos que a Constuição assegura, como a ampla defesa, o contraditório, a presunção de inocência. Primeiro se prende. Depois a gente vê se é inocente. O que vale é o ibope, o nome do juiz vai aparecer no jornal.
Justiça? Onde?
Grana e Ibope. Isso é o que importa. E nós, contribuintes, pagando policiais e juízes.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

ONDE ESTÁ A MINA DO GOVERNO?

João Eichbaum

Sob o título “Multas em Alta Velocidade”, li, outro dia, excelente artigo do doutor Fernando de Oliveira Souza, médico. O artigo analisa matéria publicada pelos jornais sobre as multas por infração de trânsito aplicadas no ano de 2009. A matéria, evidentemente, era encabeçada por manchete aterrorizante, que induzia a pensar que todo o motorista é um criminoso em potencial, tais e tantas foram as multas impostas.
Mas, o doutor Fernando pondera bem: o “excesso” de velocidade estava entre 100 e 120 km por hora, “com carros seguros, em rodovias em bom estado de conservação e com boas condições de trafegabilidade”. O articulista parte dessa premissa para dizer que o limite de velocidade de 80 km por hora “é antiquado, ultrapassado (em todos os sentidos) e não condiz com a realidade dos fatos. Ou seja, a tecnologia dos automóveis, algumas transferidas dos carros da F-1, como controle de tração e estabilidade, tornando-os os mais seguros, associada às boas condições de algumas rodovias, tornam no mínimo anacrônico esse limite de velocidade”.
Conclui o doutor Fernando, invocando sua condição de médico, com experiência em resgate de acidentes automobilísticos, que, salvo raras exceções, não é o excesso de velocidade e sim a velocidade combinada com a ingestão de bebida alcoólica o fator responsável pelos acidentes.
Mas, acrescento eu: os governos estão se lixando para os acidentes. O que eles querem é arrecadar. E muito mais importantes são as multas do que qualquer prevenção.
O articulista tem razão ao afirmar que 80 km por hora é limite anacrônico, diante das boas condições das estradas e da segurança que oferecem os automóveis modernos. Comparar uma Mercedes a um Fusquinha e impor o limite de 80 km por hora para ambos só pode ser coisa de gente burra, insensata ou apenas interessada na arrecadação. Quantas Mercedes, quantos BMW, quantos Audi se envolvem em acidentes? Alguém já fez as contas?
Em compensação, Opalas, Fuscas, Fiatizinhos, Brasilias, Chevettes, etc. volta e meia estão nas manchetes.
E mais, como assevera o doutor Fernando, as multas são arrecadadas em estradas de ótimas condições. Você já viu algum policial em estradas esburacadas, em estradas de chão? Claro que não. Ali não interessa a segurança, porque em tais estradas não se arrecada. Os carrões estão nas estradas boas e os donos dos carrões têm dinheiro. Portanto é lá que está a mina do governo. E dê-lhe multas.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

COM A PALAVRA, JANER CRISTALDO

EM REPÚDIO AO PEQUENO HOMEM

O mundo está cheio de pessoas lindas. Mas as abomináveis são legião. Entre estas, as que acham que sabem porque ouviram dizer. Que não lêem livros nem jornais, mas recebem informações por televisão. E que, por ver televisão, acham que entendem o mundo.
Tropeço às vezes com essa gente. Cara, quem és tu para contestar o Sílvio Santos? O Sílvio Santos tem um grande público. A ti, ninguém conhece. Que tens contra o Lula? Tu não ganharias eleição nem pra síndico. O Lula tem sucesso. Já é candidato a Nobel. Qual é tua bronca com o Paulo Coelho? O Paulo vende milhões de livros em dezenas de línguas, tu não consegues vender teus livros nem no Brasil. Que autoridade tens para contestar o papa? O papa é o líder da cristandade, e tu não consegues liderar nem mesmo teus vizinhos de condomínio.
Com estes interlocutores, não adianta argumentar. Se o Sílvio Santos tem sucesso, se o Lula tem sucesso, se o Paulo Coelho tem sucesso, se o papa tem sucesso e você não tem sucesso, então você não vale nada. É a idolatria das celebridades. O pior é que agora, com os tais de Big Brothers, surgem celebridades do nada. Alguém é célebre porque a televisão decidiu que é célebre e estamos conversados.
Em função deste culto do sucesso, perdi inclusive um amigo, empresário de muitos milhões de dólares. Eu lhe enviava diariamente minhas crônicas. Até o dia em que me pediu: “podes me enviar qualquer crônica, menos aquelas sobre o Lula e o PT. Lula é homem bem sucedido”.
Ok! Mas se tenho de censurar-me, não envio mais nenhuma. E assim terminou nosso amor.
Estes espécimes foram muito bem definidos no século passado por um judeu da Ucrânia. É o Kleinen Mann, de Wilhelm Reich. Ou o Zé Ninguém, como foi traduzido em português: “O homem pequeno é aquele que não reconhece sua pequenez e teme reconhecê-la; que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandezas alheias. Que se orgulha de seus grandes generais mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve, mas jamais as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar”.Daí a acreditar no papa, em Hitler ou Stalin, basta um pequeno passo.
Estas gentes, eu as conheço desde minha adolescência. Quando em Dom Pedrito, lá pelos meus 14 ou 15 anos, me insurgi contra a Igreja Católica. Um sacerdote de Bagé, franzino e inquisitorial, veio às pressas para tentar trazer o herege em potencial de volta ao rebanho. Discutimos um dia todo, com várias jarras de água e um almoço de permeio. A cada preceito de fé que eu contestava, padre Fermino Dalcin me jogava no rosto a acusação: "Arrogância. Orgulho intelectual. Quem és tu para contestar, aqui em Dom Pedrito, o que autoridades decidiram em Roma?"
Era algo pesado para um piá de uns quinze anos. É o famoso argumento da autoridade: quem você pensa que é? Eu só tinha como defesa descrer do que não conseguia entender. Mas resisti e consegui, ainda adolescente, libertar-me do deus judaico-cristão. Agostinho ou Tomás de Aquino que se lixassem. Eu estava escorado na lógica e na razão, e não há fé que sobreviva à lógica e a razão. Como cachorro que sacode o corpo para secar-se, sacudi minha alma e procurei, nos anos seguintes, livrar-me da craca ética que vinha grudada ao cadáver do deus cristão.
Esta é, a meu ver, a grande função da leitura, libertar o homem de mitos e superstições.Continua Reich: “Tu mesmo te desprezas, Zé Ninguém. Dizes: ‘quem sou eu para ter opinião própria, para decidir sobre minha própria vida e ter o mundo como meu?’ E tens razão: quem és tu para reclamar direitos sobre tua vida? Deixa-me dizer-te.“Diferes dos grandes homens que verdadeiramente o são apenas num ponto: todo grande homem foi um dia um Zé Ninguém que desenvolveu apenas uma outra qualidade: a de reconhecer as áreas em que havia limitações e estreiteza em seu modo de pensar e agir. O grande homem é pois aquele que reconhece quando e em que é pequeno”.
Não tenho preocupação alguma com o tal de sucesso. Sucesso é uma soma de equívocos. Lula, Paulo Coelho, o papa, para mim não valem um ceitil. Meus valores são outros. Para mim, Coelho continua sendo um medíocre e Lula um analfabeto. Qualquer crônica que escrevo tem muito mais informação e profundidade que toda a obra do Coelho. Que, aliás, não tem profundidade alguma. É rasa. Quanto ao pastor alemão, pelo que leio de seus pronunciamentos, pelo jeito nem leu a Bíblia. Até já me coloquei à disposição dele para algumas aulinhas de recuperação em catecismo. Ou talvez a tenha lido. Mas sua função de bedel do Vaticano o impede de falar o que conhece.
Respeito quem tem cultura. Meus heróis não vendem milhões de exemplares nem têm milhões de leitores. Enfim, até podem ter. Mas através dos séculos e não do dia para a noite. Cultura, sei que a tenho. E inteligência também. Se não as tivesse, talvez fosse bestseller. No dia em que tiver cem mil leitores, me perguntarei o que estou fazendo de errado.Respeito quem lê. Cultivo autores como Ernest Renan, Mircea Eliade, Karen Armstrong, Le Goff, Jean Delumeau, Jean Soler, Georges Minois, Michel Onfray, Karlheinz Deschner. Me fascina a capacidade de trabalho e de síntese destes autores. Eu os invejo e diante deles me sinto diminuto. Não que eu só respeite historiadores de religião. Entre meus diletos, estão Platão, Cervantes, Swift, Dostoievski, Nietzsche, Voltaire, Orwell, Pessoa, Hernández. Fora da literatura, tenho profundo respeito por Alexandre, Fernão de Magalhães, Harvey, Galileu, Giordano Bruno, Schliemann, Champollion. E muitos outros.
Ante estes, me sinto pequeno.Mas não diante de um bispo de Roma, que professa superstições milenares nas quais talvez nem acredite, mas que tem de assumir como bom funcionário da Igreja. Pode valer alguma coisa pessoa que por obrigação profissional tem de acreditar na virgindade da Maria, na ressurreição do judeu aquele, no deus assassino do Velho Testamento? Os crentes que me desculpem, mas pessoa assim não vale um vintém furado.
Há quem me julgue egocêntrico. Nada disto. Meu ego é apenas um pouquinho maior que o do Lula ou o do Paulo Coelho. Eles têm sucesso. Lula é visto hoje como um dos grandes dirigentes do planetinha. É que a imprensa internacional não tem notícias de suas corrupções e incoerências. Coelho é talvez um dos escritores que mais vendem no mundo. Não me interessa. Meus valores são outros. Para mim, Coelho continua sendo um medíocre e Lula um analfabeto. Qualquer crônica que escrevo tem muito mais informação e profundidade que toda a obra do Coelho. Que, aliás, não tem profundidade alguma. É rasa.
Este homenzinho é também o professor universitário que endeusa Marx, Brecht, Freud, Lukács, Brecht, Sartre ou Lacan. Só porque tiveram algum sucesso histórico ou literário. É o mesmo que cultua Machado de Assis, Euclides da Cunha, Erico Verissimo, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, sem jamais tê-los lido, só porque em algum momento os tais de críticos os entronizaram como grandes escritores. Este homenzinho não é encontradiço apenas nos bares. Eles pontificam tanto na universidade como na imprensa, tanto no poder como na Academia de Letras. Sem ir mais longe, vide o Sarney.É o mesmo homenzinho que lota estádios de futebol e shows de rock, que chora ao assistir Titanic ou O Filho do Brasil, que locupleta templos evangélicos e o bolso dos pastores, que assiste a novela das oito e lambe vitrines nos shoppings, que troca de carro todos os anos e vai comprar TV de plasma para assistir a Copa. É o homem-massa de Ortega y Gasset. Aquele que, “sendo bárbaro e estúpido, quer impor sua barbárie e estupidez como norma máxima da sociedade. (...) O homem-massa é o homem cuja vida carece de projeto e caminha ao acaso. Por isso não constrói nada, ainda que suas possibilidades, seus poderes sejam enormes. E este tipo de homem decide em nosso tempo.”Este eterno pequeno homem, que adora tanto o Lula como o papa, tanto Sílvio Santos como Paulo Coelho, é o mesmo que um dia adorou Hitler, Stalin ou Pol Pot como deuses. O homem mais amado de sua época não foi Cristo. No dia de sua morte, seus discípulos deram no pé. O homem mais amado na história foi Adolf Schicklgruber, que hoje conhecemos como Hitler. Procure fotos da época. Verá o olhar extasiado de milhares de alemães contemplando o deus vivo quando desfilava.
Quando Joseph Vissarionovitch Djugatchivili morreu, houve quem não acreditasse na notícia. Porque um deus não pode morrer. Ah, o Joseph Vissarionovitch Djugatchivili é aquele que ficou conhecido como Stalin, o de aço.
Este homúnculo, em minha mesa não senta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

NÓS, PRIMATAS

DEUS É BOM MESMO

João Eichbaum

Sabe as freiras? É, as freiras, essas criaturinhas sem graça, com um ar triste e frustrado de mulher que nunca foi comida, que antigamente se vestiam de preto, de alto a baixo, e que não mostravam o formato da bunda de jeito nenhum?
Coitadas, geralmente feias e narigudas, parecem feitas de propósito para não serem comidas, porque o único desejo delas é serem comidas por Jesus Cristo, ou pelo Espírito Santo, aquele mesmo que emprenhou a Virgem Maria, mas não registrou o filho no nome dele.
Para quem não sabe, as freiras, no geral, têm origem em famílias de colonos, italianos ou alemães, daquelas de antigamente, cheias de filhos, que os queriam “no serviço de Deus”, como padres ou freiras.
Claro que há exceções, raríssimas, de freiras bonitas, não oriundas desses grotões inóspitos, onde só se planta, se reza e se faz filhos, por ordem da Santa Mãe Igreja. E freiras bonitas, por serem raras, são extremamente apetecíveis. Tive um amigo que faturou uma delas, mas desapareceu deste mundo sem contar os detalhes... Conheci um outro que, na hora H, brochou, com medo de ir para o inferno...
Mas o que quero dizer, mesmo, é que as freiras, de um modo geral, são feias e inapetecíveis. A biologia até explica: italiano casa com italiana, alemão casa com alemã, e à medida que as gerações sem mistura avançam, a raça vai se degenerando. Muitas vezes até um parentesco meio distante é o responsável pela feiúra.
Bem, gente, fiz toda essa digressão para falar outra vez da dona Zilda Arns, a irmã do arcebispo, aquela que morreu no Haiti. Dona Zilda tinha tudo para ser freira: tinha vários irmãos padres, era feia, sem graça e nariguda, e tinha aquele mesmo ar de tristeza que marca o rosto dessas criaturinhas que só pensam em Jesus Cristo.
Pois, só para lembrar, ela fazia caridade para com as crianças pobres e, em função disso morreu, esmagada debaixo do telhado duma igreja no Haiti.
Para exercer a mesma caridade, nesta semana, vocês sabem quem foi para o Haiti?
Ninguém menos do que a Angelina Jolie.
Só que a Angelina Jolie não tem jeito de freira, é bela, sensual e feliz, porque já foi comida muitas vezes. Não há o mínimo termo de comparação entre a dona Zilda Arns e a Angelina Jolie, no que diz respeito à feminilidade, à sensualidade, à beleza, à arte de seduzir.
Diante disso, chego à conclusão de que Deus é muito bondoso mesmo: derrubou uma igreja, para poder levar consigo a dona Zilda e deixou para nós, lépida, sensual e faceira, a Angelina Jolie. Que agora está lá no Haiti, fazendo caridade.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

OS BANDIDOS DE ONTEM E DE HOJE

João Eichbaum

Dilma Rousseff começou sua vida “pública”, fazendo parte de grupos armados que se punham contra o regime militar, praticando atos de terrorismo, assaltando bancos, praticando roubos. Para quem não sabe, os assaltos a bancos, no Brasil, foram introduzidos por esses terroristas políticos (a maioria dos quais, atualmente, muito bem colocados em postos do governo, ou investidos de autoridade, tanto no Legislativo como no Executivo).
José Serra, José Dirceu, José Genoino, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso e a já mencionada Dilma, só para citar alguns nomes, tiveram que fugir do país. Alguns foram deportados, em troca de embaixadores feitos reféns por seus amigos, ou por eles próprios. ADilma até curtiu uma cadeia. Dizem também por aí que ela teria sido estuprada na prisão. Não acredito. Só se botaram travesseiro na cara dela...
Ah, sim, antes que me esqueça, os seqüestros de pessoas também foram introduzidos no país por esses políticos que hoje nos governam.
Esse clima de insegurança a que nos submetemos hoje, portanto, devemos a eles, a esses políticos, porque seu exemplo frutificou e, desde então, não tivemos mais paz. Tal como os bandidos de hoje em dia, os então chamados “subversivos”, - os que hoje nos governam, repito, ou são eternos candidatos, ou estão em todas as boquinhas, federais, estaduais e municipais - não trabalhavam e precisavam de dinheiro para comprar armas. E drogas também. Há ministros que não escondem sua vocação para a dependência química.
Pois bem. Muitos foram presos, outros fugiram e, tirando aqueles que morreram nessas escaramuças, todos estão por aí hoje, muito bem de vida, muito melhor do que nós que trabalhamos, que vivemos honestamente, pagando nossos impostos para que eles possam ser muito bem “remunerados”, e depositar dinheiro em meias, cuecas e “soutiens”.
Naquele tempo, enquanto eles assaltavam, seqüestravam pessoas, matavam policiais e militares, estavam na cadeia ou foragidos, nós, os brasileiros verdadeiramente trabalhadores, os que não vivemos do bolsa-família, dávamos duro e contribuíamos para a Previdência Social, da qual hoje recebemos um benefício que não cobre nem os remédios que a nossa velhice exige.
Qual deles, e por quanto tempo, contribuiu para a Previdência Social?
É por isso que os espertos vão para a política. Porque eles sabem que, trabalhando, ninguém enriquece. Para que trabalhar, então, se o caminho para se tornar rico se chama política?
Nem que, para isso, seja necessário pegar em armas. Como faz qualquer bandido

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CRÕNICAS TORTUOSAS

AS DUAS MOEDAS DA MESMA FACE

Paulo Wainberg


Eu acho melhor dois pássaros na mão do que um voando.
Graças ao meu indomável espírito contestador, porque, honestamente, não tenho a menor idéia do que faria com dois pássaros na mão. Ou com um. Do que eu gosto mesmo é de pássaros voando e nenhum na mão.
É que dizem que é melhor um pássaro na mão do que dois voando, para consolar você: A que você queria saiu com outro, contente-se com a que ficou que, olhando bem, não é de se jogar fora a esta hora da madrugada, depois de várias doses.
Ainda os pássaros: dois pássaros apenas numa mão ou um em cada uma? Dependendo do tamanho da ave, uma mão é pouca, você precisa das duas e com qual pegaria a chave de casa?
Veja você (como dizia meu avô quando iniciava um ensinamento familiar) que a vida é assim, alternativas e dúvidas e ai de você se não tiver as respostas certas na hora certa.
Alguns, anarquistas, preferem a resposta errada na hora errada. Outros, filósofos, preferem a resposta certa na hora errada e a maioria não sabe sequer a pergunta, quanto mais a resposta e pensa que “hora certa” é a hora de morrer.
Por essas e por outras, acho a opção uma chatice, uma demasia metafísica, um complicador das nossas indecisões e um pérfido artefato a torturar nossas angústias.
Ser ou não ser? Bacalhau ou feijoada? Praia ou serra? Loira ou morena? Quatro ou dois air-bags? Dois filhos ou três?
Eu mesmo, há mil anos atrás, fui vítima de uma situação dramática em que tive que optar entre uma coisa ou outra. Se eu escolhesse uma, não ia me arrepender de não escolher a outra?
A dúvida era: Comprar um fusquinha ou um DKW? Escolhi o fusquinha e até hoje sofro: Como teria sido, com o DKW?
Responda honestamente: Sua vida não seria bem mais simples se só existisse um canal de televisão?
Você está no mato, o rifle apontado para o meio da testa da lebre ( faz de conta que você é um caçador desalmado). Seu dedo aperta lentamente o gatilho quando, com o canto do olho aberto, você percebe um movimento à sua esquerda. É uma anta, justo o bicho que você queria! Mas se mudar de posição, perde a lebre e a anta. O que você faz? Como é que sai dessa?
Dizem, eu acho, que toda escolha resulta numa perda. Nunca ouvi ninguém dizendo isso, mas, com toda certeza alguém disse, não seria eu a inventar esta frase, assim profunda.
Portanto, no momento crucial, ou você mata a lebre e perde a anta ou mata a anta e perde a lebre. E se ficar se coçando, corre o risco de perder as duas. Isto me fez refletir: Se toda escolha resulta numa perda, nenhuma escolha resulta em duas perdas, e aí voltamos ao início: mais vale dois pássaros na mão.....
Que drama, hein? De novo a opção brigando com você quando tudo o que você queria era praticar um inocente assassinato esportivo.
E assim segue a vida, você prefere ser pobre e com saúde ou rico e doente?
Por que???? Não dá para ser rico e com saúde? O bom não pode, nunca, vir acompanhado do bom? Temos que viver nos equilibrando, a coisa boa que acontece compensando, mais ou menos e olhe lá, a coisa ruim que nos acontece?
Qual é o problema em ser tudo bom?
Não recordo, na Bíblia, tal maldição lançada sobre a Humanidade: “Você, Homem, viverá entre altos e baixos!”.
A Bolsa cai, o dólar sobe, o dólar cai a Bolsa sobe, por que razão, seres humanos deste mundo, a Bolsa e o dólar não podem subir ao mesmo tempo?
Por que razão, ó humanos deste mundo, estamos permanente diante de uma escolha que, se por um lado é boa, por outro é ruim?
Sejamos honestos, encaremos os fatos e usemos as palavras corretas: Se tudo for bom para todo o mundo, quem vai acreditar no Diabo? E se tudo for ruim para todo o mundo, quem vai acreditar em Deus?
Eu gosto de pássaros voando e nenhum na mão. Pássaros tem que voar, pousar nas flores, piar e alegrar nossas manhãs.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

COLABORAÇÃO DA VIVIAN

LULA e JESUS CRISTO

Lula discursava para dezenas de milhares de pessoas no Anhangabaú em São Paulo , quando, de repente, aparece Jesus Cristo baixando lentamente do céu.
Quando chega ao lado de Lula, lhe diz algo ao ouvido. Então, Lula dirigindo-se à multidão diz: - Atenção companheiros.....! O companheiro Jesus Cristo aqui, quer dizer algumas palavras para vocês.
Jesus pega o microfone e diz: - Povo brasileiro, este homem que tem barba como eu, não lhes deu pão, da mesma forma que eu fiz....?
O povo responde:
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim !
-Não é verdade que, assim como eu multipliquei os pães e peixes para dar de comer a todos, este homem inventou o Fome Zero para que todos pudessem se alimentar.....?
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim ! Respondeu o povão.
-Não é verdade que ele assegurou tratamento médico e remédios para os pobres, assim como eu curei os enfermos....?
O povo grita:
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim !
-Não foi traido por companheiros de partido, assim como eu fui traido por Judas....?
O povo gritou ainda mais forte:
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim !
-Então o que vocês estão esperando para crucificar esse desgraçado..... ???

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

PESQUISAS ELEITORAIS

João Eichbaum

Nunca acreditei em pesquisas eleitorais. E nos últimos tempos a minha desconfiança tem sido gratificada por alguns resultados surpreendentes, razão que debito à proibição de publicação de dados às vésperas das eleições.
A respeito da última pesquisa, segundo a qual, Serra e Dilma estariam quase “empatados”, a coluna do jornalista Cláudio Humberto revela algumas localidades, nas quais teriam sido coletadas as opiniões, localidades essas de que nunca se ouviu falar, com inexpressiva população, no interior do interior de alguns estados do norte e nordeste.
Agora, viajando por todo o Brasil como está, com a Dilma a tiracolo, o “Filho do Brasil” esteve em São Leopoldo, “inaugurando” obras municipais e, como não podia deixar de ser, “entregando” moradias populares.
São Leopoldo atualmente tem uma população superior a duzentos mil habitantes. Sabem quantas eram as pessoas presentes no ato demagógico, em que o Tarso, a Dilma e o Lula pegaram criancinhas no colo, sendo que o Lula ainda beijou uma velha gorda feia que, apesar do beijo, não se transformou em princesa? Umas quatro mil pessoas, segundo os jornais. Ou, seja, cerca de dois por cento da população.
E sabem porque havia tanta gente?
Porque a Prefeitura de São Leopoldo, que é do PT naturalmente, botou a mão no nosso dinheiro, no dinheiro dos impostos que pagamos à vista e adiantadamente, para imprimir panfletos, para pagar carros de som, para colocar anúncios em jornais, (no jornal aquele que não publica nada contra o prefeito) em rádios e no horário nobre da TV, para a montagem da estrutura, como a cobertura, com ventiladores e aparelhos de TV espalhados pela área de inauguração. E, por fim, pagou vinte ônibus para levar o povão. Os sindicatos (hei, você aí que é obrigado a ser sindicalizado, sabe?) contrataram mais treze ônibus.
Ah, e tem um detalhe: tudo em pleno horário de trabalho. Os “bolsa-família”, aqueles que não querem nada com o basquete estavam todos lá.
É por isso que não acredito em pesquisas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

EXAME DE CRUZINHAS

João Eichbaum

Em excelente artigo, intitulado “Como Fazer Um Bom Médico”, o doutor Flávio José Kanter conclui que “sair-se bem em testes de múltipla escolha prova que o candidato é bom em responder questões de múltipla escolha”.
A tese do doutor Flávio encontra ressonância naquela outra afirmação que se faz comumente, afirmação essa que provém de professores de “cursos de preparação para concursos”: só é aprovado o candidato que aprende a fazer concurso.
Ou seja, o conhecimento é o que menos importa.
O doutor Flávio levanta a questão, para concluir que o êxito no vestibular de medicina, que é um exame de múltipla escolha, não garante o êxito do candidato como profissional da medicina.
O mesmo ocorre com os “concursos” para juiz, promotor, procurador, etc, nos quais são aprovados os candidatos que acertam o maior número de “cruzinhas”.
Em primeiro lugar, os candidatos, de um modo geral, pertencem à elite: são filhinhos e filhinhas de papai, que nunca trabalharam na vida e sua única ocupação é prestar concurso, para seguirem a mesma profissão do pai ou da mãe.
Em segundo lugar, os chamados “testes de múltipla escolha” são elaborados por empresas, cujo único objetivo é o lucro. Isto é, para elas o conhecimento não é o principal, pois o que lhes importa é o seu produto no mercado. Por isso mesmo, tais testes, geralmente, têm péssima redação e induzem em erro com a maior facilidade, pois não são elaborados por profissionais do ramo, mas por gente interessada em lucro.
Resultado: os candidatos aprovados, certamente, não serão os melhores profissionais. Prova disso são as incongruências e a instabilidade jurídica que domina o sistema: cada juiz decide como bem entende e a maioria deles entende muito pouco. Sem contar aqueles que simplesmente confiam despachos e sentenças para seus “assessores”.
É por isso que a Justiça não merece confiança. Porque não há juízes, mas funcionários públicos, de alto coturno, muito bem remunerados, garantidos por uma perversa vitaliciedade, que lhes dá “status”, poder e autoridade, mas não os obriga a fazer justiça.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

FALTA DE QUÊ MESMO?
João Eichbaum

Há coisa de três dias atrás a imprensa de Porto Alegre, - rádio, jornais e televisão – noticiava para os quatro cantos do Rio Grande do Sul uma coisa que, hoje em dia, infelizmente, já é lugar comum, para os políticos: o prefeito de São Leopoldo, um tal de Ari Vanazzi, membro do impoluto e exemplar PT, está sendo processado em razão de obras que constam como realizadas, mas não o foram, quando o dito prefeito era secretário estadual do governo do sempre impoluto, virginal e acima de qualquer suspeita, o dito PT de Olívio Dutra. A matéria estava ornada com fotografia e demais requisitos de uma notícia desse tipo.
Em São Leopoldo, a cidade atualmente dirigida pelo tal prefeito, porém, oh, caluda!
Mas, como? Não há imprensa em São Leopoldo?
É a primeira pergunta que surge.
Claro que há imprensa em São Leopoldo e imprensa pertencente a um grupo que faz questão de afirmar sua liderança nessa área, o Grupo Sinos.
Bem, o Jornal Vale do Sinos não disse uma palavra sequer sobre a notícia que todo o Rio Grande do Sul sabia, que o dinheiro e a obra tinham sumido, havendo permanecido de pé somente o impoluto e saudável político Vanazzi.
Mal informado o Grupo Sinos? Só os seus jornalistas não sabiam que o senhor Ari Vanazzi está respondendo a mais um processo criminal?
Caluda! Moita! No jornal de São Leopoldo só se informam notícias boas sobre o prefeito Vanazzi, inclusive que ele quer cadeia nova na cidade. Não interessa para a cidade saber que o prefeito, reeleito, está em maus lençóis.
Certamente, o Jornal Vale do $ino$ tem outros intere$$e$. Ninguém será capaz de dizer que seus diretores não têm caráter, são servis, não têm culhão, que são jornalistas de araque.
Nada disso. Porque quando a tia Yeda figurava como ré, num processo de que já não se fala, os jornais do Grupo Sinos não tinham páginas suficientes para massacrar a governadora, atribuindo-lhe a qualificação de “ré”.
Será o povo de São Leopoldo tão idiota?
Dá para imaginar que sim, a partir da suposição de que ele só lê o jornal Vale do Sinos. Tanto que Ari Vanazzi foi reeleito com 80% dos votos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NÓS, PRIMATAS

ELEGIA PARA UM AMOR QUE NÃO MORREU
João Eichbaum

A toalha com que ela se enxugou depois do último banho, depois do último amor, naquela tarde escaldante de dezembro, ainda está lá, pendurada sobre a porta do box, tal qual ela deixou, intocada.
A cama, que ela compôs cuidadosamente, deixando de propósito as dobras que, se fossem desfeitas, denunciariam, no lençol, uma eventual infidelidade, ainda está lá, impregnada com os suores do último amor.
Os pratos, os copos, os talheres que ela lavou depois daquele almoço, regado com o vinho branco que a fez sorrir durante o tempo todo, ainda estão lá sobre a pia, na mesma ordem em que ela os deixou, para denunciarem uma eventual infidelidade, se fossem trocados de lugar.
Só que ela nunca mais voltou, e ele é obrigado a conviver com todas as coisas no lugar e ainda com marca de seus passos, de seu sorriso, com a voz dela, que fala no silêncio, com o passado que não o liberta, agarrando-o pelas costas e impedindo-o de procurar outro destino.
Quando sai à rua, a rua onde trilharam inúmeras vezes, a sensação que o domina é de que a perdeu de vista momentaneamente, e se volta para trás, na esperança de que a despedida dela não tenha passado de um sonho mau e passageiro.
No restaurante onde almoçavam às vezes, ele contempla desvanecido a mesa onde riam, discorriam sobre literatura e temas sociais, planejavam o futuro. Do café da esquina ele passa longe, para evitar que o vejam chorar.
No elevador do supermercado, com medo de ter de responder a uma pergunta sobre o paradeiro dela, ele procura evitar o olhar da ascensorista, a anãzinha que os recebia sempre com aquele sorriso cúmplice de quem compartilha da felicidade alheia e agora o vê sozinho.
Sob as pálpebras dele está sepultado o tesouro de uma felicidade que durou pouco, mas ainda custa muito. É o preço de sua fidelidade, o preço que está pagando por ter mantido os talheres, os pratos, os copos e as dobras do lençol no mesmo lugar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

O PROGRAMA DO PT E AS BOCAS DE FUMO

João Eichbaum

Daqui a alguns dias estaremos às voltas com recibos, extratos bancários, informações daqui e dali, para preencher nossas declarações de imposto de renda. De renda, uma ova. Imposto sobre o que ganhamos com o duro suor do nosso rosto, batalhando, correndo, enfrentando alagamentos, engarrafamentos, ruas esburacadas, ônibus apinhados de gente mal cheirosa e metrôs idem, arriscando a ser assaltados, para ir ao trabalho.
Uma verdadeira tortura o governo nos impõe nesses dias, com prazo fatal fixado, a Internet congestionada, e ai de nós se não declararmos tudo, tim-tim poro tim-tim. A multa e a ameaça de cadeia, para nós que somos honestos, e por sermos honestos não somos políticos, é um terror. A fúria fiscal é inexpugnável, quando se trata de assacar os cidadãos honestos, cumpridores de seus deveres.
Pois bem. E onde vai parar o dinheiro que recolhemos para a Fazenda Federal, que atualmente está nas mãos do PT?
Sem contar as viagens e os piqueniques do Lula, os cartões cooperativos, as camisinhas distribuídas durante o carnaval, os aviões franceses, o dinheiro nas malas, nas meias e nas cuecas, a propaganda eleitoral para eleger a Dilma, as viagens de jatinho do Tarso Genro para o Rio Grande do Sul, do qual ele quer ser governador, temos que sustentar o bolsa-família, evidentemente.
Bem, o bolsa-família que foi instituído para que “todos os brasileiros possam ter três refeições por dia”, é o dinheiro que vai também para o ralo, sustentando o preguiça e a cachaça dos vagabundos, em primeiro lugar. Mas agora se descobriu mais outra finalidade do bolsa-família: sustentar traficantes de drogas.
Sim: cartões do bolsa-família foram encontrados em bocas de fumo, no Piauí, logo no Piauí, um dos estados mais miseráveis do país, onde quase quatrocentas mil “famílias” recebem a dita esmola oficial.
É no que dá entregar a administração do galinheiro para a raposa.
Mas, você meu amigo, largue esta crônica e vá tratar de pensar no Imposto de Renda: o Leão, sedento, está atrás de você, louco para meter você na malha fina, enquanto segura uma eventual devolução a que você tenha direito, para o recreio da companheirada.
E os traficantes, esperando a parte deles, é claro, estão de olho também na sua declaração.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CRÔNICAS MNEMÔNICAS

MEMORIAIS

Paulo Wainberg


De acordo com cientistas, psiquiatras e outros estudiosos da mente, um fenômeno bastante comum do cérebro humano é a denominada memória seletiva.
Falando francamente, não sei se é doença, deficiência ou mania.
Há quem diga – e quem sou eu para discutir – que se trata de um dos componentes do EGO que, consta, possui vários outros.
A memória seletiva funciona assim: Você lembra da happy hour com amigos, no bar de sempre, e não de passar no supermercado para comprar salame, alface e couve-flor. Não é esquecimento, você não esquece da existência do supermercado. Porém você não seleciona, na sua memória, que tinha de ir lá fazer as compras. Você selecionou apenas o que lhe convinha e arquivou o resto.
E não vai.
Entramos, aqui, no terreno das realidades individuais: A realidade do bar com os amigos, cerveja e picadinho de queijo está próxima de você, integra seu cotidiano, enquanto que a realidade de compras no supermercado está tão distante de você quanto as posições preferidas pelas baleias azuis, quando fazem sexo.
Isto, mal explicando, é um resumo do fenômeno mental da memória seletiva.
Já o Mal de Alzheimer é uma doença muito grave, que atinge o sistema nervoso e destrói a memória. Não é assunto para brincadeira, há muita gente e muitas famílias que sofrem com essa doença terrível e para qual, ao que sei, estamos longe de descobrir a cura.
Vocês, que costumam ler minhas mal traçadas linhas, sabem que sou fascinado pela investigação científica. Não resisto à ideia de pesquisar a origem da gosma lêsmica, ou o que acontece com a boca dos peixes que morderam a isca e se machucaram com o anzol, quando devolvidos à água pelos pescadores esportivos. E outros assuntos de importância cotidiana: Por que é tão difícil abrir o papel que envolve o DVD? Qual a relevância de franjas em determinados tipos de cobertores?
Percorrendo essa senda de vitórias, estabeleço relações entre os vários ramos da ciência e descobri um novo evento mental, altamente funcional, que submeto, agora, à comunidade científica internacional.
Estou falando do Alzheimer Seletivo, um contraponto adicional e altamente positivo à memória seletiva.
Conforme a minha pesquisa, o portador do Alzheimer Seletivo só esquece aquilo que quer.
Percebeste? Na memória seletiva o cara só lembra aquilo que quer e no Alzheimer Seletivo ele esquece aquilo que quer.
Nada melhor do que reduzir a teoria à prática para ilustrar a profundidade científica da tese:
– Haroldo, são quatro horas da manhã! Onde você esteve?
– Pois é, onde eu estive?
– Todo desgrenhado e fedendo à álcool!
– Quem?
– Você Haroldo, não se faça de louco!
– Que horas são, meu bem?
– Quatro da madrugada, cretino!
– E por que estamos acordados a esta hora?

Compreendeu o processo? Você vai esquecendo aos poucos, até que esquece tudo. No dia seguinte, no café da manhã, pergunta a ela, várias vezes, o que ela vai fazer hoje a tarde, cada pergunta no máximo cinco minutos depois da resposta dela.
No trabalho, você é um funcionário público lotado na Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.
Passa o dia cumprindo diligentemente suas funções, animado com a perspectiva de assistir, à noite, o jogo do seu time, pela televisão. Aí pelas cinco e meia, seu chefe chama você:
– Haroldo, olha só esse convite. Hoje à noite tem um encontro da Associação dos Fabricantes de Botijões de Gás, para demonstrar um novo e mais econômico modelo de rosca de botijão, onde se engata a borboleta ao tubo de plástico que conduz o gás ao fogão e ao aquecedor.
– Interessante, chefe.
– Também acho. E nossa Secretaria não pode faltar, estarão lá altos escalões, inclusive da Assembléia Legislativa e do Governo do Estado.
Haroldo lê o convite e vê que, às 20,30 horas o presidente da Associação fará uma palestra sobre o tema, de aproximadamente uma hora. Depois do intervalo para o cafezinho, será exibido um filme, um documentário que explica a técnica de funcionamento do novo modelo de rosca, desde o momento em que a idéia foi concebida até à montagem final além dos testes de excelência e o resultado final. O filme-documentário tem cerca de quarenta e cinco minutos de duração. Após, será servido o coquetel.
– Haroldo – diz o chefe – você, como chefe do Departamento de Pesquisas, irá ao encontro representando a Secretaria. Grande honra, hein? Eu mesmo queria ir, mas prometi ao meu sobrinho levá-lo ao jogo, hoje à noite.
– Onde o senhor quer que eu vá, chefe?
– Ao encontro, Haroldo, está tudo aí no convite.
– Convite? – pergunta Haroldo, revirando o papel de um lado para o outro. – Quando vai ser isso?
– Hoje, Haroldo! Já lhe disse, hoje à noite. Você está caçoando de mim?
– Ah, sim, hoje a noite... onde é mesmo? Ah, já sei, vou sim, claro que vou.
Haroldo volta para sua sala, deixa passar três minutos e volta:
– Chefe, posso sair dez minutos mais cedo, hoje? Fiquei de levar minha mulher a um... a um... não sei, ela me falou qualquer coisa...
– Haroldo, você está louco? Acabei de combinar que você vai representar a Secretaria no encontro...
– Eu? O senhor combinou alguma coisa comigo? Ah, aí está o relatório que prometi para hoje. O que foi mesmo que o senhor me pediu?
O chefe olha com espanto para Haroldo. O que está acontecendo com o homem, que não consegue lembrar o que combinou há cinco minutos?
– Você não se lembra da nossa combinação, Haroldo? De representar a Secretaria no encontro da Associação dos Fabricantes de Botijão de Gás?
– Acho que o senhor falou com outro, chefe. Nem sabia que existe uma associação dos fabricantes de botijão de gás. Então, posso ir? Minha mulher odeia quando me atraso.
Deixando o chefe de boca aberta, Haroldo pega suas coisas e vai para casa, pronto para um jantarzinho e depois assistir o jogo na TV.
Ele, é claro, não tinha esquecido absolutamente nada, apenas selecionou o que precisava esquecer.
Durante o jantar, apenas para treinar, perguntou três vezes à mulher o que ela tinha feito de tarde.
No restante de suas atividades, completa normalidade. Manteve-se produtivo e eficiente no trabalho, cuidava dos assuntos domésticos, inclusive dos problemas dos filhos, continuava sendo a pessoa responsável de sempre. Repetir a mesma frase umas quatro vezes, em intervalos de quinze minutos, além de ser um bom treinamento, mantinha uma tensão agradável entre ele, a mulher, os colegas, o chefe principalmente, e a empregada doméstica. Adorava perguntar a ela, várias vezes, onde ela tinha posto as meias pretas dele. E quando ela, irritada, pegava as meias e colocava bem à vista, sobre a cama, aí mesmo é que ele insistia em querer saber onde estavam as meias pretas.
Certo sábado, na volta do cinema, a mulher disse:
– Haroldo, amanha vai ter churrasco lá em casa.
– É? Só nós?
– Não. Convidei meus pais, minhas duas irmãs e seus maridos, as crianças, e uma colega nossa de infância que está na cidade com o marido e os três filhos. Vai ser ótimo matarmos a saudade.
– Tudo bem, amanhã de manhã eu compro a carne, o carvão e as bebidas.
Aí pelas nove horas do domingo, depois de tomar o café e ler o jornal, Haroldo pegou o carro e saiu. Quando retornou, às oito da noite, a casa estava um pandemônio.
– Haroldo, que foi que houve, já ligamos para os hospitais, para a Polícia, onde foi que você se meteu?
– Como assim? – Ele olhava espantado para mulher, os sogros e os filhos. As irmãs e as amigas já tinham ido embora.
– Como assim? Você sai de manhã para comprar a carne para o churrasco e volta para casa a esta hora?
– Carne de churrasco? Mas você sabe que nunca faço churrasco em dia de semana...
– Hoje é domingo Haroldo! O que está havendo com você? Já estou ficando preocupada.
– Hoje é domingo? Tem certeza?
– Claro que sim, Haroldo, você ficou louco?
– Estranho... Bem, então vou para cama porque amanhã preciso acordar cedo para o trabalho.

Perceberam o que significa o Alzheimer Seletivo? É o melhor método jamais criado para você se livrar do que não deseja fazer, como ir à festa de um ano da filha de uma amiga de seu cunhado, não assistir à cerimônia de formatura da faculdade de Medicina e outras situações pertinentes. Você simplesmente seleciona o que deseja esquecer e faz apenas aquilo que deseja se lembrar.
Usei o exemplo masculino para demonstrar a tese, mas o Alzheimer Seletivo pode ser perfeitamente adotado pelas mulheres, para esquecer de propósito outras coisas além das que elas já esquecem ao natural, como o lugar onde deixaram o celular, as chaves do carro, a bolsa, onde está aquela blusa comprada ontem e, pelo amor de Deus, será que o talão de cheques ficou na sapataria?
Acredito firmemente que um mundo movido à memória seletiva e Alzheimer Seletivo é um novo mundo possível, mais justo, mais humano e com menos injustiças sociais.
Pensem nisso. Talvez vocês estejam lendo o futuro Prêmio Nobel da Ciência.