sexta-feira, 28 de abril de 2017

NA CONTA DO CONTRIBUINTE
João Eichbaum

O artigo 196 da Constituição Federal, entre vários outros, exibe a pobreza intelectual dos constituintes de 1.988: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Não, senhores. A saúde não é “direito”, coisa nenhuma. A saúde é, isso sim, um estado ou estágio, durante o qual os órgãos e respectivas funções de cada indivíduo da raça animal se comportam de acordo com as finalidades impostas pela lei da natureza.
A saúde não depende da Constituição Federal. Ela só depende da natureza. O que os constituintes quiseram dizer, mas não disseram, porque sua incapacidade de apreensão e expressão de conceitos não lhes permitiu, é que “a preservação da saúde é direito de todos e dever do Estado”.
Não bastasse a ambiguidade, ainda aparece avulso, desgarrado dos dois substantivos (direito e dever) que o precedem, o adjetivo “garantido”, estuprando o vernáculo com erro de concordância. Pior do que isso, só se apenas o “dever” fosse garantido, sem que o fosse também o “direito”.
No restante, o metafórico artigo 196 arrasta uma penca de substantivos, sem um verbo sequer que ordene qualquer coisa: agravos, acesso (universal e igualitário) ações, serviços, promoção, proteção, recuperação...
Nessa colcha de vocábulos costurada sem nexo, sem nada de concreto, de objetivo, de real, e da qual é impossível extrair, por falta de verbo, qualquer sentido imperativo, o Supremo Tribunal Federal enxergou uma ordem para que o Estado forneça medicamentos gratuitamente.  
E a partir daí, o Judiciário, desrespeitando os artigos 2º e 5º, inc. II da Constituição Federal, trata o Executivo como vassalo e vem bancando o bom samaritano, ou o Senhor da Vida e da Morte, com o dinheiro dos contribuintes, distribuindo “liminares” a rodo.
Graças a uma dessas liminares, um paciente acabou morrendo, depois de tomar apenas algumas doses do remédio, que a Justiça obrigara o Município de Novo Hamburgo a fornecer. A “liminar” teve um custo de R$ 115.000,00, que foi para o ralo: perdeu a validade a medicação não aproveitada, contida nas 24 caixas restantes.
O caso ilustra a advertência do dr. Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, em entrevista à Folha de SP. Segundo ele, nem todos os tipos de câncer respondem ao medicamento usado e, sendo a decisão tomada por quem tem poucos conhecimentos médicos, ela “dificulta o planejamento, porque há mais de uma via de acesso”.
Moral da história: os erros dos que não sabem escrever, dos que não sabem ler, e dos que só sabem fazer de suas funções um exercício exacerbado de poder, acabam parando na conta do contribuinte. 

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Gonçalo Gonçalves  de MendOnça
Carlos Maurício Mantiqueira*

Há pessoas cujo nome parece predestiná-las a uma certa profissão.
Nosso herói epigrafado, carinhosamente chamado de “Gonça” pelos amigos, não foge à regra.
Houve um médico obstetra chamado Armando Nascimento.
Um motorista foi batizado como Sinésio Sinesíforo.
No caso atual de Pindorama, o canetador é medroso; mixo e temeroso .
Para os apreciadores de ópera, recomendamos “Os contos de Hoffmann” em que uma boneca mecânica (seria a tal amante ?) tem como Cãofidente a Bernardo. A impiíssima Olímpia está sem corda para continuar sua pantomima.
“Gonça” conhece melhor que ninguém ar artimanhas de de sua madrinha, ditta Onça.
Saberá com prudência lidar com o “semvergonça-mor”.
Prestes a trocar de causídico por outro japonês, Sugiro Kifuja, escafeder-se-á antes que a felina ruja.
Lembrem-se do ditado:
“Água de morro abaixo e fogo de morro acima, ninguém segura”.
Nem a mais morosa criatura.

*Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador
Fonte: Alerta Total


quarta-feira, 26 de abril de 2017

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*
Tenho família e amigos, gente querida, incluindo alguns virtuais. Sei do que todos gostamos. Piadas, boas notícias, notícias sem compromisso, novidades, recordações, quitutes e todo esse tipo de conversa mole, social e gostosa, postas à venda não dão confusão nem produzem best-sellers...
Eu sei...
Mas as notícias correm à volta do mundo, os médicos sem fronteiras estão estressados, aumentam em milhões as crianças que sofrem de fome e perseguições, o mapa do mundo em guerra parece aumentar a cada dia, porque o essencial começa a não ser produzido, a procura na escassez gera conflitos.
Se não cuidarmos, as fronteiras podem aumentar nos mapas e as cores ficarem mais intensas...
Cuidar não significa entregar....

Deus é bom vivant, deus é socialista, compreensivo e fiel!!!!
Dia do juízo final, as almas todas reunidas na praça celestial, Deus chama um sujeito gordo, careca, barbudo, cara de pinguço irritado, copo na mão:
- Vem cá tu !!!!
- Eu ????
- Sim!...Tu mesmo que roubaste o povo, arruinaste o Brasil, e não te castigaram!
- Vais me castigar?
- Se eu te castigasse por gostares de grana, teria que castigar todos os Papas!
- Então o que vais fazer comigo???
- Vou te recomendar que troques de marca de cachaça. Pega mal pra quem tem tanto dinheiro...


*Leia mais em "bar do chopp Grátis"...

terça-feira, 25 de abril de 2017

ESQUEÇA
João Eichbaum

É chegada aquela hora em que você descobre a inutilidade da razão. Por mais que você lhe dê tratos, ela não consegue lhe responder, tendo como ponto de partida a escala dos valores, pelos quais se avalia o comportamento dos seres humanos: por que o cidadão cumpre o seu dever, mas o Estado não?
Faltam só três dias para acabar com sua tortura. O que eram horas de lazer se tornou tempo de desprazer: o horrífico imposto de renda. Eis que o termo final se aproxima e você sabe que, na última hora, tudo pode acontecer. No último dia, a internet fica congestionada, o computador congela, e você sente aquele suor frio, contando as horas, e depois os minutos, que o separam da multa.
Claro, você deixou para os últimos dias, porque nada o entusiasmava, nada o convidava à pressa. Quem é que tem pressa para pagar? E agora você descobre que abril é o pior dos meses do ano, o mês que passa mais depressa, porque o Leão da Receita Federal passa suas patas enormes nas folhas do calendário.
Já que é chegada a hora de se entregar à inglória tarefa de confessar tudinho à Fazenda Nacional, e o que mais lhe dá vontade é de beber, putear e blasfemar, o único recurso que lhe resta é escapar do fardo das más lembranças, porque a razão não lhe dá motivos de alegria.
Esqueça que você está declarando rendimentos. Você está apenas declarando o quanto ganhou para sustentar sua família, para educar seus filhos, para lhes dar saúde, para lhes garantir segurança. Você está apenas declarando o quanto ganhou para sobreviver e para pagar também IPTU, IPVA, ITBI, IPI, ISSQN, taxa de luz, taxa de água, taxa de lixo, ICM nos remédios, na comida, no lazer, no prazer, em outras miudezas do cotidiano, enfim.
Esqueça. Não pense nas indecências que esperam pelo seu dinheiro. Esqueça que ele vai pagar o esplendor da existência para a Marcela e o Michelzinho. Que ele vai pagar diárias, verbas de gabinete, transporte, subsídios, planos de saúde, aposentadorias, cabos eleitorais e coisas impublicáveis de deputados e senadores. Esqueça que ele vai sustentar a vagabundagem do MST, as bacanais da UNE e de outros profissionais da baderna.
Esqueça que você está pagando por alguma coisa que nunca irá receber.  Esqueça que sem imposto não haveria auxílio-moradia para juízes, promotores, procuradores. Esqueça que você paga por uma previdência precária, instável, que pode mudar de uma hora para outra, deixando sua velhice entregue às mãos do destino.
Esqueça, enfim, que você vive num país loteado por políticos, empresários e outros sacanas sem qualificação, que usam para negócios infames o dinheiro que a Fazenda  assaca de você. Esqueça tudo isso. É a única maneira de não ter pena de você mesmo e de fugir da implacável perseguição do fisco, que só pega peixes pequenos, da sua estatura.



segunda-feira, 24 de abril de 2017

PLANETACHO
Domingueiras
Vejam só
No Brasil existem até agora três formas de pagamento: no débito, no crédito e na propina...

INOCENTES
Hoje em dia todo mundo olha desconfiado para algum político que não esteja envolvido em nada...

DEPOIMENTOS
Então o sujeito pergunta durante o depoimento: “Seu Moro, não pode ser uma verdade e nove mentiras”?

SILVIO NA LAVA JATO
Sílvio Santos vem aí”, cantarolou o porteiro do prédio da Polícia Federal ao ouvir o boato de que o dono do SBT teria se reunido com Lula para salvar o banco Panamericano...

ANTONIO CARLOS
Será que Zago não corrige a zaga por alguma questão de gênero?

SE FOSSE NO FACE SÓ FALTARIAM AS NOVE VERDADES:

Alvo de inquéritos por corrupção e lavagem de dinheiro na operação Lava Jato, o senador Romero Jucá (RR) defendeu a continuidade e a rapidez das investigações da Lava Jato.

AQUI E LÁ

Após tiroteio, vida volta à normalidade na Champs-Èlysées...Diferente de qualquer de qualquer cidade brasileira, em que a normalidade é o tiroteio...

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A LINGUAGEM DOS CIFRÕES
João Eichbaum
Alguns delatores parecem feridos pela vergonha da delação. Falam com a boca fechada, engolem sílabas, tartamudeiam, economizam gestos. Jamais alteram o som de voz. Nunca deixam extravasar outro sentimento que não seja o da humilhação. Agem como se sentissem ultrajados e diminuídos pela inclemência da Justiça

Há os formais, que usam gravata combinando com o terno. Esses não se adiantam. Limitam-se ao que lhes for perguntado e concentram a resposta em frases bem articuladas, com uma dicção perfeita, sem delongas, nem comentários. Parecem impassíveis, recitando um discurso decorado, cuidando para não resvalar em detalhes bandidos.

Mas há os exageradamente descontraídos, os que teatralizam suas confissões, dão de ombros para a ignomínia, e se comportam como se fossem os reis do baralho, exaltados pela certeza de que estão agradando.

Não os estorva o mínimo pudor, quando revelam o papel que representavam no esquema de corrupção. Não mostram um rego sequer de constrangimento no rosto, quando se referem aos apelidos dos delatados: a Amante, a Balzaca, a Feia. Tratam tudo com a maior intimidade.

Esse é o elenco do espetáculo da delação, que os noticiários de televisão têm apresentado. São criaturas amestradas no paraíso da opulência, o covil onde era tramado e reduzido a cifrões o crime, envolvendo próceres, empresários e políticos. Todos, de um jeito ou de outro, tímida, formal ou escandalosamente, falam a mesma língua: milhões, milhões, bilhões.

Esses numerais, que nunca fizeram parte do vocabulário do povo, correm no país do bolsa família, dos sem teto, dos sem terra, dos miseráveis, do SUS que não funciona, dos desempregados, dos barracos, dos bairros com esgoto a céu aberto, das estradas intransitáveis, da insegurança.

Mas tudo é possível, quando a democracia, mesmo alimentada pela miséria, é festejada com vivas à liberdade, porque aplaina o caminho para a depravação política.



quarta-feira, 19 de abril de 2017

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*
Quando FHC diz que as Instituições têm que se adaptar ao novo mundo, FHC não tem culhão pra dizer que "Temos que deixar de ser corruptos"...
O mundo torrou o saco de "políticos eufemistas" que não dizem nem deixam de dizer, mas continuam levando bola... Lula continua solto!!!!
Leva esta pra casa, FHC! e vai te catar....

Moro - Bem Lula... O que lhe posso oferecer é uma escolha de prisão. Pode ser no Rio, S. Paulo ou na Papuda com os seus antigos companheiros...
Lula- Tais Brincando, guri!!! Eu não vou preso nem a pau! Nem que a vaca tussa ou dona encrenca se levante do tumalo...
Moro - E não vai porquê, pode-se saber ?
Lula - Claro que pode, meu caro Moro, juiz encasacado sem toga... Porque eu chamei o FHC, o Temer, o Malluff, o Pezão, o Paes, o Haddad, o Coisa ruim do Renan e do Cunha, aqueles barrigudo todo do Senado, da Câmara, e em especial para a amante de nariz empinado e disse-lhes: Segurem o barraco! Como chefão, quem arranjou a grana toda próces inte de obra que nem foi fazida fui eu!... Se eu for preso, faço acordo de delação e entrego vocês tudo, cambada de ingratos covardes!!!.. Segurem o barraco, Carai!
(não conseguimos pegar mais nada do papo aqui do estúdio... Mas Lula ainda não foi preso)

*Leia mais em "bar do chopp Grátis"...


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*
Quando FHC diz que as Instituições têm que se adaptar ao novo mundo, FHC não tem culhão pra dizer que "Temos que deixar de ser corruptos"...
O mundo torrou o saco de "políticos eufemistas" que não dizem nem deixam de dizer, mas continuam levando bola... Lula continua solto!!!!
Leva esta pra casa, FHC! e vai te catar....

Moro - Bem Lula... O que lhe posso oferecer é uma escolha de prisão. Pode ser no Rio, S. Paulo ou na Papuda com os seus antigos companheiros...
Lula- Tais Brincando, guri!!! Eu não vou preso nem a pau! Nem que a vaca tussa ou dona encrenca se levante do tumalo...
Moro - E não vai porquê, pode-se saber ?
Lula - Claro que pode, meu caro Moro, juiz encasacado sem toga... Porque eu chamei o FHC, o Temer, o Malluff, o Pezão, o Paes, o Haddad, o Coisa ruim do Renan e do Cunha, aqueles barrigudo todo do Senado, da Câmara, e em especial para a amante de nariz empinado e disse-lhes: Segurem o barraco! Como chefão, quem arranjou a grana toda próces inte de obra que nem foi fazida fui eu!... Se eu for preso, faço acordo de delação e entrego vocês tudo, cambada de ingratos covardes!!!.. Segurem o barraco, Carai!
(não conseguimos pegar mais nada do papo aqui do estúdio... Mas Lula ainda não foi preso)

*Leia mais em "bar do chopp Grátis"...



terça-feira, 18 de abril de 2017

QUANDO VAI SER PRESO O LULA?
João Eichbaum
Conversa de boteco. Nada há de melhor para definir o depoimento de Emílio Odebrecht, perante os procuradores da República, que atuam na operação chamada Lava Jato. Só faltava a cerveja, o uísque ou o martelinho de cachaça para lubrificar o verbo e as gargalhadas.

Bem falante, muito à vontade, como quem simplesmente joga conversa fora, o patriarca da organização Odebrecht foi autêntico, mostrou quem é. Ele é um homem que transita livremente pelos meandros do poder, desde os tempos do governo militar. Um homem convicto de que o dinheiro lhe dá autoridade para falar, sem frescuras e sem mesuras, com procuradores engravatados que ganham míseros trinta mil por mês.

Teve de responder a poucas perguntas, porque seu domínio sobre o ritual era absoluto. Nunca perdeu o rebolado. Discorreu como quis, contou histórias, fez comentários. Sua postura, como depoente VIP, revelou o despreparo dos procuradores em conduzir o interrogatório. Para um deles nada mais restou, senão fazer pequeno discurso, como peroração à palestra do ilustre depoente.

Emílio traçou uma biografia social do Lula. Converteu-o em garoto-propaganda da Odebrecht, com quem trocava favores desde os tempos de sindicalista e lembrou o epíteto de “bon vivant”, que lhe fora atribuído pelo general Golbery do Couto e Silva.

De todo o bla-bla-blá de Emílio Odebrecht escorre uma certeza: Lula nunca pediu, nem recebeu favores especificamente em troca de alguma coisa, enquanto esteve no poder. Nem mesmo quando conseguiu empréstimo do BNDES para a empresa. De dinheiro, a Odebrecht só tratava com Pallocci, o “Italiano” que descolava grana em nome de Lula e do PT.

O art. 317 do Código Penal é muito vago, ao definir a corrupção passiva. Só pega peixes pequenos, como guarda de trânsito, fiscal, etc. Mas se um Presidente da República pede ajuda financeira para um sobrinho, um irmão, um filho, sem contraprestação que envolva o exercício de suas funções, o tipo penal se esfuma.

O jogo de favores entre Lula e a Odebrecht já era antigo, vezeiro. A promiscuidade da Odebrecht com o Poder tinha velhas raízes, anteriores a Lula. Tais precedentes lançam uma névoa sobre os conceitos de “função pública” e “vantagem indevida”, prejudicando a identificação do elemento subjetivo do delito.

Para ficar bem na foto, Emílio Odebrecht fez uma delação de amigo, relatando fatos cuidadosamente desossados de matéria criminal. Dela saiu Lula, carregando sua história sindical estilhaçada por dúvidas. Mas sobrou intacto o Lula matreiro, viscoso como muçum, que deixou seu rabo na mão dos companheiros, para escapar da Lava Jato. Legalmente, não poderá ser preso por corrupção.



segunda-feira, 17 de abril de 2017

PLANETACHO
DESDOBRE
O mágico esqueceu de comprar ovos de páscoa para a família. Sorte que ele tinha um coelho na cartola.

RECORDISTA
Marcelo Odebrecht entregou mais do que motoboy de pizzaria em noite de sábado.

BBBESTEIRA
Mais cedo ou mais tarde daria Maria da Penha no reality global.

EXAGERO
Imaginem se o governador do Rio tivesse o nome de Mãozona?

AZEITE
Estamos realmente fritos. Uma fiscalização do governo identificou irregularidades em 45 marcas de azeite.

NÃO FAZ ISSO CHICO
Não duvidem da canonização do Paulo Salim Maluf

CINCO
As delações da Odebrecht citam 5 presidentes vivos. E põe vivos nisso...

MATEMÁTICA
Nove ministros do Temer são investigados, mas não quer dizer que noves fora este seria um bom ministério.

O CARA
Moro pretende usar como prova o Itaquerão para mostrar que o Lula era o dono do campinho.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

VIRGENS NA ZONA?
João Eichbaum

Ao completar 90 anos, o ancião resolveu dar-se de presente uma virgem. Então telefonou para Rosa Cabarcas, dona de um bordel que atendia a clientes especiais, para lhe fazer a encomenda. Esse é o enredo do último romance de Gabriel Garcia Márquez, MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES.

O livro, longe daquilo que o título possa sugerir, não conta histórias de meretrício nem aventuras de alcova, mas expõe realidades da vida. Algumas chocam e enternecem, ao mesmo tempo. Outras são de uma evidência irrecusável, como a de que puteiro não é lugar para virgem.

Mas o romance de Gabriel Garcia Marques passou longe da realidade brasileira. Aqui, nesta terra onde tudo é perfeito para a felicidade dos políticos, há uma zona de meretrício pervertida pelo resplendor do poder, chamada Brasília. Desde anteontem, quando apareceu o listão da Odebrecht, ou do Janot, como queiram, soube-se que lá havia virgens.

A ninguém assombra que, na esperada lista, figurem nomes de gente que enriqueceu dando e recebendo, ao longo de uma legislatura atrás da outra. O que causa espécie é o nome de figurinhas que sempre mostraram um comportamento de freira, sem vocação nem virtudes de putas, ou a postura de Catilinas metidos a macho, donos da moral e dos bons costumes políticos.

Os eleitores pensavam que tinham as chaves das aldravas da honra das virgens que elegeram para o Senado e para a Câmara e, de repente, lá está, para escarmento geral, o nomezinho delas, no meio das rameiras que ganharam a vida só fazendo aquilo: entregando-se para a Odebrecht.

Esse é o resultado de um sistema no qual se elege o “diálogo” como instrumento de hegemonia de ideias. Há ideias que emperram no meio do caminho, porque o povo as recusa. Mas o contubérnio político chamado “diálogo” tudo resolve. Desde priscas eras é considerado bom político aquele que tem trânsito na oposição, aquele que sabe dialogar.

É claro que esse “diálogo” tem seu preço: ninguém dá nada de graça. Aí começa o rompimento do hímen da honestidade. Qualquer vantagem que contribua para a manutenção no poder deixa a honra em segundo plano. Então, desaparecido o alarme do pudor social, nada impede a prostituição.

O povo já sabia que não há virgens disponíveis na zona. Mas, parece que não estava muito convicto disso. Agora, o listão da Odebrecht apaga todas as dúvidas: todo mundo é desonesto, até prova em contrário.


quarta-feira, 12 de abril de 2017

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

Mundo mórbido, conformado, inerte, apático, confuso, irredutível em sua teimosia de se fingir de morto.
1- Um invade a Crimeia e fica por isso mesmo
2- Outro joga gás Sarin em crianças e fica assim...
3- O Outro faz uma revolução sendo presidente e vira ditador e necas.
4- O primeiro ajuda o segundo no sarin, e fica por isso mesmo.
5- O outro compra todo mundo, arrasa o pais sul-americano do petróleo, falta comida, falta tudo e fica assim, ditador igual ao 3...
6- Os caras são delatados, a policia tem dúvidas, a lei não sabe ainda, o povo tem certeza, e em vez de chamarem pra depor, deixam os bandidos votar leis no Senado, na Câmara e nos Cambau...
Depois vocês tossem!!!

 Já vi tanta coisa que o melhor é ficar olhando as procissões e os desfiles da janela...
Já vi passar procissão de tudo que é igreja, desfile de tudo que é escola de samba, partido politico e time de futebol, que, olhando o mundo aqui de cima, e isto tudo sem que nada mude, a não ser a roupa, os trajes e os meneios, os espirros os berros e os calibres de projeteis festivos e dispersivos, o melhor é a diversão entre uma soneca, um vir na janela pra olhar, um peixinho cru ou frito, uma tigela de leite, uma lambida de pata, uma lavagem de olhos, uma espreguiçada...E se der tempo uma curtida no Feissebokomoko
*Leia mais em "bar do chopp Grátis"...



terça-feira, 11 de abril de 2017

MEMÓRIA PROFANADA
João Eichbaum
Dá para levar a sério quem afronta a opinião dominante, ao comparar Gilmar Mendes com Rui Barbosa? Pode alguém, com a alma inteira e a razão no lugar que lhe reservou a natureza, considerar Gilmar Mendes o sumo pontífice do Direito Constitucional brasileiro?

 O responsável pelo indigesto paradoxo é o mesmo que assina o texto a seguir: “sua atuação em prol do desenvolvimento dos meios de efetivação das normas da Constituição, com o que o STF cumpre o papel positivo de construtor da ordem prevista pela Lei Magna, é evidente para os instruídos”.

O que dá para extrair desse excerto prolixo, ambíguo, coleante, áspero, torcido como um pavio, que deixa o leitor sem respiração se tiver coragem de chegar ao final? Para que tipo de leitores o articulista pensa que escreve, com essa linguagem obscura, que esconde o essencial – se é que de essencial se pode cogitar, num amontoado de vocábulos inúteis?

Manuel Gonçalves Ferreira Filho é o nome do gajo que compara Gilmar Mendes com Rui Barbosa. No currículo dele sobressaem as seguintes honrarias, segundo a Folha de São Paulo: professor emérito e titular aposentado de direito constitucional da Faculdade de Direito da USP, doutor honoris causa da Universidade de Lisboa, doutor pela Universidade de Paris, ex-professor visitante da Faculdade de Direito de Aix-en-Provence, membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e presidente do Instituto Pimenta Bueno – Associação Brasileira dos Constitucionalistas”.

Não é preciso ser “doctor honoris causa”, como o Lula, para constatar que o Brasil, hoje, está divorciado de preceitos ortodoxos do Direito Constitucional. O Executivo legisla. O hímen da constitucionalidade da República é vítima de seu próprio guardião, o Judiciário. O Legislativo só trata de salvar a própria pele. Nenhum dos poderes trabalha escrupulosamente dentro das funções constitucionais.

Os amiudados encontros entre Gilmar Mendes e Michel Temer, à sombra de árvores no pátio do Palácio Jaburu ou em jantares no Alvorada, turvam a ideia constitucional de separação dos poderes. Tais conciliábulos, incompatíveis com as funções que lhes cabem no sistema, podem levar a maus pensamentos. Por exemplo, que estejam trocando ideias sobre a maneira como o Temer se irá manter no trono, onde não chegou com as próprias pernas.


O doutor Manuel poderá encontrar em Gilmar Mendes as virtudes que sua amizade com o ministro quiser construir. Mas, não conseguirá transformá-lo num ícone como Rui Barbosa. Basta Gilmar Mendes abrir a boca, para que o povo faça o mesmo, com fastio. Nesses momentos, ninguém se lembra de Rui Barbosa. Nem para imaginá-lo coçando os bagos, de cuecas, entediado.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

PLANETACHO

REFORMA
Pressionado, Temer quer flexionar a reforma previdenciária. Vai fazer uma meia sola.

NA ÁGUA
Prenderam esta semana o presidente da confederação dos esportes aquáticos. Dizem que não se fazia nada na entidade sem ter que molhar a mão dele.

BIBLIOTECA
No futuro, a biografia da maioria destes políticos atuais vai ser catalogada pelos bibliotecários na secção de livros policiais.

OVOS
A novidade no mercado é um ovo de páscoa que fala: “Isto é um assalto”.

POLÊMICA
O médium só andava de táxi. Não conseguia baixar o aplicativo do  Uber.

TEMPOS MODERNOS
O casal se separou. Ele já não curtia as postagens dela como antigamente.

LAVA JATO
No Brasil as coisas andam mais ou menos assim: todos são culpados até que se prove a inocência.

NA SUIÇA
 Em uma fábrica de relógios na Suíça, o departamento de ponteiros dos segundos foi totalmente terceirizado.


sexta-feira, 7 de abril de 2017

ENTRE EXCREMENTOS E TELINHAS
João Eichbaum

A coisa começou na Petrobrás, onde a polícia federal sentiu a fedentina. Era o excremento que adubava a política brasileira. Aí pegaram o Cerveró pra courinho, a fim de implantar no Brasil uma velha prática, com um novo nome, sob batuta do juiz Sérgio Moro. Desde então, a deduragem, como era chamada na gíria a alcaguetagem, passou a ser conhecida pelo pomposo nome de Delação Premiada.

Com o novo sistema, que teve origem na Santa Inquisição e foi aprimorado na Itália e nos Estados Unidos, a cadeia a perder de vista passou a substituir velhos métodos. “Pau de arara”, choque elétrico ou pontapé nos bagos e urtiga na bunda, já é coisa do passado. Mas alguns antigos indigitados jamais irão esquecer a figura daquele baita afrodescendente, espaçoso nos seus 1,95 de altura, de braguilha aberta, sorrindo sem dentes e mostrando o instrumento que seria usado, se não houvesse confissão espontânea...

A experiência deu certo. O Cerveró abriu o jogo. Também, pudera! Se com aquela cara não conseguia comer ninguém fora da cadeia, imaginem encarcerado. A coisa começou a ficar tão fácil, que o finado Teori Zawaski dizia, mostrando todos os dentes: a gente puxa uma pena e vem uma galinha.

Mal sabia o então futuro finado que o país ia ficar em clima de juízo final. Logo depois de sua morte, atrás de cada galinha passou a vir um galinheiro. E a cada dia surgem novos galinheiros, com gente graúda pendurada em artigos e parágrafos do Código Penal.

 O método medieval de colheita de provas, que acabou trazendo à tona o que há de pior no sistema político brasileiro, espalhou no povo o pânico das incertezas. Então se instaurou no país um cataclismo social. Ninguém respeita mais ninguém, salvo o Moro e a Polícia Federal. O Judiciário virou piada. Juízes, ministros e demais autoridades que nada fazem para desinfetar o país, pondo-o a salvo dos corruptos, caem na vala comum dos mal amados.

No seguimento de tantas barbaridades processuais e políticas, as redes sociais, no dizer de alguém, passaram a substituir os mictórios de rodoviária. Ao lado de piadas, recordações, notícias, fotografias de bebês e de quitutes, semeia-se a insatisfação, a repulsa, o ódio.

Elas podem não ser o que de melhor o homem inventou para se comunicar, desde que deixou as cavernas. Mas essas telinhas,      que desinibem tímidos, descontrolam valentes, e concedem a qualquer um o direito de ser maluco, são o único instrumento de que dispõe a população aflita e enganada. São a única forma de dar vez a quem nunca teve voz. E para se escrever sobre os excrementos que adubam a política brasileira, nada mais adequado do que porta de latrina.


quinta-feira, 6 de abril de 2017


TATUÍ – UM TATU COM INJEÇÃO ELETRÔNICA
Carlos Maurício Mantiqueira*

A classe polititica, no momento, é composta apenas de tatus.
Cada um em sua toca esperando a poeira baixar. Em vão.

Serão desentocados por fas ou por nefas.
Os mais espertos pirarão em quanto não desande de vez o pirão.
Tempos bicudos.

Onde se refugiar para poder usufruir o fruto de suas felonias?
Em época mais colorida, um foragido foi reconhecido nas proximidades do fim do mundo.Teve fim imundo.

A quase totalidade dos alvos javajateandos mal fala o português.
À mercê de ditadores (ex-amigos) em países lusófonos, terão seus bens confiscados e estarão no bico do corvo. Agora são um estorvo.

Melhor pensar que tudo foi um sonho mau.
Os que primeiro despertarem farão a delaCão.
Vão-se os anéis; fiquem os dedos. Pelo menos nove.

Esperemos um ato desesperado do mais enrolado.
Um soco no touro que vai lhe arrancar o couro? Tudo filmado e documentado. Escândalo internacional.

Pelo menos dirá que foi preso por crime comum (desacato?)
Para o sem eira nem beira, será dificil tapar o sol com peneira.
Caso a soberba à cabeça lhe suba, acabará por encontrar o negão da Chatuba.
Melhor tomar rum em cuba.

*Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador
Fonte: Alerta Total


quarta-feira, 5 de abril de 2017


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*  

 Momento tenso sobre a definição de bondade e "gente boa" de que tanto se fala, e do socialismo e comunismo... Sem hipocrisia...
Quem, desde pequeno, se dispôs a dividir seu pai e sua mãe com o órfão????
E de seus 2 apartamentos, doar um para quem não tem nenhum..
E pra quem ganha mais de 5 salários, doar um todos os meses para quem não ganha nenhum!....
A esses 99,99 % da humanidade, não me venham falar de Socialismo, comunismo ou de religião!!!!
Falem de futebol e outras coisas!!!!


Um pouco de psicologia a modos de arroz de pato
Encontrei com Freud no fundo do quintal e ele me disse que tudo o que é ruim, atribuímos ao pai que normalmente é cachaceiro , tem amantes e abandona a mamãe, e tudo o que é bom vem da mamãe da gente, que era quem nos dava o peito e dinheiro para gastar com sexo e cachaça (escondido do pai) e que tudo o que é bom vem de Deus, e tudo o que é ruim vem do capeta diabólico mafarrico...
Não foi difícil compreender porque tem gente que não se lembra de tanta coisa nem com quem comparar o Lula e a Dilma... Tentei segurar o Freud pra umas conclusões, mas ele subiu no balão a caminho da papuda, e disse que o capeta só vai preso no dia em que houver cela tipo suite de Hotel Honoris Causa. Por isso que ele cruza os bracos sobre o barrigão inchado, bate o pé e diz:
-Não vou, não vou e não vou!
Três vezes!!!!!


*Leia mais em "bar do chopp Grátis"...

terça-feira, 4 de abril de 2017

JUSTIÇA EXPOSTA AO LINCHAMENTO
João Eichbaum
Dentro da viatura da polícia federal, Adriana Ancelmo ouvia as imprecações, com a indiferença de uma estátua de cera, sem o mínimo sinal de que estivesse se sentindo atingida. Mas o povo, que a esperava nas proximidades de sua residência, não dava a mínima para essa frigidez e a tratava como refugo da sociedade: “ladra, vagabunda, volta pro Bangu”.
Enquanto isso, sua fada madrinha, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, servia como alvo de impropérios de todos os matizes nas redes sociais.  Poucas vezes se viu, neste país coalhado de bacharéis, uma avacalhação assim uníssona, amargurando a glória do pessoal de toga.
Mas aí alguém resolveu sair do tom. Foi o doutor Alberto Zacarias Toron, que expressou indignação nesse quilométrico período: “a prevalecerem comentários que achincalham os juízes apenas por terem aplicado a lei, reconhecendo direitos a acusados estigmatizados por crimes que ainda estão sendo apurados, vamos chegar ao ponto em que o magistrado só será legitimado ou homenageado quando mandar o réu para a cadeia, ainda que cometendo uma ilegalidade”.
Pelo jeito, o doutor, que apanha do vernáculo, também desconhece princípios rudimentares de silogismo. Ele parte de uma premissa absconsa, não definida no texto. A equação que propõe se torna capenga, por uma simples razão: a ministra xingada nas redes sociais não aplicou lei alguma. Pelo contrário: além de estar sem jurisdição, em Paris, desrespeitou a Súmula 691 do STF e as decisões do próprio STJ, além de suprimir instância recursal.
Já o desembargador, cuja decisão foi anulada pela ministra viajante, diz o seguinte: “em regra não se concede prisão domiciliar automaticamente às diversas mulheres presas e acusadas pelos mais diferentes crimes, apenas porque tenham filhos menores de até 12 anos de idade".
Ora, partindo desse pressuposto, outra coisa não fez o desembargador senão aplicar o princípio constitucional da isonomia, inscrito no art. 5º da Constituição Federal: “todos são iguais perante a lei”. Afinal, se é negada a regalia da prisão domiciliar para outras mulheres em iguais condições, por qual razão ela seria deferida em favor de Adriana Ancelmo?

O defensor da ministra se apega unicamente à jurisprudência, que recusa o mandado de segurança como instrumento para emprestar efeito suspensivo aos recursos. Mas, jurisprudência não é lei, não revoga a Constituição e não impede o livre convencimento do juiz, na análise de casos concretos, se o tema não estiver consolidado em Súmula. E outra coisa: a prisão domiciliar não é direito líquido e certo, desatado pela maternidade em si.