O SENHOR FUX
Se
houvesse alguma dúvida quanto à falta de prestígio e de respeito que mina a
atual composição do Supremo Tribunal Federal, formada na maioria por nomeações
do governo do PT, essa dúvida teria deixado de existir na semana passada.
O
pujante município de Bento Gonçalves, avalista da fama do vinho gaúcho, realiza
periodicamente a festa dessa preciosa bebida, em evento coalhado de belas
atrações. A arte e a alegria se juntam a uma demonstração de força da atividade
industrial, propiciando momentos de lazer a quem visita aquela cidade durante
as festividades.
Mas,
na última semana, Bento Gonçalves se transformou em palco de uma história que
certamente não ficará esquecida. E a razão para eternizá-la como anedota, de
fazer até anjo de mausoléu morrer de rir, está no seu personagem central, que
não foi menos do que o senhor Luiz Fux, atual presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Aconteceu
o seguinte: o Centro de Indústria e Comércio daquela cidade havia agendado uma
palestra-jantar sobre o tema “Risco Brasil e Segurança Jurídica”, convidando
Fux para pronunciá-la. Mas, ao saberem do convite feito ao presidente do STF,
alguns membros da entidade manifestaram inconformidade.
Não,
não foi pelo motivo que vocês estão pensando, o dos jantares principescos, que
levam o STF a se deliciar à custa do contribuinte com bobó de camarão, camarão
à baiana, medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bacalhau à Gomes
de Sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana), arroz de pato, vitela
assada, codornas assadas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de
filé, com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre, e molhando
a goela com vinho passado por envelhecimento em barril de
carvalho francês ou americano, no mínimo por um ano, tipo Merlot,
da safra de 2011 ou posterior, ostentando pelo menos, quatro premiações
internacionais, ou vinhos branco Chardonnay. E para aperitivo - porque ninguém
é de ferro - cachaça envelhecida em madeira nobre, para Caipirinha, havendo
também opção para uísque de 12, 15 ou 18 anos.
Não.
A rebeldia contra a presença do Fux não foi por causa dessas comilanças, que
soam a desdém para quem passa fome, nesse país de miseráveis. O argumento foi
outro: o evento devia ser “apartidário”. Sim, senhores, “apartidário”...
Plantada
a divergência, coube à presidência do referido Centro botar panos quentes no
assunto.Não poderia dizer a Fux que sua excelentíssima pessoa era considerada
“non grata”. Então, a desculpa para desconvidar o convidado foi “falta de
segurança”. Mas, se apresentou uma alternativa: a palestra poderia ser
realizada na seccional da OAB.
O
presidente da entidade advocatícia exultou, com pruridos de honra, por poder
receber Luiz Fux falando para um público pagante, à razão de 150 reais por cabeça.
Mas aí foi a vez do Fux negar-se a apresentar aos advogados sua augusta pessoa em
corpo presente.
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