quinta-feira, 19 de agosto de 2021

 

BARROSO, LULA, BOLSONARO E A DEMOCRACIA

 

O homem nasce com tendências e propensões, que podem ser aperfeiçoadas, facilitadas ou anuladas pelo meio social, quando ele começa a se entender por gente.

 

O latim representa para a linguagem, em grau de dificuldade, o mesmo que a matemática, a física e a química representam para as, assim chamadas, ciências exatas.

 

Nada a ver o primeiro parágrafo com o segundo? Calma, chegaremos lá.

 

O ministro Luís Roberto Barroso é filho de promotor público. Seu pai foi membro do Ministério Público do Rio de Janeiro e, posteriormente, advogado. Então, o ministro Barroso tem berço. Filhinho de papai. Nasceu bem, tem pedigree. Nos seus tempos escolares não precisou estudar latim, porque esse idioma difícil havido sido banido dos currículos. Então prestou vestibular na Universidade Estadual (não na Federal) do Rio de Janeiro, onde não havia as dificuldades do latim, da matemática, da física e da química. Com o berço que tinha, estudou também nos Estados Unidos, onde só quem é muito burro não consegue aprender inglês. Com todas essas facilidades, porque livros não lhe faltaram, aperfeiçoou sua propensão para armar frases de efeito, tipo “mistura do mal com o atraso” ou “ponto fora da curva”.

 

Lula, contaminado pela doença do vitimismo, fugiu da dureza da vida em Pernambuco e dos bancos escolares, sem nunca ter sido apresentado à matemática, à física, à química e nem à conjugação verbal. Arrumou emprego em São Paulo, onde, no meio dos revoltados contra os patrões, descobriu sua propensão para ganhar tudo fácil, no gogó. Pelo gogó, pelo blablabá da língua enroscada em efes, se tornou sindicalista. Daí, de blablabá em blablabá, seguiu seu caminho para a presidência da República.

 

Depois duma prisão de mentirinha em sala cheia de  direitos humanos e de mordomias, sua maior dificuldade para concorrer às próximas eleições, que fora arredada pelo Luiz Facchin, está sendo agora aparelhada no TSE e no STF: tudo fácil.

 

O pai de Jair Messias Bolsonaro fazia obturações, dentaduras,  extraía dentes. Preso por exercício ilegal de profissão, foi absolvido.

 

Jair nasceu num lugar chamado Glicério, mas só foi registrado 10 meses depois, como se tivesse nascido em Campinas: coisa tipicamente de pobre. Concluiu o ensino médio em escola pública de Eldorado, também no interior de São Paulo. De lá foi enfrentar, aos 17 anos, o que Luís Roberto Barroso nunca enfrentou: as dificuldades da matemática, física e química da prova para ingresso na Escola Preparatória de Cadetes e, um ano depois, na Academia de Agulhas Negras.

 

Não sendo bastantes as dificuldades superadas, Bolsonaro arrostou a maior delas: a morte. A primeira vez, quando servia no grupo de paraquedismo do Exército, sendo jogado na avenida das Américas por uma rajada de vento. A segunda, todo mundo sabe: disputando a eleição para presidente.

 

De um homem que nasceu para enfrentar dificuldades, não se espere ternura, servilismo, simpatia cativante, bons modos. E por querer homem assim na Presidência, o povo escolheu Bolsonaro, em 2018. Democracia é isso, e não o que decidem os Tribunais.

 

 

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