RESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES?
As, assim chamadas nesse tom
genérico, “instituições” são grupos de homens aos quais, por lei ou por
costume, são atribuídas funções de liderança em determinadas áreas. A macacada
humana como seus primos, os demais macacos, precisam de disciplina, de
organização, de ordem, em função da convivência, exigida por sua natureza
gregária. E tais requisitos não podem ser confiados aos indivíduos, sob pena de
anarquia geral, cada um fazendo o que lhe dá no bestunto.
A tendência do animal, seja
ele dotado mais de inteligência do que de instinto, como o homem, ou mais
qualificado pelo instinto do que pela inteligência, como os demais animais, é
de agir segundo os impulsos de sua natureza, de acordo com as regras de sua
constituição biológica. E o indivíduo, porque assim o fez a natureza, com uma
carga imensa, uma montanha de egoísmo, quer, antes de tudo, o melhor para si: a
melhor fêmea, ou o melhor macho, em porte e beleza e, resumidamente, um mínimo
de esforço para colher da vida, o que de mais proveitoso ela possa oferecer.
Por ser cria da natureza, esse
animal exige dela, com todo o direito, o melhor. Afinal, ele não pediu para vir
ao mundo. A natureza é que promoveu aquele jogo de pega-pega de óvulos e
espermatozóides, uma brincadeira que quem acaba pagando é o ser que dela
resulta. E aí o sujeito, através de sua natureza personalíssima, faz as
cobranças que o seu ego sugere.
Então, para colocar limites
nas exigências do ego de cada indivíduo se criaram as instituições civis,
militares e eclesiásticas. Em função disso existem os poderes Legislativo,
Executivo, Judiciário, e a Congregação
da Fé...
Mas... (e bota muito “mas”
nisso) essas instituições não passam de grupos humanos. São os indivíduos
ajuntados para meter seu bedelho na humanidade da qual eles se julgam
excluídos. O que acontece, então? Ora, outra coisa não poderia acontecer, senão
um monte de egos reunidos. Aí está o problema. Nenhum dos indivíduos que
compõem as instituições abre mão daquilo que a natureza personalíssima deles
exige: o melhor para si.
Então, minha gente,
instituições são apenas nomes, apelidos. Nomes abstratos, se pode dizer, porque
elas não podem existir por si mesmas. Instituições não passam de ajuntamento de
homens que se organizam, trocando favores para se garantirem no poder. E, mais
do que isso, colocando o poder a serviço do próprio ego.
Vocês acham que auxílio-disso,
auxílio-daquilo, verbas de gabinete, passagens aéreas, transporte de primeira
classe, banquetes com vinhos premiados para ministros do STF, pensões
vitalícias para filhas solteiras, planos de saúde para senadores, são
exigências das “instituições”? O que vocês acham do tempo de aposentadoria que
as “instituições” exigem do trabalhador, o longo tempo de contribuição para a
previdência, quando o mesmo não exigem dos homens que compõem as ditas
“instituições”?
E agora, com a
aposentadoria de suas excelências
togadas espichada para os 75 anos, não se surpreenda se, na sua conta como
pagador de imposto, aparecer uma rubrica chamada “auxílio-ereção” para as “instituições”...
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