OS
PITACOS DA DONA ELENA
Uma
senhora chamada Elena Landau, que figura entre os colunistas do Estadão, se
apresenta ao distinto público como “advogada e economista”, atrelando a esses
títulos uma curiosa informação: “contribui com o plano econômico de Simone
Tebet”.
Para
começar, dona Simone Tebet é senadora pelo Mato Grosso do Sul. Sendo
parlamentar, ela não exerce cargo executivo. Por isso só deve ter “plano
econômico” para sua vida privada, com o dinheiro que o povo desembolsa para
sustentá-la. Poderia, sim, propor projetos de lei de interesse da economia
nacional. Mas se tem outros “planos econômicos”, além dos domésticos, o que
está esperando para salvar o país com as ideias de Elena Landau?
Esse introito
é uma decorrência necessária da curiosidade que leva a indagar da distinta madame
Elena Landau, o que serve para seu currículo, a contribuição “com o plano
econômico de Simone Tebet”.
Mas, não é só isso
que cavouca no leitor um veio crítico, ao ter sob os olhos a mais recente
coluna de Elena Landau. Acontece que a dita coluna é destacada no jornal como
de “economia”, mas a dona Elena desanda a falar sobre “cultura”. Em furioso
texto contra o governo federal diz ela que “Bolsonaro e sua trupe deste circo de horrores, quer colocar todos os
brasileiros em seu cercadinho. Não se limita à destruição da Lei
Rouanet – que quase ninguém sabe como
funciona, mas é contra assim mesmo. Está no desrespeito ao patrimônio
histórico, aos museus, ao cinema e a toda cultura nacional”.
E vai mais longe, viajando
na maionese e derramando bilis: “não consigo deixar de associar essas mortes ao
assassinato da cultura que vem sendo cometido pelo governo. Da total
inadequação dos nomes que comandam a pasta à perseguição cotidiana aos artistas
brasileiros. O Goebbels tupiniquim,
que comandou a Secretaria da Cultura, já era o sinal dos novos tristes tempos.
O projeto é calar vozes que, pela própria natureza da arte, são inquietas,
críticas, inconformadas e questionadoras”.
A excelentíssima senhora,
debaixo do título “economia”, havia começado a falar sobre a morte de Arnaldo Jabor e nela emendou a sua fúria
contra Jair Bolsonaro. Só faltou dizer que Bolsonaro era culpado pela morte do
Jabor.
Claro que nesse texto, que
não é de economia, e muito menos de cultura, mas um derrame de maus bofes, sobrou
para o secretário, Mário Frias.
Esse, segundo a articulista, “junta a ideologia fascista à mediocridade. O
ressentimento do artista fracassado explica parte dessa destruição e a
mesquinharia de suas decisões. O incêndio da Cinemateca Nacional é a sua cara”.
Em sua fúria, dona Elena
esqueceu de que não se deve falar de corda em casa de enforcado. Não se deu
conta do horror desatado pelo incêndio do Museu Nacional, quando era presidente
desse país o senhor Michel Temer, patrício da senhora Simone Tebet, cliente de
economia da articulista.
Há um mínimo que todo o
colunista deveria saber: para desabafos pessoais a arte da escrita oferece
caminhos, que só quem a domina sabe onde encontrar.
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