UMA FARSA CHAMADA
DEMOCRACIA
Sob
o título “O Papel da Oposição na Corrosão da Democracia”, o Estadão se entrega
a fantasias furtivas, vendo chifres em cabeça de cavalo. Acha que a
“democracia” no Brasil está a perigo. O final do artigo serve como resumo de
seu contéudo. “Não basta criticar o bolsonarismo. Não basta preocupar-se com o
futuro. Já hoje muitas lideranças políticas de outras cores partidárias estão,
com suas ações e omissões, contribuindo para enfraquecer a Constituição. É
assim que começa a temida ruptura democrática” – diz o jornal.
Para
começar, democracia, no Brasil, é só apelido, conversa para boi dormir ou para
enganar o resto do mundo. Democracia é o governo do povo pelo povo. Mas, aqui,
quem menos conta, na administração do país, é o povo. O povo aqui só é lembrado
em dois momentos: em tempos de eleição e na hora de elevar os impostos, que
mais servem para garantir privilégios de políticos e de certas categorias de
servidores, do que para dar ao povo saúde, segurança e educação. A eleição é
uma forma de mascarar a oligarquia partidária.
São
os partidos com suas manipulações que
metem goela abaixo do povo os candidatos. E o povo fica sem opção: ou
vota nos candidatos que lhe foram impostos, ou vota em branco. Mas, até votando
em branco o povo contribuiu para uma falsa eleição: a Constituição, no art. 77,
§2º, ignora a democracia, desdenhando da vontade do eleitor.
Mas,
não é só isso. Ao final do artigo, no qual expõe sua “opinião”, o jornal Estado
de São Paulo esquece, ou deixar de elencar por medo, entre os fatores que
“contribuem para enfraquecer a Constituição”, a única instituição que tem o
dever de preservá-la e não o faz: o STF.
Levado
por irreprimível desejo de poder, o Supremo Tribunal Federal deixou de ser o
guardião da Constituição, para se adonar dela, para fazer dela o que bem
entende. Começou, reformando a Constituição, se servindo do § 3º do seu artigo
226, sem qualquer fundamento jurídico institucional, mas usando como peso
pesado uma aura de pieguice social, ao determinar o que aquele dispositivo não
determina: transformou homem em mulher e mulher em homem, oficializando a
homosexualidade como “união familiar”. Mais tarde, fazendo vistas grossas ao
princípio constitucional da isonomia, firmou o dogma de que uns valem mais do
que os outros, aprovando as quotas para ingresso nas universidades.
E foi
além, com a usurpação da competência legislativa: arvorou-se em legislador
comum para criar o crime da discriminação sexual através de jurisprudência. E
já que ninguém reclamou, foi adiante: agora, além de se sobrepor ao Executivo,
criou um indigesto inquérito onde a própria vítima é acusador e juiz.
A realidade
é muito diferente do que diz o Estadão. Quem está enfraquecendo a Constituição
não são as “lideranças políticas”, mas uns togados apadrinhados, que não
receberam poder do povo para fazer o que estão fazendo.
Na verdadeira
democracia o povo não é mero figurante, mas a própria razão de ser do sistema.
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