DIREITOS
DESUMANOS
O
cristianismo exulta, faz festa, celebra há séculos a passagem de Jesus Cristo
pelo planeta. Mas nesses festejos, ninguém se lembra dos inocentes indefesos, degolados
por ordem de Herodes, o malvado que queria acabar com um menino destinado a ser
o rei dos judeus. Mas Jesus Cristo foi um privilegiado, teve a proteção de Javé
e de seus anjos, e graças a esse serviço de segurança foi levado são e salvo
para o Egito. Inocentes morreram, para que ele tivesse aquela segurança. Essa
dolorosa infâmia é contada por Mateus no capítulo 2 do seu evangelho,
versículos 16 a 18.
A
pergunta que brada aos céus, sem resposta alguma, é: o que fizeram esses
inocentes, para sofrer tamanho castigo? Por que, ao invés de permitir a
matança, Javé, a quem judeus e cristãos chamam de Todo Poderoso, nada fez em
favor dos inocentes?
E, agora,
nos últimos dias, essa mesma pergunta rasga os céus do Brasil: o que fizeram
aquelas inocentes crianças da creche chamada contraditoriamente Bom Pastor,
para serem torturadas em cenas macabras de horror e morte, que diretor nenhum
teria coragem para exibir em filmes?
Na
mitologia se compreende que não haja respostas a perguntas tão naturais. Mas,
na realidade, não se pode aceitar passivamente a matança de inocentes, sem
apontar o dedo para os culpados.
E há
um culpado, que não tem como fugir da culpa: o Poder Público: Legislativo,
Executivo e Judiciário. O Legislativo desarma o cidadão, impede o exercício do
direito natural de legítima defesa, e protege o bandido sob as asas dos
“direitos humanos”, com penas abrandáveis, audiência de custódia, salário para
não fazer nada, e muitos outros privilégios, que o cidadão de bem não possui. O
Executivo, cuja ambição é só o poder, gasta o dinheiro dos contribuintes em
qualquer coisa, mas condiciona a segurança dos cidadãos à escassez da verba, que
jamais faltará para a companheirada dos cargos em comissão.
E para
ilustrar a ineficiência do Poder Judiciário basta invocar os antecedentes
criminais do autor do massacre de Blumenau: esfaqueou o padrasto e seu
cachorro, foi flagrado com porte de cocaína, participou de briga em casa de
festa. Certamente estava solto mercê dos “direitos humanos”...
No
caso de uma escola, há normas legais que exigem rigorosa proteção contra fogo.
Sem avaliação dos bombeiros, não haverá permissão para o funcionamento da escola.
Se essa for particular – diga-se de passagem. Se for escola pública, a conversa
será outra. Que o digam as centenas de prédios escolares em vias de desabar,
por esse Brasil afora.
Por
que não se exigem plenas condições de segurança para o estabelecimento escolar,
ou seja, proteção contra a bandidagem, contra os loucos, contra os drogados?
Certamente,
não há lugar que reúna o maior número de desprotegidos do que os estabelecimentos
escolares. Exatamente lá, onde bandidos virtuais desabrocham, os “direitos
humanos” retiram a autoridade do professor, proibindo-o de impor castigo aos
infratores. Então, os inocentes acabam pagando pela hipocrisia legalizada,
porque a soberania dos direitos desumanos é a que impera.
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