terça-feira, 11 de abril de 2023

 

DIREITOS DESUMANOS

O cristianismo exulta, faz festa, celebra há séculos a passagem de Jesus Cristo pelo planeta. Mas nesses festejos, ninguém se lembra dos inocentes indefesos, degolados por ordem de Herodes, o malvado que queria acabar com um menino destinado a ser o rei dos judeus. Mas Jesus Cristo foi um privilegiado, teve a proteção de Javé e de seus anjos, e graças a esse serviço de segurança foi levado são e salvo para o Egito. Inocentes morreram, para que ele tivesse aquela segurança. Essa dolorosa infâmia é contada por Mateus no capítulo 2 do seu evangelho, versículos 16 a 18.

A pergunta que brada aos céus, sem resposta alguma, é: o que fizeram esses inocentes, para sofrer tamanho castigo? Por que, ao invés de permitir a matança, Javé, a quem judeus e cristãos chamam de Todo Poderoso, nada fez em favor dos inocentes?

E, agora, nos últimos dias, essa mesma pergunta rasga os céus do Brasil: o que fizeram aquelas inocentes crianças da creche chamada contraditoriamente Bom Pastor, para serem torturadas em cenas macabras de horror e morte, que diretor nenhum teria coragem para exibir em filmes?

Na mitologia se compreende que não haja respostas a perguntas tão naturais. Mas, na realidade, não se pode aceitar passivamente a matança de inocentes, sem apontar o dedo para os culpados.

E há um culpado, que não tem como fugir da culpa: o Poder Público: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Legislativo desarma o cidadão, impede o exercício do direito natural de legítima defesa, e protege o bandido sob as asas dos “direitos humanos”, com penas abrandáveis, audiência de custódia, salário para não fazer nada, e muitos outros privilégios, que o cidadão de bem não possui. O Executivo, cuja ambição é só o poder, gasta o dinheiro dos contribuintes em qualquer coisa, mas condiciona a segurança dos cidadãos à escassez da verba, que jamais faltará para a companheirada dos cargos em comissão.

E para ilustrar a ineficiência do Poder Judiciário basta invocar os antecedentes criminais do autor do massacre de Blumenau: esfaqueou o padrasto e seu cachorro, foi flagrado com porte de cocaína, participou de briga em casa de festa. Certamente estava solto mercê dos “direitos humanos”...

No caso de uma escola, há normas legais que exigem rigorosa proteção contra fogo. Sem avaliação dos bombeiros, não haverá permissão para o funcionamento da escola. Se essa for particular – diga-se de passagem. Se for escola pública, a conversa será outra. Que o digam as centenas de prédios escolares em vias de desabar, por esse Brasil afora.

Por que não se exigem plenas condições de segurança para o estabelecimento escolar, ou seja, proteção contra a bandidagem, contra os loucos, contra os drogados?

Certamente, não há lugar que reúna o maior número de desprotegidos do que os estabelecimentos escolares. Exatamente lá, onde bandidos virtuais desabrocham, os “direitos humanos” retiram a autoridade do professor, proibindo-o de impor castigo aos infratores. Então, os inocentes acabam pagando pela hipocrisia legalizada, porque a soberania dos direitos desumanos é a que impera.

 

 

 

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