AI
DE VÓS, HOMENS DE MUITA FÉ!
João
Eichbaum
Algum
de vocês já foi procurado por abelhudos, querendo saber em quem vocês vão votar?
Ou algum amigo, parente, conhecido o foi? Vocês não acham que pesquisa e prêmio
na sena são coisas que a gente só vê nos jornais, ou tem conhecimento apenas
por ouvir dizer?
Atentem
para o vexame dos institutos de pesquisa nas eleições. Aqui no Rio Grande do
Sul, quem despontava para senador, no espalhafato das pesquisas, era José
Fogaça, seguido por Paulo Paim. Em terceiro lugar, distante desse, aparecia
Beto Albuquerque. Os outros se perdiam na poeira.
Mas,
na contramão dos prognósticos, foi eleito Luiz Carlos Heinze com respeitável
votação, seguido de longe por Paulo Paim, que não ficou muito à frente de Beto
Albuquerque. Carmen Flores obteve surpreendente resposta nas urnas, deixando na
poeira José Fogaça.
No
Rio de Janeiro, Wilson Witzel, concorrendo por um partido de pouca expressão, o
PSC, não despontava com perspectiva para o segundo turno. O medalhão e político
profissional Eduardo Paes era o nome que liderava. Mas, na votação, deu Witzel,
com 41% dos votos válidos, contra 19% do dito Eduardo Paes.
Em
Minas, Dilma Rousseff, estrela do PT, despencou do alto das pesquisas sobre o
monturo da humilhação. Como candidatos a governador, Pimentel e Antônio Anastasia,
ambos matreiros políticos profissionais, apareciam como preferidos. Mas o silêncio
da verdade, nas urnas, desmentiu o impudico alarde das pesquisas. Venceu Romeu
Zuma, sem pedigree político e sem dinheiro do fundo partidário.
Serão
tais erros frutos de incompetência ou desonestidade? Sabemos que o Brasil é um
país de dimensões continentais, com uma população distribuída em vários nichos
sociais, que vão da miséria a fortunas incalculáveis, da ignorância total aos
pós-doutorados, do isolamento à notoriedade. Haverá instrumentos de estatística
capazes de triturar tais discrepâncias, para extrair desse pó um argumento
científico?
Nossa
história política foi conspurcada pelo “mensalão”, pelo “petrolão”, pela JBS e por
outras safadezas. Os bilhões do fundo partidário lavam as burras dos grandes
partidos, que estão nas mãos de velhas raposas. Com tais premissas, só aquela
fé de quem acredita em milagre pode emprestar crédito às pesquisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário