sexta-feira, 10 de maio de 2019


FILOSOFIA
João Eichbaum

Da união da mitologia com a filosofia, essa coisa inventada pelos intelectuais gregos, que não faziam outra coisa na vida senão coçar o saco, resultou a religião. Claro, a religião beneficiou o povo miserável. Iludiu-o, fê-lo sonhar, embriagado pela esperança da vida eterna num paraíso, onde não passaria fome, sem precisar lavrar a terra.

Os efeitos produzidos na plebe entusiasmaram estelionatários - que os houve desde que o mundo é mundo, sim – em todos os recantos. Utilizando o blábláblá, que é o idioma oficial da filosofia, sua base, seus fundamentos, e se valendo da liderança conquistada pela arte nata de enganar, eles foram fundando várias religiões, aqui, ali, acolá.

No ocidente prevaleceu a religião cristã que, se aproveitando da mitologia judaica, elegeu a filosofia de Jesus Cristo como base de sua pregação. Ameaçando com o diabo e seus sequazes, que exercem absoluto domínio sobre as profundezas do inferno, e prometendo o paraíso para quem amar o próximo sem desejar a mulher dele, o cristianismo plantou sua hegemonia filosófica.

As ideias de Tomás de Aquino, forjadas nas entranhas da Igreja Católica, até hoje ocupam a cabeça de quem não tem nada melhor para fazer, e são tidas como bases indestrutíveis da filosofia. A filosofia ou está umbilicalmente ligada a ideias religiosas, ou flutua no campo do etéreo, tipo nada ver com a vida suada do homem que luta para sobreviver, ou ainda serve como instrumento contundente, exatamente, para combater o deísmo. Tomás de Aquino de um lado e Nietzsche de outro seduzem neófitos.

Mas, nenhuma filosofia conseguiu mudar o homem. O homem de hoje é o mesmo de ontem, mantendo sua capacidade de produzir horrores e maravilhas, numa escala que vai de náuseas a orgasmos múltiplos. O crente não é melhor nem pior do que o descrente.

Quer dizer: até hoje a filosofia não mostrou a que veio. Alguém conhece alguém que ganhou sozinho na sena, só porque domina a filosofia? Alguém conhece alguém que viveu sempre feliz só porque conhece filosofia? Alguém conhece alguma candidata a modelo que desdenha jogador de futebol famoso, saradão e cheio da grana, só porque ama um filósofo conhecedor de Heidegger?

É a economia que move o mundo, e não a filosofia. E o que move o homem é o epicurismo. A natureza o fez epicurista. Ele se serve do pragmatismo para chegar lá, buscando o melhor para si: comer, beber e transar. Mas, ninguém precisa frequentar escolas de filosofia, para saber o que é epicurismo e pragmatismo. Isso o homem já aprende desde a primeira fome, com a boca grudada nas tetas. O resto é apanhando da vida, ou correndo atrás da glória que ele aprende.

Não é papel do Estado gastar dinheiro público com filosofia.  Não lhe cabe bancar a cultura como passatempo para acompanhar um cigarrinho. O Estado deve, sim, investir no ensino para gerar emprego, para girar a roda da economia, e não para sustentar o estado de graça de quem só quer filosofar à custa daqueles que produzem empregos e riqueza. Quem quiser filosofar, que pague. O contribuinte merece respeito.


2 comentários:

Carlos Marcelo da Silva disse...

Boa tarde meu xará, você está certíssimo. O governo Bolsonaro resolveu pôr o dedo na ferida. Pena que Congresso e STF não ajude, viu? Já querem explicações sobre o decreto das Armas, sobre as lagostas e vinhos, eles nada dizem ao Brasil.

Unknown disse...

Obrigado pelo convite. Muito bom seu site.