FILOSOFIA
João Eichbaum
Da união da mitologia com
a filosofia, essa coisa inventada pelos intelectuais gregos, que não faziam
outra coisa na vida senão coçar o saco, resultou a religião. Claro, a religião
beneficiou o povo miserável. Iludiu-o, fê-lo sonhar, embriagado pela esperança
da vida eterna num paraíso, onde não passaria fome, sem precisar lavrar a
terra.
Os efeitos produzidos na
plebe entusiasmaram estelionatários - que os houve desde que o mundo é mundo,
sim – em todos os recantos. Utilizando o blábláblá, que é o idioma oficial da
filosofia, sua base, seus fundamentos, e se valendo da liderança conquistada
pela arte nata de enganar, eles foram fundando várias religiões, aqui, ali,
acolá.
No ocidente prevaleceu a
religião cristã que, se aproveitando da mitologia judaica, elegeu a filosofia
de Jesus Cristo como base de sua pregação. Ameaçando com o diabo e seus
sequazes, que exercem absoluto domínio sobre as profundezas do inferno, e
prometendo o paraíso para quem amar o próximo sem desejar a mulher dele, o
cristianismo plantou sua hegemonia filosófica.
As ideias de Tomás de
Aquino, forjadas nas entranhas da Igreja Católica, até hoje ocupam a cabeça de
quem não tem nada melhor para fazer, e são tidas como bases indestrutíveis da
filosofia. A filosofia ou está umbilicalmente ligada a ideias religiosas, ou
flutua no campo do etéreo, tipo nada ver com a vida suada do homem que luta
para sobreviver, ou ainda serve como instrumento contundente, exatamente, para
combater o deísmo. Tomás de Aquino de um lado e Nietzsche de outro seduzem
neófitos.
Mas, nenhuma filosofia
conseguiu mudar o homem. O homem de hoje é o mesmo de ontem, mantendo sua
capacidade de produzir horrores e maravilhas, numa escala que vai de náuseas a
orgasmos múltiplos. O crente não é melhor nem pior do que o descrente.
Quer dizer: até hoje a
filosofia não mostrou a que veio. Alguém conhece alguém que ganhou sozinho na
sena, só porque domina a filosofia? Alguém conhece alguém que viveu sempre
feliz só porque conhece filosofia? Alguém conhece alguma candidata a modelo que
desdenha jogador de futebol famoso, saradão e cheio da grana, só porque ama um
filósofo conhecedor de Heidegger?
É a economia que move o
mundo, e não a filosofia. E o que move o homem é o epicurismo. A natureza o fez
epicurista. Ele se serve do pragmatismo para chegar lá, buscando o melhor para
si: comer, beber e transar. Mas, ninguém precisa frequentar escolas de
filosofia, para saber o que é epicurismo e pragmatismo. Isso o homem já aprende
desde a primeira fome, com a boca grudada nas tetas. O resto é apanhando da
vida, ou correndo atrás da glória que ele aprende.
Não é papel do Estado
gastar dinheiro público com filosofia. Não lhe cabe bancar a cultura como passatempo
para acompanhar um cigarrinho. O Estado deve, sim, investir no ensino para
gerar emprego, para girar a roda da economia, e não para sustentar o estado de
graça de quem só quer filosofar à custa daqueles que produzem empregos e
riqueza. Quem quiser filosofar, que pague. O contribuinte merece respeito.
2 comentários:
Boa tarde meu xará, você está certíssimo. O governo Bolsonaro resolveu pôr o dedo na ferida. Pena que Congresso e STF não ajude, viu? Já querem explicações sobre o decreto das Armas, sobre as lagostas e vinhos, eles nada dizem ao Brasil.
Obrigado pelo convite. Muito bom seu site.
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