sexta-feira, 16 de agosto de 2019


O MITO
João Eichbaum

Como homem polêmico, Jair Messias Bolsonaro parece bater todos os recordes da história política do Brasil. E isso tem uma razão: ele não foi aceito pelas maiores empresas de comunicação, as que dominam, ou dominavam, antes do advento das redes sociais, o mercado em todo o país.

Essas empresas, às quais se costuma chamar de “grande imprensa” assumiram publicamente e sem escrúpulos o papel de oposição política, porque a eleição de Jair Bolsonaro não lhes caiu no gosto, não lhes provocou digestão saudável. E não se trata de simples oposição. É um posicionamento radical que, ultrapassando as raias da mera antipatia, bate nos limites do ódio.

O papel da oposição política se entende. Faz parte da luta pelo poder. É uma das facetas da chamada democracia, sistema no qual, teoricamente, as divergências de ideias, pensamentos e objetivos políticos contribuem para o bem estar comum. Afinal, o povo governado não pode ser tratado como gado, que é alimentado, conduzido e sacrificado de forma igual, sem ter meios de manifestar vontade própria. O povo a tem e pode se manifestar, porque nem todos têm os mesmos gostos, nem idênticas necessidades, que possam construir a homogeneidade absoluta de uma nação.

Então, os políticos, que são eleitos pelo povo para divergir do governo, mais não fazem do que o seu papel, mesmo que contrariem por birra, por burrice, simplesmente por contrariar a quem está no poder. O que lhes interessa, acima de tudo, é a fraqueza do seu adversário, que lhes fornecerá espaço para a tomada do poder no futuro: como em qualquer jogo.

Mas, que razões explícitas levam empresas de comunicação a abrirem guerra contra os poderes constituídos, especialmente contra uma pessoa, no caso, o presidente da República, cujo caráter esfolam com notícias carregadas de maledicências? Por que mais preferem os escombros do que a grandeza da nação? Elas não o dizem e esse silêncio autoriza a presumir más intenções. Ao invés de princípios, a mola mestra de quem assim se comporta são ambições, espaço para enriquecimento e poder. Para isso, agem como pitonisas da desgraça e da calamidade.

Provocado por essas atitudes, o país está dividido. Famílias perdem a unidade, a intimidade, a graça de conviver. Amigos deixam de ser amigos. Colegas de trabalho passam a não se suportar um ao outro.

Como Bolsonaro foi eleito por uma maioria expressiva, seus eleitores não deixam passar os ataques em brancas nuvens e se voltam contra o material explosivo que a “grande imprensa”, quer através de editoriais, quer através de seus cronistas e articulistas, coloca em seus noticiários e nas suas colunas tendenciosas.

Então, sentindo-se apoiado pelo povo, Bolsonaro não se abate, segue em frente. Vai levando a vida de cidadão comum, igual aos outros, respondendo o que lhe vai pela cabeça ao que lhe perguntam, pois sabe que, para perguntas idiotas, só servem respostas do mesmo nível. Continua a ser o que ele sempre foi, e muito bem definido pelo ministro Paulo Guedes: um cara de maus modos, mas de bons princípios.


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