O MITO
João
Eichbaum
Como homem polêmico, Jair Messias Bolsonaro parece
bater todos os recordes da história política do Brasil. E isso tem uma razão:
ele não foi aceito pelas maiores empresas de comunicação, as que dominam, ou
dominavam, antes do advento das redes sociais, o mercado em todo o país.
Essas empresas, às quais se costuma chamar de “grande
imprensa” assumiram publicamente e sem escrúpulos o papel de oposição política,
porque a eleição de Jair Bolsonaro não lhes caiu no gosto, não lhes provocou
digestão saudável. E não se trata de simples oposição. É um posicionamento
radical que, ultrapassando as raias da mera antipatia, bate nos limites do
ódio.
O papel da oposição política se entende. Faz parte da
luta pelo poder. É uma das facetas da chamada democracia, sistema no qual,
teoricamente, as divergências de ideias, pensamentos e objetivos políticos
contribuem para o bem estar comum. Afinal, o povo governado não pode ser
tratado como gado, que é alimentado, conduzido e sacrificado de forma igual,
sem ter meios de manifestar vontade própria. O povo a tem e pode se manifestar,
porque nem todos têm os mesmos gostos, nem idênticas necessidades, que possam
construir a homogeneidade absoluta de uma nação.
Então, os políticos, que são eleitos pelo povo para
divergir do governo, mais não fazem do que o seu papel, mesmo que contrariem
por birra, por burrice, simplesmente por contrariar a quem está no poder. O que
lhes interessa, acima de tudo, é a fraqueza do seu adversário, que lhes
fornecerá espaço para a tomada do poder no futuro: como em qualquer jogo.
Mas, que razões explícitas levam empresas de
comunicação a abrirem guerra contra os poderes constituídos, especialmente
contra uma pessoa, no caso, o presidente da República, cujo caráter esfolam com
notícias carregadas de maledicências? Por que mais preferem os escombros do que
a grandeza da nação? Elas não o dizem e esse silêncio autoriza a presumir más
intenções. Ao invés de princípios, a mola mestra de quem assim se comporta são
ambições, espaço para enriquecimento e poder. Para isso, agem como pitonisas da
desgraça e da calamidade.
Provocado por essas atitudes, o país está dividido.
Famílias perdem a unidade, a intimidade, a graça de conviver. Amigos deixam de
ser amigos. Colegas de trabalho passam a não se suportar um ao outro.
Como Bolsonaro foi eleito por uma maioria expressiva,
seus eleitores não deixam passar os ataques em brancas nuvens e se voltam
contra o material explosivo que a “grande imprensa”, quer através de
editoriais, quer através de seus cronistas e articulistas, coloca em seus
noticiários e nas suas colunas tendenciosas.
Então, sentindo-se apoiado pelo povo, Bolsonaro não se
abate, segue em frente. Vai levando a vida de cidadão comum, igual aos outros, respondendo
o que lhe vai pela cabeça ao que lhe perguntam, pois sabe que, para perguntas
idiotas, só servem respostas do mesmo nível. Continua a ser o que ele sempre
foi, e muito bem definido pelo ministro Paulo Guedes: um cara de maus modos,
mas de bons princípios.
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