PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO
Deus, a ostentação e a
morte
Não há notícias de comunicações entre
vivos e mortos. Há quem diga que serve de "posto de retransmissão" ,
que são intérpretes, etc, mas querem é aparecer, faturar uns trocados...
Nenhuma empresa como a Vivo, a Tim, a Claro, a Ôi, se preocuparam em criar
sequer 3G para comunicação "mundo real x além "... Caiam na real, não
viagem na batatinha, que nem Jesus avisou que ia ressuscitar...
Hindus queimam cadáveres à beira de
rios, o que é uma excelente ideia, os Sioux deixavam os cadáveres numa
plataforma para secarem, tribos do Bornéu transformam em múmias, muitas
religiões enterram ou cremam. O cemitério tipico judeu expressa a simplicidade e
a materialidade sem importância de cadáveres. Aprecio esta modalidade de
disposição de cadáveres, porque o que vale é o espírito, e o dinheiro em
ostentação em enterros deve ser preservado para os vivos, que precisam. Mortos
não precisam de nada, nem de homenagens. Quem quisesse homenagear, tiveram a
vida toda antes do vivente virar cadáver.
No terreiro o pai de santo faz as
suas benzeduras, dança, fuma tabaco, invoca, levanta poeira, nada mais simples.
Jesus ia para as montanhas, e ao ar livre fazia suas benzeduras, seus sermões,
invocava, nada mais simples, também, mas sempre poderia chover... Menos simples
são os templos, feitos para muitos fins, inclusive de proporcionar abrigo para
a chuva. Quase todas as religiões cobrem seus templos com ouro. Quando não os
templos, distribuem fartamente para os seus dirigentes, colaboradores,
facilitadores das leis, mídias, apoio para obtenção de votos nas câmaras, no
Senado, nos partidos...
Velórios de alguém famoso atraem
sempre séquitos de toda a espécie de seres humanos, desde fãs, a comerciantes
de flores, agentes de propaganda, repórteres, emissoras de televisão, políticos
e algumas moscas. Há sempre moscas de todos os tipos avoejando e esvoaçando
sobre o cadáver e os convidados. O velório é sempre um evento único, mediático,
onde se pode fazer propaganda de si mesmo sem ter que pagar cachê ao morto,
cadáver, vida encerrada... A propaganda se faz por frases, depoimentos, coroas
de flores com nomes, imagens televisivas, comentários "on line".
Foram enterrados Gabriel Diniz, herói
de um sucesso só, e Niki Lauda, velados semana passada. Wesley Safadão chorou tanto ou
mais que a noiva. Niki Lauda foi na catedral de Viena. Uma senhora catedral...
Parece que na catedral de Viena nem o morto sabia do que se passava no Ginásio
Ronaldão em Maceió.
Nem pó somos... Só ficam os ossos sem
tutano e átomos livres. nenhuma molécula de vida... E com o tempo nem
lembranças!
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