sexta-feira, 9 de abril de 2021

 

SEM GOLPE

Não houve, nem haverá golpe. A cizânia que a imprensa oposicionista tentou plantar, aproveitando a troca de comando das Forças Armadas e do Ministério da Defesa, abortou por si mesma. Não há mais base para golpes ou mudanças de regime. Olímpio Mourão Filho foi um só. Homens de brio, decididos, com força de comando em razão do próprio caráter como ele, hoje em dia são poucos. Não os há em número suficiente para serem distribuídos em todas as instituições, onde possam exigir que machos se comportem como machos. O macho desajeitado por natureza e impaciente por temperamento, que não leva ninguém para compadre, é muito raro. A natureza perdeu a forma de tais criaturas, porque a humanidade está involuindo, sob a pressão de minorias.

Aqui no Brasil, a distinção entre macho e fêmea, suprimida ilegalmente pelo Supremo Tribunal Federal quando, usurpando as funções do Poder Legislativo, reformou o § 3º do artigo 226 da Constituição, foi aceita pelo silêncio covarde do mesmo Congresso. E isso só pode ter sido por falta de machos suficientes, que garantissem maioria para anular aquela violação da Lei Maior, perpetrada por quem devia garanti-la.

E o resultado provocou efeitos imediatos. Tem-se a impressão de que muita gente estava esperando por isso, esperando pela hora de libertar a fêmea que abrigavam por dentro, soltar a franga. E a involução seguiu sua trajetória debaixo das togas: o mesmo STF, acompanhando o escandaloso voto de Celso de Mello que, pela idade, se poderia presumir um macho dos quatro costados, outra vez usurpou as funções constitucionais do Legislativo, criando o crime de homofobia.

Hoje, se comportar como macho já é quase crime. Brasil já não rima com viril. O poder está passando para outras mãos, para mãos delicadas, perfumadas e tratadas a creme, treinadas para manobrá-lo sem risco de vida, sem carregar peso, sem cavar trincheiras. A bisbilhotice, por exemplo, que nunca foi coisa de macho, acabou de ser reconhecida pelo STF como fonte de prova para decretar a suspeição de um juiz, que já deixou de ser juiz. Essa bisbilhotice, que ocupou o lugar da lei, porque não há lei que ampare decisões absurdas, não foi operada por um macho capaz de mostrar a cara e partir para a briga.

Como diz a gíria, “tá tudo dominado”. Mas, o povo que não se deixe enlouquecer de raiva. Pague os impostos, viva como puder, aprendendo com o Covid: a arma mais poderosa do planeta sai de laboratórios, não dos quartéis.

A pátria ficará entregue aos que dela se servem, ao invés de servi-la, se deleitando à tripa forra com “camarão à baiana, medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, arroz de pato” ou com “cerveja duplo malte e leite condensado”, tudo por nossa conta. Todos, um dia, vão virar povo. E, no fim da vida, carregando só desastres nas lembranças, caquéticos, os esfíncteres avariados, não serão capazes de explicar a um neto, quando indagados, o que significa “macho”.

Nenhum comentário: