SEM GOLPE
Não houve, nem haverá golpe. A cizânia que a imprensa
oposicionista tentou plantar, aproveitando a troca de comando das Forças
Armadas e do Ministério da Defesa, abortou por si mesma. Não há mais base para
golpes ou mudanças de regime. Olímpio Mourão Filho foi um só. Homens de brio,
decididos, com força de comando em razão do próprio caráter como ele, hoje em
dia são poucos. Não os há em número suficiente para serem distribuídos em todas
as instituições, onde possam exigir que machos se comportem como machos. O
macho desajeitado por natureza e impaciente por temperamento, que não leva
ninguém para compadre, é muito raro. A natureza perdeu a forma de tais
criaturas, porque a humanidade está involuindo, sob a pressão de minorias.
Aqui no Brasil, a distinção entre macho e fêmea, suprimida
ilegalmente pelo Supremo Tribunal Federal quando, usurpando as funções do Poder
Legislativo, reformou o § 3º do artigo 226 da Constituição, foi aceita pelo
silêncio covarde do mesmo Congresso. E isso só pode ter sido por falta de
machos suficientes, que garantissem maioria para anular aquela violação da Lei
Maior, perpetrada por quem devia garanti-la.
E o resultado provocou efeitos imediatos. Tem-se a
impressão de que muita gente estava esperando por isso, esperando pela hora de
libertar a fêmea que abrigavam por dentro, soltar a franga. E a involução
seguiu sua trajetória debaixo das togas: o mesmo STF, acompanhando o
escandaloso voto de Celso de Mello que, pela idade, se poderia presumir um
macho dos quatro costados, outra vez usurpou as funções constitucionais do
Legislativo, criando o crime de homofobia.
Hoje, se comportar como macho já é quase crime. Brasil já
não rima com viril. O poder está passando para outras mãos, para mãos
delicadas, perfumadas e tratadas a creme, treinadas para manobrá-lo sem risco
de vida, sem carregar peso, sem cavar trincheiras. A bisbilhotice, por exemplo,
que nunca foi coisa de macho, acabou de ser reconhecida pelo STF como fonte de
prova para decretar a suspeição de um juiz, que já deixou de ser juiz. Essa
bisbilhotice, que ocupou o lugar da lei, porque não há lei que ampare decisões
absurdas, não foi operada por um macho capaz de mostrar a cara e partir para a
briga.
Como diz a gíria, “tá tudo dominado”. Mas, o povo que não
se deixe enlouquecer de raiva. Pague os impostos, viva como puder, aprendendo
com o Covid: a arma mais poderosa do planeta sai de laboratórios, não dos
quartéis.
A pátria ficará entregue aos que dela se servem, ao invés
de servi-la, se deleitando à tripa forra com “camarão à baiana, medalhões de
lagosta com molho de manteiga queimada, bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de
siri, arroz de pato” ou com “cerveja duplo malte e leite condensado”, tudo por
nossa conta. Todos, um dia, vão virar povo. E, no fim da vida, carregando só
desastres nas lembranças, caquéticos, os esfíncteres avariados, não serão
capazes de explicar a um neto, quando indagados, o que significa “macho”.
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