segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NÓS, PRIMATAS

HIPOCRISIA OFICIAL
João Eichbaum

Costumo tomar meus chopes, bem gelados, espumosos, num bar que, até pouco tempo, tinha teólogos como garçons e garçonetes, estudantes que se preparavam para o múnus pastoral, para a pregação da palavra de Deus, digamos assim.
De repente, o quadro de garçons mudou e então perguntei ao proprietário do bar a razão da ausência dos futuros “obreiros do Senhor”. Ele, sem maiores explicações, apenas me respondeu: “em comparação com os pastores, qualquer um de nós é santo”.
O presidente do Paraguai, senhor Lugo, serviria muito bem para ilustrar a frase do meu amigo. Agora surgiu mais uma filha dele, uma jovem de vinte e dois anos, que ele apresentava como sobrinha. São, por enquanto, quatro, cada um de uma mulher diferente, os filhos de Lugo. Todos foram gerados enquanto ele exercia o sacerdócio católico, quer como padre, quer como bispo, à luz dos seus votos de castidade. Às escondidas, portanto, sem responsabilidade paterna, descompromissadamente, por pura concupiscência, como o faz qualquer animal irracional.
Quantos homens comuns você conhece que tenha tantos filhos, nessas condições, com mulheres diferentes, como o bispo Lugo? E onde estava o “Espírito Santo” no momento em que o Papa teve a inspiração de nomeá-lo bispo?
Agora também tomo conhecimento de que a Igreja, na Irlanda, com a conivência da polícia e do Ministério Público, acobertou por quase três décadas os abusos sexuais praticados por sacerdotes contra crianças e adolescentes, segundo dizem os jornais “em uma tentativa dos bispos de proteger a imagem da instituição”.
É possível acreditar numa instituição que adota a hipocrisia como base de seus procedimentos?
A história da Igreja Católica é a história da hipocrisia. Em nome do Deus, que ela prega, já matou e torturou muita gente e também, por conta desse mesmo Deus, inventa milagres e santos, dogmas e regras absurdas, ameaça com o inferno quem a contesta, e se recusa a admitir a verdade de que a mão de obra que a sustenta é um animal chamado homem, inteiramente submisso às leis da natureza, porque não passa de uma primata.
Lugo não foi o primeiro, nem será o último. O comportamento doentio dos membros dessa Igreja é ditado pela hipocrisia. Não fosse a mentira de que “o sacerdote é o representante de Deus”, tudo seria diferente. Qualquer divindade (se as existissem) não só escolheria, como protegeria melhor seus “representantes”.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SÓ RINDO, PARA NÃO CHORAR

Lula viajava de carro pelo interior do Piauí e lá pelas tantas, no meio do poeirão, bate aquela sede, e ele manda parar o carro junto daprimeira casa no caminho para beber um pouco de água. A dona do casebre grita para o menino de uns 9 anos que estava sentado na porta:
- Luiz Ináçu! Corri aqui, chegue!!! Traiz a quartinha e as caneca prus dotô pudê bebê água!
Lula, todo vaidoso, vendo que a dona do casebre não o reconhecera, pergunta:
- Companhêra! Vi que a senhora chamou o garoto de Luiz Inácio... Ele tem esse nome em homenagem a alguém?
-Não, não, dotô! O nome dele é Fernando Henrique, mas é que o menino deu pra bebê, roubá, minti e fazê tanta merda, que nóis apelidô ele anssim...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PORQUE NÃO ACREDITO NA JUSTIÇA

A “Justiça”, na qual ainda muita gente confia, não é senão uma grande VARA DE FAMÍLIA. Informo ainda, a título de curiosidade, que, no ano de 1995, após uma intensa campanha contra o nepotismo no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, “passaram” todos os filhos de desembargadores que prestaram concurso para juiz.

João Eichbaum

Leia o que escreve o jornalista Nerter Samora, do Espírito Santo.

Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) inauguraram um movimento de protesto contra o suposto preconceito a seus parentes. Durante a sessão do Pleno dessa quinta-feira (19), os desembargadores criticaram as dúvidas sobre a competência dos filhos que atuam como magistrados. Ignorando mais uma vez a existência das “grandes famílias” do Judiciário capixaba.
As críticas começaram após a longa sessão de homenagens às atividades do filho de um desembargador. Na visão dos magistrados, o incômodo se deve aos questionamentos direcionados aos seus parentes, alheio suposta competência apresentada por eles. Alguns deles ainda seriam vítimas de preconceito em função do parentesco com os desembargadores.
O protesto tem como alvo a repercussão nos meios jurídicos dos desdobramentos da “Operação Naufrágio”, deflagrada no dia 09 de dezembro de 2008. Desde então, as conexões dentro do esquema de nepotismo passaram a ser investigadas, e, em especial, a forma de promoção dos parentes. Uma das formas de promoção sob desconfiança são os últimos concursos de pessoal para o Judiciário e de juiz substituto, realizados em 2004. O último presidido pelo atual presidente em exercício do tribunal, Álvaro Bourguignon, cuja esposa trabalha no Judiciário.
Antes do naufrágio, nove dos 24 desembargadores da composição do tribunal tinha filhos que atuavam como juízes. Na atual formação do Pleno, restam ainda sete desembargadores com “filhos-juizes”.
De acordo com levantamento da reportagem, o líder nesse expediente é o presidente afastado do TJES, Frederico Guilherme Pimentel, pai do juiz Frederico Luiz Schaider Pimentel, casado com a também juíza Larissa Pignaton Sarcinelli Pimentel – ambos estão sendo alvos de procedimentos administrativos em função da suposta participação no esquema de corrupção levantado pela “Operação Naufrágio”.
Os ex-presidentes Adalto Dias Tristão e Alemer Ferraz Moulin também possuem filhos ou pessoas relacionados a eles atuando como juízes. No caso de Adalto, o exemplo é a juíza Priscila de Castro Murad – casada com o filho do desembargador, Rodrigo Campana Tristão. Alemer Moulin emplacou o filho, Flávio Jabour Moulin, além do sobrinho Carlos Magno Moulin Lima.
O “presidenciável” Manoel Alves Rabelo também possui o filho Gustavo Zago Rabelo atuando como juiz. Mesmo caso dos colegas de Pleno, Maurílio Abreu (juíza Marília Pereira de Abreu Bastos), Rômulo Taddei (Gil Vellozo Taddei) e Carlos Henrique Rios do Amaral (Carlos Henrique Rios do Amaral Filho).
Além dos atuais desembargadores, os recém-aposentados Alinaldo Faria de Souza e Elpídio Duque também possuem filhos na magistratura. A dupla que aparece citada no inquérito 589, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), emplacou os nomes dos filhos, respectivamente, Marcos Antônio Barbosa de Souza e Roney Guerra Duque.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

AHMADINEJAD
João Eichbaum

Que nomão, hein? Que palavrão, para a língua pegada do Lula. Será por isso que ele apareceu, nas fotos dos jornais, com aquela cara de quem comeu merda e não gostou, ao lado do Ahmadinejad, que sorria?
O que sei é que a presença do Ahmadinejad, presidente do Irã, aqui no Brasil, deu o que falar, proporcionando até a união de quem, em outras circunstâncias, jamais se encontrou no mesmo nível.
Em Porto Alegre, diz a ZH que “dezenas de manifestantes se reuniram por volta do meio-dia na esquina democrática, portando bandeiras de Israel”. Mais adiante noticia o mesmo jornal que o protesto, organizado pelo Grupo Brasileiro de Articulação Sionista teve o apoio do “grupo de defesa dos direitos das mulheres e dos homossexuais.”
Imagina você, um homossexual, dando pulinhos histéricos de indignação, tendo na mão o pau da bandeira de Israel...
Mas, o que me chamou a atenção mesmo foi a declaração de Isaac Soibelman: “representamos os negros, os homossexuais, os judeus: todas as minorias estão na mira desse governante”.
Três em um: o cara foi representante das três classes. Não sei se ele reunia a peculiaridades da raça, da cor e das preferências sexuais. Mas, tudo bem.
Agora, minorias?
Minoria, meu caro, é a dos que não têm “bolsa-família”, não têm o que comer, não têm onde dormir, não têm onde morar, e por isso dormem debaixo das pontes, debaixo das marquises, nos bancos das praças. Minoria são aqueles que não têm vez, nem voz. Mas negro e judeu não são minoria, porque eles têm poder, e o poder é incompatível com o coitadismo.
Tempos houve em que os negros não tinham poder. Mas eles chegaram lá – exatamente por serem maioria. Tanto que hoje mandam para a cadeia quem alude à cor deles, e até nas universidades mandam, onde ingressam, sem a metade do esforço dos brancos. E têm suas cotas no serviço público, nos tribunais superiores, e por aí vai. A união dos judeus é inquestionável e essa união lhes dá força e a força lhes dá poder na imprensa e no setor financeiro. E o mundo de hoje é movido a notícias (que geram a imbecibilidade coletiva) e dinheiro.
Os homossexuais? Quem assegura que são “minoria”? Tá cheio de viado por aí, hoje em dia, fazendo concorrência para as mulheres. E a concorrência é tanta, que a maioria delas clama pela falta de homem. Então sobra pra nós, que temos que dar conta...
Conclusão, gente: a minoria somos nós, os sobrecarregados pelas exigências das mulheres. Por isso não tivemos tempo de ir para a esquina democrática reclamar contra a presença do Ahmadinejad.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

CRÔNICAS ALUCINADAS

UNIMUNDOS
Paulo Wainberg



Não tenho dúvidas: vivemos num universo paralelo a outro universo onde alguém, eu, está, neste exato momento, concluindo que vive num universo paralelo ao dele.
A vantagem de viver num universo paralelo é que, tudo o que está errado aqui, está certo lá, coisa que eu estarei, neste exato momento, pensando.
Se, no meu universo, todo mundo é vesgo, no outro universo, ninguém é. Como eu acho que é errado ser vesgo, aprovo o universo paralelo onde eu lamento que lá, ninguém é vesgo.
Porque, como é sobejamente sabido, um universo paralelo é exatamente o oposto do outro.
O que me leva à questão dos espelhos e seus reflexos. Se ergo o braço direito, meu reflexo erguerá o esquerdo. O sinal na minha bochecha direita está na bochecha esquerda do meu reflexo.
O relógio de parede lá no fundo, à minha esquerda, está à direita do meu reflexo e se os ponteiros do meu marcam três e vinte, no reflexo marcam vinte para as nove.
Você acha, por acaso, que o universo paralelo ao meu é o que se reflete no espelho? Eu, sinceramente, acho que não. Caso eu passasse a minha vida inteira diante de um espelho, até poderia cogitar dessa possibilidade. Mas minhas incursões ao espelho são para lavar a cara, escovar os dentes e pentear os cabelos, pela manhã. E, ao longo do dia, sempre que passar por uma vitrine espelhada, ver o tamanho da minha barriga, de perfil.
No meu universo paralelo, que não é o espelho, os carros andam para trás, os aviões descem e os morros tem o pico enterrado no chão e a base enorme, lá em cima. Lá se escalam montanhas de cima para baixo, as vacas vivem no mar e os peixes dão em amendoeiras. Lá, choram de alegria e riem de tristeza.
Certa noite, após uma rara conjunção radiossinótica associada, ultrapassei as barreiras e me vi, subitamente, no meu universo paralelo, olhando para mim mesmo com o cabelo repartido da direita para a esquerda. Achei bizarro, porque reparto sempre da esquerda para a direita.
Lá, eu era anti-matéria e meu eu paralelo me alertou para o pouco tempo que eu tinha, antes de tudo explodir.
– Quero que tudo se exploda mesmo! – reagi.
– Então tá – falei, em paralelo.
A rara conjunção radiossinótica associada repetiu-se, numa probabilidade de uma em oitenta e sete bilhões, e dei por mim de volta ao meu próprio mundo paralelo, onde eu era, novamente, matéria.
Cogitei ter sonhado, tudo não passava de uma grande bobagem.
– Por mil salva-vidas estóicos!, – praguejei.
Olhei ao meu redor. Era tudo familiar, não havia dúvida, eu estava em casa. Fui ao banheiro e olhei atentamente meu rosto. Era ele mesmo, ao contrário, como sempre. Inclusive o cabelo, repartido da direita para a esquerda.
Eu estivera mesmo no universo paralelo ou tudo não passara de uma alucinação? Olhei bem fundo nos meus olhos ao contrário, e concluí: – E que diferença faz?
Neste momento, ouvi o ruído do motor do carro, entrando na garagem.
Em seguida ouvi a porta do carro batendo, o ruído da chave na fechadura e a porta de casa se abrindo.
Dei uma espiada rápida e corri para baixo da cama, me escondendo: eu acabara de chegar em casa.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

NÓS, PRIMATAS

ADÃO e EVA NÃO TINHAM UMBIGO
João Eichbaum

Lendo “Caim”, de José Saramago, me dei conta de que Adão e Eva eram diferentes de nós, de mim, de você, da mãe do badanha e do resto da humanidade. Nós, os contaminados pelo pecado original, nascemos pendurados num cordão de carne, chamado umbigo, que precisa ser cortado mais ou menos uns nove meses depois que nossos papais e mamães deram uma bela trepada.
Embora o senhor - que muitos chamam de Deus – tivesse achado sua obra perfeita, não foi bem assim. Esse detalhe do umbigo faltou em Adão e Eva, que não nasceram em consequência de uma foda (mas foram fodidos logo a seguir). Adão era um montinho de barro, que recebeu um sopro do seu senhor, de cognome Deus, e saiu andando e evacuando, urinando, soltando puns por aí. Eva foi feita duma costela do Adão e foi fazendo a mesma coisa, sendo, porém, muito discreta em matérias de puns. De modo que o mais primário dos raciocínios nos leva à conclusão de que ambos não tinham umbigo.
Para Adão não havia de fazer falta o umbigo. Era um furinho a menos, por onde sempre teimam em nascer cabelos sebosos. Mas, Eva! Ah! Era um lugar a menos, onde ela poderia pendurar um belo “piercing”.
Então, meus amigos, a bíblia, os exegetas, Santo Agostinho, os Papas e os teólogos em geral ficam a nos dever a explicação: porque Adão e Eva não tinham umbigos, enquanto nós, seus descendentes, os herdeiros do terrível pecado deles – o de conhecer o bem e o mal – temos esse furo horroroso no meio da barriga?
Aceito explicações.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

COISAS DA VIDA

ALERTA PARA OS FUTUROS DESCASADOS

João Eichbaum

Sei, você anda melancólico e insatisfeito, louco para se livrar daquela baranga, ruiva de farmácia, a mesma que, há mais de vinte anos, era uma fofura e que você teve de levar primeiro ao altar para depois traçar.
E você aí, ligadão naquela gata, coleguinha de escritório, muito decente, que lhe jurou ser só sua, mas só no dia em que você for só dela!
Muita atenção você, que já brocha só de olhar para essa senhora a quem você jurou fidelidade para sempre, essa matrona de cabelos de vassoura, equipada com as medidas extraordinárias de 130 de ancas e 120 de cintura, por 130 de busto!
E você, que não desencarna daquela vizinha nova, que fica se bronzeando no pátio, protegida por um mísero fio dental, nessas escaldantes tardes de novembro!
Muita atenção você, que não tira da cabeça aquela mina de boa figura, a caixa do supermercado, que lhe abre o melhor dos seus sorrisos e o encara com olhos de gata no cio, todas as vezes que você vai fazer suas comprinhas!
Enfim você, que está simplesmente a fim de renascer plenamente nos braços de outra mulher, porque não aguenta mais a rotina, pense no que está escrito aí em baixo.
Como futuros separados, considerem muito bem, todos vocês, as obrigações judiciais de varão e pai!


"Não há nada mais ecológico do que o salário de um homem separado:
27% para o leão, 25% para as piranhas, 33% para a vaca e os terneiros, 15% é o que sobra para o burro".


Extraído de uma prova de Direito de Família numa universidade do Estado de Pernambuco. Rendeu nota zero para o aluno, mas a repercussão está sendo tão grande que a frase virou tema de camisetas, na praia de Porto de Galinhas (PE).

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

SEXO NOS TRIBUNAIS (II)

Agora é oficial!

JUSTIÇA NOS EUA DECIDE: ESPERMA MASCULINO UMA VEZ EJACULADO DURANTE RELAÇÃO SEXUAL PASSA A SER PROPRIEDADE DA MULHER !!!

Usar esperma para engravidar sem autorização do homem não caracteriza roubo porque uma vez ejaculado, o esperma se torna propriedade da mulher. O entendimento é de uma corte de apelação em Chicago, nos Estados Unidos, que devolveu uma ação por danos morais à primeira instância para análise do mérito.
Nela, o médico Richard Phillips acusa a colega Sharon Irons de 'traição calculada, pessoal e profunda ao final do relacionamento que mantiveram há seis anos. Sharon teria guardado o sêmen de Richard depois de fazerem sexo oral, e usado o esperma para engravidar.Richard Phillips alega ainda que só descobriu a existência da criança quando Sharon ingressou com ação exigindo pensão alimentícia.
Depois que testes de DNA confirmaram a paternidade, o médico processou Sharon por danos morais, roubo e fraude.Os juízes da corte de apelação descartaram as pretensões quanto à fraude e roubo afirmando que a mulher não roubou o esperma. O colegiado levou em consideração o depoimento da médica. Ela afirmou que quando Richard Phillips ejaculou, ele entregou seu esperma, deu de presente. Para o tribunal, houve uma transferência absoluta e irrevogável de título de propriedade já que não houve acordo para que o esperma fosse devolvido.
]
Ou seja, agora é oficial: Os homens não mandam mais em porra nenhuma !!!

Colaboração do Cioccari

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

COLABORAÇÃO DA VIVIAN

oh! gaúcho véio!

O gaúcho senta na mesa de sempre, dá uma olhada ao redor e descobre uma bela mulher em uma mesa próxima.Ela estava completamente só.O gaúcho chama o garçom e lhe pede para mandar à mulher o Merlot mais caro que tivesse, supondo que, se a mulher aceitasse o vinho, se renderia a seus pés.
O garçom levou o vinho à mesa da mulher:
- Isto é um presente daquele cavalheiro pilchado.
A mulher olha o vinho com frieza durante um segundo e decide enviar um bilhete ao gaudério. Dá ao garçom, e o garçom entrega ao destinatário.
O bilhete dizia:"Para que eu aceite este vinho, você deveria ter um Mercedes em sua garagem, um milhão de dólares no banco e 23 centímetros dentro das calças."
Depois de ler o bilhete, o guapo decide responder.Dá um bilhete ao garçom, para que ele entregue à mulher.
O bilhete dizia:"Para sua informação, tenho uma Ferrari Modena, um BMW 850Csi, um Audi S8 e um Mercedes S600 na minha garagem. Além disto, tenho em torno de 12 milhões de dólares na minha conta. Mas, nem por uma mulher bela como você, eu cortaria dois centímetros do que eu tenho dentro da bombacha..."
PS: Devolva o vinho!!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

CRÔNICAS INDIGNADAS

FOME!!
Paulo Wainberg


Li que o diretor da FAO, entidade da ONU que se preocupa com a questão dos alimentos para a Humanidade, está convocando um jejum planetário em solidariedade aos desnutridos.
Mas o que é isso? Onde é que nós estamos?
O homem, ao invés de nutrir os desnutridos que desnutrir os nutridos!!!
Quer irmanar a Humanidade na fome!
Montemos o cenário condizente com a proposta da FAO: no sábado ninguém, absolutamente ninguém no planeta Terra, come. Inclusive os desnutridos, hein!
Os desnutridos habituais vão vibrar de alegria, afinal não são eles, apenas, que não tem comida para comer. São capazes de sair pelas ruas das cidades, pelas avenidas das metrópoles, pelos parques, no hipódromo, na saída dos cinemas, nos cassinos de Monte Carlo, e na porta dos restaurantes vazios, abraçando, beijando e dançando com o novos desnutridos, aqueles que jejuaram em favor deles.
No dia seguinte, domingo portanto, cada desnutrido contará aos seus descendentes desnutridos, que no sábado histórico do jejum universal eles foram, finalmente, reconhecidos, aderidos e solidarizados.
Os jejuadores, por sua vez, tomarão seus fartos cafés da manhã com a sensação do dever cumprido, alegres e enaltecidos pelo gesto, a auto-estima lá em cima e, o que é o melhor de tudo, com a certeza de ter feito a sua parte, alguém que tome conta do assunto e vá nutrir os desnutridos.
Quem fará isso?
É o que pergunto ao diretor da FAO, idealizador do movimento.
Não sei a razão mas me ocorreram, de súbito, certas ideologias que pregam o empobrecimento geral e não o enriquecimento coletivo.
A grande questão que quero colocar a você, pessoa inteligente, é a seguinte: No dia do jejum, você irá confraternizar com os desnutridos? Você irá, por exemplo, ao encontro do seu mendigo de estimação para abraçá-lo e dizer:
– Meu amigo, você não está passando fome sozinho. Eu, em solidariedade a você, hoje também estou passando fome.
E, caso você tome essa atitude, qual a reação que espera do desnutrido por você abraçado? Quer que ele dance de alegria? Que ele agradeça seu gesto? Quem sabe ele o convida para uma parceria permanente, algo assim como: irmãos na fome?
E faço este alerta considerando que, obviamente, você não vai ficar jejuando em casa, sem nenhum desnutrido saber da grandiosidade de sua atitude.
Era só o que faltava! O planeta inteiro jejuando em solidariedade aos desnutridos e os desnutridos nem aí, porque nenhum jejuador se lembrou de avisá-los.
Não sei por que, me lembrei das festas beneficentes em favor dos pobres que, como todo mundo sabe, não lêem as colunas sociais dos jornais. Patrões e patronesses convocam seus amigos ricos para um jantar num clube da moda ou da tradição, a, por exemplo, quinhentos reais o talher. Jantar caro, concordo, mas quem irá perder a oportunidade de comparecer, ser fotografado e televisionado, bonitos, as patronesses trajando vestidos alta-costura, drinques variados, especialmente espumantes estrangeiros? Um espetáculo! Porém, ninguém se lembra de avisar os pobres que são, assim, totalmente excluídos da festa feita em favor deles. Você não encontra um único pobre na festa.
Voltemos ao dia do jejum, preconizado pelo diretor da FAO.
Nós, judeus, jejuamos um dia inteiro por ano, no conhecido Dia do Perdão. Jejuamos por auto-punição pelos pecados cometidos no ano que passou. Jejuamos pela compreensão da natureza humana que nos leva a perdoar os erros e pecados dos outros. Jejuamos para a obtenção de um perdão, coletivo e divino.
O jejum da FAO não leva nada disso em consideração. É um jejum de alerta, um jejum de conscientização: você, pessoa inteligente, que não sabe que existem milhões e milhões de subnutridos e desnutridos no Planeta, jejuando saberá.
Será que o diretor da FAO espera que cada habitante nutrido do planeta destine um prato de comida aos desnutridos? E, com essa atitude universal, pensa que resolve o problema da fome? Um prato de comida?!!!
Propostas dessa natureza, inócuas, hipócritas e cínicas, apenas ajudam a preservar o assim denominado ‘status quo’. Nada resolvem, não apontam caminhos de solução, não alertam nem conscientizam ninguém.
Tal qual os jantares beneficentes!
A verdade, a verdade mais verdadeira de todas, é que não existe, no Planeta Terra, um único motivo para que alguém passe fome, seja ignorante ou subnutrido.
A não ser o desejo dos próprios seres humanos...
Temos recursos naturais, temos tecnologia, temos dinheiro suficiente para prover a Humanidade de todas as suas necessidades vitais, desde a alimentação até a saúde, educação, lazer e digna vida.
Podemos, porque podemos, ora bolas!, acabar com as misérias africanas, asiáticas, americanas, européias, podemos, onde houver um ser humano, proporcionar-lhe dignidade vital.
A Humanidade está a um passo daquilo que todos os governantes alegam almejar, que todo o indivíduo diz ambicionar: a paz e o crescimento universal.
Temos o equipamento para isso, temos os fundamentos filosóficos para isso, temos a crítica ética para isso. Só não temos, ainda, uma verdadeira vontade para isso!
Portanto, senhor diretor da FAO, se alguma contribuição eu possa humildemente lhe ofertar, aí vai: desista do jejum em favor dos desnutridos e implante uma política internacional para nutri-los.
Repito, indignado: não há nenhuma razão para que um único habitante deste planeta passe fome.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEM FIADASPUTAS

SEXO NOS TRIBUNAIS
João Eichbaum

Para o Superior Tribunal de Justiça, o marido traído não merece indenização pelos cornos que receber. Cornice tem que ser de graça, sem reparação.
Seguinte. Os ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiram que o cara que come a mulher do próximo não está obrigado a pagar indenização ao corno. Segundo os ministros, não há doutrina, nem jurisprudência que trate o pulo de cerca sob o prisma da responsabilidade civil.
O relator do processo foi um cara chamado Luís Felipe Salomão, segundo o qual, não há como o Judiciário impor um “não fazer” ao amante, porque não existe lei que “assim determine”.
É por essas e outras, que não se pode acreditar na Justiça. O ministro esse não conhece a Lei de Introdução ao Código Civil, não sabe que o juiz é obrigado a decidir, mesmo que não haja lei. Há uma coisa chamada bom senso, que não pode faltar ao juiz. Quem não o tem, não pode ser juiz. Mas, no Brasil, qualquer um pode ser ministro do STJ e do STF, e é por isso que a justiça está nessa merda toda.
Ao que eu saiba nunca fui corno. Mas a minha experiência na carreira jurídica me ensinou que a cornice dói. Só não sente essa dor quem tem uma mulher gorda e velha com pelancas despencando para todos os lados, uma baranga que não tenha jeito de ser comida. Ou quem tenha sido corneado sem o saber. Ou um corno manso. Em todo o caso, tudo isso serve como fundamento para negar a dor de corno como direito à indenização por dano moral.
Pior do que liberar o adultério, sem sanção alguma, podendo todo mundo comer a mulher de todo mundo, só oficializar o homossexualismo, como fez o Tribunal de Justiça do Pará, autorizando a “visita íntima”, para veados e lésbicas na prisão.
Agora, minha gente, nas cadeias do Pará vai ser um tal de “ai, ai, ai e ui, ui, ui”, capaz de levantar até pau de defunto.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

COLABORAÇÃO DO PLINIO DOTTO VIA CIOCCARI

A diferença entre "tu" e "você"


Sabes a diferença entre o 'Tu' e o 'Você'?
Segue-se um pequeno exemplo, que ilustra bem essa diferença:
O Diretor Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante Diretor, que depois de ter trabalhado durante algum tempo junto dele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia.
Então o Diretor Geral do Banco, chamou um detetive privado do banco e disse-lhe:
- Siga o Diretor Lopes durante uma semana, espero que ele não ande fazendo algo sujo.
O detetive, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Diretor Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
Logo em seguida, o detetive, querendo fazer se entender melhor, pergunta:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- Sim, claro - respondeu o Diretor surpreso.
- Bom então vou repetir - disse o detetive - O Diretor Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
É assim! A língua portuguesa é muito traiçoeira.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

EU TE CONHEÇO?

Num julgamento em Vassouras, cidade pequena, o Promotor de Justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada. Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor pergunta à velhinha:
- Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que faço?
- Claro que eu o conheço, Marcos! Eu o conheci bebê. Só chorava, e francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente e respeitado na Cidade, quando na realidade você é apenas um coitado. Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!
O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:
- E o advogado de defesa, a senhora o conhece?
A velhinha responde imediatamente: - O Robertinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, sua mãe, pois sempre que o pai dele saia, sua mãe ia pra algum outro compromisso. Ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou. Além de ser traído pela mulher com o mecânico...
Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor e o advogado, se debruça na bancada e fala baixinho aos dois:
- Se algum de vocês perguntarem a esta velha filha da puta se ela me conhece, vai sair desta sala preso... Fui claro???

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

NÓS, PRIMATAS

PRIMATA GOSTA DE BANANA e SEXO

João Eichbaum

Um recente lei aprovada na província de Aceh, Ilha Sumatra, Indonésia, prevê a condenação de adúlteros, por apedrejamento, até a morte. A mesma lei estabelece uma pena de cem chibatadas para pessoas não casadas que praticarem sexo. A veadagem também não tem moleza, por força dessa lei: cem chibatadas, multa máxima de um quilo de ouro, ou prisão até cem meses.
No Brasil está em andamento uma lei que estabelece castração química para presos condenados por estupro, atentado violento ao pudor, corrupção de menores, pedofilia, etc. A chamada “castração química” consistiria na ministração de medicamentos para a redução da libido dos condenados.
Por outro lado, na televisão brasileira, os apelos à sensualidade são freqüentes, tanto em novelas como em outros programas idiotas do tipo Big Brother. Os desfiles “gays” têm cada vez mais participantes e admiradores. E ultimamente o caso daquela estudante que foi expulsa de uma universidade, porque apareceu de minissaia, causou um reboliço tal que acabou ficando o dito pelo não dito. E a “Play Boy” certamente já está de olho nela.
Assim são os primatas, os animais chamados homens, perdidos entre os apelos da natureza e os da doentia religiosidade, sempre escudados pela hipocrisia. Vão do oito ao oitenta, completamente sem rumo.
Ninguém ignora que o sexo é um dos negócios que mais rendem no mundo, depois do jogo. Nenhuma velha horrorosa faz propaganda de sapatos, vestidos, langerie, etc. Não há desfiles de velhas nas passarelas internacionais. Só mulheres atraentes aparecem nas capas das grandes revistas. De prostituição não é preciso falar: a alta prostituição para quem tem muita grana; a baixa prostituição para quem, às vezes, não tem o suficiente para sustentar uma família. Mas todo o mundo dá um jeito para atender aos apelos da natureza, porque sexo é bom e adultério só é ruim para o corneado.
Enfim, sem sexo não há vida e, sem vida, não há sexo. Uma verdade indiscutível que revela a pura animalidade de que é revestido o primata humano, o qual, nesse quesito, não é superior aos outros animais: todos necessitam de sexo.
Então, vamos combinar: a dignidade não nasce com o primata humano. Se, para construí-la, é preciso apedrejar e castrar, vamos deixar de lado essa hipocrisia de que o ser humano “tem que ser respeitado em sua dignidade”.
Deixemos de lado essa hipocrisia e admitamos que o processo da evolução plena ainda não chegou para os humanos. Ainda não deixamos de ser macacos. Ou você conhece algum político que não tenha rabo?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

COM A PALAVRA, EUCARDIO DERROSSO

Saramago e a violência na Bíblia

Eucardio Derrosso

Tive maior contato com a obra de José Saramago, oportuguês ganhador do Premio Nobel de Literatura, numa dascadeiras do meu curso de pós-graduação em Letras. Ao analisar seu livreto, "O Conto da Ilha Desconhecida",escrito sem pontuação, o que permitiu uma série deelocubrações sobre esse irrequieto e se dizente escritorateu.
Pois, agora,ele ataca de novo com o lançamento de seu novolivro" Caim", em que destaca a violência na Bíblia,analisando a morte do irmão Abel, nos primórdios da criação do mundo.
Aos 87 anos, depois de enfrentar outra oposição da Igreja, em 1992, com seu polêmico "OEvangelho Segundo Jesus Cristo", em que ele teve algumas críticas do teólogos, com essa nova investida, ele afirma que Bíblia é um manual de violência e de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana.Sem deixar de declarar que sem a Bíblia os seres humanos seriam, provavelmente, melhores. E bate em cima das religiões, afirmando que Deus existe só na cabeça das pessoas e que a mesma só teve o condão de fazer mais mal do que bem à humanidade. Palavras dele. E o que está provocando ferozes ataques dos prelados católicos.
Eis , portanto, mais um debate do escritor luso, que foi imortalizado recentemente com a filmagem de seu livro,"Ensaio sobre a Cegueira", outra grande obra polêmica do ateu escritor.
Respondendo a uma pergunta, ele concluiu que será necessária uma argumentação muito retorcida para explicar e justificar os atos de barbárie de que a Bíblia está repleta.
No caso de Saramago, ele ainda disse que tem a pele dura. E que nada que possam dizer o surpreenderá. Como ele vem surpreendendo o mundo literário e religioso com suas polêmicas e irreverentes obras.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CARTA DE UM POLICIAL PARA UM BANDIDO

Senhor Bandido.

Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.

Durante vinte e quatro anos de atividade policial, tenho acompanhado suas "conquistas" quanto à preservação de seus direitos, pois os cidadãos, e especialmente nós policiais, estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito às suas vítimas.

Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois me ensinaram que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.

Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos a arma dele é a primeira a ser suspeita.

Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependências dignas para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.

Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado.

Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.

Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará.Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.

Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos.

Autor:
Wilson Ronaldo Monteiro
Delegado da Polícia Civil do Pará

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

IMPRENSA, JUSTIÇA e POLÍCIA

João Eichbaum

Naquele noticiarizinho de merda que a RBS apresenta, às sete da noite, que às vezes é às sete e cinco ou sete e dez, ouvi, por acaso, uma estrondosa chamada, mais ou menos nesses termos: “presa quadrilha de doleiros”.
Então, me interessei pelo assunto, de passagem, porque nunca assisto ao tal noticiário, que é levado ao ar entre as duas novelas que a minha mulher assiste.
É claro que apareceram imagens com gente humilhantemente algemada, levada pela Polícia Federal com a arrogância própria dessa instituição, que só gosta mesmo de aparecer, só faz aquilo que dá manchete.
Como é um noticiário de merda mesmo, não deu pra chegar à conclusão alguma. As notícias não são concretas, definidas, transmitidas com correção, mas apenas levam o tom de manchetes pra fazer o povo abrir a boca e dizer “bah”.
Só conferi no dia seguinte, nos jornais, para me inteirar sobre o bárbaro crime que levava os doleiros, membros de suas famílias e funcionários, num total de dezenove pessoas, a serem julgados e maltratados pela imprensa e pela polícia federal. A ZH atribui aos doleiros o crime de “criação de instituição financeira sem autorização para funcionamento por parte do Banco Central e evasão de divisas”.
Pois bem. Esse é o “bárbaro” crime cometido: contra a Fazenda Pública.
Enquanto alguns juízes soltam assaltantes, que representam um constante perigo para a sociedade, outros mandam prender doleiros, e apreender dinheiro, porque eles não tem autorização do Banco Central. Alguém entende isso? Olha, você aí, que acabou de sair do banco, com alguma razoável quantia de dinheiro, está sujeito a ter a sua verba apreendida. Em nome de que fundamento legal? Isso não importa. O que importa é o poder da Justiça de mandar prender e apreender. Você é que tem de provar que o dinheiro é seu e não é produto do crime.
Só quem pode jogar fora, ou usar em proveito próprio o dinheiro da Fazenda, sem autorização do Banco Central são os políticos. Para o resto do povo, o que resta é cadeia, cadeia na qual não há lugar para assaltantes, porque está ocupada por doleiros, membros de sua família e funcionários de pequena extração. Para gáudio dos juízes que mostram seu poder, para gáudio da Polícia Federal que aparece, e para gáudio da RBS que fatura com suas manchetes enganadoras.
Não se está fazendo apologia dos crimes contra a Fazenda, porque, em última análise, se trata do nosso dinheiro. O que se quer é que todas as leis sejam cumpridas, e não apenas aquelas que dão manchetes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CRÕNICAS DECIDIDAS

TROCA
Paulo Wainberg


Adeus é a palavra mais triste que conheço.
Mesmo assim, quantas vezes tive que dizê-la. Quantas vezes dei adeus a pessoas, a coisas, a sonhos.
E hoje, mais uma vez, vou dar adeus. Adeus a um amigo fiel há mais de cinquenta anos. Um adeus dolorido e triste – como são todos – um adeus que eu não queria dar, mas sou obrigado, em nome de valores maiores do que uma amizade, e que existem, sim senhor, você pode acreditar em mim. Não posso mais postergar, vai ser agora, por mais medo, por mais falta que me vai fazer nossa amizade.
Não tenho coragem de dar adeus a esse amigo pessoalmente, olho no olho. Perdão, velho companheiro. Receba esta carta e, se puder, me perdoe:

Querido amigo.
Lembro, quando fomos apresentados, como se fosse hoje. Eu tinha então doze anos de idade e, confesso, não te gostei, à primeira vista. Recordo que tua atitude me provocou um certo enjôo, um gosto ruim, um engasgar diferente.
Mas eu queria a tua amizade e insisti na tua companhia. Aos poucos te tornaste uma das melhores coisas que me aconteceu e tua presença muito me confortou, em horas amargas, e muito me alegrou, nos momentos felizes.
E estiveste presente em todas, sem exceção, até hoje, meu caro, e isso não é pouca coisa de se dizer nem de se sentir.
Lembro que, graças a tua influência, muitas namoradas ganhei pois, magnânimo como só tu, fazias questão de acentuar um certo charme, uma postura sedutora que muito cativava as meninas daqueles tempos.
Ao longo dos anos, foste o calmante das horas nervosas, o tranquilizante quando tudo parecia perdido e, principalmente, o complemento supremo dos melhores prazeres, das maiores glórias, das realizações mais notáveis.
Com o passar dos anos, nossa união passou a incomodar os outros. Não podiam entender a nossa compreensão, nosso entendimento mútuo. Irritavam-se por eu não ir a lugar nenhum sem te levar comigo.
Meus amigos mais próximos e mais queridos iniciaram campanhas contra ti, meu caro, certamente por ciúmes. Passaram a proibir tua presença na casa deles, faziam cara de nojo à simples menção do teu nome e me alertavam para o mal que me fazias.
Mentirosos! O que não faz o ciúme! Nunca me fizeste mal, meu amigo, jamais, e posso provar com prova documental! Mesmo assim meus queridos e ciumentos amigos não acreditaram e tanta censura impuseram à tua presença ao meu lado que, para não te perder, passei a te esconder e, quando sentia falta de ti, me isolava, me afastava: era simples, se eles não toleravam tua presença, que ficassem lá, entre eles, e que nos deixassem em paz, só nós dois e o mútuo prazer que só quem já experimentou, conhece.
Mais tarde, autoridades e governos, inconformados com a nossa amizade, passaram a proibir nossa convivência em praticamente todos os lugares.
Todo mundo sabe que governos e autoridades não têm coração, são insensíveis e brutos. E, num passe de mágica, da noite para o dia, transformaram nosso relacionamento em coisa espúria, feia, inaceitável, proibida. Quê ignorância!
Querem nos transformar, a nós dois, em objetos, em raridade, submetidos à curiosidade e à execração pública, reservando os piores locais para nossa convivência. Proibiram nossos diálogos em qualquer tipo de viagem, obrigando-nos ao sofrimento de desejar, um ao outro, durante horas intermináveis, mal sabendo que, ao final delas, nosso reencontro era sublime.
E não parou por aí.
Minha família. Esposa, filha, genro, mãe, sogra, cunhados, todos eles sentindo-se diminuídos, como se o fato de eu gostar tanto de ti, meu amigo, significasse gostar menos deles.
Como é frágil, o ser humano. Inseguro, carente e, por que não?, paranóico. Como se isso fosse possível. Minha família não entende que meus afetos não são idênticos. O que sinto por ti, meu amigo, está numa realidade tão distante do que sinto por minha família, que é como comparar uma taça de morangos com chantili com uma blusa de lã com gola roulê a pinicar meu pescoço.
Você, meu querido amigo, sabe que resisti, contra tudo e contra todos. Lutei com todas as armas, me submeti a todas as humilhações, sobrevivi a todos os ataques e mantive nossa amizade, com fidelidade e persistência.
Porém, um novo valor surgiu, contra o qual não tenho argumento, não tenho defesa, sou obrigado a dar este adeus, triste e sofrido. Ainda não estou autorizado a revelar esse novo valor mas posso te assegurar, é irresistível. Foi me posta a escolha: Ou você ou aquilo. E, por mais que te ame, amo mais aquilo. Não há escolha, vou ter que te abandonar para sempre, usar essa palavra de tristeza, abandono e sofrimento: Amanhã te fumo pela última vez. Adeus, meu querido amigo cigarro. Espero ser forte o bastante para suportar tua ausência.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

JUSTIÇA DO TRABALHO NA FEIRA DO LIVRO

João Eichbaum

Justiça do Trabalho na feira do livro?
Sim, foi isso mesmo que vocês leram acima. Eu vi um imponente estande na feira do livro, com os seguintes dizeres: JUSTIÇA DO TRABALHO.
O que é que tem a ver o cu com as têmporas, quer dizer, o que é que a Justiça do Trabalho tem a ver como uma feira de livros, onde o que pontifica, além dos livros, são eventos de natureza exclusivamente literária?
Tem alguma coisa a ver com toga?
Mas, a Justiça do Trabalho está lá, bombando na Feira do Livro. Certamente para “aparecer”, iludindo o povo com uma coisa que, realmente, não existe, a Justiça. Está presente na Feira do Livro, mas não está presente no dia a dia das pessoas que necessitam dela.
Justiça do Trabalho, gente, é aquela que, em qualquer feriadinho fecha, aquela que espicha os finais de semana, que não tem audiências nas sextas-feiras de tarde, nem segundas de manhã. Justiça do Trabalho, gente, é aquela que consome uma tarde inteira ou uma manhã inteira das partes e dos advogados, porque o juiz marca audiência para determinada hora, mas a audiência só se realiza muitas horas depois. E na audiência – tenha a santa paciência – o juiz ou a juíza, que desfrutam dos salários mais bem pagos deste país, nunca estão dispostos a ouvir testemunhas e a dar sentença: querem por que querem acordo. Só falta pegarem um cacete e darem na cabeça das partes, para que façam um acordo.
Eles, os juízes e as juízas, são pagos, e muito bem pagos, para decidirem. Mas não decidem. Quem decide por eles são as partes e os advogados.
Essa é a Justiça do Trabalho, que veio fazer não se sabe o quê, na Feira do Livro. Ao invés de trabalhar, cumprindo seu dever, a Justiça do Trabalho está lá, com um belo estande, só para se mostrar. E enquanto seus representantes estão lá, participando de um evento social que não lhes diz respeito, as partes e os advogados estão esquentando os fundilhos, nas salas de espera dessa Justiça inclemente, à espera de uma audiência que vai se realizar, não se sabe a que horas, e à espera de uma sentença, que, certamente, não virá.