quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PORQUE NÃO ACREDITO NA JUSTIÇA

A “Justiça”, na qual ainda muita gente confia, não é senão uma grande VARA DE FAMÍLIA. Informo ainda, a título de curiosidade, que, no ano de 1995, após uma intensa campanha contra o nepotismo no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, “passaram” todos os filhos de desembargadores que prestaram concurso para juiz.

João Eichbaum

Leia o que escreve o jornalista Nerter Samora, do Espírito Santo.

Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) inauguraram um movimento de protesto contra o suposto preconceito a seus parentes. Durante a sessão do Pleno dessa quinta-feira (19), os desembargadores criticaram as dúvidas sobre a competência dos filhos que atuam como magistrados. Ignorando mais uma vez a existência das “grandes famílias” do Judiciário capixaba.
As críticas começaram após a longa sessão de homenagens às atividades do filho de um desembargador. Na visão dos magistrados, o incômodo se deve aos questionamentos direcionados aos seus parentes, alheio suposta competência apresentada por eles. Alguns deles ainda seriam vítimas de preconceito em função do parentesco com os desembargadores.
O protesto tem como alvo a repercussão nos meios jurídicos dos desdobramentos da “Operação Naufrágio”, deflagrada no dia 09 de dezembro de 2008. Desde então, as conexões dentro do esquema de nepotismo passaram a ser investigadas, e, em especial, a forma de promoção dos parentes. Uma das formas de promoção sob desconfiança são os últimos concursos de pessoal para o Judiciário e de juiz substituto, realizados em 2004. O último presidido pelo atual presidente em exercício do tribunal, Álvaro Bourguignon, cuja esposa trabalha no Judiciário.
Antes do naufrágio, nove dos 24 desembargadores da composição do tribunal tinha filhos que atuavam como juízes. Na atual formação do Pleno, restam ainda sete desembargadores com “filhos-juizes”.
De acordo com levantamento da reportagem, o líder nesse expediente é o presidente afastado do TJES, Frederico Guilherme Pimentel, pai do juiz Frederico Luiz Schaider Pimentel, casado com a também juíza Larissa Pignaton Sarcinelli Pimentel – ambos estão sendo alvos de procedimentos administrativos em função da suposta participação no esquema de corrupção levantado pela “Operação Naufrágio”.
Os ex-presidentes Adalto Dias Tristão e Alemer Ferraz Moulin também possuem filhos ou pessoas relacionados a eles atuando como juízes. No caso de Adalto, o exemplo é a juíza Priscila de Castro Murad – casada com o filho do desembargador, Rodrigo Campana Tristão. Alemer Moulin emplacou o filho, Flávio Jabour Moulin, além do sobrinho Carlos Magno Moulin Lima.
O “presidenciável” Manoel Alves Rabelo também possui o filho Gustavo Zago Rabelo atuando como juiz. Mesmo caso dos colegas de Pleno, Maurílio Abreu (juíza Marília Pereira de Abreu Bastos), Rômulo Taddei (Gil Vellozo Taddei) e Carlos Henrique Rios do Amaral (Carlos Henrique Rios do Amaral Filho).
Além dos atuais desembargadores, os recém-aposentados Alinaldo Faria de Souza e Elpídio Duque também possuem filhos na magistratura. A dupla que aparece citada no inquérito 589, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), emplacou os nomes dos filhos, respectivamente, Marcos Antônio Barbosa de Souza e Roney Guerra Duque.

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