quarta-feira, 4 de novembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

JUSTIÇA DO TRABALHO NA FEIRA DO LIVRO

João Eichbaum

Justiça do Trabalho na feira do livro?
Sim, foi isso mesmo que vocês leram acima. Eu vi um imponente estande na feira do livro, com os seguintes dizeres: JUSTIÇA DO TRABALHO.
O que é que tem a ver o cu com as têmporas, quer dizer, o que é que a Justiça do Trabalho tem a ver como uma feira de livros, onde o que pontifica, além dos livros, são eventos de natureza exclusivamente literária?
Tem alguma coisa a ver com toga?
Mas, a Justiça do Trabalho está lá, bombando na Feira do Livro. Certamente para “aparecer”, iludindo o povo com uma coisa que, realmente, não existe, a Justiça. Está presente na Feira do Livro, mas não está presente no dia a dia das pessoas que necessitam dela.
Justiça do Trabalho, gente, é aquela que, em qualquer feriadinho fecha, aquela que espicha os finais de semana, que não tem audiências nas sextas-feiras de tarde, nem segundas de manhã. Justiça do Trabalho, gente, é aquela que consome uma tarde inteira ou uma manhã inteira das partes e dos advogados, porque o juiz marca audiência para determinada hora, mas a audiência só se realiza muitas horas depois. E na audiência – tenha a santa paciência – o juiz ou a juíza, que desfrutam dos salários mais bem pagos deste país, nunca estão dispostos a ouvir testemunhas e a dar sentença: querem por que querem acordo. Só falta pegarem um cacete e darem na cabeça das partes, para que façam um acordo.
Eles, os juízes e as juízas, são pagos, e muito bem pagos, para decidirem. Mas não decidem. Quem decide por eles são as partes e os advogados.
Essa é a Justiça do Trabalho, que veio fazer não se sabe o quê, na Feira do Livro. Ao invés de trabalhar, cumprindo seu dever, a Justiça do Trabalho está lá, com um belo estande, só para se mostrar. E enquanto seus representantes estão lá, participando de um evento social que não lhes diz respeito, as partes e os advogados estão esquentando os fundilhos, nas salas de espera dessa Justiça inclemente, à espera de uma audiência que vai se realizar, não se sabe a que horas, e à espera de uma sentença, que, certamente, não virá.

Um comentário:

Nubia Graziela disse...

Ótima a sua afirmação,porque a Feira do Livro é para nos desfrutar-mos de boas e agradáveis leituras que nos levam a sabedoria e cultura própria.A Justiça do trabalho só quis "chamar atenção" como se importasse com o povo.É como sempre afirmo a "Justiça do Homem" é realmente a sua própria "Injustiça Desumana e Animal". BJ