quinta-feira, 17 de março de 2011

CRÔNICAS IMPUDICAS

A IGREJA CATÓLICA ESTÁ ACREDITANDO MENOS EM DEUS
João Eichbaum

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mais conhecida como CNBB, lançou semana passada a 47ª Campanha da Fraternidade, que tem como tema o aquecimento global e as mudanças climáticas.
Diz lá pelas tantas o texto da CNBB: “o gemido da criação aparece hoje na deterioração do meio ambiente, conseqüência de uma exploração descuidada e, muitas vezes, gananciosa dos recursos do planeta.”
Bom, tudo é explorado no planeta em função do povo. O povo cresce. Cresce, portanto, o consumo. Se não houvesse produtos suficientes para atender às necessidades do povo, esse se extinguiria, ou pelo menos, se reduziria. E como a camisinha e o anticoncepcional são proibidos pelo papa, o negócio é atender às necessidades desse povo que cresce e aparece.
Os bispos da Igreja Católica também não se deram conta de que o povo outra coisa não faz, senão obedecer ao mandamento do deus judaico: “crescei e multiplicai-vos”.
Então, a questão é, primordialmente, bíblica: “exploração descuidada” para atender à demanda. E como o lucro não é proibido pela bíblia, nem pelos dez mandamentos, a ganância faz parte.
E mais adiante diz a carta dos bispos: “Em cada catástrofe seja ela terremotos, inundações, podemos sentir o planeta gemer, e a humanidade fazendo o mesmo, este gemido tem uma conotação de tristeza imensa. Ainda estamos em tempo hábil para reverter esta situação podemos transformar estes gemidos de dor em gemidos de amor e de esperança, sim podemos iniciar um período de gestação e após este período em que nos organizaremos com ações que ajudem a preservar o meio ambiente, receberemos de volta um planeta saudável, resgataremos o planeta que nos foi dado por Deus.”
Quer dizer então que, para melhorarem as condições da natureza, para que suas fúrias sejam aplacadas, quem tem que se virar é o homem: “ ainda estamos em tempo hábil para reverter essa situação”.
Se o homem não der um jeito, não botar o pé no freio do desenvolvimento, que procura andar “pari passu” com o crescimento demográfico, tudo irá para o beleléu, porque Deus não ta nem aí.
Do texto da “Campanha da Fraternidade” se chega à seguinte conclusão: Deus criou o mundo e deixou tudo o mais por conta do homem. O que é que ele, esse deus, faz pela humanidade ninguém sabe.
Ah, e tem mais: nem adianta rezar, pedir, suplicar. Se não nos organizarmos “com ações que ajudem a preservar o meio ambiente”, vai acontecer com a gente o que aconteceu com os coevos de Noé, que não tiveram o privilégio de entrar na “arca”, e com o povão de Sodoma e Gomorra, que só se interessava por sexo: deu pra eles, porque a obra de Deus, que é a natureza, está acima de qualquer oração.
É isso que se conclui da “Campanha da Fraternidade” desse ano, que passa longe de terremotos e tsunamis.

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