quarta-feira, 30 de março de 2011

TURISMO SEXUAL - João Eichbaum

Dias atrás a TV Globo fez uma reportagem sobre o “turismo sexual” no Brasil. Claro que a intenção não foi a de moralizar esta pátria amada, idolatrada, salve, salve, nem a de preservá-la contra os malamados que para cá vêm, sequiosos do prazer sexual, com a única finalidade de se deitarem com as mulheres mais fáceis do Brasil. O tema é sedutor. A Igreja Universal e a Band estão aí, a ameaçar com a concorrência, e para ganhar pontos, atraindo espectadores, nada melhor do que falar de sexo. Até porque, a Globo não tem cacife para defender a família contra a imoralidade que, digamos assim, provém do sexo. O melhor que as telinhas mostram dela não é exatamente a favor dos bons costumes. Não é preciso gastar muito verbo para provar isso: basta olhar suas novelas do “horário nobre” e o tal de BBB. Então, repetindo: a Globo só queria ganhar Ibope, que significa dinheiro. Não acredito que seus produtores sejam tão ignorantes, a ponto de não saberem que o “turismo sexual” é atávico no Brasil. Vocês se lembram do Pedro Álvares Cabral, aquele que veio com uma turma para “descobrir” o Brasil? Pois é, o Cabral veio com várias caravelas cheias de machos, que aportaram em Porto Seguro e depararam com um quadro que era inimaginável na Europa: as indiazinhas nuas, como a natureza as botou no mundo, mostrando suas bucetinhas lisas, sem pelo, para quem quisesse ver. O que poderia acontecer para aqueles machos, sem mulher há mais de quarenta dias? Foi ali que começou o “turismo sexual”, foi a partir dali que o Brasil se tornou o paraíso do sexo. Ou vocês acham que os marujos do Cabral iriam ficar quietinhos, sem contar essas maravilhas para todo mundo? Que isso não iria despertar curiosidade e concupiscência? Pois foi assim que tudo começou. O sexo está na raiz da civilização brasileira. Apagar essa imagem do Brasil será sempre uma tentativa inútil, por dois motivos: o que é atávico na história de um povo não se destrói, e sexo é sempre bom.

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