UMA CADEIRA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
João Eichbaum
“Quem é indicado para refocilar-se na cadeira de Ministro do Supremo Tribunal Federal não corre o risco da reprovação, porque a serviço de seus objetivos foram colocados todos os meios, de cuja idoneidade ninguém até hoje se ocupou. Nem atestado de bons antecedentes se exige”.
Essas palavras as diz J. Quercus, no livro “A JUSTIÇA NO BANCO DOS RÉUS”, publicado em 2.004.
Pois, em sua edição desta semana, a Veja informa sobre uma disputa entre Dilma e Lula para a indicação de seus candidatos a uma vaga no dito Supremo. O candidato da Dilma é um tal de José Eduardo Cardozo, cujo currículo diz tudo: é o atual secretário geral do PT, ou seja, um homem – como eles gostam de dizer – de militância política. E não é qualquer “militância” não. Militância no PT é religião. As únicas verdades do mundo estão concentradas no PT, a ideologia política do PT é dogma, ninguém discute.
O candidato do Lula é Asfor Rocha, atualmente ministro do Superior Tribunal de Justiça, do qual foi presidente. Asfor é um cara que aceita carona em jatinhos de empresários que têm questões a resolver no STJ. Um deles é Alexandre Grendene. Asfor usava o jatinho do seu amigo Alexandre para”fazer suas apostas em um cassino em Punta de Leste, no Uruguay”, diz a matéria da Veja.
Para ilustrar a biografia do candidato, revela a revista que “entre o início de 2009 e a semana passada”, ele “decidiu em nove processos em favor de Grendene S/A”.
Amigo de Carlos Jereissati, dono da OI, Asfor usou o jatinho do empresário para ir ao casamento do dito amigo.
“No casamento de seu filho, Caio Rocha – continua a Veja – Asfor convidou colegas de tribunal, ministros de Estado e parlamentares. Os convidados ficaram acomodados no hotel Gran Marquise, o melhor de Fortaleza. A hospedagem foi cortesia da construtora Marquise, que está sendo investigada por irregularidades na licitação das obras de reforma do Estádio do Castelão para a Copa de 2.014”.
O filho desse Asfor é um advogado que tem mais de vinte mil processos em vários tribunais, dos quais 2.261 no tribunal onde atua pai. Com um acréscimo: o rapaz é advogado da OI.
Esse é o currículo dos candidatos ao Supremo, meus amigos. Então, no meio de gente com tais títulos, que surpresa pode haver na atitude daquele ministro que deixou treze mil processos parados, pediu licença para tratamento de saúde e foi tratá-la nos bares com os amigos?
E você que espera há anos pela solução do seu problema na justiça, ainda acredita nela, ainda acredita em imparcialidade, isenção, honra, direito? Acredita que as causas patrocinadas pelo filho do ministro têm o mesmo tratamento que a justiça dispensa à sua causa?
Caia na real, meu velho: o povo não passa de mero figurante, menos do que um zero à esquerda, nesse filme de fantasia chamado “Democracia”, no qual os idiotas escolhem, direta ou indiretamente, os espertalhões que os vão explorar e os mandar para a cadeia.
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