sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

REDES SOCIAIS: O MAPA DA HUMANIDADE
João Eichbaum

A humanidade se divide em: bons, regulares, medíocres, ruins e péssimos. Não se sabe se algum antropólogo já se deparou com essa realidade. A maioria deles só conhece da humanidade a parte que lhes ensinaram os professores. E os professores, se é que aprenderam alguma coisa, só conhecem teorias.

É preciso viver, para conhecer os homens. É preciso privar com eles, olhá-los com olhos clínicos. Não basta ler artigos, livros, tratados, ouvir conferências ou frequentar universidades. Mas, muitas vezes, uma simples crônica policial ou uma notícia sobre política contêm elementos suficientes para firmar opinião sobre os primatas humanos.

Hoje uma das fontes mais ricas de dados úteis, que levam ao conhecimento dos homens, são as chamadas redes sociais. O chamado Facebook foi um achado e tanto. É o primeiro canal de comunicação, através do qual as pessoas podem dizer quem são, externar suas opiniões e manifestar seus sentimentos, quaisquer que eles sejam, a qualquer dia, a qualquer hora, em qualquer lugar do mundo.

O Facebook é o instrumento de comunicação que a tecnologia colocou à disposição de todos os humanos, sem que seja necessária uma formação técnica ou específica. Dir-se-ia, com toda a propriedade: é a tribuna do povo.

Então, se é a tribuna do povo, nada melhor se pode esperar, senão o desnudamento da criatura humana. Tendo a oportunidade que hoje têm, os homens mostram o que eles são, na realidade. Da vaidade à preguiça, passando pela intolerância, pelo ódio, pela ignorância, pela pieguice e pela incivilidade, as redes sociais podem ser vistas como uma feira de todas as formas de imperfeição do ser humano.

Ao qualificar de imbecis os internautas, o famoso Umberto Ecco, antes de morrer, passou um atestado de desconhecimento de antropologia. E como ele, todos os que xingam e os que respondem aos xingamentos, nas redes sociais, uns e outros se valendo de linguagem chã, sucumbem a essa fraqueza.

Quem conhece a massa de que é feito o ser humano, sabe que será inútil qualquer tentativa de melhorar o nível. As redes sociais são o retrato do povo, e o povo nelas se apresenta em sua crua realidade: um macaco que só se diferencia de suas raízes, porque fala, é bípede, e não tem rabo.


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