REDES SOCIAIS: O MAPA DA
HUMANIDADE
João Eichbaum
A humanidade se divide em:
bons, regulares, medíocres, ruins e péssimos. Não se sabe se algum antropólogo
já se deparou com essa realidade. A maioria deles só conhece da humanidade a
parte que lhes ensinaram os professores. E os professores, se é que aprenderam
alguma coisa, só conhecem teorias.
É preciso viver, para conhecer
os homens. É preciso privar com eles, olhá-los com olhos clínicos. Não basta
ler artigos, livros, tratados, ouvir conferências ou frequentar universidades.
Mas, muitas vezes, uma simples crônica policial ou uma notícia sobre política
contêm elementos suficientes para firmar opinião sobre os primatas humanos.
Hoje uma das fontes mais ricas
de dados úteis, que levam ao conhecimento dos homens, são as chamadas redes
sociais. O chamado Facebook foi um achado e tanto. É o primeiro canal de
comunicação, através do qual as pessoas podem dizer quem são, externar suas
opiniões e manifestar seus sentimentos, quaisquer que eles sejam, a qualquer
dia, a qualquer hora, em qualquer lugar do mundo.
O Facebook é o instrumento de
comunicação que a tecnologia colocou à disposição de todos os humanos, sem que
seja necessária uma formação técnica ou específica. Dir-se-ia, com toda a
propriedade: é a tribuna do povo.
Então, se é a tribuna do povo,
nada melhor se pode esperar, senão o desnudamento da criatura humana. Tendo a
oportunidade que hoje têm, os homens mostram o que eles são, na realidade. Da
vaidade à preguiça, passando pela intolerância, pelo ódio, pela ignorância, pela
pieguice e pela incivilidade, as redes sociais podem ser vistas como uma feira
de todas as formas de imperfeição do ser humano.
Ao qualificar de imbecis os
internautas, o famoso Umberto Ecco, antes de morrer, passou um atestado de
desconhecimento de antropologia. E como ele, todos os que xingam e os que
respondem aos xingamentos, nas redes sociais, uns e outros se valendo de
linguagem chã, sucumbem a essa fraqueza.
Quem conhece a massa de que é
feito o ser humano, sabe que será inútil qualquer tentativa de melhorar o
nível. As redes sociais são o retrato do povo, e o povo nelas se apresenta em
sua crua realidade: um macaco que só se diferencia de suas raízes, porque fala,
é bípede, e não tem rabo.
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