sexta-feira, 25 de maio de 2018


HISTÓRIAS REAIS
João Eichbaum
As abelhas têm rainhas. Têm-nas também as abelhas. Os homens têm reis, rainhas, príncipes, papas, tiranos, presidentes, deputados, senadores, governadores, que se atribuem o privilégio de manter a organização dos grupos sob seu domínio. Assim é: grupos de animais necessitam de líderes para manter as regras de convivência e a organização social necessária, em função das metas a que se propõem na busca do bem comum.
Entre as abelhas e as formigas tudo funciona às mil maravilhas, o trabalho é coeso, a liderança tem uma força natural. Mas, porque o mesmo não sucede entre os homens? Por qual razão os grupos sociais humanos tendem, cada vez mais, ao fracasso do que ao êxito, à desagregação do que à coesão, à desordem do que à harmonia? A resposta é muito simples: o instinto, que prevalece nos animais irracionais, é maior do que a inteligência, de que tanto se gabam os homens.
Além de ser menor do que o instinto dos outros animais, a inteligência dos homens varia, não é igual para todos. Há os que a têm em altíssimo grau e há os que a têm próxima de zero. Esse desnível é que provoca a desordem, a anarquia, a pobreza de muitos e a riqueza de poucos, e, enfim, a esculhambação geral.
As formigas e as abelhas, guiadas pelo instinto, são levadas a cumprir as metas que lhes destinou a natureza. Os homens, longe disso, até hoje não sabem a que vieram. Alardeiam paz, mas fazem guerra, e zanzam pelo planeta, e até fora dele, à procura de alguma coisa que os satisfaça plenamente.
Alguns há, como os ingleses, que inventam reis e rainhas. Por nada. Sem finalidade alguma que sirva para a humanidade. Inventam-nos apenas para deslumbramento próprio. Mas, não ficam sozinhos nesses devaneios. Pelo mundo afora há muito mais bobos, graças ao baixo nível de racionalidade que afeta a maioria dos primatas humanos. E ficam babando com palhaçadas, como esse casamento do enteado da Camila com uma Cinderela pra lá de rodada. Para quem não sabe: a Camila é aquela horrorosa, de quem se valia o príncipe, para cornear a mãe do noivo. E não é dramalhão mexicano. É história real.



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