OS VENDEDORES DE SENTENÇA E OS MENTIROSOS
João Eichbaum
O que é pior: vender sentenças ou mentir que as proferiu, mentir que leu o processo?
O juiz, o desembargador, o ministro que vende sentenças pode vender justiça, ou injustiça, dependendo de quem paga mais. E o juiz, o desembargador, o ministro que simplesmente assina o texto que foi montado por sua assessoria, composta de secretários, estagiários e assessores propriamente ditos, não faz melhor. Isto é, tanto pode estar fazendo justiça, como injustiça, e tanto se lhe dá.
Os primeiros cometem crimes, vão presos, são execrados pela opinião pública. Mas dos outros, ninguém fala. Nem os advogados. A imprensa, então simplesmente ignora tais coisas. Ninguém os acusa de receberem o nosso dinheiro, em pagamento por um serviço que não prestaram.
E eles, com a maior cara de pau, saem por aí, a pronunciar conferências, a dar aulas em Faculdades de Direito, a aparecer como grandes juristas, os fiadasputas.
Ninguém pode acusá-los de nada. Porque não há provas. Não há como provar que os fiadasputas nada fazem, apenas assinam os acórdãos e as sentenças, e não estão nem aí para o que vier a acontecer. Eles não têm consciência, não têm responsabilidade, não têm um mínimo de escrúpulo: recebem seus polpudos vencimentos, no penúltimo dia útil de cada mês.
Qual é a diferença entre esses mentirosos e os vendedores de sentença? O dolo não é igual, nuns e noutros? E todos gostam de dinheiro, venha donde vier.
A diferença é que os mentirosos recebem do Estado o pagamento pelas sentenças que não proferiram, enquanto os vendedores de sentenças recebem de particulares o pagamento por sentenças que proferiram.
Em matéria de fiadaputice, quem é que leva a taça?
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