A ARTE DE SER IRRESPONSÁVEL
João Eichbaum
Outro dia um deputado disse alto e bom som que estava se lixando para a opinião pública. Ele havia divulgado, previamente, sua intenção de inocentar um colega seu - aquele que construiu um castelo que era um deboche para os contribuintes e não contribuintes do erário deste país.
Dias atrás, um moça foi estuprada e assassinada, em pleno dia porque, acionada, a Brigada Militar deu de ombros, não tomou providência alguma.
Nesta semana, para completar, um juiz negou a prisão preventiva para membros de uma quadrilha que roubava caminhões.
O deputado que está se lixando para a opinião pública continuará recebendo seus subsídios, suas diárias, e todo aquele dinheiro a que se empresta um monte de nomes.
O policial militar que deu de ombros para o aviso de que uma mulher estava sendo agredida numa rodovia, em plena luz do dia, também vai continuar a receber seu parco, mas garantido soldo.
E o juiz, o meritíssimo, não perderá um centavo dos seus subsídios e continuará no cargo, aconteça o que acontecer, porque é vitalício.
Na verdade, os três estão se lixando para a opinião pública: o Legislativo, na pessoa do deputado, o Executivo, na pessoa do policial militar, e o Judiciário, na pessoa do juiz.
Todos são irresponsáveis e colocam, acima do dever, os seus sentimentos pessoais.
A quem haveremos de recorrer, nós, contribuintes desarmados, para obter segurança, e para ter a certeza de que nosso dinheiro não está sendo simplesmente levado para o bolso e para os castelos dos deputados?
É muito fácil ser “autoridade”. O difícil é ser responsável.
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