GANÂNCIA e DESEJO DE PODER
João Eichbaum
Porque alguém-disse-que-fulano-disse-que-ouviu-dizer que a tia Yeda Crusius levava vantagem com negociatas do Detran e que o marido dela embolsava as contribuições para a campanha eleitoral, os procuradores da República fizeram um estardalhaço, contando com espaço privilegiado nos veículos de comunicação da RBS, para ingressar com uma ação de “improbidade administrativa” contra a governadora e vários de seus colaboradores e aliados.
Aqui nesta coluna, foram revelados alguns dos muitos erros cometidos pelos procuradores, quer agredindo o vernáculo, quer fazendo malabarismos que o direito não comporta, para enquadrar a tia Yeda, e de forma tal que foram além de elementares princípios de civilidade.
O modo como a foi posta a questão em juízo já mostrava, para quem tem experiência na atividade jurídica, que os ditos procuradores da república estavam perdidos na poeira da vaidade, misturada com desconhecimento de direito constitucional, sem se dar conta de que, ao lado de tudo isso, exibiam sua fraca intimidade com o vernáculo e, conseqüentemente, com a linguagem jurídica.
Por ser turno, a juíza a quem coube o processo, “se achou”. Mesmo advertida, indiretamente, pelo Gilmar Mendes de que a tendência nos tribunais superiores era outra, a juíza não se”flagrou” e manteve a tia Yeda como “ré”.
É claro que a RBS se aproveitou, fez da notícia um circo, mostrou a cara dos procuradores nos seus veículos de comunicação, fazendo até uma biografia deles, como se fossem heróis.
Por que tudo isso? Porque notícias como essas vendem e a RBS só quer saber de dinheiro. E os procuradores da república e a juíza de Santa Maria, embriagados pelo poder, chegariam ao auge do orgasmo se pudessem destituir a governadora do Estado.
Isso só acontece com primatas. A ânsia de poder não é privilégio nosso. Nossos irmãozinhos, que vemos nos zoológicos e nos circos, sofrem do mesmo mal. Só que não são tão maus, porque não têm a racionalidade como reforço de sua maldade.
Ainda bem que nem todos os juízes são burros, não são estritamente fiéis à sua origem genética, nem se deixam inebriar pelo poder, e até conhecem um pouco de direito. Resultado: a tia Yeda caiu fora do processo, por decisão do Tribunal Regional Federal.
Mas, tem mais. Isso a gente vai ver outro dia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Desculpa! Mas não posso fazer nenhum comentário porque não tive aulas de Língua Portuguesa!Mas foi ótimo! BJ
Postar um comentário