quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
João Eichbaum
Dividiram a vida em anos. Por questões científicas, a partir de estudos do sistema solar – se não estou enganado.
A partir daí, tenho que me submeter ao que todo mundo pensa, por exemplo: termina o ano de 2.009 e começa o ano de 2.010
Só que tem um detalhe com o qual eu não concordo: o ritual. Na chamada “virada” do ano, as pessoas adotam ritos. A roupa deve ser branca e nova, por exemplo. Ou calcinha e cueca amarela. Para dar sorte. Para que o Novo Ano seja melhor, proporcione maior felicidade.
Superstições, minha gente. Invenções inúteis, ritos de primatas, regressão dos primatas à era em que eles nem sabiam que eram inteligentes.
Hoje, é tudo muito diferente. A tecnologia elevou os primatas humanos a um nível superior. Com olhos fixos na tecnologia, podemos, nós, primatas, abrir mão dessas superstições, desses ritos, porque teremos certeza de que nada muda em nossa vida, com a “virada” de ano. Tudo vai continuar na mesma, com ou sem cueca amarela, com ou sem roupa nova branca.
Nesse nosso mundo de primatas, há sempre alguém que se destaca pela esperteza. E eles inventam Natal, dia das Mães, dia dos Namorados, etc, etc.
Esqueçam essas festividades e olhem para as estradas, onde há mortos e feridos, olhem para os países de ideologia muçulmana, que não têm a mínima consideração para quem não reza pelo Alcorão, olhem para a luta entre polícia e bandidos, olhem para os políticos, cuja única preocupação é o próprio bem estar e a ganância de enriquecer em quatro anos. Olhem para o Papa, vestido de escarlate e carmim e, ao mesmo tempo, olhem para as pessoas que dormem debaixo das marquises, que moram debajxo das pontes, que pedem sobra de comida, enquanto o Filho do Brasil, conhecido como Lula, sobe na vida e no conceito innternacional, só trovando e falando “merda”.
Diante de tudo isso, é possível acreditar que o mundo é regido, e administrado com justiça, por um “Deus” que o criou? È possível acreditar que os “seres humanos” são entes dignos, inteligentes, feitos à imagem e semelhança de um “deus”?
Pensem comigo: não passamos de macacos que buscam a satisfação pessoal (aquela gata, aquele gato, aquele emprego, aquela “vidinha boa, aquele salário”, a sena acumulada, e o resto que se foda...)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DE TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
Uma notícia de fim de exercício, para fecharmos nossa contabilidade, ou seja, para constatar o que pagamos para esses pilantras que o povinho elege como deputados.
A notícia, publicada na ZH de segunda-feira última, é a seguinte.
“Pouco mais de oito meses depois do escândalo conhecido como a “farra das passagens”, documentos sigilosos revelam que recursos públicos bancaram despesas de viagem de deputados e acompanhantes a pontos turísticos em finais de semana, feriados e períodos em que o Congresso esteve vazio”
Sim, senhores. Passeios com acompanhantes, às nossas custas.
Trata-se de setenta mil notas fiscais apresentadas pelos congressistas, a fim de obterem “ressarcimento” das suas farras. Com acompanhantes, é bom que se repita. As notas fiscais são provenientes de “resorts, hotéis-fazenda, pousadas à beira-mar e restaurantes sofisticados”.
Por exemplo, o deputado Enio Bacci, gaúcho (ah, os gaúchos são os mais honrados, os mais honestos, os mais bravos, os melhores em tudo, “servem de exemplo a toda a terra”). Pois o deputado Enio Bacci passou o fim de semana do feriado de 12 de outubro na pousada Vila do Farol, à beira-mar, em Bombinhas. Duas diárias dele nos custaram R$ 830,00.
E sabem como justificou isso, descaradamente, o deputado?
Assim, ó:
“Se eu recebesse dinheiro de corrupção, não precisaria de diária para hotel”.
Então, minha gente, não temos escolha: quem não é corrupto, é sem-vergonha, não tenho o mínimo de moral (e nem de inteligência). Se não quisermos que o deputado Enio Bacci se torne corrupto, teremos que continuar pagando suas diárias em pousadas à beira-mar, na companhia de quem lhe aprouver.
Não é pelo valor que nos indignamos. É pela canalhice.
Agora vocês sabem porque, no próximo exercício do Imposto de Renda, terão que quebrar a cabeça para se livrar do Leão, mas não vão conseguir: sem o nosso dinheiro, os políticos não são felizes. E são eles que fazem as leis que, na hora da declaração de renda, temos que respeitar.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
CRÕNICAS POLÍTICAS
Paulo Wainberg
Osmar, como todos sabem, é meu correspondente que não responde e não corresponde. Tem mais ou menos sessenta anos, solteirão convicto – não é gay - bebedor de cerveja e, ultimamente, deu de comer apenas peito de frango, salada verde e linquiça colonial no Barranco, alegando que picanha incha.
Mas, vamos à carta.
Querido Osmar, seja lá você quem for. Reparou que o médico paulista, especialista em fertilização, está preso por ter assediado sexualmente suas pacientes ( quantas concordaram, hein?), mas ninguém fala nas centenas, ou milhares, de casais que tiveram filhos graças a ele, sem assédio ou sacanagem?
Reparou, querido Osmar, que todas as notícias sobre o cidadão, publicadas na imprensa em geral e no Jornal Nacional em particular, são escabrosas?, mulheres testemunhando contra ele, maridos vociferando contra ele e a nossa imprensa, tão assim imparcial, totalmente despreocupada em entrevistar uma única família feliz, graças ao trabalho do prisioneiro?
Enquanto isto, Osmar, o Dantas Banqueiro teve todos os processos contra ele suspensos, graças ao juridicamente correto entendimento de nossa suprema corte, segundo o qual enquanto não se processar, julgar e, possivelmente condenar, o Juiz que condenou o Dantas, nada pode ser feito? E, Osmar, até que isso seja feito, todos os crimes dos quais o Dantas Banqueiro são acusados – inocente ou culpado – prescreverão na forma da lei?
Qual a sua opinião a respeito do nosso querido governador do Distrito Federal, que já havia sido cassado no Senado (ops! Perdão pela palavrão), em conjunto com o ACM (ops! Perdão pelas iniciais), no escândalo da quebra do sigilo – Você lembra, Osmar? – Já se vão anos – e o ACM voltou ao senado, aclamado pelo seu eleitorado corrupto, o Arruda assumiu o Governo do Distrito Federal, aclamado pelo seu eleitorado corrupto, que recebeu dinheiro vivo do seu assessor, que distribuiu uma grana literalmente federal aos deputados distritais, que recebeu outra grana federal das suas empresas apoiadoras e. querido Osmar, nenhum deles está preso?
E o nosso Poeta? O ínclito Sarney? Por que o Jornal Nacional não fala mais nele? E o Renan? Ninguém mais fala no Renan?
Estão todos soltos, iluminados, ricos, plenos de influência, sem que se saiba nenhum, nenhum único ato de bondade que tenha beneficiado nosso povo – esse povo imbecil do qual fazes parte, Osmar, enquanto o médico aquele, tarado, vá lá que seja, mas com excelentes serviços prestados a milhares de casais, está na cadeia!
Você, Osmar, é um idiota, um imbecil. Perdi anos da minha vida escrevendo a você e nunca tive uma resposta, nunca tive sequer a confirmação de que você tenha recebido minhas cartas, você, estúpido, faz parte dos que, em troca de uma camiseta, de um albergue, de uma diretoria de catador de papel no Congresso, você, Osmar, é quem elege essa turba, essa canalha, em nome da Democracia!
Certa vez Rui Barbosa, num período histórico em que predominavam as oligarquias, as ditaduras, os reinos espúrios, num período em que o conceito de “democracia” era ainda apenas um conceito, com pouquíssima aplicação prática, largou uma frase de efeito, tumular, lapidar e perpétua: “A PIOR DEMOCRACIA É MELHOR DO QUE A PIOR DITADURA”.
Tinha toda razão a Águia de Haia. Tem razão até hoje!
Porém, Osmar, você que se vende por uma cesta básica, por um poço artesiano na sua vila, por dois mil réis pra comprar chuchu, ainda não entendeu que a comparação ruibarbosiana é anacrônica, que hoje não se trata de comparar Democracia e Ditadura, que hoje se trata de comparar Democracia com Democracia, e que a frase correta, nos dias atuais, para quem não se vende, para quem acredita na liberdade e no Direito, para quem não sustenta, ao custo de impostos, falanges de funcionários inúteis, assessores inexistentes, cargos em comissão falaciosos e cargos de confiança inconfiáveis é : A PIOR DEMOCRACIA É PIOR DO QUE QUALQUER DITADURA E DO QUE QUALQUER BOA DEMOCRACIA.
É por esta razão, Osmar, que esta é a última vez que escrevo para você. Seu silêncio arrogante já me irritou e sua conivência silenciosa, corruptamente eleitoral é suficiente para que a amizade que sempre lhe dediquei, se extinga.
Você só tem uma possibilidade, comigo. Não precisa nem me escrever, responder ou corresponder. Com isto estou acostumado.
Porém, o ano que vem você vai votar. Se você votar em alguém para, argh, senador, me esqueça. Temos que extinguir, extirpar, estripar essa voraz instituição que de nada serve e que nos custa, dos trinta bilhões de arrecadação anual, sei lá quantos bilhões vão para os bolsos senatoriais.
Para Presidente, fique à vontade, vote em quem quiser e achar melhor. De certa forma você, Osmar, e seus cupinchas, costumam acertar.
Agora, para deputado federal, abra o olho. Peça folha corrida criminal e cível, na Justiça Comum, Federal e do Trabalho. Na caia no papo.
Bom, é quase Ano Novo, quase tudo, pela frente. Se você se comprometer comigo – e cumprir a promessa – de não votar para senador, posso reconsiderar minha decisão e, em 2010, de vez em quando, escrever alguma coisa para você.
E nem estou preocupado. Seja você quem for, que seja dos bons.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
Sabem a última dos franceses? Pois é. O Le Monde, o jornal francês mais conhecido mundialmente, elegeu o Filho do Brasil, popularmente conhecido como Lula, como o “homem do ano”.
Primeira conclusão: a França anda mal de “homens”. Bom, se o primeiro ministro se esforça para ser corno, o que se pode esperar dos machos franceses?
É que, como vocês sabem, o primeiro ministro da França, o tal de Sarkozy, importou uma bela gatinha italiana e se casou com ela, circunstância que revela sua acentuada tendência para ser corno, a partir da consideração de que ele não passa de um coroa feio, sem charme, sem graça nenhuma.
Segunda conclusão: nem mulher gostosa existe na França. Se existisse o coroa não iria importar uma italiana.
Foi por isso que o Filho do Brasil foi escolhido como o “homem do ano”. Na falta de personalidades francesas dignas de tal escolha, a taça ficou com o Lula.
Charles De Gaulle dizia que o Brasil não é um país sério. Pois eu acho que o povo francês é menos sério ainda. Um povo que teve como líder um louco chamado Napoleão Bonaparte, um povo que decapitou sua família real, por pura maldade, não é um povo que mereça respeito e consideração.
As greves e as arruaças constantes, os desmandos que ocorrem na França não fornecem a melhor imagem de um povo.
Foi por isso que o Filho do Brasil foi escolhido lá como o “homem do ano”: o currículo do povo francês autoriza plenamente tal escolha.
Prefiro que assim seja, realmente. Me recuso a acreditar que esse gesto de puxassaco seja um modo de reconhecimento pela negociata dos aviões, encetada pelo Jobim, que credenciaria o Brasil, através de seus representantes, a merecer o título de “bobo do ano”.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
Felizmente, parece que chegaram ao fim os “cartões de Boas Festas”.
Confesso que, nos últimos tempos, eram uma verdadeira tortura para mim. Recebia-os, coçava a cabeça, pensava “que saco”, terei de, pelo menos, agradecer. Mas havia o maior dos inconvenientes: levar o “muito obrigado, igualmente” ao Correio.
Hoje é mais fácil. O “obrigado, igualmente” vai na mesma hora, basta clicar em “responder ao remetente”. Um alívio essa invenção de e-mail.
Tempos houve em que também enviei cartões de Natal. Tempos houve em que acreditei no Papai Noel, no menino Jesus, e uma das mais belas coisas pela qual eu ansiava todos os anos era a Missa do Galo. A catedral da minha cidade apinhada de povo, o coral cantando “Noite Feliz”, num arranjo emocionante em que havia o contracanto do “Gloria in Excelsis”. E eu, me derretendo em lágrimas.
Mas houve Natais também em que passei fome, perambulei pelas ruas, sentindo inveja das crianças que exibiam seus presentes, odiando o cheiro de comida que vinha das casas, praguejando internamente contra a alegria de lares festivos e iluminados.
Tive Natais de todos os tipos: de alegria, de saudade, de dor, como qualquer pessoa, em todos os dias da vida.
Hoje, para mim, Natal é sinônimo de correria, de muita gente nas lojas, nos “shoppings”, de ruas atravancadas de automóveis, de aeroportos lotados, de gente viajando para a praia de ônibus, em carros de luxo, em cacos de automóvel, ou automóveis transformados em veículos de carga, levando colchões, bicicletas, sogra, cachorro, papagaio, gato, e as crianças brigando, apertadas entre acolchoados e travesseiros. E o maior dos sacos: ter de comprar presentes para alguém.
Com essa visão atual que tenho do Natal, não encontro sentido algum na expressão “Feliz Natal”. Acho que, afora as crianças que recebem presentes, ninguém mais tem condições de se sentir plenamente feliz no Natal.
Então, o que desejo para vocês é a felicidade em todos os dias. Até no dia de Natal, depois da correria, das filas, e dos engarrafamentos.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
Pouco antes de nos tornarmos gente, antes de entendermos plenamente as coisas que nos cercam, nos incutiram a idéia de que Papai Noel existe, e que 25 de dezembro é o dia em que nasceu Jesus Cristo, que se diz o Filho de Deus. E nos acostumamos à idéia de que no dia desse aniversário, conhecido como Natal, ganhamos presentes, trazidos pelo dito Papai Noel.
A crença em Papai Noel não dura muito, mas pouquíssimos se livram da crença de que o menino Jesus nasceu no dia 25 de dezembro numa manjedoura, teve a visita de três reis e foi anunciado por anjos que se fizeram acompanhar de uma estrela.
As ilusões comandam as crenças dos primatas humanos. A ilusão trazida pelo Papai Noel eram os presentes. A de Jesus Cristo continua sendo a da imortalidade, a bemaventurança no céu, já que com a cessação definitiva da vida muito poucos se conformam.
O Filho do Brasil, chamado Lula, é outra ilusão. Para os nordestinos, principalmente. É o grau do seu crédito em Pernambuco (85%) que eleva a média do mesmo em todo o Brasil (72%). A ilusão dos nordestinos e de todos os demais que estão na merda tem um nome: bolsa-família.
Para os brasileiros que conseguem ter emprego nada mudou para melhor desde que o Filho do Brasil assumiu o governo. Continuamos sem saúde, sem educação e sem segurança. Os aposentados estão atrás dos salário mínimo. Mas ele é tido como o “salvador da pátria”, com altos índices de aprovação e popularidade.
Nada explica esse fenômeno, salvo o “bolsa-família”, donde se conclui que a maioria é dele beneficiária. Ah, sim, e tem o mensalão, que faz milagres.
E sabem quem patrocina a aprovação e a popularidade do Filho do Brasil? Nós, naturalmente. Nós, que pagamos impostos, porque ele usa o nosso dinheiro como lhe convém, na companhia do Sarney, do Collor e do Renan Calheiros, gente do norte e nordeste, como ele.
Precisa dizer mais?
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
CRÔNICAS REGIONAIS
Paulo Wainberg
Está chegando o verão e com ele o veraneio, como chamamos aqui no Sul.
Não sei se vocês, de outros Estados, sabem, mas temos o mais fantástico litoral do País: de Torres ao Chuí, uma linha reta, sem enseadas, baias, morros, re-entrâncias ou recortes. Nada! Apenas uma linha reta, areia de um lado, o mar do outro.
Torres, aliás, é um equívoco geográfico, contrário às nossas raízes farroupilhas e devia estar em Santa Catarina.
Característica nossa, não gostamos de intermediários.
Nosso veraneio consiste em pisar na areia, entrar no mar, sair do mar e pisar na areia. Nada de vistas deslumbrantes, vegetações verdejantes, montanhas e falésias, prainhas paradisíacas e outras frescuras cultivadas aí para cima.
O mar gaúcho não é verde, não é azul, não é turquesa.
É marrom!
Cor de barro iodado, é excelente para a saúde e para a pele! E nossas ondas são constantes, nem pequenas nem gigantes, não servem para pegar jacaré ou furar onda, coisas de veado. O solo do nosso mar é escorregadio, irregular, rico em buracos. Quem entra nele tem que se garantir.
Não vou falar em inconvenientes como as estradas engarrafadas, balneários hiper-lotados, supermercados abarrotados, falta de produtos, buzinaços de manhã de tarde e de noite, areia fervendo, crianças berrando, ruas esburacadas, tempestades e pele ardendo, porque protetor solar é coisa de fresco e em praia de gaúcho não tem sombra. Nem nos dias de chuva, quase sempre nos fins-de-semana, provocando o alegre, intermitente, reincidente e recorrente coaxar dos sapos e assustadoras revoadas de mariposas.
Dois ventos predominam, em nosso veraneio: o nordeste – também chamado de nordestão – e o sul, cuja origem é a Antártida.
O nordestão é vento com grife e estilo... estilo vendaval.
Chega levantando areia fina que bate em nosso corpo como milhões de mosquitos a nos pinicar. Quem entra no mar, ao sair rapidamente se transforma no – como chamamos com bom-humor – veranista à milanesa. A propósito, provoca um fenômeno único no universo, fazendo com que o oceano se coloque em posição diagonal à areia: você entra na água bem aqui e quando sai, está a quase um quilômetro para sul. Essa distância é variável, relativa ao tempo que você permanecer dentro da água.
Outra coisa: nosso mar é pra macho! Água gelada, vai congelando seus pés e termina nos cabelos. Se você prefere sofrer tudo de uma vez, mergulhe e erga-se, sabendo que nos próximos quinze minutos sua respiração voltará ao normal: é o tempo que leva para recuperar-se do choque térmico.
Noventa por cento do nosso veraneio é agraciado pelo nordestão que, entre outras coisas, promove uma atividade esportiva praiana, inusitada e exclusiva do Sul: Caça ao guardassol. Guardassol, você sabe, é o antigo guarda-sol, espécie de guarda-chuva de lona, colorida de amarelo, verde, vermelho, cores de verão, enfim, cujo cabo tem uma ponta que você enterra na areia e depois senta embaixo, em pequenas cadeiras de alumínio que não agüentam seu peso e se enterram na areia.
Chega o nordestão e... lá se vai o guardassol, voando alegremente pela orla e você correndo atrás. Ganha quem consegue pegá-lo antes de ele se cravar na perna de alguém ou desmanchar o castelo de areia que, há três horas, você está construindo com seu filho de cinco anos.
O vento sul, por sua vez, é menos espalhafatoso. Se você for para a praia de sobretudo, cachecol e meias de lã, mal perceberá que ele está soprando. É o vento ideal para se comprar milho verde e deixar a água fervente escorrer em suas mãos, para aquecê-las.
Raramente, mas acontece, somos brindados com o vento leste, aquele que vem diretamente do mar para a terra. Aqui no Sul, chamamos o vento leste de ‘vento cultural’, porque quando ele sopra, apreendemos cientificamente como se sentem os camarões cozinhados ao bafo.
E, em todos os veraneios, acontece aquele dia perfeito: nenhum vento, mar tranquilo e transparente, o comentário geral é: “foi um dia de Santa Catarina, de Maceió, de Salvador” e outras bichices. Esse dia perfeito quase sempre acontece no meio da semana, quando quase ninguém está lá para aproveitar. Mas fala-se dele pelo resto do veraneio, pelo resto do ano, até o próximo verão.
Morram de inveja, esta é outra das coisas de gaúcho!
Atenta a essas questões, nossa industria da construção civil, conhecida mundialmente por suas soluções criativas e inéditas, inventou um sistema maravilhoso que nos permite veranear no litoral a uma distância não inferior a quinhentos metros da areia e, na maioria dos casos, jamais ver o mar: os famosos condomínios fechados.
A coisa funciona assim: a construtora adquire uma imensa área de terra (areia), em geral a preço barato porque fica longe do mar, cerca tudo com um muro e, mal começa a primavera, gasta milhares de reais em anúncios na mídia, comunicando que, finalmente agora você tem ao seu dispor o melhor estilo de veranear na praia: longe dela. Oferece terrenos de ponta a ponta, quanto mais longe da praia, mais caro é o terreno. Você vai lá e compra um.
Enquanto isso a construtora urbaniza o lugar: faz ruas, obras de saneamento, hidráulica, elétrica, salão de festas comunitário, piscina comunitária com águas térmicas, jardins e até lagos e lagoas artificiais onde coloca peixes para você pescar. Sem falar no ginásio de esportes, quadras de tênis, futebol, futebol-sete, se o lago for grande, uma lancha e um professor para você esquiar na água e todos os demais confortos de um condomínio fechado de Porto Alegre, além de um sistema de segurança quase, repito, quase invulnerável.
Feliz proprietário de um terreno, você agora tem que construir sua casa, obedecendo é claro ao plano-diretor do condomínio que abrange desde a altura do imóvel até o seu estilo.
O que fazemos nós, gaúchos, diante dessa fabulosa novidade? Aderimos, é claro. Construímos as nossas casas que, de modo algum, podem ser inferiores as dos vizinhos, colocamos piscinas térmicas nos nossos terrenos para não precisar usar a comunitária, mobiliamos e equipamos a casa com o que tem de melhor, sobretudo na questão da tecnologia: internet, TV à cabo, plasma ou LSD, linhas telefônicas, enfim, veraneamos no litoral como se não tivéssemos saído da nossa casa na cidade.
Nossos veraneios costumam começar aí pela metade de janeiro e terminar aí pela metade de fevereiro, depende de quando cai o Carnaval. Somos um povo trabalhador, não costumamos ficar parados nas nossas praias. Vamos para lá nas sextas-feiras de tarde e voltamos de lá nos domingos à noite. Quase todos na mesma hora, ida e volta.
É assim que, na sexta-feira, pelas quatro ou cinco da tarde, entramos no engarrafamento. Chegamos ao nosso condomínio lá pelas nove ou dez da noite. Usufruímos nosso novo estilo de veranear no sábado – manhã, tarde e noite – e no domingo, quando fechamos a casa.
Adoramos o trabalhão que dá para abrir, arrumar e prover a casa na sexta de noite, e o mesmo trabalhão que dá no domingo de noite.
E nem vou contar quando, ao chegarmos, a geladeira estragou, o sistema elétrico pifou ou a empregada contratada para o fim-de-semana não veio.
Temos, aqui no Sul, uma expressão regional que vou revelar ao resto do mundo: Graças a Deus que terminou esta bosta de veraneio!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
Muitos dirão que sou pessimista. Não. Sou realista. Não me iludo com qualquer idéia, com qualquer iniciativa, com qualquer promoção realizada pelos macacos homens.
Dias desses, quando iniciou a tal de conferência de Copenhague (sobre o quê, mesmo, sobre o meio ambiente, sobre o clima ou sobre ambas as coisas?) já previa o fracasso.
Quando tomei conhecimento de que trinta e quatro mil pessoas se haviam inscrito para a dita reunião, vi que não ia dar em nada.
Já pensaram? Trinta e quatro mil macacos homens, deliberando sobre clima, meio, ambiente, etc?
Se duas pessoas, por exemplo, marido e mulher, poucas vezes se entendem e se pronunciam com uma só voz sobre o mesmo assunto, o que se poderia esperar de tantos macacos juntos?
Só o Lula e a Dilma Roussef, que não entendem nada de clima, nem de meio ambiente (como eu também não entendo) e mais os setecentos e noventa e oito brasileiros que os acompanhavam poderiam se iludir com a conferência.
Como deu em nada o conclave, Lula, o Filho Único do Brasil, ficou brabo, fez um discurso daqueles que era acostumado a fazer como sindicalista, xingando a tudo e a todos. Posando de herói, claro, para aparecer, como sempre. Acho que ele ficou mais brabo ainda, porque não pode tirar o mundo da merda, nem se aproveitar da promoção oferecida pelas prostitutas de Copenhague, com sexo de graça.
Enfim, com a culpa atribuída tanto aos países pobres, como aos países ricos, a conferência de Copenhague não conseguiu salvar o mundo contra El Niño, La Niña e outros elementos furiosos da natureza, como tsunamis sem nome. Mas que gastaram o nosso dinheiro, ah, isso gastaram.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
Luíz Gonzaga
Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cume
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
E aí eu pergunto: o que é que fez o Filho do Brasil, com todo o poder nas mãos e nos bolsos, que ainda não tirou os nordestinos da merda?
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
Yeda Crusius era um nome conhecido no rádio e na televisão no Rio Grande do Sul. Professora na faculdade de economia na URGS, a doutora Yeda grangeou admiradores de sua erudição no âmbito da especialidade que ela dominava.
Foi por suas qualidades de professora, por seu modo didático de comentar economia que os donos dos meios de comunicação se interessaram e viram nela um filão considerável de audiência.
Não sei se ela era remunerada ou não, quando apareceu nos meios de comunicação. Se não era remunerada, mostrou uma fraqueza que domina a quase todos nós, primatas: o gosto por aparecer, por ser admirado, por ser conhecido.
Assim como os donos dos meios de comunicação, também os políticos viram nela uma boa isca para os interesses partidários.
Resumindo: a doutora Yeda deixou de ser professora e comunicadora, para ser política. Foi deputada, ministra e, agora, governadora.
Depois de tantos anos convivendo com as raposas políticas, muita coisa ela aprendeu com seus pares. E políticos são incapazes de ensinar coisas boas. Daí a razão pela qual a doutora Yeda assimilou os defeitos com os quais convivia. Mas, não esqueceu, é claro, as lições de economia que aprendeu e repassou, uma das quais é fundamental: não gastar mais do que se ganha.
Com essas lições de economia ela conseguiu uma proeza que macho nenhum na história política do Rio Grande do Sul conseguiu: zerar o “déficit” público.
Para quê! A partir daí ela passou a ser odiada e perseguida por políticos que, em cultura e conhecimento, não chegam aos pés dela e que, por isso mesmo, destilam ódio incontido. Políticos que só fizeram baderna a vida inteira e nunca trabalharam, como a filha do Tarso Genro e outros cujos nomes a gente nem lembra, fizeram de tudo para roubar o crédito político da governadora. Os sinais de austeridade administrativa e o êxito de seu governo, evidentemente, não fizeram bem para aqueles que tiveram o poder na mão e não souberam o que fazer com ele. Os opositores políticos não suportaram a perspectiva de perderem as próximas eleições e declararam guerra à doutora Yeda.
Agora, eis o quadro que temos: greve do magistério, ameaça de greve da Brigada, bagunça à vista. Professores querem ser “promovidos” sem mostrar serviço e brigadianos querem ser melhor do que os outros funcionários públicos e não pagar a previdência.
Esse foi o erro da doutora Yeda: terminar com as mamatas.
Agora, das duas, uma: ou ela renuncia à política para sempre, ou se torna completamente política, esquecendo a ciência econômica e fazendo o que o povo mais gosta, que é ser enganado, ludibriado, espoliado e ainda bater palminhas para os políticos.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
Sabe o cafezinho, aquele elemento líquido e geralmente negro, que muita gente chama para a companhia do cigarro?
Pois é. O cafezinho é sempre responsável pela ausência dos funcionários nas repartições públicas, ou até mesmo pela presença tipo não to nem aí para quem está esperando no balcão, em busca de aposentadoria, auxílio doença, indenização, etc.
O cafezinho é expediente obrigatório em qualquer repartição pública deste país. Executivo, Legislativo e Judiciário abrem mão de qualquer coisa: do serviço, das responsabilidades, das obrigações, mas não do cafezinho.
O cafezinho serve para matar o tempo, para marcar encontros, para costurar acordos, para discutir política e futebol.
Na Câmara Federal, claro, tem o bar, o luxuoso bar, onde deputados se encontram para o cafezinho. É lá que muita coisa acontece, preliminarmente. É lá que se escolhe os companheiros e se esconjura os adversários. A qualquer hora do dia tem deputado e deputada tomando cafezinho, enquanto o povo que os sustenta dá duro, de sol a sol, sem pausa para o dito cafezinho.
Pois lá na Câmara, dia desses, chamou a atenção dos garçons do bar uma bolsa, que ficara esquecida numa das mesas. Um bolsa de mulher, naturalmente. Dessas bolsas de marca, é claro, Victor Hugo, Louis Vitton, ou coisa que o valha. Não era bolsa de funcionárias da Câmara, que ganham seus míseros vinte e dois mil reais por mês. Era bolsa de deputada, dessas que comerciam acordos, negociam incisos e parágrafos, e vendem a alma para o Lula e a companheirada do PT e ainda apóiam o Sarney.
Sem saber a quem pertencia, os funcionários se viram constrangidos a abrir a bolsa, à procura de algum documento que identificasse sua privilegiada proprietária.
A bolsa tinha de tudo um pouco: caneta, alguns trocados, lenço, cosméticos e, para provar que a deputada também é de carne e osso, nada menos do que um vibrador.
Graças ao cafezinho é que o Brasil inteiro agora sabe das preferências sexuais da deputada que, ao invés de pagar policiais militares musculosos, como a Ana Maria Braga e a Suzana Vieira, prefere o vibrador, que é fiel e não lhe toma dinheiro - aliás, o nosso dinheiro.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
COLUNA DO PAULO WAINBERG
Paulo Wainberg
O Dia do Juízo Final chegou tranquilo, nem hecatombe, apocalipse, tragédia ou melodrama.
Deus simplesmente avisou:
– Pessoal, o Juízo Final é hoje! Homens para a esquerda e mulheres para a direita.
A Humanidade ficou perplexa. Era só isso? E a luta entre o Bem e o Mal? E o Demônio? Os Quatro Cavaleiros?, punições, lamentos, torturas? Mas como?!!!! Descrentes e beatos, maus e bons, pecadores e justos, todos no mesmo saco?
E Deus disse:
– Meus filhos, esqueçam essas bobagens. EU, pessoalmente, nunca falei nisso. EU só disse que haveria um Juízo Final, o resto foi invenção de vocês. E o Juízo Final é hoje! E vamos começar logo que não tenho o dia inteiro. Homens para a esquerda e mulheres para a direita! Vamos, vamos, se mexendo, quero ver movimento, ação, você aí, minha filha, vá logo para a direita, você meu caro, isso, você mesmo, não, não, estou falando com o manco, isso, vá logo para a esquerda. O Julgamento começa em dois minutos.
Foram-se os homens para a esquerda e as mulheres para a direita. Dois minutos depois – que para a Humanidade representou dois séculos – todos os homens estavam do lado esquerdo de Deus. E as mulheres do lado direito.
Nos dois grupos a surpresa imperava. “Mas como? Não era para ser os bons de um lado e maus do outro?” “E a grande batalha?, as almas penadas, onde é que nós estamos, afinal de contas?, não se pode confiar em mais nada!:
Os sacerdotes de todas as religiões demoraram a se conformar. Afinal, tinham passado suas vidas, geração após geração, ameaçando as pessoas com o Juízo Final e a coisa chega assim, light, sem estresse, uma simples divisão sem ética, homens para um lado, mulheres para o outro.
Foi difícil: para os fiéis persistentes, disseram ser um mistério divino; para os revoltados, fecharam as portas.
E Deus disse:
– Ok, pessoal. Vamos começar o Juízo Final. Que entre o Acusador.
E lá veio, do fundo das trevas, Belzebu em pessoa. E assim falou:
– Acuso a Humanidade de usar erroneamente as ferramentas que Deus disponibilizou.
– ÓOOOO!!!!
– Vocês, homens – e virou-se para a esquerda – foram instrumentalizados para um agradável exercício sexual de penetração. Entretanto, ao longo dos tempos, ficaram mais preocupados com o desempenho do que com o prazer. E, por causa dessa preocupação, falharam mil vezes, deixando a parceira na mão ou a ver navios. Vaidade, essa é a acusação maior!!! Mais preocupados do que fazer com o pênis, vocês, Homens, resolveram se preocupar em ‘como’ fazer com o pênis. Deus arquitetou de forma simples: os Homens, com o pênis ereto, divertem-se, brincam e fecundam, pode ser com a mão, pode ser com outros homens, pode ser com mulheres. Porém, vaidosos, criaram conflitos imaginários. O tamanho, o tempo de ereção, ejaculação precoce, falta de ar e grandes barrigas! Sem falar em traumas infantis, complexos de Édipo, ter prepúcio ou cortar o prepúcio e campeonatos de ejaculação à distância. Ó vaidade! Teu nome é Homem.
Calou-se Belzebu, enquanto do lado dos homens, ouviam-se frases consternadas: “nunca brochei”, “isto nunca me aconteceu”, “ a meio mastro”, “Viagra”, “cacetinho, mas funciona”, “não sei do que ele está falando”, “dou cinco sem tirar” e mil outras exclamações defensivas.
Apenas um, justamente o manco a quem Deus se dirigiu pessoalmente, ousou erguer a mão:
– Majestade, Eminência, Vossa Reverendíssima, permite-me um pequeno aparte?
– Fale! – Ordenou Belzebu.
Rasgando a multidão interminável dos homens, o holofote divino pousou sobre o manco, colocando-o em evidência, papel que jamais tivera durante a vida.
Percebendo que o momento era solene, o manco deu-se conta, também, que dele dependia o futuro do gênero masculino, na Obra da Criação. O destino dos Homens estava em suas mãos, ou melhor, em sua boca, nas palavras que ele pronunciar.
Intimidado, como sempre, pelo efeito de sua manquidão, cogitou de desistir, esconder-se entre os demais, afastar de si aquela luz brilhante, cegante e assustadora. Dominando o pânico, falou:
– Seu Magnífico, acontece que ELE não conjuminou as vontades.
– Como assim – ripostou Belzebu.
– Ô amizade! As duas coisas tem vontades independentes. Quando a gente quer, ele não quer. Quando ele quer, a gente não quer. Só dá certo quando os dois querem ao mesmo tempo. E isso quase nunca acontece.
– Compreendo – ponderou Belzebu.
– E tem mais, meu Camarada. A gente nunca sabe o que elas querem, como elas querem, quando elas querem. A gente nunca sabe se elas gostaram ou fingiram que gostaram. Ou fingiram que não gostaram. Nada, a gente nunca sabe nada delas.
– Sei, sei, – coçou um dos cornos, Belzebu.
- E por isso a gente vive com medo delas, compreendeu? Que Deus, Nosso Senhor, aí presente, me perdoe, mas houve falha de concepção.
Seguiu-se um burburinho ensurdecedor entre os homens: “é isso aí”, “matou a pau”, “grande manco!, tu é meu e boi não lambe” e outras manifestações de apoio.
Em seguida, Belzebu virou-se para as mulheres:
– Acuso vocês de, mesmo instrumentalizadas por Deus, com espaços, lubrificação e tudo, viverem se queixando do orgasmo, ou porque não têm, ou porque tem demais, ou porque não querem ter, ou por nem saberem o que é isso.
Entre as Mulheres estabeleceu-se a confusão, todas falando ao mesmo tempo, sobre vários assuntos diferentes, o que mais se ouviu foram assertivas como “meu ponto G ninguém descobre”, “sou multi-orgástica”, “ejaculação precoce”, “eles só pensam em sexo”, “nenhum carinho”, “viram de lado e pegam no sono”, “infiéis” e mil outras reclamações.
Os Homens, inconformados, lançaram acusações que foram respondidas pelas Mulheres com outras acusações e a tênue linha de giz que Deus riscara esteve prestes a ser rompida, o conflito carnal iminente.
Um filósofo, mais ao fundo, ponderou: – Será o Juízo Final, afinal, uma batalha entre os sexos?
O dono do bar, ouvindo a reflexão, respondeu:
– Tomara que seja. Vencidos e vencedores virão ao meu bar, lamber as feridas.
A freira, vendo o padre de batina erguida e olhar alucinado correndo em direção a ela gritou:
– Vem, meu paradoxo!
O terceiro sexo dos dois lados subiu a colina, mandou vir peixe frito, lulas, mexilhões ao vinagrete e muitas, muitas garrafas de vinho e ficou apreciando a carnificina.
Então, Deus disse:
– Silêncio!
E todos silenciaram.
E, novamente, Deus disse:
– Vejo que vocês ainda não aprenderam nada. Por isso vou adiar o Juízo Final por uma hora que, no tempo de vocês, representará cinquenta e sete séculos. Se até lá vocês não se entenderem, aí vai ser fogo!
As legiões de homens e mulheres quedaram-se estarrecidas. Aos poucos, cabeça baixa e ar desolado, foram-se misturando e cada um voltou para a casa.
O problema estava lançado, uma hora divina para o Juízo Final, cinquenta e sete séculos humanos para escapar dele. O que fazer? Como fazer? Qual novo Mistério Deus despejava sobre os ombros humanos?
Poucos jantaram naquela noite e a maioria sequer conseguiu dormir.
Pelos meus cálculos, acabamos de entrar no século cinquenta e seis e, até agora, não conseguimos nada!
Ou nossos filhos se aprumam, se dão conta e resolvem o drama ou, como disse Deus, vai ser fogo!
E quero estar longe do barraco.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
A imprensa noticiou, escandalizada, que Lula, o Filho do Brasil, falou merda. Na manchete não aparecia merda, aparecia “palavrão”.
Merda, pra mim, não é palavrão. Palavrão é, por exemplo, “funfundzwanzigste”, que quer dizer “vigésimo quinto” em alemão. Mas merda é uma palavrinha que todo o mundo diz, e uma das primeiras coisas que as crianças aprendem a dizer é “méida”, exatamente porque criança não tem cultura, não tem vocabulário, não tem noção de dignidade e a única coisa que sabe fazer é merda mesmo, nas fraldas.
Quando li a notícia, sinceramente, não me escandalizei mas me escandalizaria, sem dúvida, se o Filho do Brasil tivesse empregado outro termo, como “dejetos”, por exemplo. Não me escandalizei, sobretudo, porque me lembrei de um antigo ditado latino, um dos primeiros que aprendi, quando estudava a inesquecível língua de Cícero: “ex abundantia cordis os loquitur”, que significa “ a boca fala daquilo que está cheio o coração”.
No caso do Filho do Brasil, ele falou daquilo de que estão cheias a barriga e a cabeça dele.
Nada mais natural, portanto, que ele falasse merda. Em primeiro lugar, porque foi só isso que ele fez e falou toda a vida. Em segundo lugar porque seu vocabulário, que é o vocabulário de quem não completou o ensino fundamental, não pode ir além disso. Em terceiro lugar porque ele estava discursando para o povinho do Maranhão, aquele mesmo que elege o Sarney e a filha dele, um povo do seu nível. O que é que pode ter na cabeça um povo que elege o Sarney e a filha dele?
Nada de novo, portanto, disse o Lula. Nada de novo no seu comportamento, que é o comportamento de que gosta o povinho ignorante. E o Filho do Brasil joga para a platéia como ninguém, faz e diz o que o povo gosta.
A palavra merda soaria menos dignificante, digamos assim, se brotasse da boca acadêmica do Fernando Henrique Cardoso, filho de general, que teve educação francesa. Mas merda senta perfeitamente na boca e na cabeça do Lula. Nunca o Filho do Brasil me pareceu tão autêntico.
Só a imprensa não viu isso.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
PARA TER UM INFARTO FELIZ !!!
Dr. Ernesto Artur - Cardiologista
1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As
necessidades pessoais e familiares são secundárias.
2 Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder
também aos domingos.
3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.
4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que
lhe solicitarem.
5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões,
simpósios etc.
6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios
ou fazer reuniões importantes.
7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.
8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. .rs)
9. Centralize todo o trabalho em você, controle e
examine tudo para ver se nada está errado.. Delegar
é pura bobagem; é tudo com você mesmo.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e
pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.
11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.
12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis. Repita para si: Eu não perco tempo com bobagens.
Duvido que voce não tenha um belo infarto se seguir os conselhos acima!!!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
As palavras das professoras, seus gritos histéricos, seus gestos ameaçadores destilavam ódio. Ninguém me disse. Eu vi as imagens da “assembléia” do CPERGS, entidade que congrega os professores das escolas estaduais do Rio Grande do Sul, comandada, desde há muito, por esquerdistas sem rumo, sem educação, sem bom senso.
Exatamente agora, no fim do ano, no fim de um ano letivo atípico, interrompido em razão de uma ameaça de epidemia, com a perspectiva de férias reduzidas, as professoras esquerdistas, que comandam o CPERGS, atiçaram o ódio de uma parcela do magistério contra a governadora e decretaram uma greve, com base em algumas mãos levantadas, na dita “assembléia”.
A greve vai comprometer seriamente milhares de famílias, vai entristecer o Natal de muitas crianças, vai anuviar a perspectiva de umas férias alegres, vai barrar o ingresso de inúmeros alunos nas universidades.
É a misantropia das professoras, é versão de seu ódio contra a sociedade, é a versão de sua irresponsabilidade, é a revelação de que, deseducadas, jamais serão educadoras.
Bem ao contrário delas, as prostitutas dinamarquesas resolveram protestar contra uma campanha dos governos municipais que querem banir o sexo comprado.
E sabem como protestaram? Bem ao contrário das professoras do Rio Grande do Sul, as profissionais do sexo dinamarquesas deram uma filantrópica resposta, oferecendo sexo de graça para os delegados dos países presentes à conferência sobre o clima, realizada em Copenhague.
Lição das prostitutas dinamarquesas para as professoras do Rio Grande do Sul: é o amor que conquista o mundo.
E você aí, meu amigo: preferia agora estar aplaudindo o magistério na Praça da Matriz, ou passeando em Copenhague, para esquentar o clima?
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
Tem uma turma grande na bela cidade de Copenhague, tentando salvar o mundo. Um monte de “jesus cristos” que quer fazer alguma coisa contra os efeitos do aquecimento solar.
Brasileiros, vocês sabem quantos lá estão, integrando a representação oficial do Brasil?
Nada menos do que setecentos.
Mais de trinta e quatro mil pessoas se credenciaram para participar da conferência. A ONU parou de emitir crachás, quando o número de interessados chegou a quinze mil.
Macaco é macaco mesmo. O homem não se dá conta de suas limitações, exatamente por continuar macaco. O que é que pode resolver uma conferência dessas? Que força pensam ter os primatas para conter a natureza?
A idiotice é tamanha que começa por aí: trinta e quatro mil visitantes, reunidos numa só cidade. Já pensaram o que representa isso? Será que os salvadores do mundo ainda não perceberam que é exatamente o excesso de gente que está exigindo as reações da natureza, que quanto mais gente, mais papel higiênico e mais esgoto são necessários?
Claro, não é só isso. Há o problema do desmatamento, do estrangulamento dos rios, da poluição das águas, etc. etc.
Mas não é necessário reunir tanta gente para que se chegue à conclusão de que os problemas do mundo estão resumidos em duas questões: a ganância e a falta de educação, no sentido de uma consciência universal.
Não serão as trinta e quatro mil pessoas interessadas na conferência que irão resolver os problemas. Os problemas são internos, de cada país e sua solução passa por decisões políticas, somente políticas. Para isso, não é necessário reunir tanta gente em Copenhague.
Mas, acima de tudo, está o óbvio, que são os caprichos da natureza. E já que perguntar não ofende, eu pergunto: e a era glacial, de um milhão de anos atrás, foi devida a quê?
Que cada país faça sua parte, mas não precisa reunir tanta gente para isso, pois uma coisa é certa: contra a natureza ninguém pode.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
João Eichbaum
“Quais são os limites do ser humano para atingir seus objetivos na vida? Ainda é possível falarmos em ética, honestidade e humildade, sem sermos considerados tolos?”
A pergunta, evidentemente desencadeada pelos últimos acontecimentos de Brasília, com dinheiro enfiado em cuecas e meias, fazendo rimar corrupção com oração, vem do jornalista Leandro Molina, em artigo publicado no jornal Zero Hora de sábado último. Mais adiante, no mesmo artigo, pondera seu autor que “a tradição da corrupção está incutida em todas as sociedades”. E partindo da afirmação de que “não existe sociedade sem crime, sem violência, sem doença”, manifesta sua indignação contra a apatia dos cidadãos, que nada fazem para varrer esse mal.
O articulista não se dá conta de que o chamado “ser humano” não passa de um primata, fortemente influenciado pela natureza animal de que é dotado e que vive em constante conflito com as regras impostas pelo convívio social, quer em forma de leis, quer em forma de preceitos religiosos ou morais.
O que ocorre é que nem todos sobrepõem tais regras e preceitos à sua animalidade. Nenhuma estatística até hoje foi feita, a partir da qual se possa aquilatar o percentual de humanos que vivem com extrema dignidade até no seu comportamento mais recôndito, quando não tem ninguém a fiscalizá-lo.
Se cada criatura chamada “humana” fizer um exame de consciência, há de deparar, em seu íntimo, com mais manifestações de animalidade do que de racionalidade. Nem é preciso ir muito longe: as mais primárias necessidades fisiológicas, de que ninguém escapa, nos colocam no mesmo nível de qualquer animal. E a elas temos que nos submeter todos os dias da nossa vida.
Então, não há como fugir à constatação de que temos muito mais de animais do que de “humanos”. A parte “humana” em nós não passa de artificialidade: temos que nos “comportar bem” no convívio social, cada qual respeitando os direitos do outro.
Todavia, esse “bom comportamento” não é atrativo para todos e, por isso, tanto a violência como a corrupção marcam presença diuturna no convívio social. Do animal pode se esperar qualquer coisa. Nossa história, como primatas, data de milhões de anos e ela sempre foi pontilhada de violência, pilhagem, guerras, mentiras e engodos. Sempre vivemos entre o amor e o ódio. Até os atos concupiscentes que multiplicaram nossa espécie primata foram determinados ou pelo amor, ou pela sedução ou pela violência.
Nem a mitologia cristã, segundo a qual um “Deus” teria sacrificado seu “Filho” para salvar a humanidade, conseguiu realizar o milagre da dignificação do “ser humano”. Pela simples e pura razão de que continuamos animais, assim distribuídos: violentos e desonestos de um lado, e tolos de outro.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
Não pensem que é piada. Deu no jornal: “a demora em cumprir determinação judicial para transferir um preso para o regime semi-aberto levou a Justiça a decretar a prisão do superintendente dos Serviços Penitenciários, Mário Santa Maria Jr.”
O beneficiário da progressão de regime não é ninguém menos do que um traficante, Claudiomiro Weiss dos Santosa, condenado a cinquenta, sim, 50, anos de prisão. O preso, de tão bonzinho que era, estava trancafiado, há sete anos, na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Para quem não sabe, a Penitenciária de Alta Segurança é destinada aos presos mais perigosos.
A ordem de prisão para o superintendente partiu do juiz das Execuções Criminais, Luciano Losekann.
Todos sabemos – e só não o sabem os teóricos da criminologia – que o tráfico de drogas é a fonte dos crimes mais horrendos. O traficante tem grana e poder, e poder em todos os sentidos. O traficante manda matar os concorrentes, corrompe a polícia e consegue proezas como essa, diante da qual ficamos todos estarrecidos: solta-se o bandido e prende-se o superintendente dos Serviços Penitenciários.
Mas, como dizia, o tráfico é a fonte dos crimes mais horripilantes. O roubo e o latrocínio são praticados, geralmente, sob o efeito de drogas e são também praticados por causa de dívidas de drogas. Ninguém ousa dever a um traficante, nem o drogadito da esquina, nem o superintendente do Serviços Penitenciários. O senhor Mário Santa Maria Jr. teve a prisão de decretada porque ousou retardar o benefício da progressão de regime para um traficante.
Não há lugar na cadeia para bandidos, mas o há para funcionários públicos que não passam de meros reféns da burocracia. Os juízes se negam a prender os bandidos ou os mandam cumprir a pena em casa, a mesma coisa faz o STJ. Mas o senhor superintendente cometeu um crime muito grave: retardou a liberdade de um traficante (regime semi-aberto é sinônimo de liberdade), travou os “negócios” do empresário do tráfico e permitiu que a sociedade se livrasse ainda por alguns dias dos males da drogas comerciadas pelo bandido.
Traficantes têm poderes, gente. Só eles e os juízes podem levantar a voz e gritar em cima de você: "sabe com quem está falando?"
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
NÓS, PRIMATAS
Um jovem bacharel em Direito, desses concurseiros, de que o Brasil está cheio, fez tantos concursos que acabou passando no de Juiz Federal. Era um cara boa pinta, bonitão, e agora, como Juiz Federal, cheio da grana. Mas era solteiro. Como sua classificação não havia sido das melhores, foi mandado lá para um cu de mundo, no Rio Grande do Norte.
Logo que chegou à cidade, o dono da estalagem, onde se hospedou, advertiu o meritíssimo:
- Doutor, aqui só tem um problema: não tem mulher. As poucas que tem, umas magrelas sem graça, que não despertam tesão nem em preso, são casadas. Se precisar, tem que pegar a jumentinha, na beira do rio.
O Juiz, com toda a sua pose de magistrado, dono do mundo e acima da moral, respondeu, do alto de sua autoridade:
- Não preciso disso.
Mas, o tempo passou e a natureza começou a pedir o que era dela. O juiz, nas suas sentenças, fazia teses e teses, mas não conseguia dominar as exigências da carne, ou seja, por maiores que fossem suas teses, nenhuma suplantava o tesão. E a jumentinha não lhe saía do pensamento. Até que não agüentou e se mandou pra beira do rio.
Lá chegando, viu uma fila imensa de barbados, mas não teve tempo de se apavorar com a espera que teria pela frente. Foi reconhecido por alguém, que anunciou:
- Oi, pessoal, a preferência é do doutor juiz, que está aqui.
Todos olharam para trás e se afastaram, dando lugar ao representante do Poder Judiciário.
O meritíssimo, então, viu a jumentinha e não teve escolha, tal era o tesão: baixou as calças e crã na jumentinha. Estava, porém, no auge da transa, naquele momento em que céu e terra se confundem, o pensamento se esvazia e a bemaventurança se torna realmente eterna, quando sentiu uma palmadinha nas costas, ao mesmo tempo em que alguém lhe dizia, com todo o respeito de quem diz “data venia”:
- Doutor, a jumentinha é só pra atravessar o rio. O puteiro é lá do outro lado!
colaboração da Vivian
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
O Brasil está ofendidíssimo. Robin Wiliams, ator americano, fez uma piada durante entrevista a um programa de televisão, lamentando que a participação de Oprah Winfrey, apresentadora de televisão e Michelle Obama, primeira dama dos Estados Unidos não tenha ajudado Chicago na escolha da sede das Olimpíadas de 2016.
Disse ele: “espero que Oprah não esteja chateada com as Olimpíadas. Chicago mandou Oprah e Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó”.
É por isso que o Brasil está ofendido: doeu nos brios.
Mas, eu pergunto a vocês: nas aberturas de copas do mundo, olimpíadas e outros eventos esportivos internacionais de que o Brasil participa, o grupo que o representa não é formado por mulatas semi-nuas, sacudindo o bumbum pra todo o lado, rebolando sensualmente? Não é assim que o mundo todo vê o Brasil, como um grande prostíbulo, para onde viajam turistas estrangeiros em busca de sexo? Ou os turistas vêm aqui para rezar, piedosamente ajoelhados perante o Cristo Redentor de braços abertos?
Sempre foi assim, minha gente. Desde que os portugueses invadiram esta terra, que era dos índios. Ou vocês imaginam coisa diferente? Depois de quarenta dias sem sequer ver mulher, aqueles marujos todos se depararam com as indiazinhas nuas, com peitos e pererecas à mostra. E dois deles até mandaram as caravelas do Cabral às favas e se meteram mato a dentro, ficando aqui. Com tanta mulher nua, o que é que eles iriam querer? Voltar para aquelas portuguesas horrorosas que nem banho tomavam? Ah, não.
E depois, com a chegada dos escravos, então, nem se fala! Liberou geral. O resultado é essa miscigenação que torna as mulheres brasileiras sempre desejáveis, em qualquer parte do mundo.
Não adianta se ofender, brasileiros e brasileiras! Ou se manda a representar o Brasil essas mulheres sensuais, ou se mandam os políticos. As primeiras, representam a concupiscência, os últimos, a corrupção. Podem procurar: não vão encontrar representação melhor. Se não é verdade o que se atribui a Charles De Gaule, digo eu: decididamente este não é um país sério. E quem não é sério, não tem o direito de se ofender.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS
João Eichbaum
Duma coisa tenho certeza: o público que irá lotar os cinemas para ver “Lula, o filho do Brasil” será o mesmíssimo público que se desfez em lágrimas, vendo “Os dois filhos de Francisco”. A primária razão para isso é a de que as pessoas analfabetas só têm chance de ir ao cinema quando se exibe filme brasileiro.
Na semana passada, a Veja se ocupou de uma reportagem sobre o dramalhão que traça a vida do Lula, e teceu comentários sobre o endeusamento que se faz desse personagem político, ao custo de dezesseis milhões de reais, bancados – ao que se diz – por empresários. É claro que a matéria não deixa passar em branco a ocasião escolhida para lançamento do filme, em época pré-eleitoral, exatamente no momento em que as pesquisas indicam o fraco desempenho da candidata do PT, Dilma Roussef.
Após a reportagem, surgiram comentários de leitores, um dos quais reflete exatamente o pensamento de pessoas que, não tendo cultura, não têm grandes horizontes: “um homem que saiu do nada e venceu”, se referindo, evidentemente, ao Lula.
Que o Lula saiu do nada, ninguém duvida. Mas “que venceu”?
Só vence quem, tendo saído do nada, trabalha, estuda, dá duro, dá tudo de si, para deixar o nada donde saiu.
Mas, o Lula? Em primeiro lugar, não estudou e ainda se gaba de ser semi-alfabetizado. Em segundo lugar, passou quase a metade de sua vida, ganhando sem trabalhar, primeiro como “sindicalista”, depois como “indenizado” por perseguição política e, por fim, como político profissional. Até que chegou lá, pelo voto daqueles que ele enganou com sua oratória de semi-alfabetizado e mobilizado pelos recursos dos políticos do norte e nordeste, que viram nele o instrumento de sua continuidade como ladrões dos cofres públicos.
Só pode dizer que “vence”, quem se esforça com honestidade para chegar lá. Quem usa a política é um aproveitador, e nenhum aproveitador merece o qualificativo de “vencedor”. Não se pode chamar de “vencedor” aquele que “vence” pela vontade dos outros. Em política, não há “vencedores”, mas “escolhidos” pela maioria, composta de interesseiros, analfabetos e desavisados.
O caso do Lula é parecido com o do Flamengo: vai ser campeão, graças ao Corintians, que lhe entregou três pontos, e ao Grêmio, que lhe vai entregar a taça de mão beijada.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
ORAÇÃO DESTE NATAL
ESSE ANO VOCÊ LEVOU O MEU CANTOR E DANÇARINO PREFERIDO, MICHAEL JACKSON, MEU ATOR PREFERIDO PATRICK SWAYZE E A MINHA ATRIZ PREFERIDA FARRAH FAWCETT......
PARA NÃO TER DÚVIDA, QUERO LEMBRAR A VOCÊ QUE O MEU POLÍTICO FAVORITO É O LULA......!!
Enviado pela Vivian