quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

O FILHO DO BRASIL

João Eichbaum

Duma coisa tenho certeza: o público que irá lotar os cinemas para ver “Lula, o filho do Brasil” será o mesmíssimo público que se desfez em lágrimas, vendo “Os dois filhos de Francisco”. A primária razão para isso é a de que as pessoas analfabetas só têm chance de ir ao cinema quando se exibe filme brasileiro.
Na semana passada, a Veja se ocupou de uma reportagem sobre o dramalhão que traça a vida do Lula, e teceu comentários sobre o endeusamento que se faz desse personagem político, ao custo de dezesseis milhões de reais, bancados – ao que se diz – por empresários. É claro que a matéria não deixa passar em branco a ocasião escolhida para lançamento do filme, em época pré-eleitoral, exatamente no momento em que as pesquisas indicam o fraco desempenho da candidata do PT, Dilma Roussef.
Após a reportagem, surgiram comentários de leitores, um dos quais reflete exatamente o pensamento de pessoas que, não tendo cultura, não têm grandes horizontes: “um homem que saiu do nada e venceu”, se referindo, evidentemente, ao Lula.
Que o Lula saiu do nada, ninguém duvida. Mas “que venceu”?
Só vence quem, tendo saído do nada, trabalha, estuda, dá duro, dá tudo de si, para deixar o nada donde saiu.
Mas, o Lula? Em primeiro lugar, não estudou e ainda se gaba de ser semi-alfabetizado. Em segundo lugar, passou quase a metade de sua vida, ganhando sem trabalhar, primeiro como “sindicalista”, depois como “indenizado” por perseguição política e, por fim, como político profissional. Até que chegou lá, pelo voto daqueles que ele enganou com sua oratória de semi-alfabetizado e mobilizado pelos recursos dos políticos do norte e nordeste, que viram nele o instrumento de sua continuidade como ladrões dos cofres públicos.
Só pode dizer que “vence”, quem se esforça com honestidade para chegar lá. Quem usa a política é um aproveitador, e nenhum aproveitador merece o qualificativo de “vencedor”. Não se pode chamar de “vencedor” aquele que “vence” pela vontade dos outros. Em política, não há “vencedores”, mas “escolhidos” pela maioria, composta de interesseiros, analfabetos e desavisados.
O caso do Lula é parecido com o do Flamengo: vai ser campeão, graças ao Corintians, que lhe entregou três pontos, e ao Grêmio, que lhe vai entregar a taça de mão beijada.

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