quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

O ERRO DA DOUTORA YEDA

João Eichbaum

Yeda Crusius era um nome conhecido no rádio e na televisão no Rio Grande do Sul. Professora na faculdade de economia na URGS, a doutora Yeda grangeou admiradores de sua erudição no âmbito da especialidade que ela dominava.
Foi por suas qualidades de professora, por seu modo didático de comentar economia que os donos dos meios de comunicação se interessaram e viram nela um filão considerável de audiência.
Não sei se ela era remunerada ou não, quando apareceu nos meios de comunicação. Se não era remunerada, mostrou uma fraqueza que domina a quase todos nós, primatas: o gosto por aparecer, por ser admirado, por ser conhecido.
Assim como os donos dos meios de comunicação, também os políticos viram nela uma boa isca para os interesses partidários.
Resumindo: a doutora Yeda deixou de ser professora e comunicadora, para ser política. Foi deputada, ministra e, agora, governadora.
Depois de tantos anos convivendo com as raposas políticas, muita coisa ela aprendeu com seus pares. E políticos são incapazes de ensinar coisas boas. Daí a razão pela qual a doutora Yeda assimilou os defeitos com os quais convivia. Mas, não esqueceu, é claro, as lições de economia que aprendeu e repassou, uma das quais é fundamental: não gastar mais do que se ganha.
Com essas lições de economia ela conseguiu uma proeza que macho nenhum na história política do Rio Grande do Sul conseguiu: zerar o “déficit” público.
Para quê! A partir daí ela passou a ser odiada e perseguida por políticos que, em cultura e conhecimento, não chegam aos pés dela e que, por isso mesmo, destilam ódio incontido. Políticos que só fizeram baderna a vida inteira e nunca trabalharam, como a filha do Tarso Genro e outros cujos nomes a gente nem lembra, fizeram de tudo para roubar o crédito político da governadora. Os sinais de austeridade administrativa e o êxito de seu governo, evidentemente, não fizeram bem para aqueles que tiveram o poder na mão e não souberam o que fazer com ele. Os opositores políticos não suportaram a perspectiva de perderem as próximas eleições e declararam guerra à doutora Yeda.
Agora, eis o quadro que temos: greve do magistério, ameaça de greve da Brigada, bagunça à vista. Professores querem ser “promovidos” sem mostrar serviço e brigadianos querem ser melhor do que os outros funcionários públicos e não pagar a previdência.
Esse foi o erro da doutora Yeda: terminar com as mamatas.
Agora, das duas, uma: ou ela renuncia à política para sempre, ou se torna completamente política, esquecendo a ciência econômica e fazendo o que o povo mais gosta, que é ser enganado, ludibriado, espoliado e ainda bater palminhas para os políticos.

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