quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

NÓS, PRIMATAS

A BOLSA DA DEPUTADA
João Eichbaum

Sabe o cafezinho, aquele elemento líquido e geralmente negro, que muita gente chama para a companhia do cigarro?
Pois é. O cafezinho é sempre responsável pela ausência dos funcionários nas repartições públicas, ou até mesmo pela presença tipo não to nem aí para quem está esperando no balcão, em busca de aposentadoria, auxílio doença, indenização, etc.
O cafezinho é expediente obrigatório em qualquer repartição pública deste país. Executivo, Legislativo e Judiciário abrem mão de qualquer coisa: do serviço, das responsabilidades, das obrigações, mas não do cafezinho.
O cafezinho serve para matar o tempo, para marcar encontros, para costurar acordos, para discutir política e futebol.
Na Câmara Federal, claro, tem o bar, o luxuoso bar, onde deputados se encontram para o cafezinho. É lá que muita coisa acontece, preliminarmente. É lá que se escolhe os companheiros e se esconjura os adversários. A qualquer hora do dia tem deputado e deputada tomando cafezinho, enquanto o povo que os sustenta dá duro, de sol a sol, sem pausa para o dito cafezinho.
Pois lá na Câmara, dia desses, chamou a atenção dos garçons do bar uma bolsa, que ficara esquecida numa das mesas. Um bolsa de mulher, naturalmente. Dessas bolsas de marca, é claro, Victor Hugo, Louis Vitton, ou coisa que o valha. Não era bolsa de funcionárias da Câmara, que ganham seus míseros vinte e dois mil reais por mês. Era bolsa de deputada, dessas que comerciam acordos, negociam incisos e parágrafos, e vendem a alma para o Lula e a companheirada do PT e ainda apóiam o Sarney.
Sem saber a quem pertencia, os funcionários se viram constrangidos a abrir a bolsa, à procura de algum documento que identificasse sua privilegiada proprietária.
A bolsa tinha de tudo um pouco: caneta, alguns trocados, lenço, cosméticos e, para provar que a deputada também é de carne e osso, nada menos do que um vibrador.
Graças ao cafezinho é que o Brasil inteiro agora sabe das preferências sexuais da deputada que, ao invés de pagar policiais militares musculosos, como a Ana Maria Braga e a Suzana Vieira, prefere o vibrador, que é fiel e não lhe toma dinheiro - aliás, o nosso dinheiro.

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