João Eichbaum
Do ponto de vista
científico, o carnaval, no Brasil, traduz uma certeza: o homem é, realmente, um
macaco.
Fiquem olhando e parem para
pensar.
O que significa aquilo,
aquela gente pulando e se requebrando, as negras e mulatas mostrando todas as
partes de que foram feitas?
Você não está acostumado a
ver coisa parecida no zoológico?
Qual é o sentido daquele
bum,bum, bum? Dá para chamar de música aquilo, aquela barulheria repetitiva o
tempo todo?
A gente tem que dar a mão à palmatória
para os carnavais de antigamente: as canções carnavalescas, os sambas, as
marchas tinham música e letra. Mas hoje?
Eu, fora.
Do ponto de vista
sociológico, outra verdade. É só o pobrerio que vai pra rua, e paga
para ver desfile de escola de samba. Os ricos, das duas, uma: ou vão
para os clubes chiquérrimos, onde só tem mulher bonita, ou ficam olhando na
televisão.
Enquanto os pobres ficam se
apertando nas arquibancadas, suando, ou se molhando na chuva, bebendo cerveja
em lata ou cachaça, os ricos (os pouquíssimos que dão bola para carnaval) estão
noutra, em qualquer lugar, menos na avenida.
Mas, o que chama a atenção,
mesmo, são os pobres antes e depois do carnaval. Antes, uma semana antes, eles já estão fazendo fila,
ou, pior, indo com muita antecedência pra entrar na fila e comprar ingresso,
levando cadeira, água, cobertor e fazendo suas necessidades, sabe-se lá onde.
Depois, ah, depois, é tão
ridículo quanto antes: aí eles se emocionam quando a sua “escola de samba” ganha, é classificada,
ou coisa assim. Para eles é o máximo, é a emoção, a grande emoção da sua vida,
ou o fundo do poço, se a “escola” for derrotada.
O que é que eles ganham com
isso, gente? O que é que ganha aquela gente desdentada e mal cheirosa, chorando
ou gritando porque sua “escola” foi
vencedora?
Só posso concluir uma coisa.
Com os milhões e milhões de reais que os governos municipais passam para as
“escolas de samba” aquela gente toda é beneficiada: não precisará trabalhar, nem
declarar imposto de renda, como todos nós, e ficará “prestando serviços” para as
escolas de samba, em troca de alguns vinténs para a cachaça.
Só pode ser isso.
Preconceito? Não.
Constatação pura de quem não tem medo de ser chamado de preconceituoso. Ou
vocês acham que os ricos necessitam das camisinhas distribuídas pelo governo?
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