quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O NÉRIO SABE DAS COISAS


Minha prima querida Salete Mondadori não quer mais emeils de auto-ajuda. Ficou irada pois nenhum deu certo no ano passado. Quer  que  mandem o dinheiro direto. Objetiva. Direta. Nada de correntes. Cortou subjetivismos, crenças, sonhos, visões e estas coisas invisíveis que levam a vida adiante, no inverno por ser frio rigoroso e neste verão, canicular, que aqui em P. Alegre, dia 3 de fevereiro de 2012, fez, ao sol, aí na rua, no asfalto escaldantes que derretia, a bagatela de 45° C. Imagine, eu, com 72 anos, dor aqui, dor acolá, já entrei na fase do"!comdor! sabe como é, a velhice chegando e eu chegando ao fim, e como dizia minha mãe querida, Elvira Mondadori Letti, " a velhice é a coisa mais triste do mundo". E o tango canta como nenhuma outra música popular do mundo, em poesia de gênios tangueiros, esta fase que chamam de "melhor idade"  - há inúmeros tangos - desde "Tempos viejos" ou "Derecho Viejo", etc...deixo a lista dos tangos que cantam a velhice " e los pelos blancos"! para o grande tangueiro de Sorocaba, o Rogério de Moraes, que em poucos segundos, seleciona, de memória, uma lista de compositores, arranjadores, músicos, cantores, letras e Orquestras Típicas, que cantaram com poesia e rara felicidade esta fase da vida que o cara já sente "el frio del último encuentro". Vocês não conhecem a cultura tangueira e filosófica, obtida nos bares, nos conventillos, no Caminito, na Esquina Carlos Gardel, no bairro da Boca, em San Telmo -  aí onde, na região que o rio Riachuelo entra no rio da Prata, na fóz, e portanto, o porteño chama de Bailla de la Boca, onde se ubica " La Bombonera" do Bocca Juniors e o bairro onde o tango nasceu e hoje reina em todo o mundo, decretado pela Unesco, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Há centenas de tangos que cantam esta idade do "comdor" e a decadência da pessoa humana.

Por isso, aceito a opinião da prima Salete Mondadori, recolho, leio, releio, arquivo no meu arquivo, aqui do meu micro, de velho, já obeso, sedentário assumido, com 95 quilos. Me nego a fazer exercício. Sobe a pressão e aumenta a brochura. Não. Não me façam fazer exercicio pelo amor de Deus. Me sinto mal. Aumenta o zumbido nos ouvidos que os tenho desde que passei a caxumba no testículo esquerdo, em setembro de 1980, e tive sorte pois o médico vendo a Orquite Viral, e o meu testículo aumentado, inchado, uma bola pendurada no meu saco, e mandou botar uma bacia de agua com sal e vinagre e o testículo boiava dentro da gamela. Fantástico. Pelo menos baixou o febrão de cinco dias e a dor insuportável no corpo. O virus danado ao invés de ir se alojar nas parótidas, no pescoço e dar a dita parotidite. Não. Em mim, o desgraçado, resolveu invadir, como fazem os sem terra, o meu testículo esquerdo.  O médico disse. `Pelo menos, teu testículo esquerdo morreu totalmente, pois a caxumba quando desce para o saco, meu amigo, estereliza cem por cento. Por isso, às vezes, fazem tratamento para a mulher engravidar e esquecem que o homem pode ser o culpado, por ter tido caxumba na infância e a dita caxumba ter descido para o saco e ai esterilizou total, sem precisar vasectomia. Pode trepar à vontade que não engravida e não corre o risco, de engravidar a parceira. Mas deve andar com o espermogama no bolso para mostrar, antes do dito ato, pode ficar tranquila, sou estéril. Mas no meu caso, veja só, foi parcial, o testículo direito não foi atingido. Ficou íntegro. O médico disse que o casal de vírus, ao chegar perto do meu saco brigaram, se desentenderam, bateram boca, fizeram barraco, como no programa cultural do "Ratinho" e um só se abrigou no testículo esquerdo e o outro ficou puto da cara, e se mandou e buscou o caminho da saida e na primeira urinada, buscou a sempre buscada liberdade e se mandou para as trevas exteriores. Estava cansado de andar fechado dentro de minha corrente sanguínea, preso, como no Carandirú, sem chance de  sair.

Sendo assim, como quando eu estava no CPOR, em 30.12.1959, pelas 7,30 hs. eu caí do cavalo, na Cavalaria, bati o baço contra o barranco, o cavalo veio por cima. Rompi o baço. Levado ao Hospital de Pronto Socorro, onde entrei com pressão  0x0  - choque - os grande médicos me salvaram. Abriram e me tiraram o baço e me salvaram. Esplenectomia. Estou aqui sem baço, com 72 anos. Uns dizem que faz falta. Outros dizem que não. Há divergências na cultura médica e na ciência de Hipócrates nestas coisas esplênicas.

Como há divergências nos emeils de auto-ajuda.

Como eu passei por outras provas, na minha vida, terríveis, e não vou contar para não encher o saco, mas são trágicas.

Médicos divergem em operar meu joelho esquerdo, que dói, dói, dói, como o da minha mãe, assim começou a doença dos Mondadori, o DNA dos Mondadori  Sempre começa pelo joelho. 

 Eu conheci uns 20 Mondadori entrevados, com artrite reumatóide deformante. Um horror. Depois, nos ultmos dois anos, antes de morrer, o artritado e todo entrevado fica amigo e se une para sempre com o famoso alemão Alois Alzheimer, em união estável com todos os direitos e obrigações da união estável. Aí o cara pira total, náo sabe onde está, se caga e se mija, usa fraldão e tem que  ter ums tres pessoas a cuidar, de dia e de noite.

Gente, seguindo, a tese de minha prima Salete, sobre o emeil de auto-ajuda, que ela quer sim, ela adora, lógico, mas agora ela deu o grito de independência e chega de auto-ajuda ela quer ajuda prática, de verdade, sonante. Quer viver bem, lógico, não no cruzeiro do comandante Schetinno, italiano, fanfarrão, da Marinha do Brancaleone, e que aproximou o gigante dos mares do rochedo da Ilha de Giglio, em Florença, na Toscaa, que o casco bateu na rocha, abriu um rombo no casco e os quatro mil ocupantes do cruzeiro marítimo escorregaram para dentro do mar, bem na margem, onde deu de pé e se salvaram quase todos. Morreu pouca gente, pela grandeza do fato. Mas o famoso capitão, nem tava, ele levou a bordo uma eslava escultural, da Moldávia, de 25 anos, e estava de porre e de farra com a top model " Maria Cruzeira" parafraseando a  " Maria Chuteira". 

Os familiares pobres, dos garçons que viajavam no Costa Concórdia, e que moram na Ilha de Giglio, estavam  bem na ponta do rochedo e como bons italianos, espalhafatosos, gritavam, abanavam, quase se atiravam ao mar, para abraçar o filho que estava a bordo, pela primeira vez, viajando no meio dos ricos e poderosos. E isto que dá misturar rico com pobre no mesmo cruzeiro. Sabe é como é italiano. Fala mais com as mãos e gestos. Foi aquela algazarra.

Pois bem, prima querida, Deus ajudou. Quando a turma escorregou para dentro do mar, estavam tão perto da costa e do rochedo que deu pé, e não se afogaram todos, pois, caminharam até à margem, com a cabeça fora de água, numa boa, e atingiram a ilha.

Então, neste caso do navio do capitão Schetino, da  Marinha do Brancaleone, funcionou a oração, a auto-ajuda, o olhar de Deus, pois,  se o navio, como o Titanic  ( que agora em abril faz cem anos do naufrágio) tivesse em alto mar, tinham morrido todos.

Mesmo com o emeil como  da minha prima Salete - ótimo emeil, com graça e engenho - e inteligente - pois, ela deseja que se realizem na prática, de verdade, náo só as promessas  "da terra prometida"  " do paraiso perdido! " amor perfeito" e a " mulher encontrar o príncipe encantado" e o "emprego de pouco horário e de alto salário, "  (este só em Brasilia)  -   podem continuar me mandando emeil de auto-ajuda. Adoro. Leio e repasso para a sala onde está  a Flora, com seu emeil ( nós guardamos recomendável distância do viver diário aqui no mesmo apto. eis que depois que eu tive meu câncer amigo de próstata em 2010 e me curei com 50 sessões de radioterapia do notável hospital da Santa Casa, Santa Rita, naquela máquina maravilhosa, ela, Flora, resolveu, sair do apto. dela  no bairro Cristal, perto do decadente Prado e veio  morar aqui comigo. O que não deixa de ser um certo perigo de atritos e tem que saber conviver, assim como eu aprendi a conviver com este período do  "comdor")_

/Resumindo, podem continuar a me mandar emeil de autoajuda. Adoro. Mais agora, que estou na angústia de saber o que os médicos vão fazer como meu joelho esquerdo, opera ou não opera. Afinal o que tem o joelho esquerdo. A Flora diz que eu tenho 95 quilos, gordo, obeso, sobrepeso como porco de engorda, Durok - e assim a dobradiça não aguentou e não dobra mais direito. Aquelas coisas que minha mãe chamava de " a pior coisa do mundo é a velhice".
 .

Nério"dei Mondadori" Letti.

-------Mensagem original-------

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