sexta-feira, 30 de março de 2012

A BÍBLIA LIDA PELO DIABO


João Eichbaum

5 Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam.

Precisou descer, é? Não dava pra ficar esperto lá de cima? Ou desceu pra ver as minúcias, como se fosse fiscal da prefeitura?

 6 E disse: eis que o povo é um e todos  têm a mesma língua e isto é o que começam a fazer. E agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer?

Pô, uma coisa meio sombria, um troço meio paranóico, né?  Tipo assim: nada a ver, qual é a dos manos aí?
Entenderam?
Nem eu.

A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS

7 Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro.

Mas o que é que os manos tavam fazendo de mal? Todo mundo ali unido, uma mão lavando a outra e talicoisa, construindo a sua torre, e vem o Velho Javé botar confusão!
Se ele não queria a torre era só dar um empurrãozinho, que a torre virava pó, se esfarelava. Não seria nada para quem já tinha mandado um dilúvio e extirpado a vida da face da terra. Pra Ele seria a mesma coisa que dar um pontapé numa dessas torres de areia que as crianças fazem na praia hoje em dia.
Mas ele resolveu tudo com uma brincadeira de mau gosto, fazendo cada um falar diferente para que um não fosse entendido pelo outro.
Pode? Isso é coisa de gente que tem a cabeça no lugar? Pra quê mexer com quem tá quieto, não está prejudicando ninguém?

quinta-feira, 29 de março de 2012

O ÚLTIMO FILÓSOFO BRASILEIRO


João Eichbaum

Não gosto dessa filosofia, a que apelidaram de ciência, e até faz parte de currículo do ensino medido - creio com uma só finalidade: a de dar emprego a uns pobres coitados que não tiveram cacife para estudar uma verdadeira ciência, como a física ou a informática.
Não gosto, porque nunca consegui ler filósofo algum. Nem os do tempo de Aristóteles, nem Nietzsche, nem os mais moderninhos. Não tenho saco para ficar decifrando enigmas.
A minha conclusão sobre esses filósofos de canudo na mão é que eles não sabem escrever.
Para mim, ninguém precisa de faculdades, nem de Aristóteles, nem de Nietzsche, nem de filósofo algum para entender as coisas e os macacos humanos, principalmente o comportamento desses.
E uma das provas dessa minha afirmação foi Millôr Fernandes.
Que eu saiba, o máximo que Millôr  fez, foi passar por acaso na frente de alguma faculdade de filosofia. No entanto, não houve, no Brasil, melhor filósofo do que ele.
Leio Millôr desde criança e me matava de rir, quando criança ainda, porque entendia a filosofia dele, a verdadeira filosofia, cheia de humor, porque, afinal, quem fala de macacos não pode evitar o humor.
Seria um plagiário, isto é um filósofo (porque os filósofos vivem citando outros filósofos) se fosse transcrever muitas das verdades ditas por Millôr, mas fico só nessas, sobre dois políticos, que são o bastante para definir esses velhos macacos:
Sobre Getúlio Vargas:
“Getúlio Vargas,
o chefe danação,
é maior que o Vargas
Villa. É um Vargas Vilão”.
Sobre Sarney:
“Sarney me fascina.
Nunca vi tanto talento
pra ignorância.”
Depois de ler Millôr Fernandes, alguém aí ainda tem coragem para ler Aristóteles ou Leonardo Boff?

quarta-feira, 28 de março de 2012

ESSES SÃO OS QUE FAZEM "JUSTIÇA"




João Eichbaum

Conheço aqui no Rio Grande do Sul um casal de desembargadores que está na lona do ringue das dívidas: devem uma vela para cada santo, como diria minha avó.
Começou assim, ó: ele se tinha e era tido por uma legião imensa de puxassacos como um sábio jurista. Escrevia livros, dava aula em faculdades, nos cursos da escola da magistratura, do ministério público, do instituto dos advogados, enfim, onde quer que se estivessem iludindo sonhadores com a profissão de magistrado. Tudo isso, sem jamais ter prestado um concurso em sua vida. Era advogado e se tornou desembargador porque tinha padrinhos e puxassacos.
Ela, que era uma juíza de interior quando o desembargador começou a arrastar a asa para seu lado , de repente mudou. Começou a aparecer, quer dizer, começou a gastar para aparecer, para se mostrar uma pessoa de grande poder aquisitivo, porque perdia na competição com o marido famoso.
E tudo isso porque descobriu que o maridão, sua excelência o desembargador, gostava mesmo de suas aluninhas, as meninas deslumbradas que ouviam suas aulas numa linguagem que elas não entendiam, mas as maravilhava.
Então o casamento deles ficou assim: ela, já desembargadora, se transformou simplesmente numa perdulária, que gastava mais do que podia, embora ganhasse um salário que só não fazia inveja para jogador de futebol. Ele não reclamava, porque se reclamasse teria na cara a acusação de adúltero, sedutor de meninas deslumbradas. Como ela o foi um dia, nas aulas do mestre.
O resultado é que, depois de comprometido todo o salário dela, ele teve que comparecer para pagar as contas que iam formando um bolo de neve.
E tudo desembocou numa dívida gigantesca, que não pára de crescer mês a mês, estando o casal a dever o que nunca conseguirá pagar, para vários bancos.
Ele até que tentou ser ministro do Superior Tribunal de Justiça, mas, como se diz na gíria, sua candidatura não decolou. Não que lhe faltassem os requisitos fundamentais. Esses ele os tem: é vaidoso e não tem caráter.
São esses os primatas que nos julgam: são vaidosos, muitos não têm caráter e os poucos que têm caráter não têm bom senso, porque a vaidade tomou conta do espaço, onde deveria residir aquela virtude.
Ai de quem necessitar de “justiça”, hoje em dia!

terça-feira, 27 de março de 2012

O NÉRIO SABE DAS COISAS


Recebi e repasso a música sucesso mundial, deste músico paranaense,   MICHEL  TELO   -   neto de colonos italianos, do interior de Encantado, do Morro dr. Ricardo, hoje, município, emancipado, de Encantado, com o nome de " Dr. Ricardo". . Quem passa Encantado e sobe a serra, pelo famoso morro que o povo chama de    ' Morro da Ricarda"!  hoje municipio em homenagem ao Dr. Ricardo.. de    ?  .......  que medicou em Encantado muitos anos  na direção de  Arvorezinha, pelo asfalto,  já nos campos de Soledade, no planalto, deixando por perto, Anta Gorda, Revaldo, Ilópolis, Nova Bréscia,Putinga, Coqueiro Baixo, Dois Lageados, Itapuca, Vespasiano Correa, Muçum, entre outros. Zona de colonização italiana. Os avós fizeram o que milhares trilharam, isto é, sairam da colônia velha e se mandaram em busca das terras novas, no oeste de Santa Catarina, Paraná,, Mato Grosso, Goiás, etc...a onda verde da gauchada subindo este Brasil gigante. Nesse turbilhão racial nascem os Teló da vida.

E daí...A Luiza Brunet nasceu no Acre, praticamente numa cabana indígena. Deu o monumento que arrasa na avenida no carnaval carioca.

A praia de Ipanema no Rio, além de  produzir, no meio da intelectualidade carioca, onde Vinicius cantou a Garota de Ipanema, Helô Pinheiro, também deu cria a esta Ministra da Cultura, chamada de Ana de Holanda, cujo mérito é ser irmã do Chico Buarque e da Miúcha. Do Chico ainda se aceita, mas, da Miúcha,  não, pois, a Miúcha só é a Miúcha pois foi casada com o sempre brabo e nervoso,  o genioso João Gilberto, que tem uma mania, uma "balda" como dizem na Vacaria,  de não pagar as contas, nem o aluguel e nem o condominio do apto. que mora. Boa essa. Bem carioca.  

Cada um pensa conforme seu pensar. Existe a música boa  e  a música ruim. Em todos os tempos.  Sucesso ou não. Gosto não se discute. Cada um gosta como seu gosto deseja e acabou e ninguém tasca e não tem nada que ver com isso. Vocês não acham?.....

Como gremista minha preocupação agora é o tornozelo direito do Gladiador, Kleber. Estou rezando por ele. Operado, hoje, no Hospital Mãe de Deus. O Foguinho sempre dizia: quem tem um não tem nenhum.. Quem tem dois, tem um. Sabia das coisas o grande alfaiate Osvaldo Rolla. A Flora acha que foi olho grande dos colorados.


Nério "dei Mondadori" Letti. 


  



segunda-feira, 26 de março de 2012

BENTO XVI NO MÉXICO: ENTRE A VIRGEM, IXIPTLAS E PEDÓFILOS


Janer Cristaldo

Ontem, em sua primeira visita ao México, Bento XVI rezou diante de uma imagem da Virgem de Guadalupe, padroeira da América Latina. O mesmo fez João Paulo II, em suas três visitas ao país. Papas, quando vão ao México, não perdem a ocasião de reverenciar a origem do embuste.


Em 1990, comentei a segunda visita de João Paulo II ao México. Na época, o vice-Deus de plantão foi até lá, não para degustar tequila ou ouvir mariachis, e sim para beatificar Juan Diego, o índio em cuja túnica as rosas teriam deixado gravada a imagem da Virgem de Tepeyac, mais conhecida como Virgem de Guadalupe, não por acaso a mesma venerada nas montanhas de Estremadura, e muito querida pelos conquistadores. João Paulo, padre astuto, intuindo que a tal de teologia de libertação está em franca decadência com o desmoronamento do fascismo eslavo, investiu no mistério. E conferiu odor de santidade ao coitado do íncola manipulado pelo barroco europeu.

Tudo começou nos anos 1550, quando na colina de Tepeyac os indígenas mexicanos prestavam culto a um ixiptla, ou seja, estátua ou imagem de uma deidade que, na linguagem dos conquistadores, é traduzida como ídolo. O ixiptla, no caso, é o da deusa Toci-Tonantzin, nome que, traduzido do náuatle, dá - maravilhosa coincidência! - Nossa Mãe. Alonso de Montufar, arcebispo do vice-reino, não vai perder esta oportunidade - como direi? - divina, de sobrepor, como sempre fez a Igreja romana, aos símbolos e cultos pagãos, a tralha católica. Encomenda a Marcos, um pintor indígena, uma obra inspirada em um modelo europeu e a coloca ao lado do ixiptla asteca, gesto aparentemente inocente se visto daqueles dias, mas carregado de conseqüências quando o olhamos com o distanciamento de quatro séculos.

Pelo período de aproximadamente um século, a imagem da Virgem permanece, sem trocadilhos, em banho-maria, sem que se fale de epifanias ou milagres. Em 1648, com a publicação de Imagen de la Virgen Madre de Diós de Guadalupe, do padre Miguel Sánchez, o culto mariano toma novo impulso.

"Segundo esta versão destinada a tornar-se canônica" – escreve Serge Gruzinski, em La Guerre des images - a Virgem teria aparecido três vezes em 1531 a um índio chamado Juan Diego. Segundo Juan de Zumárraga, primeiro bispo e arcebispo do México, Juan Diego abriu sua capa sob os olhos do prelado: "em lugar das rosas que ela envolvia, o índio descobriu uma imagem da Virgem, miraculosamente impressa, até hoje conservada, guardada e venerada no santuário de Guadalupe".

Mas nada surge do nada, muito menos imagens. Antes da publicação do livro de Miguel Sánchez, que oficializa a versão das rosas imprimindo os traços da Virgem na capa de Juan Diego, haviam chegado ao México pelo menos duas levas de pintores e arquitetos, profundamente influenciados pela escola flamenga. Colocando seus talentos a serviço da Igreja, estes artistas transportam ao novo continente o imaginário europeu. Vasto é o mercado. 

Para Gruzinski, a clientela dos artistas cresce e se diversifica: "A corte, a igreja, as autoridades municipais, a universidade, a Inquisição, as confrarias e os ricos entregam-se a uma concorrência cada vez mais viva e rivalizam em encomendas que afirmam publicamente, aqui como alhures, poder, prestígio e influência social. Eis então reunidos todos os meios de uma predileção pela imagem e de uma produção em larga escala, conforme o gosto europeu, impulsionada pela Igreja, posta sob a vigilância da Inquisição e de prelados de zelo por vezes intempestivo".

Faltava apenas o ingênuo para descobrir, sob as rosas, a imagem da Virgem. Como seria pouco convincente apresentar uma imagem sendo descoberta por seus criadores, foi escolhido Juan Diego, hoje alçado à condição de beato pela igreja que destruiu seus ixiptlas e sua cultura. E assim, como quem não quer nada, semeando marias mundo afora, vai o Vaticano alastrando seus domínios.

Nesta visita, Bento enfrentou problemas dos quais João Paulo – coincidentemente o responsável por tais problemas – conseguiu furtar-se. Enquanto o papa orava diante da imagem da virgem, as vítimas dos abusos sexuais cometidos pelo fundador da Legião de Cristo, o sacerdote mexicano já falecido Marcial Maciel, manifestaram sua repulsa pela ocultação do escândalo por parte do Vaticano durante décadas. Leio a notícia no El País. A imprensa tupiniquim, pelo menos até hoje, não deu um pio sobre o assunto. Bento XVI não aceitou receber as vítimas da sanha de seus padres.

Se há algo que não invejo na vida, é a condição destes senhores que regem o mundo, sejam estadistas ou religiosos. Por questão de ofício, mais dia menos dia têm de posar junto a outros dignitários que mais tarde se revelam nada frequentáveis. O caso mais recente foi o de Kadafi. Tony Blair recebeu afavelmente o ditador e o qualificou como parceiro na guerra contra o terror. Logo Kadafi, que deu apoio aos terroristas que explodiram um avião sobre Lockerbie, matando 270 pessoas. Silvio Berlusconi encontrou em Kadafi uma alma gêmea. Condoleeza Rice foi homenageada pelo assassino com jantar de gala. Obama apertou alegremente sua mão em um encontro na ONU.

Em 2007, Nikolas Sarkozy, sorridente, em gesto afável apertou a mão do ditador, que por sua vez ergueu o braço esquerdo em sinal de plena adesão. Lula o considerava “amigo e irmão”. Ao longo de seus oito anos de mandato, teve quatro encontros com o ditador. Em um deles posa com Kadafi, ornado com um de seus berrantes parangolés, de um amarelo de doer os olhos. Justifica:

- Quando o primeiro-ministro britânico se reúne com o Kadafi, todo mundo acha o máximo, mas quando eu me reúno com ele, todos criticam - rebateu Lula à época do segundo encontro.

Cidadão comum e anônimo, me reservo o luxo de jamais ter de apertar a mão destes senhores. O mesmo não ocorre, por exemplo, com papas, que muitas vezes têm de confraternizar alegremente com celerados.

Karol Wojtyla, por exemplo, mais conhecido como João Paulo II. Além de notório acobertador de pedófilos - sobre sua mesa haviam-se acumulado acusações de pedofilia contra milhares de sacerdotes e também queixas pelo encobrimento desses delitos por alguns prelados nos EUA, Irlanda, Itália, Áustria e inclusive na Espanha - foi o grande protetor de Marcial Maciel.

Ainda no ano passado, comentei a biografia do fundador dos Legionários de Cristo. Acusado de abusar sexualmente de mais de 20 seminaristas - incluindo os próprios filhos - Maciel teve filhos com várias mulheres e, como um outro santo moderno, o Martin Luther King, foi plagiador emérito: plagiou descaradamente o livro de cabeceira da legião, intitulado Saltério de Meus Dias, e impôs a toda a organização um quarto voto de silêncio para se proteger de denúncias. Um de seus antigos colaboradores o acusa inclusive de ter envenenado seu tio-avô, o bispo Guízar, que apoiou a bem-sucedida carreira eclesiástica do sobrinho no México dos anos 1930.

Deste santo senhor, temos fartas fotos sendo abençoado pelo papa João Paulo II, recebido em audiência especial no Vaticano. Centenas de denúncias sobre o padre Maciel chegaram à mesa de Wojtyla. O papa as desprezou. Maciel enchia praças e estádios de futebol em suas viagens pelo mundo. Era merecedor da benção papal. Como também da proteção de Bento XVI. Verdade que Ratzinger o expulsou do Vaticano, obrigando o padre Maciel a levar "uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a qualquer forma de ministério público". Punição no mínimo carinhosa para um notório pedófilo.

Mas em 1999, quando responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger recebeu uma carta do ex-legionário Alberto Athié, na qual os desmandos de Marcial Maciel eram denunciados. Na ocasião, respondeu o papa que ora visita o México:

- Lamentavelmente, o caso de Marcial Maciel não pode ser aberto porque é uma pessoa muito querida do papa João Paulo II e além disso fez bem à Igreja. Lamento, não é possível.

Bento XVI, protetor de pedófilos, quer santificar João Paulo II, outro notório protetor de pedófilos. Ano passado, Ratzinger beatificou Wojtyla. A seqüência lógica é a canonização. Beatificar criminosos já está se tornando norma no Vaticano. João Paulo II não beatificou aquela freira albanesa, Agnes Bojaxhiu, mais conhecida como madre Teresa de Calcutá, vigarista de alto bordo e apoiadora de ditadores como Envers Hodja e Baby Doc?

Entende-se porque Bento, em sua visita ao México, procura evitar as vítimas de Maciel. Melhor visitar o ixiptla da virgem "descoberto" pelo bugre mexicano.

sexta-feira, 23 de março de 2012

A BÍBLIA LIDA PELO DIABO


João Eichbaum


TODA A TERRA COM UMA MESMA LÍNGUA


11 E era toda terra duma mesma língua, duma mesma fala.

Não, não fui eu que me enganei. Ta escrito ali em cima: segundo suas famílias, suas línguas.
O cara que escreveu isso agora se deu conta da mancada e vem dizendo que toda a terra falava a mesma língua.
Acreditar no que ele disse antes, ou no que disse depois?
Já disse mais de uma vez que o cara que escreveu a bíblia não tinha nem noção, diz umas bobagens aqui e depois se desdiz ali.
E tem gente que ainda chama a bíblia de “livro sagrado” ou “santas escrituras”. Como pode ser santo um livro temperado com bobagens e desmentidos?
Isso ta muito parecido com um livro para malucos. Porque pra maluco quanto mais confusa a coisa, mais sem lógica,  melhor.

2 E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Shinar, e habitaram ali. 3 E disseram uns aos outros: façamos tijolos, queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra e o betume por cal. 4 Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamos um nome, para que não sejamos espalhados pela face da terra.

Alguém aí pode me dizer quem era quem, nessa história? Quem seriam “eles”, os que “partiram do oriente”? Os netos e bisnetos do Sem, ou toda a turma descendente de Noé?
E aquilo que diz ali em cima, falando em Sodoma e Gomorra, não era gente espalhada por todo o mundo, que  por sinal era muito pequeno ainda?
Como é que os caras agora queriam fazer uma torre e botar nome nela, para não serem espalhados “pela face da terra”?
Não disse que o cara que escreveu esse livro não dizia coisa com coisa?

quinta-feira, 22 de março de 2012

OS JURISTAS ESTÃO DESAPARECENDO


A pérola abaixo, transcrita ipsis litteris, é digna de um "baxaréu" em Direito:

"Exmo Sr. Douto Juiz de Direito e Presidente da 4a J.C.J. desta capital

Processo 1.766/85

Junta de Conciliação e Julgamento de Curitiba
data ilegível - 93 - 057632

(...), já devidamente qualificado nos conformes com notificação em anexo, em uma reclamatória que fizera outrora em CAUSA PRÓPRIA quando era estudante ainda, vem por meio desta dizer:

Primeiro:
Que, trata-se de uma reclamatória feito em causa própria, quando este este era estudante ainda;

Segundo:
Que, naquele era vivia ou seja, morava em pensão ou república, e com isso vivia sempre mudando (algo já dito anteriormente) e neste ínterim sumiu o processo;

Terceiro:
Que, certa vez tinha um opala, no porta mala guardei uma mala vermelha e a mesma sumiu, com shorts de banho, book, e outras coisas mais, e até hoje não o encontrei;

Quarto:
Que, outra vez morava em uma república, e ali morava um japonez, e o mesmo não fuincionava bem da cabeça, e deu sumisso e objetos nosso.

Diante do exposto, reitero mais uma vez.
Não sei onde foi tal processo sua excelência, será que estava dentro da mala que sumiu do guarda mala? Será que tal japonez sumiu com ele? E além do mais, era em causa própra. Logo, tenho dado busca e não encontrei, por favor não sei.
Nos termoa acima pede para dar como extinto e acabado tal assunto.

(Assinatura ilegível)
12844-PR
Curitiba, em 01/ julho de 1993."

Meu comentário:

Essa petição é o retrato da atividade judiciária nos tempos atuais.
Os homens cultos, os juristas, os que dominam a dialética estão sumindo. Juízes, desembargadores, membros do Ministério Público e advogados estão no mesmo nível: o computador emburreceu a todos.
Agora, sim, no direito nada se cria, tudo se copia: é só “copiar” e “colar”.
E não adianta nem fazer doutorado. Examine uma “tese” qualquer de doutorado. Os doutores, além de não saberem expressar suas idéias, porque não dominam o vernáculo, têm dificuldade de “copiar” e traduzir as idéias dos outros.
E o Brasil está minado de “faculdades” de Direito e de milhares de “doutores”.
E ai de quem precisar de justiça!


João Eichbaum




quarta-feira, 21 de março de 2012

A INQUISIÇÃO É VOSSA


Janer Cristaldo


Carlos Alberto di Franco, Doutor em Comunicação, professor de Ética e diretor do Master em Jornalismo, membro da Opus Dei, celibatário, virgem e usuário confesso do cilício por duas horas por dia, decidiu entrar na discussão sobre o uso do crucifixo em tribunais. Em seu apoio, chama Carlos Brickmann, a quem define como jornalista arguto e politicamente incorreto. Só esqueceu de dizer que Brickmann foi assessor de imprensa de Paulo Maluf, mas afinal para que enumerar todas as virtudes do homem em uma simples citação? Diz Brickmann:

“Há religiões; também há a tradição, há também a história. A Inglaterra é um estado onde há plena liberdade religiosa e a rainha é a chefe da Igreja. A Suécia tem plena liberdade religiosa e uma igreja oficial, a Luterana Sueca. A bandeira de nove países europeus onde há plena liberdade religiosa exibe a cruz”.

Ora, que a heráldica européia use a cruz não é coisa que espante. Uma das bases culturais do continente – que um dia se chamou Respublica Christiana – é precisamente o cristianismo. Que na Inglaterra a rainha seja chefe da Igreja anglicana muito menos, mas é bom lembrar que a igreja anglicana é uma ruptura com a tradição católica. O mesmo diga-se da Suécia. De qualquer forma, isto não é nenhum dogma que implique necessariamente a aceitação da cruz nos tribunais do Brasil. Cuja independência, sem ir mais longe, foi uma ruptura com a tradição portuguesa. Como o cristianismo foi uma ruptura com o judaísmo. Não fosse Cristo opor-se à tradição, o cristianismo não existiria.

“O Brasil tem formação cristã; a tradição do país é cristã. Mexer com cruzes e crucifixos vai contra esta formação, vai contra a tradição. A propósito, este colunista não é religioso; e é judeu, não cristão. Mas vive numa cidade que tem nome de santo, fundada por padres, numa região em que boa parte das cidades tem nomes de santos, num país que já foi a Terra de Santa Cruz. Será que não há nada mais a fazer no Brasil exceto combater símbolos religiosos e tradicionais?”

O assessor de Maluf não admite ir contra a tradição. Se sempre foi assim, que assim seja eternamente. Brickmann não aceita a idéia de progresso. Se durante séculos a Igreja dominou soberana sobre os Estados europeus, a divisão entre Estado e Igreja foi certamente obra de celerados que não admitiam a tradição. Democracia, sem ir mais longe, foi idéia que feriu tradições antiqüíssimas. O mesmo se diga da libertação dos escravos e da jornada de trabalho de oito horas. Será que não há nada mais a fazer no mundo exceto combater instituições tradicionais?

O assessor, impertérrito, vai adiante:

“Se não há, vamos começar. Temos de mudar o nome de alguns Estados e cidades como Natal, Belém, São Luís e tantas outras. E declarar que a Constituição do País, promulgada 'sob a proteção de Deus', é inconstitucional”.

Ninguém está propondo mudar o nome de cidades e Estados. O assessor brande um argumento ad absurdum, para comover seus leitores. Isso de mudar nomes de cidades é coisa dos antigos comunistas, que gostavam de homenagear seus tiranos de plantão. Tsarytsin já foi Stalingrado e depois Volgogrado. São Petersburgo virou Petrogrado, depois Leningrado e hoje voltou a ser São Petersburgo.


Nesta mania, os comunistas foram seguidos por seus herdeiros, as esquerdas tupiniquins, que querem mudar os nomes de avenidas e elevadas. É expediente também usado na Espanha, onde as viúvas do Kremlin querem exterminar da memória das gentes a lembrança do homem que salvou a Espanha do comunismo. No Brasil, exceto alguns florianopolitanos, jamais ouvi falar de quem queira mudar o nome de cidades.

Quanto à Constituição, o assessor usou um jogo de palavras. Uma Constituição não pode ser inconstitucional, já que nenhuma outra constituição a rege. Pode ser, isto sim, absurda, incoerente, ilógica, inviável, utópica, colcha de retalhos. Mas jamais inconstitucional. Quem a pariu, que a engula. Continua Brickmann:

“Há vários símbolos da Justiça, sendo os mais conhecidos a balança e a moça de olhos vendados. A balança vem de antigas religiões caldeias. Simboliza a equivalência entre crime e castigo. A moça é Themis, uma titã (sic!) grega, sempre ao lado de Zeus, o maior dos deuses. Personifica a Ordem e o Direito. Como ambos os símbolos são religiosos, deveriam desaparecer também, como o crucifixo?"

Ocorre que ninguém mais cultua Zeus ou Têmis. A mitologia grega nunca nos foi empurrada goela abaixo nem embasa o ensino ou a cultura nacionais. Os gregos, politeístas, nunca tiveram como dogmas suas crenças. Quando Alexandre, trezentos anos antes de Cristo, ao ver-se cultuado como deidade no Oriente, pediu aos gregos que o entronizassem como deus, os atenienses foram generosos. Que assim seja. Mais deuses menos deuses, tanto faz como tanto fez.


O Cristo é impositivo. Exige obediência a seus preceitos e se imiscui no universo das leis. As restrições ao sexo fora do casamento e ao homossexualismo são resquícios do cristianismo. A exigência de fidelidade conjugal também. São cracas que um dia impregnaram nossas leis e que ainda hoje sobrevivem nos costumes. Ora, nem todos são cristãos neste país. Não temos porque conviver, em nossas instituições de Estado, com a presença de um deus obsoleto.

O jornalista virgem, por sua vez, vai mais longe. “Na escalada da intolerância laicista, crescente e ideológica, não surpreenderia uma explosão de ira contra uma das maravilhas do mundo e o nosso mais belo e festejado cartão-postal: o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro”.

De novo a reductio ad absurdum, argumento de quem não tem argumentos. Ninguém está pedindo a demolição do Redentor. O que se pede é a retirada de símbolos religiosos dos tribunais. Como é usual neste tipo de fanáticos, Di Franco cria inimigos que não existem, para melhor combatê-los:

“O laicismo militante atual é uma "ideologia", ou seja, uma cosmovisão - um conjunto global de idéias, fechado em si mesmo -, que pretende ser a "única verdade" racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc. Por outras palavras, o laicismo é um dogmatismo secular, ideologicamente totalitário e fechado em sua "verdade única", comparável às demais ideologias totalitárias, como o nazismo. Tal como as políticas nascidas dessas ideologias, o laicismo execra - sem dar audiência ao adversário nem manter respeito por ele - os pensamentos que divergem dos seus "dogmas" e não hesita em mobilizar a "Inquisição" de certos setores para achincalhar - sem o menor respeito pelo diálogo - as idéias ou posições que se opõem ao seu dogmatismo”.

Como se existisse um organismo laicista no país, “ideologicamente totalitário e fechado em sua verdade única”. Quem pediu a exclusão dos crucifixos foi uma liga de lésbicas, não um dogmatismo secular. Esta reivindicação não é exclusivamente brasileira e surgiu originalmente na Itália, berço do cristianismo. Por outro lado, jamais vi movimentos laicistas pretendendo “ser a única verdade racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, no ensino, etc”. Verdade única é cacoete de monoteístas, não de pessoas que não acreditam em deus.
Mas o melhor de tudo no discurso de di Franco é chamar de Inquisição a mobilização dos leigos contra o crucifixo. Que me conste, ninguém está pretendendo mandar para a fogueira ou submeter a ordálias os juízes que insistam em usar o antigo instrumento de tortura em seus tribunais.
O velho católico se traiu. Inquisição é coisa vossa, senhores papistas.  


terça-feira, 20 de março de 2012

ESPETO CORRIDO


Hugo Cassek


FILÃO DE OURO

A invasão espanhola na região da campanha entre Rio Grande e a Colônia do Sacramento, resultou na construção do Forte de Santa Tecla em 1773 e sua posterior tomada em 1776, provoca o olhar da coroa portuguesa para a zona onde hoje se situa Bagé.
Assim, entre uma série de fatores, determina-se a política de povoamento de toda a região, a partir da doação de sesmarias.
A primeira sesmaria a ser doada, oficialmente através de carta, acontece em 1789. Logo a seguir são concedidas mais 16 cartas de doação. São os primeiros núcleos de  povoação que começam no local chamado Arroio das Palmas.
Quando Don Diego de Souza  em 1811 partiu com seu exercito rumo a Montevideo, deixando o Tenente Pedro Oliveira no comando daquela aldeia nascida em função do acampamento militar, aos pés do cerro de Bagé . “lugar de muita água e lenha à vontade”. Tinha certeza que ali, deixara as raízes de uma das maiores cidades da Província de São Pedro, Bagé.
É o que conta e edição especial  da Folha do Sul, na comemoração dos 200 anos da Rainha da Fronteira, no ano passado.
Agora tanto tempo depois, Bagé pode ter descoberto um verdadeiro “Filão de Ouro” representado pelo potencial turístico que aflora, como um presente valioso.
Está em construção, uma cidade cenográfica chamada Santa Fé, onde será filmada, a obra prima de Erico Veríssimo, O “Tempo e o Vento”.
Grandes nomes do cinema e TV, estarão por bom tempo circulando pela cidade, enquanto milhares de animais, carroças e figurantes com seus petrechos movimentarão sem dúvida todos os setores da sociedade local. Urge que o poder público se prepare, para preservar tudo que possa depois se transformar em atração turística. Bagé tem uma linda história para contar e muita coisa para mostrar, como o Forte de Santa Tecla. Não pode deixar passar essa chance de se tornar conhecida em horizontes intermináveis.
ABRAJET-RS

segunda-feira, 19 de março de 2012

O NÉRIO SABE DAS COISAS


 A cada tormenta de verão em P. Alegre, que sempre aconteceram desde que fundaram P. Alegre, faz 240 anos, e também antes da fundação, lógico, as enchentes eram muito piores, pois nada havia que atacasse o Guaiba e seus afluentes, Jacui, Taquari, Caí, Sinos e Gravatai, formando a grande bacia do rio Guaiba. Por exemplo, a grande enchente de maio de 1941, que inundou totalmente P. Alegre, que está na memória totalmente da cidade e levou à construção do dique desde Cachoeirinha, a av. Castelo Branco, com as portas de ferro, sob a grande avenida que é um grande dique e depois segue o muro da Mauá, até a volta do Gasômetro e aí começa o aterro ( dique) da Av. Beira Rio, até o Museu Iberê Camargo. O famoso muro da Av. Mauá, nunca foi testado, pois, desde que foi construido nunca mais o Guaiba transbordou e não ultrpassou a murada do gande cáis de 8 Km, abandonado e sucateado.

 Mas, com muro ou sem muro, a cada chuvarada P. Alegre vira um cáos. Ainda bem que não chove dois dias e duas noites sem parar. Já pensaram se chovesse dois dias e duas noites sem parar. O que muito bem pode ocorrer algum dia. Bem aí, o Arroio Dilúvio transborda inundando as margens desde o seu inicio da Av. Ipiranga, com a Av Antonio de Caravalho e segue para Agronomia e Viamão e ao invés de botar água no Guaiba, ao  contrário, servirá de dreno e vai trazer para dentro da cidade muita água do  Guaiba cheio e pleno da enchente. O Dilúvio da Arca Noé,  a lenda que chegou até nós pela Bíblia ,  diz que choveu 40 dias e 40 noites. E quando parou de chover e as águas baixaram encalhou no cume do monte Ararat. Aqui em P. Alegre a possível Arca Gaudéria atracaria no alto do  Edificio Sulacap 

A montagem mostra o navio de luxo que encalhou na rocha da ilha de Giglio em frente à Florença, causando um tráuma no mundo, eis que além de ter sido uma grande burrada e uma total negligência ( alteraram a rota). Ao invés de ir pelo mar alto, resolveram passar entre a ilha rochosa, e o continente, nas águas rasas,  e na dita ilha,  estavam os familiares dos garçons que estavam a bordo ( uns 200) que tinham ganho a viagem como prêmio e era a primeira vez que viajavam no meio dos ricos e flamantes turistas do navio luxuoso. E assim como bons italianos convenceram o imediato para passar perto da Ilha de Giglio para abanar, gritar, e até uns queriam abraçar, dar as mãos, aos familiares que estavam na ilha vendo os filhos passarem dentro do grande e notável navio. Bem como o exército de Brancaleone. Deu no que deu. Bateu na rocha do fundo raso, abriu um rombo gigante no caso e a sorte foi que o local era raso, e as pessoas sairam e água chegou só até o pescoço com o que caminharam os 100 metros que separavam o navio da costa e assim praticamente se salvaram todos, dos 5.000 a bordo. Já pensaram....Então, após a   -   "schitinada"  -  Deus olhou e salvou a tripulação e os turistas e os garçons (pobres que se meteram a ricos e sem discriminação,   deu zebra). 

Na enchente de P. Alegre as  --  "schitinadas"   -  ocorrem sempre, todos sabem, todos conhecem, são  "schitinadas! anunciadas desde o principio e a cada chuvarada de verão. Portanto, não são novidade. Na próxima chuvarada teremos notáveis e aquáticas  gauchadas   -- "schitinadas". ( o sobrenome do comandante do navio é  -  Schitino =-  ) Por isso a montagem do luxuoso navio italiano na enchente de nossa capital, faz sentido e sendo oportuna e conveniente serve para lembrar a próxima enchente . Dizem que o Schitino estava "schitinando, em sua cabine, a Miss Moldávia, uma escultural eslava, linda, lindissima, com jantar de primeira como é do costume ser tratado na refinada marinha o capitão  do navio.

Nério "dei Mondadori" Letti  -

  

sexta-feira, 16 de março de 2012

A BÍBLIA LIDA PELO DIABO


João Eichbaum

23 E os filhos de Aram são: Uz e Uhl, Gether e Mash.

Agora me digam: quem é o Aram, filho de quem ele é, como é que apareceu na história, sem currículo, sem identidade, sem pai e mãe, sem nada.

24 E Arpachshad gerou a Shelah, e Shelah a Eber. 25 E a Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Peleg, porquanto em seus dias se repartiu a terra, e o nome de seu irmão foi Joktan.

Agora aparece outra vez o Eber. Mas, na condição de filho de Shelah e, portanto, neto de Arpachshad. E esse Eber teve dois filhos. Mas, e o outro? Simplesmente desapareceu do mapa? Não comeu ninguém?
Mas outra coisa que intriga é essa de “se repartir a terra”.Como assim, se fez novos assentamentos? Ou se abriu um enorme buracão, dividindo a terra em duas?

26 E Joktan gerou a Almodad e a Sheleph, e a Hazarmaveth e a Jerah; 27 e a Hadoran e a Uzal e aDiclah; 28 e a Obal e a Abimael e a Sheba; 29 e a Ophir, e a Havila e a Jobab, todos esses foram filhos de Joktan. 30 E foi essa sua habitação desde Mesha, indo para Sephar, montanha do oriente.

O Joktan não perdeu tempo. Quem era a máquina parideira, a Bíblia não diz. Em quem é que o cara investia toda essa testosterona fervida, essa alta voltagem erótica, ninguém fala. Por que será? Como é que Javé esconde o nome de um dos personagens principais desse agradável passatempo?
E tinham que ganhar muita terra do Javé essa gente toda. Bah, se os caras do MST tivessem nascido naquele tempo, não iam ter contra quem gritar, nem fazer bagunça.

31 Estes são os filhos de Sem, segundo suas famílias, suas línguas, nas suas terras, segundo as nações. 32 Estas são as famílias dos filhos de Noé, segundo as suas gerações, nas suas nações, e destes foram divididas as nações na terra, depois do dilúvio.

Quer dizer: esquece. Esquece Adão e Eva, Caim e Abel, a mulher do Caim, porque começou tudo de novo. A geração de Noé é que é a responsável por essa esculhambação toda que virou o mundo, dividido em nações, línguas, etc. etc.
Foram eles os responsáveis pelas desavenças, porque as desavenças é que começaram a separar os homens, por nações, línguas, terras, grupos étnicos. Quando um não fala a língua do outro, é porque não se dão bem. Então aí, cada um foi viver a sua vida, procurando a sua turma.

quinta-feira, 15 de março de 2012

SOBRE A VIDA (II)


Paulo Wainberg

Mulheres

 

As mulheres são o Pomo de Ouro, o prêmio máximo que Paris, príncipe deTróia, concedeu à Afrodite no concurso que escolheu a deusa mais linda do Olimpo.
 As mulheres são como Hera, esposa de Zeus, que para se vingar de Paris, fez com que Helena, esposa do rei grego Menelau, tivesse, aos olhos do jovem príncipe, a fisionomia de Afrodite, por quem imediatamente se apaixonou, raptou e deu origem à Guerra de Tróia.
 As mulheres são como Cassandra, irmã de Paris, que previa a destruição de Tróia e foi trancafiada nos porões da cidade, como louca. As mulheres são o sonho encantado, como a virginal Alice lutando contra a Rainha de Corações, no País das Maravilhas.
 As mulheres são o brilho magnífico da inteligência, como Madame Bovary, trezentos anos adiante do seu tempo.
 As mulheres são como o diamante, brilhante e frio, mas que esquentam ao contato com o corpo.
 As mulheres são a alma e a força da Natureza, interligando todas as forças e dominando uma a uma.
 A mulher é aquela que um homem ama para sempre e, se tiver sorte, estará para sempre ao lado dela.

Euforia

 

Euforia é tudo de bom. Não importa que cometamos nossos maiores equívocos quando estamos eufóricos.
 Sentir-se poderoso, capaz, ter certezas e nenhuma dúvida é o sintoma preferido da euforia, quando ela resolve assumir nosso controle. Qual um ser vivo, com vontade própria, a euforia afasta todos os problemas, elimina quaisquer riscos, torna tudo possível, gostoso, alegre e feliz.
 O único lado negativo da euforia, que eu conheça, é que quando ela resolve nos abandonar, chama para ocupar o seu lugar, uma terrível depressão.       Se o mundo fosse eufórico, não seria prático, não seria trágico, não seria teórico, retórico nem bélico. Seria idiótico.

Vida sem fim

 

Vida sem fim será, provavelmente o título de um livro que está lançando fagulhas em minha mente. Ainda não sei o que significa vida sem fim, mas sei que nada tem a ver com eternidade.
 O que me sugere, a frase, é mais próximo de excesso, demasia, algo que deveria terminar e não termina. Uma dor de dente? Ataque de apendicite? Vida sem fim é um espasmo incontrolável, uma convulsão, ou uma dádiva cruel.
 Por que me acordo às cinco horas da madrugada, sem sono e com receio do dia que vem aí? Que excedente de culpa não me deixa despertar em paz? Quem quer paz? Imagino uma vida tranquila, nenhuma preocupação ou compromisso, nada que eu não queira fazer e, só de imaginar, sinto um cansaço, uma inútil urgência, a verdadeira chatice.
 Eu queria não ter de mudar nada, mas não gosto do jeito que está. Nem quero gostar. Vida sem fim é, talvez, colocar tudo isto diante do espelho e pensar que só vem coisa boa, que o prazer está me esperando logo ali, que é tão bom ser feliz com as pequenas coisas, que nada é mais grandioso do que o detalhe.
 Ser capaz de esquecer de tudo e, durante horas, admirar o vôo de um pardal ou o estranho desenho feito pelo desgaste da pintura numa parede do edifício. E depois sair andando, satisfeito da vida, com a sensação de missão cumprida.
 Van Gogh, alguma vez ficou feliz por ter acertado o amarelo perfeito de suas margaridas? E foi dormir em paz para, em paz, acordar no outro dia?  Castro Alves tossia, tranquilo, após concluir o Navio Negreiro? Lorival Souza estava feliz, tomando cerveja com seus amigos, depois de um dia de trabalho na construção?
 Vida sem fim, com certeza. Tal qual Plinius, oleiro na Roma Antiga. Nero, incendiando a cidade. Napoleão reconquistando o trono. Zé Antônio, cobrador da linha T.
 Sim, Vida sem Fim será o título de um romance que vou escrever um dia, quando acordar na madrugada, sem sono e sem medo, olhando o dia passar como uma banda formada apenas por contrabaixos e violoncelos, cruzando as ruas da cidade e entoando, em ritmo de marcha, um réquiem de Mozart ou de Verdi para alegrar os corações empedernidos.

Erotismo

 

Nosso erotismo é diferente dos demais animais, onde a coisa não tem erro. Nós, humanos temos especial afeto pelo erotismo, prezamos tanto nossos impulsos amorosos e sexuais que inventamos remédios para aumentá-los e conservá-los.
 É o erotismo que move a humanidade, desde a literatura até a moda e, a ele, erotismo, servem as artes e o conceito de Estética.
 O Homem não erótico é, no mínimo, neurótico, quase psicótico, nem um pouco platônico. A política, praticada sem o charme erótico, é vulgar e corrupta. O erotismo é a essência do balê, da ginástica, do teatro e das artes marciais.
 Os gregos da antiguidade, erotizados ao extremo, transformaram o erotismo em poesia e criaram Eros, origem da palavra e do amor.

Ciumes (com uma leve ironia)

 

Há uma forte conotação homossexual no ciúmes injustificado. Quando um homem ou uma mulher destrói-se imaginando o parceiro com outro, está se colocando no lugar desse parceiro, como se ele, ou ela, estivesse participando do ato imaginado. Este tipo de ciumes provoca os mais terríveis assassinatos, especialmente praticados pelos homens, inconformados com a própria imaginação e os próprios desejos ocultos. Quando o parceiro dá motivos para o ciumes, a relação pode ser salva pelo esclarecimento, pela aceitação e, até mesmo, pela co-participação.

Coragem

 

Somos corajosos quando admitimos nossos medos e temos bravura quando resolvemos enfrentá-los. Revelamos nossa força de caráter pela tenacidade e pela forma como lidamos e dominamos os medos. Aquele que não tem medo de nada é o verdadeiro covarde.


Morte

 

O único direito que a Natureza concede é o direito à morte.
 O nascimento e a sobrevivência são conquistas dos seres vivos, na luta constante para permanecer. Planetas e galáxias morrem como tudo o mais que é Natureza. Absolutamente nada sobrevive. As regras e leis são construções humanas, porque entre os animais prevalesce a lei do mais forte, sem qualquer censura ou punição.
O que me leva a pensar que, se a morte é inexorável, ela também não é um direito e sim um dever natural de tudo o que existe. A existência é um fato e morrer é sua finalidade
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Encantamentos

 

Meu coração apaixonado não cansa de tanto cantar a beleza e o amor.
Sou como o pássaro da manhã, celebrando a vida que vem, a vida que nasce,o dia que chega até não mais chegar.

Minha ilusão de paixão não cansa de me apaixonar, iluminar e coloriros dias mais tristes, as tardes cinzentas, as noites escuras, boas de dormir.
Sou como as águas do mar, docemente salgadas, refrescantes e lindas, celebrando a visão incontida da imensidão, do infinito e da eternidade.
Meu coração acelerado na cansa de tanta paixão apaixonada, um amor revelado, um amor avançado, na trilha feliz da felicidade, sou como a lua em sua sinceridade, sou como a rua iluminada, sou como a alegria consignada, por um pouco de paz, por quem diz e quem não diz, sou feliz.





Votos

 

Queria ter um manancial de putas fiéis, que o seguissem e lhe satisfizessem os desejos, sem pejos. E quando quisesse estar sozinho, saíssem quietas, sem perguntas indiscretas, sem queixas, bem treinadas gueixas.
Queria ser o rei do bordel, onde putas a granel lhe servissem as fantasias, todos os dias, e que a toda semana, lhe trouxessem putas novas, uma paraguaia, outra peruana.
Queria ser o cafetão do puteiro, recolhendo dinheiro, com cara de mau, nariz de cangaceiro, corrente no pescoço, relógio altaneiro, paletó branco batendo nas putas com tamanco.
Queria uma mulher para amar, beijar e honrar, que lhe desse um filho e duas filhas, que lhe esquentasse a noite com abraços e açoite e, nas noites de verão, jogasse cartas na mesa, com a comadre e o compadre, ao som de um violão suave, entoado sem alarde.
Mas não podia. Era padre.

quarta-feira, 14 de março de 2012

COM CRISTO OU SEM CRISTO? (II)




João Eichbaum

A decisão do Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça do RGS, determinando a retirada dos crucifixos das salas de juízos e tribunais, tem dado pano pra manga.
É uma bobagem, como muitas que a Justiça faz. Não merecia todo esse estardalhaço. Mas a gente se diverte, lendo asneiras. Se diverte e aprende, conhecendo cada vez mais o primata chamado homem.
Olhem só, o bispo CARLOS ROSSI KELLER, de Frederico Westphalen, redigiu e divulgou uma “nota pastoral”, atribuindo a decisão da Justiça à pressão  “de um grupo determinado, ideologizado e raivoso”.
Será que sua excelência reverendíssima (como gostam de ser chamados os bispos católicos - e por sinal o Edir Macedo nunca foi tratado assim) não é também “ideologizada”? E terá, por acaso, agido como Cristo que, simplesmente, ergueu os olhos para o céu e pediu “perdoai-os, porque não sabem o que fazem”, ao invés de divulgar a sua pastoral, da qual se coa incontida revolta?
E aquele católico, nem me lembro quem foi, que sugeriu  se retirasse o Cristo do Corcovado, e se mudasse o nome das cidades que têm nome de “santos”, já que o Brasil é um Estado “laico”, teria falado com serenidade cristã? Não sabe ele que “bemaventurados são os pacíficos, porque deles será o reino dos céus”, como já dizia Jesus Cristo?
Percival Puggina, outro católico fervoroso, (a quem sempre admirei e admiro não só pelas idéias, como pelo texto, que considero o mais brilhante do RGS), diz que “ante símbolos religiosos, pessoas normais reagem com respeito ou indiferença. Indignação, revolta, alergia escapam à normalidade.” E acrescenta, mais adiante: “tal abominação é um problema que está nelas” (nas pessoas que “investiram contra os crucifixos”.
Pois, o Percival, meu ídolo, também se determina segundo a sua “ideologia” e a diatribe que assina contra os que “investiram contra os crucifixos” não pode escapar do adjetivo “raivoso”.
Nem vou comentar o que diz Paulo Brossard, porque ele não diz alguma coisa que se possa aproveitar e, apesar disso, um puxassaco qualificou o artigo de “notável”.
Resumindo: o assunto é besteira. Mas, para os crentes ele assume grande relevância, porque o "ateísmo militante" está crescendo e poderá terminar com o deus judaico-cristão.
 Quem está gostando da coisa mesmo são os ateus. E sem se pronunciar com veemência. Estão assistindo de camarote.
Mas, de qualquer modo, não dá para deixar passar a oportunidade de lembrar a crentes e descrentes que o Estado Brasileiro é religioso. A invocação do nome do “Deus” na Constituição Federal, diz tudo. E Deus é que protege toda essa bandalheira que se ´pratica na  política. Foi “sob a proteção” dele que se estruturou a política: nada se faz sem a permissão da Constituição.
Mas, ainda uma coisinha: de que serviu a presença do Crucificado nos juízos e tribunais até hoje? Melhorou alguma coisa? Afastou os juízes corruptos? Impediu as injustiças?
Por favor, me digam. Como pragmatista, até hoje não descobri. Como não descobri também a razão pela qual o Cristo foi crucificado: a humanidade continua na mesma merda.




terça-feira, 13 de março de 2012

PAPISTAS DEFENDEM IMPOSIÇÃO FASCISTA NO RIO GRANDE DO SUL


Janer Cristaldo
Terça-feira passada, o conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul acatou o pedido de retirada de crucifixos e símbolos religiosos dos espaços públicos nos prédios da Justiça no estado. “Resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico”, disse o relator da matéria e desembargador Cláudio Baldino Maciel na justificativa de seu voto.

Escândalo nas hostes papistas. O recórter tucanopapista hidrófobo da Veja virou uma arara. Apelando a uma reductio ad absurdum, como é típico dos cristãos desde Paulo, se pergunta retoricamente quando será retirado o Cristo do Morro do Corcovado. Igrejeiros indignados protestam no país todo contra a decisão da Justiça gaúcha. Ora, ninguém está pedindo a retirada daquele Cristo horrendo do Rio, que aliás devia ser demolido, que mais não seja por razões estéticas. 

O que se pede é a retirada de todo símbolo religioso, como crucifixos e imagens de santos, de todos os prédios oficiais e espaços públicos do Rio Grande do Sul. A decisão foi resultado de um pedido feito pela Liga Brasileira de Lésbicas e outras entidades sociais formulada em novembro de 2011.

Nada de novo sob o sol. A história é antiga. Comentei-a há nada menos que onze anos. No final de 2001, em Milão, Rosa Petrone, uma enfermeira italiana convertida ao Islã, decidiu não retomar sua função no hospital de Niguarda enquanto não fossem removidos os crucifixos do local de trabalho. A União Muçulmana da Itália tomou posição a favor da enfermeira, alegando que “a presença do crucifixo católico em locais públicos é violação e desafio à neutralidade e laicidade do Estado”. No mesmo ano, em outra cidade italiana, uma professora pedia a retirada do crucifixo das salas de aula, para não ferir suscetibilidades de filhos de imigrantes.

De instrumento de tortura e morte, a cruz passou a ser o logotipo de uma religião que prega o amor. O duplipensar de Orwell, como vemos, é bem anterior ao comunismo. Não tenho simpatia alguma pelo crucifixo e, como a Rosa, me irrita vê-los em tribunais, escolas ou hospitais de um Estado que se pretende laico. Da mesma forma, foge a qualquer lógica ver constituições republicanas invocando deus em seus preâmbulos. Mas o que causa espanto na decisão da convertida é pretender limpar o Estado italiano de símbolos religiosos, logo em nome do Islã, fértil em Estados teocráticos. Pretenderá a enfermeira eliminar a cruz da Cruz Vermelha? É bom lembrar que a instituição homóloga no mundo árabe se chama Crescente Vermelho, e provavelmente seria decapitado quem fizesse greve para eliminar o crescente.

O fato é que retirar crucifixos de salas em nome do Islã é trocar seis por meia dúzia. É uma religião ciumenta que protesta contra os privilégios de outra. A Europa sempre foi cristã, não por acaso chamou-se um dia de Respublica Christiana. Mas os tempos mudaram. Não vivemos mais em época em que os reis, para serem coroados, tinham de ir a Roma.

Foi Napoleão quem quebrou esta tradição. Ao ser coroado imperador não foi a Roma para ser ungido pelo Papa, como os imperadores germânicos. Pio VII teve de vir a Paris para a cerimônia. Mas Napoleão não aceitou a arrogância de Roma. Pegou a coroa nas mãos e coroou-se a si mesmo, de frente para o público (e de costas para o Papa). Depois, coroou a imperatriz Josefina. O papa entendeu o recado e limitou-se a proclamar "Vivat Imperator in aeternum!". Manda quem pode. Obedece quem tem juízo.

A laicidade que hoje vige na Europa é fruto da Revolução Francesa, que pôs fim a uma monarquia de direito divino. A laicização da Europa surgiu na França, quando a Concordata de 1801 colocou a Igreja sob a tutela do poder do Estado, criando o casamento civil e o registro civil. Mas os papistas são incorrigíveis e até hoje se julgam no direito de exibir um Cristo peladão nas salas de aula e tribunais.

Em 2011, o italiano Luigi Tosti foi expulso da Magistratura do país por se recusar a fazer audiências enquanto todos os crucifixos não fossem retirados dos tribunais. Durante a sua carreira como magistrado, Tosti sempre alegou que a expressão religiosa nos tribunais, órgãos públicos, violava a laicidade do Estado italiano. Se as cruzes não fossem retiradas da parede, pedia então que fossem expostos junto outros símbolos religiosos. A Corte de Cassação negou. Os crucifixos podem, afirmou. Outros símbolos, não.

Esta não foi a primeira condenação de Tosti por tais idéias. Em fevereiro de 2006, a Suprema Corte dos Magistrados já havia feito o juiz mudar de cidade e cortara o seu salário por causa de seu “comportamento culposo”. O juiz havia proposto, em 2004, a colocação de símbolos de sua religião, o judaísmo, como a Menorá.

É muito bom que os tribunais gaúchos retirem os símbolos católicos de suas salas. Antes que ocorra o pior: que outras igrejas ou crenças queiram ajuntar os seus símbolos, em nome da liberdade de expressão. Por que razões cidadãos de todas as crenças têm de aceitar uma imposição vaticana – pois de imposição do Vaticano se trata – quando penetram nos umbrais da Justiça? Você já imaginou judeus e muçulmanos exigindo o mesmo direito? Claro que não colocariam imagens, já que tanto Alá como Jeová proíbem o culto a imagens. Mas talvez uma Menorá ou um crescente.

Mais ainda: a colocação de crucifixos em escolas e tribunais tem origens fascistas. Foi determinada na década de 1920 durante o regime de Benito Mussolini. Em 2007, por ocasião de sua visita ao Brasil, com o pretexto de canonizar um charlatão - o frei das pilulinhas milagrosas de papel - Ratzinger quis impor ao governo brasileiro uma concordata tão ou mais obscena que o Tratado de Latrão, de 1929, pelo qual a Itália reconhecia a soberania da Santa Sé sobre o território do Vaticano. Poucas pessoas lembram hoje que o Vaticano é uma concessão do ditador fascista. Tivesse Mussolini vencido a guerra, talvez constasse da hagiografia da Igreja. Perdeu? Olvidado seja.

Quando os gaúchos decidem libertar-se de um legado do fascismo, palatinos do Vaticano saem aguerridamente em defesa de uma disposição do Duce.





segunda-feira, 12 de março de 2012

O NÉRIO SABE DAS COISAS


Tudo bem. No Brasil está tudo por fazer. Estradas, colégios, presidios, escolas, segurança, educação,saúde, agricultura, cuidar da águ a potável, não poluir os rios, tratar o esgoto cloacal e não largar direto os dejetos humanos dentro do rio que atravessa a cidade, como sempre se fez até aqui. Colocar todas as crianças dentro de uma sala de aula confortável com professor bem pago, e com o estômago cheio de uma nutritiva merenda escolar. Que dizer do SUS, da saúde pública e do INSS e da emergência dos hospitais?...Tudo isso reflete no Executivo, no Judiciário e no Legislativo. Lógico. Não vamos querer ter um Judiciário perfeito, azeitado, funcionando a pleno, nos conformes, no Brasil atual?  Seria utopia.....Que venha o debate e o esclarecimento. Dialético. Oportuno e conveniente. O que não pode é mandar tudo para baixo do tapete ou fazer como o avestruz que esconde a cabeça entre as penas e deixa a "banda passar".
Lógico, a Ministra Corregedora, do CNJ, a baiana braba, que não sorri, está sempre de cara fechada, deve ser mal amada ou ter algum tráuma não resolvido, quando fala de improviso, se passa na jogada, usa linguagem do povão e diz o que pensa sem meias-palavras e gira a metralhadora e atinge a todos.

O pior é a grave doença que atingiu o Lulla. Se o Lulla morrer vai ser um desastre para o Brasil. Lider sem estudo. Pobre. Subiu na vida com esforço próprio. Um milagre no Brasil. Se tornou um líder mundial. Fantástico.  Porém, se revelou no poder e com a caneta na mão um moderado. Sabendo lidar com o povão pobre miserável que  passa fome e ao mesmo tempo contemporizando com os ricos poderosos, autoritários, prepotentes.  A presença do Lullal atrasou praticamente uma guerra civil que estava em andamento no  Brasil. O problema já está posto. Não adianta. Rei morto. Rei posto. O show deve continuar. Quem virá depois de Lulla?.....Ele manda no PT e num grupo de aloprados que consegue acalmar e manter. Pois, os extremados do PT, querem ver o circo pegar fogo.

 Fui Juiz 28 anos. Sempre cumpri meu dever mantendo o serviço em dia. Fui Juiz 24 horas por dia, sempre. O pouco que tenho devo ao salário de Juiz, que nunca atrasou e sempre foi um bom salário para as condições do nosso Brasil e do nosso RGS.  Sempre procurei gastar igual ao que ganhava. Nunca tive grandes sonhos. Nem dava. Minto. Sonhos sempre tive. E continuo tendo. O que quero dizer é que nunca consegui realizar os sonhos justamente por falta de dinheiro. Sempre gastei tudo que ganhei, com a familia, educação dos filhos, e agora dos netos. Posto que desde os 17 anos me sustento e casei com mulher pobre. Azar o meu. Nem por isso sou revoltado. Pelo contrário. Estou absolutamente conforme e satisfeito com minha situação.

Já seria eu um conservador?..Retrógado e motivo de ataque dos da esquerda?...Os avançados.

Não sei. Os outros que me classifiquem.

Só sei que as duras expressões usadas pela Ministra Corregedora do CNJ, Dra. Calmon, não me atingem. De forma alguma. Porém, defendo sempre a liberdade que ela tem de dizer o que disse. Que bom. Que continue dizendo. Otimo para o Brasil. Para o Poder Judiciário  e para todo nós. Total, o povão brasileiro tem o direito sagrado de saber o que fazem suas elites.

As entidades de classe dos diversos segmentos do Poder Judiciário, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça Estadual Comum - já se manifestaram com ampla cobertura da mídia - e estão litigando e  chamando a Ministra    "`às falas"  -   questionando a Ministra Corregedora do CNJ, nas instância próprias e no devido processo legal.

Assim é a democracia.

  Não somos ricos. Não temos salários ricos. O Brasil é um país pobre. Muito pobre. A advocacia é uma profissão em extinção, ou, reservada para poucos, não sei como será feita a seleção.Se o mais forte de Darwin?;...Se o mais talentoso?....Se o mais bem relacionado com informações privilegiadas   "insider"?.....O tema da advocacia está aí...O jovem advogado que se forma não tem trabalho e nem emprego. O exame da OAB, o exame de ordem, não resolve este gravissimo problema da falta de rumo das faculdades de Direito e da profissão de advogado. Os Juizes primeiro são advogados. Depois que se aposentam voltam a advogar. Muitos sucumbem. Logo fecham o escritório. Muito caro. Não tem serviço nem honorários para sustentar o escritório. Advogar precisa preparo físico e muita disposição.

O que vocês acharam da estatística, ao que parece séria, pois, é fácil de fazer, hoje, com o micro e o registro "on line"! de que só 16% dos crimes de homicídio ocorridos no Brasil, se transformam em Inquérito Policlal, real, concreto, de investigação da autoria e materialidade. São encaminhados ao M. Público para oferecer a denúncia e nem todos vão a julgamento do Júri Popular. ?...

Nério "dei Mondadori" Letti.