terça-feira, 6 de março de 2012

O NÉRIO SABE DAS COISAS


Eu tenho sonho de um dia ainda unir as tres academias que ensinam tango em P. Alegre - sem rivalidades, sem vaidades, em disputa, quem dança melhor e com disciplina do passo  "del ocho!" ou de " la salida básica" -  como Glória e Eduardo, em Buenos Aires, com patrocinio e se apresentar, regularmente, todos os sábados ou domingos, na Praça da Encol, no Largo Alfredo Le Pera, para o povo participar. Local tangueiro. Encontro de tango do povo com o tango, na praça pública.Músicos, dançarinos, estudantes, povo em geral, todos gostam de ver o tango bem dançado. E fácil. Temos as tres academias com grupos  apaixonados pelo tango. O que não pode ter é divergências. Cada um na sua, buscando se apresentar, se aprimorar e mostrar o tango na praça como em Buenos Aires.

Praça da Encol    ( Praça  Dr, Carlos Simão Arnt) é o local, pois, tem placa e o local se chama  LARGO ALFREDO LE PERA, por lei municipal e para o povo se acostumar e se aproximar, com suas cadeiras e o mate e fazer o passeio, caminhar na trilha e o tango se apresentando popularmente.

Haverá aula pública de tango, gratuita. Os alunos das academias ensinarão o público a dançar o tango. numa boa.

Dá para fazer. Não precisa muito dinheiro. Talvez um dia a Secretaria Municipal de Cultura patrocine e ajude. E só ter o aval do Dr João Dib e de alguma pessoa influente que goste de tango. Não precisa muito dinheiro. Um toldo. Um palco. Tipo um coreto. Tipo um Orfeão como tinha na Praça da Matriz e foi demolido     (infelizmente)   para construir a Assembléia Legislativa. Ocupava o canto onde está hoje o Multipalco do Theatro São Pedro, e os bancos ficavam na praça da Matriz ocupando o terreno onde está a As. Legislativa até o palacete da esquina onde residia o Dr. Adroaldo Mesquita da Costa, ao lado do Solar dos Câmara. Náo deviam ter  tocado naquela obra. Ficar intacta até hoje. Pena que derrubaram e construiram  o monstro de concreto da Assembléia no meio da Praça. Agora, os deputados querem sair daí. Todos já foram assaltados, funcionários, etc. quando saem do serviço à noite. Um perigo.Apertados. Não tem espaço para expandir o prédio que é pequeno, sem conforto e deu o que tinha que dar. Precisa sair da praça. Construir outro em local amplo, com estacionamento, etc.. para o Deputado poder trabalhar e atender o povo. O prédio da Praça da Matriz servirá para cultura, outras finalidades que merecem  a praça. Náo é local de trabalho e atender o povão.

  Que pena. Os bancos de cimento cobertos por árvores, trepaderias, madresselva, carramanchões ótimos, com sombra onde o povo assistia, na sombra, grandes orquestras se apresentarem no antigo e notável Orpheão Riograndense, com sua Concha Acústica. Demoliram e consturiram  o Auditório AraujoViana, na Redenção, que nunca deu certo. Atraso total. Não deviam derrubar. Pode servir de exemplo para o futuro local de tango. Na Praça da Encol. Ou coisa do tipo. Retomada das coisas boas de P. Alegre de antigamente e que perdemos por pessoas que não tinham cabeça para manter. Ora fazer o Auditório  Araujo Vianna no meio da Redenção. Quem vai à noite?....De dia é um perigo. Assaltos. Violência e todos sabiam que a Redenção sempre foi o local dos travestís. Até as pedras sabiam.  Com o Auditório, foi um abraço. Os travestis adquiriram de graça, um local próprio para seu   "michê".Tornou-se local de travestís e assaltantes, drogados, desocupados, uma pena, esta nossa pobre gente, derrotada e vencida no duelo social. Sempre foi, desde o inicio, já década de 40, do século passado, o local preferido para os encontros furtivos dos travestis.  Todos sabiam. Lógico.  Não adianta reformar o Auditório. O local está tomado e é o local do travesti que não tem uma grande casa, um grande cabaré, um grande local, higiênico, limpo, seguro para fazer sexo,  protegendo da AIDS, com água corrente, então, busca a Redenção e agora a proteção do Araujo Vianna. Faz sexo na rua. Tem que organizar. Institucionalizar. Não reprimir.  A vida é assim. Não estou criticando ninguém Estou constatando uma realidade que  tomei conhecimento quando vim estudar em P. Alegre, desde o ano de 1950. E sempre fui avisado pelos mais velhos de não andar à noite pela Redenção dado o perigo do assalto e da violência. Que continua cada vez pior.    

Nério "dei Mondadori" Letti

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