Eu
tenho sonho de um dia ainda unir as tres academias que ensinam tango em P.
Alegre - sem rivalidades, sem vaidades, em disputa, quem dança melhor e com
disciplina do passo "del ocho!" ou de " la salida
básica" - como Glória e Eduardo, em Buenos Aires, com patrocinio e
se apresentar, regularmente, todos os sábados ou domingos, na Praça da Encol,
no Largo Alfredo Le Pera, para o povo participar. Local tangueiro. Encontro de
tango do povo com o tango, na praça pública.Músicos, dançarinos, estudantes,
povo em geral, todos gostam de ver o tango bem dançado. E fácil. Temos as tres
academias com grupos apaixonados pelo tango. O que não pode ter é
divergências. Cada um na sua, buscando se apresentar, se aprimorar e mostrar o
tango na praça como em Buenos Aires.
Praça
da Encol ( Praça Dr, Carlos Simão Arnt) é o local,
pois, tem placa e o local se chama LARGO ALFREDO LE PERA, por lei
municipal e para o povo se acostumar e se aproximar, com suas cadeiras e o mate
e fazer o passeio, caminhar na trilha e o tango se apresentando popularmente.
Haverá
aula pública de tango, gratuita. Os alunos das academias ensinarão o público a
dançar o tango. numa boa.
Dá
para fazer. Não precisa muito dinheiro. Talvez um dia a Secretaria Municipal de
Cultura patrocine e ajude. E só ter o aval do Dr João Dib e de alguma pessoa
influente que goste de tango. Não precisa muito dinheiro. Um toldo. Um palco.
Tipo um coreto. Tipo um Orfeão como tinha na Praça da Matriz e foi
demolido (infelizmente) para construir a
Assembléia Legislativa. Ocupava o canto onde está hoje o Multipalco do Theatro
São Pedro, e os bancos ficavam na praça da Matriz ocupando o terreno onde
está a As. Legislativa até o palacete da esquina onde residia o Dr. Adroaldo
Mesquita da Costa, ao lado do Solar dos Câmara. Náo deviam ter
tocado naquela obra. Ficar intacta até hoje. Pena que derrubaram e
construiram o monstro de concreto da Assembléia no meio da Praça. Agora,
os deputados querem sair daí. Todos já foram assaltados, funcionários, etc.
quando saem do serviço à noite. Um perigo.Apertados. Não tem espaço para
expandir o prédio que é pequeno, sem conforto e deu o que tinha que dar.
Precisa sair da praça. Construir outro em local amplo, com estacionamento,
etc.. para o Deputado poder trabalhar e atender o povo. O prédio da Praça da
Matriz servirá para cultura, outras finalidades que merecem a praça. Náo
é local de trabalho e atender o povão.
Que
pena. Os bancos de cimento cobertos por árvores, trepaderias, madresselva,
carramanchões ótimos, com sombra onde o povo assistia, na sombra, grandes
orquestras se apresentarem no antigo e notável Orpheão Riograndense, com sua
Concha Acústica. Demoliram e consturiram o Auditório AraujoViana, na
Redenção, que nunca deu certo. Atraso total. Não deviam derrubar. Pode servir
de exemplo para o futuro local de tango. Na Praça da Encol. Ou coisa do tipo.
Retomada das coisas boas de P. Alegre de antigamente e que perdemos por pessoas
que não tinham cabeça para manter. Ora fazer o Auditório Araujo Vianna no
meio da Redenção. Quem vai à noite?....De dia é um perigo. Assaltos. Violência
e todos sabiam que a Redenção sempre foi o local dos travestís. Até as pedras
sabiam. Com o Auditório, foi um abraço. Os travestis adquiriram de graça,
um local próprio para seu "michê".Tornou-se local de
travestís e assaltantes, drogados, desocupados, uma pena, esta nossa pobre
gente, derrotada e vencida no duelo social. Sempre foi, desde o inicio, já
década de 40, do século passado, o local preferido para os encontros furtivos
dos travestis. Todos sabiam. Lógico. Não adianta reformar o
Auditório. O local está tomado e é o local do travesti que não tem uma grande
casa, um grande cabaré, um grande local, higiênico, limpo, seguro para
fazer sexo, protegendo da AIDS, com água corrente, então, busca a
Redenção e agora a proteção do Araujo Vianna. Faz sexo na rua. Tem que
organizar. Institucionalizar. Não reprimir. A vida é assim. Não estou
criticando ninguém Estou constatando uma realidade que tomei conhecimento
quando vim estudar em P. Alegre, desde o ano de 1950. E sempre fui avisado
pelos mais velhos de não andar à noite pela Redenção dado o perigo do
assalto e da violência. Que continua cada vez pior.
Nério
"dei Mondadori" Letti
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