A JUSTIÇA E SEUS BARRACOS
João Eichbaum
“Conselho Nacional de Justiça”, esse é o nome. Um palavrão que lembra ditadura comunista, ou qualquer coisa do gênero.
Foi criado pelo Congresso Nacional o tal de CNJ para “moralizar” o Judiciário, a partir de alguns casos (que, por acaso vazaram) de corrupção, apropriação do dinheiro público através de obras faraônicas, etc. O mesmo que acontece com os outros poderes, diga-se da passagem. Nada de novo.
Eu já sabia o que ia acontecer com o tal de Conselho Nacional de Justiça. Como eu, outras pessoas, que conhecem juízes e juízes, políticos e políticos, ou seja o macaco humano, já sabiam o que iria acontecer. J. Quercus, no seu livro “A Justiça no Banco dos Réus”, alertava, quando da criação do Conselho: “tudo está a indicar que o tal de Conselho Nacional de Justiça não passará de mais uma entidade inútil, a serviço de interesses políticos, para acomodar simpatizantes e apadrinhados, tal como se faz na composição do Supremo Tribunal Federal”.
Bem, de que se trata de uma entidade inútil, o próprio Conselho dá provas. Uma entidade pública, cuja eficácia e utilidade seja por todos conhecida, não necessita de propaganda, não precisa mostrar que existe. Pois o tal de Conselho faz propaganda de si mesmo, usando o nosso dinheiro, naturalmente. Começa por aí: não tem moral, não tem decência, porque bota fora, ou melhor, entrega para os empresários da imprensa o dinheiro do contribuinte, sem a mínima necessidade, sem o mínimo escrúpulo. Ao invés de mostrar serviço, faz propaganda enganosa.
E a prova de que acomoda apadrinhados à nossa custa veio a furo ultimamente, em razão de um bate-boca por e-mail entre o Mendes, aquele amigo do banqueiro Dantas, e o Peluso, atual presidente do STF. Olhem só. Nada menos do que R$ 4.036.314,90 foram gastos com diárias e passagens aéreas, no ano passado, com o “bolsa-voto”, pagos para “juízes auxiliares”, que deixam suas comarcas, deixam as partes a ver navios, esperando por justiça, enquanto eles se tocam para a Brasília, a fim de lavrar votos que serão assinados pelos conselheiros. São “estagiários” de luxo, que trabalham para os figurões. E nós pagamos a conta.
Agora, se tem notícia do barraco armado numa reunião do tal Conselho, com um bate-boca ao vivo e a cores entre o seu presidente, Peluso, e o presidente da OAB, um tal de Ophir Cavalcante. O cara da OAB queria falar, dizendo que tinha esse direito, mas o Peluso não permitia, dizendo que quem mandava era ele.
Briga de belezas, gente, com a vaidade falando mais alto e provando, como sempre, que o cargo de alto escalão ou o poder, em si, não é repositório de dignidade. É o homem que empresta dignidade ao cargo, e não vice-versa.
Mas, falando em beleza, se diz que integra o CNJ, como representante da OAB, uma gata que deixa magistrados, membros do Ministério Público e advogados babando, quando desfila, rebolando o bum-bum hipnótico, sob a cadência das botas de cano alto, pelo santuário da Justiça. – que é cega.
Mas, isso já é papo pra outra crônica.
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Um comentário:
Eu sei como funciona o CNJ!!!!!!
BJS!!!!!
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