ESSES SÃO OS BRASILEIROS
João Eichbaum
Laurentino Gomes, no seu livro, intitulado “1822”, lançado recentemente, pintando o quadro social do Brasil, na época em que foi proclamada a “Independência”, assim o descreve: “de cada três brasileiros, dois eram escravos, negros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade, em uma economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico negreiro”.
Só faltou dizer uma coisa muito importante: um, de cada três brasileiros, era português.
O tráfico negreiro, evidentemente, era feito pelos portugueses. O latifúndio também pertencia aos portugueses, porque “negros, escravos, mulatos, índios ou mestiços” não estavam com nada, não tinham capital, nem prestígio para conseguir da coroa qualquer dádiva que deles fizessem latifundiários ou mercadores de negros.
Esses eram os brasileiros, os exploradores e os explorados, sobre os quais recairia a responsabilidade de construir o Estado brasileiro.
Partindo-se do fato de que dom João VI, ao deixar o Brasil, raspou os cofres, como se iria construir um Estado independente?
Foi para isso que, conquistada a independência, se importaram imigrantes.
Não fosse a mão de obra e a criatividade alemã e italiana, o que seria do Brasil? Subsistiria com latifúndios e mercado de negros?
Felizmente a imigração trouxe o empreendedorismo, a capacidade de investimento, a criatividade.
Graças à imigração, a indústria superou ao latifúndio e à mercancia de negros.
O Brasil adquiriu nova cara, a partir da imigração, portanto. Mas, os dois terços de sua população, composta por negros, mestiços e índios se multiplicou mais do que aquele terço de imigrantes que, substituindo os portugueses exploradores, puseram mãos à obra.
Hoje, enquanto descendentes de alemães e italianos, no sul, mantêm o parque industrial brasileiro, os dois terços descendentes de escravos, mestiços e índios, somados aos descendentes portugueses, fazem política e conquistam o poder porque constituem a maioria.
O Luiz Inácio Lula da Silva, o José Dirceu, o José Sarney, o Jader Barbalho, o Renan Calheiros dominam o Brasil: são os nordestinos que nunca pegaram no batente, cresceram na política porque seus eleitores são maioria e ampliam o quadro social daquele Brasil da época da independência: quem manda mesmo são os “bolsa-família”, os MST, e todos aqueles que não produzem, mas mamam vorazmente nas tetas da República.
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