sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA

E A JUSTIÇA PRECISA DE PROPAGANDA?

João Eichbaum
É um saco!
Já não chega a propaganda política, os gingles irritantes, os candidatos prometendo céu azul sempre, sem nuvens, sem enchentes, saúde de primeiro mundo (embora se calem sobre as filas do SUS) segurança absoluta, educação impecável, ainda temos que aturar a propaganda do Judiciário.
Justiça Eleitoral! Aí vem uma voz de nordestino sem humor e sem graça, carregada de “ss” chiados, pedir voto consciente, dizer que a urna é confiável, e que a justiça eleitoral existe.
Para quê, meus senhores? Porque é que a justiça eleitoral precisa usar o nosso dinheiro para mostrar que existe? Por que não trabalha em silêncio e faz a sua propaganda com um serviço decente, efetivo, sem filas nos cartórios eleitorais, para que a gente possa dizer orgulhosamente que é um serviço que funciona mesmo?
Gastar dinheiro em propaganda inutilmente, sem nenhuma finalidade prática? O que que é isso?
Ah, talvez a gente seja muito ingênuo, a ponto de ignorar que há dinheiro sobrando e que alguém tem que lucrar...
E o Conselho Nacional de Justiça, hein? Aquela propaganda horrorosa com gritos estapafúrdios de uma mulher levando surra, um vozeirão de macho bêbado, ruídos de pancadas? Merecemos isso? É para isso que “o Brasil faz a justiça”?
Será que os desembargadores, juízes, ministros, promotores, procuradores e advogados que compõem o tal de CNJ não têm um pingo de bom senso e precisam alugar e turbinar nossos ouvidos com uma publicidade – pior do que sem pé nem cabeça – irritante e burra? Será que eles não sabem que o juiz só deve falar nos autos?
Por favor, poupem o nosso dinheiro! Não é preciso fazer propaganda da justiça! Se a justiça funcionasse e fosse boa não necessitaria de propaganda! A justiça só é boa para a família judiciária que é composta por juiz, mulher de juiz, filho de juiz, genro de juiz, nora de juiz, irmão de juiz, filha de juiz, primo de juiz e muitos amigos do juiz, que são tratados como se fossem da família.
Você aí, meu amigo publicitário, que foi lesado pela burrice ou pela semvergonhice do assessor que faz sentença para juiz, desembargador e ministro, você assinaria em baixo dessa propaganda?
Ah, sim, entendi! Dando lucro, mesmo que tenha que dividi-lo com quem mandou fazer a propaganda, tudo vale, né, mano?
.

Nenhum comentário: