sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

FELIZ ANO NOVO

João Eichbaum

Véspera de ano novo. Mercado superlotado, filas de carrinhos junto aos caixas. Com as partes traseiras denunciando um peso acima do sensualmente correto, piercing na narina esquerda, as bochechas cheias, sem direito a covinhas, e o olhar de quem “não tá nem aí”, a moça botou suas poucas compras na esteira: uma cerveja alemã, uma brasileira, um pote de creme e um pacote de camisinhas Jontex.

Nada muda no ano novo. A vida, como é vulgarmente denominado, do ponto de vista social, esse cruzamento de interesses individuais no grupo dos animais humanos, vai continuar a mesma. Claro que, do ponto de vista biológico, pode haver mudanças na vida de cada um, ou até mesmo dentro do grupo humano, porque a natureza tem suas regras, contra as quais nem sempre a ciência leva vantagem.

Mas, do ponto de vista social, nada muda. Entra ano e sai ano, é sempre a mesma lengalenga: o povo e os pobres, explorados, respectivamente, pelos políticos e pelos ricos. Inflação, desemprego, salário baixo, violência, saúde mais para a morte do que para a vida nos estratos inferiores, enquanto os dos estratos superiores se acomodam no luxo ou, na pior das hipóteses, no Hospital Sírio Libanês.

Apesar dessa eterna mesmice, quando chega o fim do ano o povo se enche de esperanças, como se a mudança de calendário fosse capaz de, por si só, fazer milagres, dando um jeito melhor na vidinha de cada um. E as esperanças individuais, engrandecidas, se refletem no grupo. E o espírito festivo do Natal se emenda às esperanças de que o Ano Novo revogue os malfeitos do Ano Velho.

Espírito de festa mais esperança, só pode dar outra festa. E cada um festeja a mudança do ano, à meia-noite, como pode. Alguns com fogos de artifício e grandes porres. Outros, com ritos supersticiosos: lentilha, roupa branca, lombinho de porco, calcinha amarela, etc.

 Há quem prefira coisas mais simples, mais do indivíduo do que do animal social, mesmo que nada implique mudanças. Como a moça, que se supriu de camisinhas e saiu feliz. Nem podia ser de outra forma. Quem se prepara para emendar um ano no outro, com o melhor dos divertimentos a que costumam se entregar os animais humanos, só pode ter um feliz ano novo.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

DECADÊNCIA CULTURAL PAULISTANA


Carlos Maurício Mantiqueira

Vamos falar apenas dos Jardins, onde vivem pessoas de alta renda.

Nos últimos vinte anos fecharam, que eu me lembre, as seguintes livrarias:

Antes do Baile Verde, na Al. Gabriel Monteiro da Silva;
Bux, na Av. Brig. Faria Lima;
Verso e Prosa, idem (Cal Center);
Boavista, ibidem;
Avant Garde (Shopping Iguatemi);
Saraiva (Shopping Iguatemi);
Nobel, na rua João Cachoeira;
Atlas, na rua Pedroso Alvarenga;
Uma da qual não sei o nome, na esquina das ruas Mario Ferraz e Tucumã;
Gaudi, na rua Augusta;
LetraViva na Av Rebouças;

Mas nem tudo está perdido; reabriu na rua Barão de Capanema a livraria Freebook. Mesmo quando esteve na rua da Consolação (perto do cemitério) em lugar de difícil acesso e estacionamento, foi considerada uma das mais importantes do mundo, segundo o livro “Book Shops, long-established and the most fashionable” ISBN 978-3-03768-122-0, pgs..92 a 95.

Vale repetir a anedota aqui já publicada.

Um senhor de quase oitenta anos, um “gentleman”, disse ao sobrinho de cinquenta:

-“Fulano, vou te dar um livro de presente de Natal!”

--”Obrigado, tio, mas já tenho um !!!”


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Fonte: Alerta Total

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO

Estamos assim, e pior... Os bandidos assumiram o governo, se elegeram... As leis são feitas para beneficiar bandidos... Periga de chamarem a isso "liberalismo"... Quem for contra, passa a ser anti-liberal !!!!
E teríamos uma inversão total de valores...

De toda aquela gente famosa da minha infância e dos que cresceram comigo, (e olhem que não foram poucos...) Já só restam muito poucos, uma meia dúzia...
Creio que o tempo, associado ao espaço, é algo muito respeitável, indissociável e forte, mas que tem o poder de destruir, dissociar tudo, até fazer desaparecer.
Se a luz de lá não nos chega aqui, também a daqui não pode chegar lá...
Carpe die.
carpe mense,
carpe anno...

Ontem e hoje tive a impressão que estive num restaurante do Universo, sentei e me perguntaram o que eu iria querer e alguém muito superior a mim, com o dom de escolher, tivesse pedido:
-Terra frita!!!!
(E pra beber, água, cerveja e aquele suor que infalivelmente nos pinga pelo rosto)

Umas boas cervejas - recomendo a Amstel - que realmente têm gosto de cerveja, vão muito bem com tremoços geladinhos, favas fritas ou caracóis... Na França os caracóis são chamados de Escargots mas eles não se importam porque não falam nem nos entendem...

Do Bar do Chopp Gratis:
“Notívagos, perdulários do tempo, viajantes da geografia, acrobatas da vida, pensadores do imaginário, passam pelo Bar e durante a noite de Natal, mesmo depois da missa do Galo já ter cantado no campanário das Igrejas, eles passam por aqui, tomam uns copos com os olhos prescrutando o mais profundo da alma abrangente da totalidade do ser, e sem serem nada além de "viventes anônimos", deixam seus tostões como se fossem aplausos pela bebida servida, e vão-se com seus olhares de que sabem muito mas não dizem nada! Sabem sim!..."
______

"...Muito perfume cheira mal, muita comida causa doenças, muito de qualquer coisa é ruim, pouco mesmo de qualquer coisa mata por privação e pode ser o amor...."

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

LIMPA COM JORNAL

Por Carlos Maurício Mantiqueira

“JINGLE BELL, JINGLE BELL, ACABOU O PAPEL,
NÃO FAZ MAL, NÃO FAZ MAL, LIMPA COM JORNAL..!”

Nunca merdandantes na história deste país, viu-se cagada igual. Federal; de gato.

A musiquinha acima foi profética. Ilustrou bem a classe política morfética.

A quase totalidade jornais, no Brasil e no mundo, hoje só servem para limpar a parte mais profunda da retaguarda rotunda.

A desinformação nossa mente inunda e a mentira abunda.

Papai Noel, está de saco cheio (como nós).

De nervos uma pilha, ao chegar em Brasília, encontrará novos veadinhos e renantas, que fazem amor como porco-espinhos, com muito cuidado.

Os tempos estão bicudos para ratos graúdos ou miúdos.

A maioria, faltos de estudos, procuram uma “tauba” de salvaCão.

Tenham presente que a falta do próprio, este ano ninguém sente.

Desde os tempos de Cabral, nunca alguém se dera tão mal.
Cavaleiro abatido com lança e elmo, em plena batalha, agora convive com nóias por causa de meras jóias.

Nicolau, Santa Claus ou Père Noël, trocaram “drops” de alcaçuz por fel.

Pobres dos órfãos nascidos em bordel.

Nas próximas eleições votaremos nas mães. Os filhos foram um fiasco de nos dar asco.

Mais destrutivos que o terror basco.

ETA povinho chinfrim. Pesadelo que parece sem fim.

Clamemos por dona Onça!

Se ela não vier, reajamos, nós!

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A LOTERIA DA FÉ

João Eichbaum

Uma estranha e incongruente pesquisa do Datafolha anuncia que 88% dos brasileiros, ou seja, nove em cada dez, atribuem o sucesso financeiro à ajuda da divindade judaico-cristã, convencionalmente chamada Deus. Quer dizer, para ficar rico basta a fé em Deus - diz o resultado da enquete.

Só foram consultados os mais abastados? Os políticos de Brasília? O pessoal da Odebrecht? Ou o Brasil é realmente um país composto por uma maioria acachapante de pessoas ricas? Essas indagações surgem naturalmente para quem tem um mínimo de inteligência, sem necessidade de recorrer a métodos científicos de análise.

Das duas, uma: ou a pesquisa foi mal dirigida, se foram só consultadas pessoas ricas, ou o que nossos olhos veem todos os dias é pura farsa. Na primeira hipótese, a pesquisa foi orientada por pessoas despreparadas, que não se valem de critérios técnicos para a aferição de valores.

Na segunda hipótese, somos levados a acreditar que nossos olhos nos enganam. Não é verdade que existem filas no SUS, gente se apertando no trem ou no ônibus de madrugada para ir ao trabalho, numerosas vilas na periferia das grandes cidades sem um mínimo conforto, sem saneamento, sem estrutura básica, barracos pendurados nos morros, escolas caindo aos pedaços, pedintes todos os dias batendo às nossas portas. Enfim: a pobreza, no Brasil, não passa de estado de espírito, ou de mera falta de classe.

Na rica Suécia, jamais seria realizada uma pesquisa de tal natureza. Naquele país, com um padrão de vida e de cultura superior ao das massas populares da América Latina, não existe plateia para romarias, procissões ou peregrinações com homenagens a santos. A taxa de ateus suecos alcança a significativa cifra de 85% da população.

As várias respostas contraditórias, colhidas na pesquisa do Datafolha, revelam uma enquete típica de país de terceiro mundo: perguntas idiotas para um povo ignorante. Desse quadro a única conclusão séria que se pode extrair é de que a ignorância não deixa o Brasil tirar o pé do barro. A menos que se prefira acreditar que o Lula rezou muito, por ele e por seus aliados. Aí, ele já terá a resposta na ponta da língua, quando for indagado pelo juiz Sérgio Moro: “foi tudo presente de Deus”.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

INFELIZ NATAL

João Eichbaum

De repente, a vida perdeu seu horizonte. Tudo ficou sombrio e confuso, sem perspectivas. Não há um ponto fixo que se ofereça para o repouso de um olhar. Ele se sente um traste, um nada. Sente-se como alguém que não tem importância para si mesmo. E logo agora, no Natal. Quando espocarem espumantes e foguetes, quando o alarido de crianças felizes ressoar em algum lugar, a única resposta será a dor no peito, a vontade de chorar, a aflição.

Ah, e faltarão palavras que sejam desacompanhadas de lágrimas! Porque nada mais tem sentido neste Natal para quem perdeu o emprego, para o pai de família que fica devendo alegria para seus filhos. Ele não sabe explicar, diante da muda indagação deles, por que os estragos da vida não são iguais para todos. E a única resposta que lhes pode dar, quando perguntam pelas coisas que já começam a faltar na mesa é uma só: estou desempregado.

Atribulado pelas ameaças da miséria, ele talvez nem se dê conta de que a fonte de suas desgraças é uma coisa chamada propina. Que essa coisa acabou fechando empresas, abortando empreendimentos que geravam empregos: a economia começou a sucumbir sob o peso da iniquidade. O resultado das pedras de dominó, que desabaram em cadeia, foi a escuridão de uma vida sem perspectivas.

Das propinas para licitações às propinas para aprovar Medidas Provisórias, o caminho da corrupção foi deixando marcas. Marcas e apelidos. Em sua trajetória foi arrastando matreiras raposas, assim como lobos rapaces, abrigados sob a lã de cordeiros. A lista imensa, encabeçada pelo Caju, pelo Justiça e pelo Índio, está na imprensa e nas redes sociais, revelando o mais abjeto episódio da história política do Brasil: o exercício da função legislativa para embolsar dinheiro sujo.

Para os desempregados não haverá Natal. Mas, para os culpados, fechados em seus gabinetes em Brasília, tramando contra juízes, procuradores e policiais, nenhuma diferença haverá. Será o mesmo Natal de sempre, o Natal da fartura, do luxo, do desperdício e dos banquetes nababescos, inspirados pela irônica certeza de que pior do que a morte, só vida de pobre.


Eles conhecem a força do poder que os embriaga. Diante do tamanho sobrenatural de seu ego, a lei se torna massa de moldar. Por isso, podem festejar à vontade. Nada que uma prescrição, uma anistia, uma descriminalização da corrupção ou uma mudança na Constituição não resolva. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

FALÊNCIA MÚLTIPLA DE ÓRGÃOS

Por Carlos Maurício Mantiqueira

O Estado brasileiro está falido.

A pior falência é moral. Os três poderes com seus podres expostos.

Como o exemplo vem de cima o que se pode esperar do resto das instituições?

O executivo é um corno administrativo. Não sabe quantos servidores tem, quanto ganha cada um, nem se todos estão vivos. O desalinhamento dos salários em relação ao tamanho da responsabilidade de cada cargo é brutal.

O legislativo desmascarou sua arrogância. Os chefes das duas casas “cagam e andam” para a opinião pública.

O judas ciário é o maior antro de desfaçatez e covardia jamais visto.

Só nos restam as forças armadas.

Claro que talvez haja traidores e/ou corruptos dentro delas.

Sem dúvida serão uma ínfima minoria e pagarão por seu erros.

Então cabe a pergunta: “Por que assistem, impassíveis, a deterioração do país?”

Tentativa de resposta:

Por sua grandeza e generosidade de seu povo “o Brasil não precisa de quem o proteja e sim, de quem o defenda”.

O povo acordou e dará um fim mussuliniano à classe política.

Cumpra-se a Constituição. Se convocadas, os corruptos verão o que é bom pra tosse!

Sejamos todos escravos da Lei para que possamos ser livres.


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Fonte Alerta Total

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO

Naqueles tempos não havia NET pra distrair, baladas, noites de drogas, alguém sempre pertencia a alguém... Era bom pertencer a alguém e ter alguém que nos pertencia... Depois... Bem depois... Agora não chorem!!!!... Sejam felizes!!!! Aproveitem o mundo que construímos... Gente que "pensa para além de seu tempo" apenas porque tenta mudar o que existe sem perceber que efeitos isso terá na humanidade... Que beleza!!!!! Os Mexicanos têm uma frase muito mais simples: "Hay gobierno soy contra" ! Nem importa se o governo é bom ou ruim.. Mas dizem que são religiosos.. . Que duvida atroz !!!!

Pela campanha de mandar e-mails para os partidos políticos informando QUAIS CANDIDATOS NÃO QUEREMOS QUE PONHAM NA LISTA DE CADA PARTIDO... E se teimarem, rasga-se voto, anula-se voto, urina-se na urna, lambuza-se a urna com cocô de qualquer coisa!!!!!

Cuidado com noticias de "negócios de opções binárias" .... O nome do negócio desperta curiosidade, a riqueza e o luxo dos iates despertam cobiça... Você clica e vê venezuelanos, cubanos, (imaginem as estirpes... Que ficaram ricos e pensa: - Se eles ficaram ricos eu posso ficar mais que eles...)
E tentado - pelo mistério - Você morde a isca!... Vai querer saber como funciona o "Touro Dourado"e abre uma conta....
Fique longe disso! Costumo avisar apenas uma vez...



segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

SEM NATAL NO STF*

João Eichbaum

A ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, decidiu que esse ano não haverá o almoço comemorativo de Natal naquela Corte. Como todo mundo sabe, o encontro de Natal do pessoal da firma é um evento quase obrigatório no mundo cristão. Os chefes fazem questão de unir a todos e, para isso, serve exatamente a chamada “festa máxima da cristandade”.

Segundo o costume, nessas ocasiões, já que o Natal não é apenas uma efeméride cristã, mas também uma ferramenta que serve para alavancar a economia, o tradicional “amigo secreto”, ponto alto dos brindes baratos e dos falsos sorrisos, não pode faltar. É a ocasião que serve para tudo, para coisas boas ou detestáveis: você terá que apertar a mão daquele pulha que detesta, mas também poderá ter a sorte de receber um beijo da gostosa do RH.

Parece que a Carmen Lúcia não acredita muito na força do mandamento cristão que ordena o amor ao próximo, para cuja eficácia o Natal é a ocasião mais propícia. Parece que sua fé não vai tão longe. Mesmo sabendo que seus pares são cristãos e que nenhum teria coragem suficiente para se dizer ateu, ela vacila nesse item.

A questão é a seguinte: no ano que está por findar, o STF se mostrou tal qual ele, na realidade, é. Ao contrário do que o povo imaginava, enxergando na Suprema Corte, a “turris eburnea” (torre de marfim) que entesoura um valor inestimável chamado Justiça, aquele tribunal mais expôs as criaturas humanas que o compõem, do que o Direito propriamente dito.

Bate-bocas, xingamentos e menosprezo no plenário e na imprensa, decisões que o Direito não explica, pedaladas jurídicas e outras atitudes negativas foram as faces que o STF mais mostrou ao distinto público.

O gigantismo dos egos jamais poderá ser suplantado pelo espírito natalino, que é metido goela abaixo nesses almoços, jantas e encontros de Natal. Mais bafejada pela prudência do que pela fé, Carmen Lúcia preferiu acreditar que nem esse faz-de-conta tem vez naquela Corte.

* Crônica publicada no jornal Visão do Vale




PLANETACHO
tacho@gruposinos. com. br

Querido papai Noel

Eu gostaria de receber de Natal um X box one. Eu sei que este ano eu não me comportei, fui mal na escola e desobedeci meus pais. Mas o meu irmão fez coisas e até bem piores. Passou cola no bigode do gato, escondeu a bengala da vovó e muito mais eu posso contar se o pedido for atendido.

Assinado: Juquinha


Obs: O que ofereço é muito mais do que uma cartinha, é uma delação premiada

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

RESUMO DA ÓPERA DA PROPINA

João Eichbaum

Anunciada a PEC 241, logo surgiram as primeiras reações populares, com grupos ensaiando protestos e  ocupando escolas. Houve conflitos de pais e estudantes, que não queriam ocupações, contra os invasores. O governo se manteve alheio, como se nada tivesse a ver com o assunto. O MEC preferiu negar educação para quem queria estudar, a barrar a ação dos profissionais da baderna.

Nesse interregno, Renan desacatou ordem judicial. Em resposta, o Supremo ficou de quatro e ouviu de todo o Brasil o que nunca em sua história tinha ouvido. Foi avacalhado em uníssono, destruiu o resto da confiança que o povo depositava nele.

No ato seguinte, a imprensa, que não cala, fez o que lhe competia: foi atrás da notícia e a trouxe, botando a nu políticos da esquerda e da direita, falsos cordeiros e lobos assumidos, tendo à frente das manchetes Michel Temer: todos encontrados nos vômitos da delação Odebrecht.

A delação apocalíptica plantou o terror.  Os políticos, anunciados no listão dos vilões e das iniquidades, experimentaram a humilhação cotidiana a que eles submetem o povo. As instituições foram escorraçadas para os lixões do desprezo.

 Então, com o peito cheio de prebendas e devidamente blindado contra as maldades previdenciárias, surgiu o comandante do exército, dando entrevista. Entre o povo e as instituições desprezadas, o general mostrou claramente de que lado está. Não é exatamente ao lado do povo, a quem chamou de tresloucado.

O povo não tem voz nem vez, na Constituição Federal. As Forças Armadas só terão vez quando o país entrar em guerra, ou quando algum dos Três Poderes as chamar. Ao que se saiba, nenhum dos Três Poderes chamou o general. E de guerra nem se cogita, porque nenhum país, fronteiriço ou distante, irá gastar chumbo em chimango.

Resultado: a fala do comandante o transformou em vidraça e o arrastou para o poço dos achincalhes, nas redes sociais, que hoje em dia substituem os mictórios públicos. Mas, paradoxalmente, ela serviu de Viagra para a concupiscência política de Renan Calheiros. Arrotando poder, o alagoano saiu botando leis pela popa, com a fúria de um tirano. Então o mundo inteiro ficou sabendo que este país tem muito a contribuir para a história universal da corrupção.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O CÃO TODO CISNE

Por Carlos Maurício Mantiqueira

A cachorrada do Planalto sabe que está perdida.

Preparam, sem embargo, um “gran finale”.

Esperam o início de 2.017, empicham ou cassam o bocó da caneta e haverá nova eleição; indireta, pelo cão egresso.

Quanto valerá cada voto?

Reentronizar um traidor da pátria, com o apoio ilimitado dos implantadores da Nova Ordem Mundial, é o sonho de uma noite de verão.

Broxa e gagá, nega. Dissimula e tergiversa.

Indireta com Cupim nem na base do dindim

Não cairemos nessa conversa.


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.


Fonte Alerta Total

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Um português, maluco, Fernão de Magalhães, resolveu fazer a circum-navegação do globo terrestre.

Morreu no intento, sem completá-la.

Seu companheiro, Elcano terminou a viagem.

Para salvar o Brasil, um bando de patriotas se dispõe a morrer.

Muitos não chegarão a ver a obra feita. Talvez seus filhos ou netos.

Navegar é preciso; viver no hospício, não.


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

CARTA PARA GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ
João Eichbaum

Não sabemos o que te levou a deixar a Colômbia, Gabo. Em tua biografia, não és explícito, ou não tens a coragem de confessar a razão pela qual trocaste tua pátria por um país do qual só se conhecem os Mariachis e os filmes do Cantinflas.

Toda a tua inspiração nasceu naquela terra onde ficou enterrado o teu umbigo, naquela terra onde deste vida e voz aos personagens dos teus romances. Certo, tiveste talento – e que talento! – para retratar com brilho esses personagens, emprestando-lhes um papel que os eternizou para o mundo.

Os Buendia, a Cândida Erêndira e sua avó desalmada, o pobre apaixonado Florentino Ariza e sua grande paixão, a inquebrantável Firmina Daza, são personagens pinçados do meio de um povo sofredor, dominado por ditadores, submetido a paixões políticas e, nos últimos tempos, escravizado sob o temor dos senhores do tráfico de drogas, as FARC assassinas.

Morreste, certamente levando nos teus pensamentos, enquanto os tinhas sob domínio, a imagem dessa Colômbia maltratada pela guerra entre governo e tiranos das drogas. Uma Colômbia infeliz, um matadouro de inocentes, um país de poucos insignes e muitos miseráveis, uma Colômbia desprezada pelo mundo.

Não, Gabo. A Colômbia não é essa ferida, de que te descartaste, trocando-a pelo México. A Colômbia é um país lindo, construído por um povo solidário. Um povo que compreende a dor dos que dele não fazem parte. Um povo que se torna irmão de quem sofre. Um povo que sabe se organizar na desventura e dar à solidariedade uma dimensão não menor do que a da dor.

Sabe, Gabo, um acidente de avião matou quase todo um time de futebol do Brasil, a Chapecoense, de que nunca ouviste falar. Na viagem para Medellin, onde iria disputar, contra o Atlético Nacional, uma vaga na Libertadores, a equipe brasileira encontrou a noite indesejável da morte. O avião que a levava foi destruído nas montanhas da Antioquia colombiana.

Mas, a Colômbia tomou para si a dor dos brasileiros. Sem o desassossego da derrota e abortando na garganta o grito retumbante da vitória, a torcida atleticana compareceu ao estádio no dia e na hora marcados para o jogo. Vestido de branco, o povo calou-se para ouvir, no silêncio, as verdades da morte.  E triste, como um pássaro cantante engaiolado, reverenciou os que se foram e se submeteu ao luto dos que ficaram: transformou a rivalidade em ternura.


Medellin mostrou o que é o povo da Colômbia. A Colômbia, Gabo, a Colômbia que tu abandonaste, não é um país de virtudes corriqueiras. Ela mostrou grandeza diante do sofrimento de outrem, recolhendo os mortos, acolhendo os vivos e dobrando os joelhos diante dos que jaziam tomados pela dor. E escreveu, plasmando para o mundo, como uma poesia de tua lavra, a história de um desconhecido clube de futebol chamado Chapecoense: CHEGOU COMO UM SONHO E VOLTOU COMO UMA LENDA.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

PLANETACHO
tacho@gruposinos. com. br

DITADOS
MAL DITOS
Manda quem pode e desobedece quem é presidente do Senado

Deus dá o frio conforme o controle do ar condicionado. Focinho de porco não é tomada...principalmente de três pinos

A intenção é que conta...embora não pague a conta

Falar é prata, calar é ouro...digitar é moda

Mais vale prevenir do que remediar...até porque o preço dos remédios está um absurdo

Em boca fechada não entra mosca – já dizia um sapo de dieta 

Depois da tempestade vem o pedido de desculpa dos meteorologistas

Quando a esmola é grande
 é porque o cego é laranja

Falar sujo do mal lavado
 é discurso no Senado

Em cada cabeça uma sentença
 ou uma dilação premiada

Devagar com o andor ou
 o santo vai de carro

A justiça tarda e, por tardar, falha

Nas selvas de Bengalla, um país fictício da África, existe a lenda do Espírito que Anda, um homem que nunca morre.

O Fantasma. Trabalha desde 1525. Com as novas regras da aposentadoria ainda faltam 20 anos para ele se aposentar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

VERGONHAS QUE SUJAM A HISTÓRIA

João Eichbaum

Dentro dos limites da civilidade, é impossível encontrar adjetivos que definam os três Poderes desta república. Quando o ego se coloca acima dos cargos e funções, o Poder se deturpa, porque é dominado por esse animal carregado de vícios, chamado homem.

Em toda sua história, o Supremo Tribunal Federal, que já teve poetas brincando de juiz e juízes brincando de poeta, jamais ficou nu, exposto ao escárnio, como nos dias atuais. A instituição nunca esteve em segundo plano, atrás do homem, como agora. E, quando isso acontece, mais aparecem vícios do que virtudes, porque o homem, com o poder na mão, mostra o animal que é.

A vingança não é própria dos juízes, como também não o é o servilismo. Mas homens que vestem a toga por apadrinhamento, por amizade ou por afinidade ideológica não são capazes de superar a pequenez da origem de seu poder: carecem da sabedoria e da independência daqueles que fazem da magistratura um sacerdócio. No Brasil, hoje, só Renan Calheiros confia no Supremo.

O Legislativo não mudou. Câmara e Senado, salvo poucas exceções, são o que sempre foram: valhacouto de aproveitadores da massa ignara, coronéis e cangaceiros do norte e do nordeste, que enriqueceram e levam vida fácil com o dinheiro público, bancado por quem trabalha. É um Poder que abandonou suas funções. Acórdãos e Medidas Provisórias, hoje, substituem leis. O Legislativo só legisla em causa própria.

E as instituições, fazendo o que não devem e não fazendo o que devem, geraram esse estado de coisas que lança o país no monturo das republiquetas sem moral. Nos capítulos picantes da história do Brasil, certamente não faltarão os personagens vilões com as respectivas iniquidades.

A corrupção, a baderna, a insatisfação pública, a deficiência dos serviços essenciais, são frutos de um Estado apodrecido, onde, dos três poderes, não se sabe qual é o pior. O Brasil das verdes matas, do céu de anil e da brava gente se transformou num reino de pesadelo, numa pátria sem majestade, dividida em quinhões de poder, a cabresto de negociatas, entre proxenetas de uma falsa democracia.




quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ju K + Juquinha: Haverá tanta bala?


Por Carlos Maurício Mantiqueira

O temeroso finge que não se abala. Sua atitude lerda, levar-nos-á todos à merda.

Tia Gonçala, prova uma guloseima e diz:

- “Que horrível! Do que é?”

Responde Juquinha:

-- “É de anis, tia!”

- ”Pensei que fosse purgante da marca Merdandante!”

--”Sei que o gosto é intragável; mas será negociável?”

Ju K entra na prosa:

--- ”A situação é tenebrosa!”

-- ”Pior é andar na rua com tanta bala perdida; esta é apenas ardida“ - disse o petiz.

--- ”Menino, não sabe o que é fúria diante dessa coisa espúria“ - emendou Ju K.

Em uníssono: “Ficaremos todos na moita! Veremos quem primeiro, o cívico látego açoita!”

Na alvorada do jaburu, na rima tomará o mantenedor do angu.

Nade de passar para a História; tenta salvar a pior escória.

Cabeleira já caiu, e estamos todos carecas e saber que vai mais gente par a ponte que partiu.

A gasolina de novo subiu, para alimentar e aumentar o fogo do inferno.

A vingança do menino otário é mandar bala no Judasciário..
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total