VERGONHAS QUE SUJAM A
HISTÓRIA
João Eichbaum
Dentro dos limites da
civilidade, é impossível encontrar adjetivos que definam os três Poderes desta
república. Quando o ego se coloca acima dos cargos e funções, o Poder se
deturpa, porque é dominado por esse animal carregado de vícios, chamado homem.
Em toda sua história, o
Supremo Tribunal Federal, que já teve poetas brincando de juiz e juízes
brincando de poeta, jamais ficou nu, exposto ao escárnio, como nos dias atuais.
A instituição nunca esteve em segundo plano, atrás do homem, como agora. E,
quando isso acontece, mais aparecem vícios do que virtudes, porque o homem, com
o poder na mão, mostra o animal que é.
A vingança não é própria dos
juízes, como também não o é o servilismo. Mas homens que vestem a toga por
apadrinhamento, por amizade ou por afinidade ideológica não são capazes de
superar a pequenez da origem de seu poder: carecem da sabedoria e da
independência daqueles que fazem da magistratura um sacerdócio. No Brasil,
hoje, só Renan Calheiros confia no Supremo.
O Legislativo não mudou.
Câmara e Senado, salvo poucas exceções, são o que sempre foram: valhacouto de
aproveitadores da massa ignara, coronéis e cangaceiros do norte e do nordeste,
que enriqueceram e levam vida fácil com o dinheiro público, bancado por quem
trabalha. É um Poder que abandonou suas funções. Acórdãos e Medidas
Provisórias, hoje, substituem leis. O Legislativo só legisla em causa própria.
E as instituições, fazendo o
que não devem e não fazendo o que devem, geraram esse estado de coisas que
lança o país no monturo das republiquetas sem moral. Nos capítulos picantes da
história do Brasil, certamente não faltarão os personagens vilões com as
respectivas iniquidades.
A corrupção, a baderna, a
insatisfação pública, a deficiência dos serviços essenciais, são frutos de um
Estado apodrecido, onde, dos três poderes, não se sabe qual é o pior. O Brasil
das verdes matas, do céu de anil e da brava gente se transformou num reino de
pesadelo, numa pátria sem majestade, dividida em quinhões de poder, a cabresto
de negociatas, entre proxenetas de uma falsa democracia.
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