sexta-feira, 23 de setembro de 2016

MITOS
João Eichbaum

Ao longo de sua história como ser pensante, o animal humano vem construindo mitos, para compensar suas misérias e frustrações. A massa ignara e pobre os inventa, e os mais expertos aperfeiçoam a ideia, em proveito próprio.

Diz-se por aí que o Lula – não se sabe se por ignorância ou por vaidade - se compara a Jesus Cristo, tanta e tal é sua convicção de ser o homem mais honesto do país ou, quiçá, do mundo. Consideradas as condições de um e de outro, não é de se ter como sacrílega a comparação.

Jesus Cristo foi um dos muitos pregadores de praça pública que surgiram pela Galileia, encarnando o papel de Messias, que as escrituras e os profetas anunciavam como salvador de Israel. Israel dispensou o Messias e foi salvo pela ONU. Mas o mito de Jesus Cristo continua fazendo a cabeça de pessoas que dele só ouviram falar, sem que haja qualquer certeza científica de que tenha realmente existido.

Lula se elegeu e se reelegeu presidente do Brasil, erguendo a bandeira a favor dos pobres, cuja redenção social prometia. Inventou bolsa-família, bolsa-isso, bolsa-aquilo, botou no governo gente que nunca administrou uma quitanda e fez deles senhores ricos, de prestígio.

Nesse item ele até superou Jesus Cristo, que nunca conseguiu tal milagre. O milagre veio muito depois, quando os apóstolos, pobres e ignorantes, já tinham morrido e a Igreja de Saulo de Tarso, derrotando o Império Romano, se tornou a maior multinacional “sem fins lucrativos” do mundo, amealhando, com suas jointes ventures (ordens, congregações, mitras) um patrimônio incalculável.

Outra diferença: enquanto Jesus Cristo só prometia uma boa vida após a morte, Lula, se valendo do suor dos contribuintes, fez a festa dos pobres, proporcionando-lhes bolsas, casas, viagens baratas de avião, automóveis sem IPI e muitos empregos no governo. Para tais beneficiários, Lula é o messias dos pobres brasileiros. Só que, enquanto Jesus Cristo mandava dar a Cézar o que era de Cézar, a turma do Lula ficava também com o que era do Cézar.

MORAL DESTA CRÔNICA:  a manjedoura de Belém se transformou num palácio de luxo, pompa e riqueza, chamado Vaticano. E aqui neste país um pobrezinho de língua pegada e voz de corvo saiu de Garanhuns para procurar emprego em São Paulo. Seu nome ganhou o mundo, e ele se tornou um dos homens mais ricos do Brasil.



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