sábado, 10 de maio de 2008

Que tarde boa para um adultério

Tinha adormecido sobre as tetas generosas de Maria Apolônia.
Antes que a memória lhe devolvesse as imagens das estrepolias de leito praticadas na véspera, deu de olhos com aquele sulco de carne que se abria e se fechava, debaixo de seu nariz, ao ritmo da respiração da borregã. Só então sentiu o gosto de maresia na boca e ficou na dúvida: não sabia se liberava um flato ou um perdigoto.
Chamava-se Petrônio Amoroso de Albuquerque, vinte e cinco anos, bancário, vacinado, eleitor, tinha um tom voz manso como água de fonte e era noivo duma fofura chamada Marisette. Isso, Marisette, com dois tês, a qual, por fidelidade aos preceitos da Santa Madre Igreja, se negava à prática de sexo antes do casamento, mantendo a vulva apenas para uso externo: era dessas que preferem uma flor na mão a uma mão na bunda e, além disso, sonhava em perder a virgindade com o Espírito Santo.

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