segunda-feira, 10 de maio de 2010

CRÔNICAS IMPUDICAS

O ESPIRITO SANTO

João Eichbaum

Nunca entendi muito bem a história. Tem o Pai, tem o Filho, tem o Espírito Santo. Foi o que me ensinaram no catecismo.
Então são três deuses? Era a minha pergunta, era a pergunta de todos, era a pergunta até do padre.
Mas, o padre, ele mesmo, respondia: não, é apenas um deus, com três pessoas distintas.
Puxa, para a cabeça de uma criança era muita coisa, naquele tempo em que a gente vivia em função da religião: três em um.
Bom, hoje já é mais fácil, existem aparelhos que comportam até mais de três funções, mas é um só aparelho.
Então cheguei à conclusão de que o padre queria dizer que era um só deus, com três funções distintas, ou seja uma tripla personalidade. O Pai é o cara aquele que gosta de sangue, que gosta de judiar das pessoas, bota uma árvore no paraíso, mas proíbe as pessoas de tocarem nela, de comer do fruto que aquela árvore dá. Ele gosta de sangue porque quis que Abraão matasse o filho, o Isaac, para oferecê-lo em sacrifício.
Depois disse para o Abraão, que não era nada disso, que era brincadeira: não esquenta, cara!
Mas que ele gostava de sangue, isso gostava. E o pessoal matava pombinhos, cordeiros, etc, porque o que ele mais gostava era de sangue.
Então mandou o Filho, o tal de Jesus para a terra, para ele ser sacrificado tal como o cordeiro pascal: queria sangue, nem que fosse um pouco e se contentou com o sangue que saiu das mãos, dos pés e do peito do Filho Jesus, com a desculpa de que queria salvar a humanidade.
Só que a humanidade não foi salva de porra nenhuma até hoje, nem do Lula, nem do Chaves, nem do Fidel Castro, e ainda está aturando o Obama.
Bom, mas, e o Espírito Santo, afinal, qual era o papel dele?
Pelo que me ensinaram no catecismo, a principal missão do Espírito Santo foi emprenhar a Virgem Maria, deixando o José, noivo da dita Maria, com uma sensação de cornice que até hoje não teve explicação.
Mas a missão secundária do Espírito Santo é “inspirar” a Igreja, quer dizer, o papa, os cardeais, os bispos, os monsenhores, os padres, enfim, todos os que se dizem “representantes de Deus”.
Só que, num cômputo geral, o Espírito Santo não tem se dado bem. A história do papado não serve de exemplo para ninguém. E no particular também. Vejam, por exemplo, esse bispo de Porto Alegre: tiraram a enxada das mãos dele e lhe botaram livros no lugar dela. Agora ele não sabe o que fazer com o que aprendeu nos livros e só diz bobagens, pega a metralhadora da sua ignorância e sai atirando: “sociedade é pedófila”.
Ele se esqueceu de que faz parte da sociedade, ou está se confessando pedófilo, como Jesus Cristo, que pediu: “deixai vir a mim as criancinhas”?
Se o Espírito Santo é o inspirador de tanta bobagem, está na hora de ser substituído. Já se passaram mais de dois mil anos de história do cristianismo, o mundo não melhorou, e o que mais diverte o povo são os escândalos dos papas, dos cardeais, dos padres e dos bispos, como esse de Porto Alegre, que só abre a boca pra dizer asneiras.
Tudo isso pega mal pro Espírito Santo.

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