quinta-feira, 20 de maio de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI: VOCÊ ACREDITA?
João Eichbaum

Os boas vidas, os sacanas, os mentirosos, os sem caráter, estão lá, cheios de glória e poder, com a conta bancária engordando.
Eles não são como os comuns dos mortais, que dirigem seus automóveis adquiridos em longas prestações, ou esperam de pé, por longo tempo, nas paradas de ônibus, ou ziguezagueiam com suas motos, espreitados pela morte, atrás de alguma coisa que lhes garanta a sobrevivência.
Não. Os boas vidas andam em carrões adquiridos com o nosso dinheiro, com motoristas pagos com o nosso dinheiro e com o combustível também pago por nós. Falo dos políticos, dos ministros dos tribunais, dos “diretores de departamentos” e de muitos outros canalhas de menor calibre que, estando acima da lei, vivem melhor do que ninguém em Brasília.
A gente sente no ar a imponência deles, a arrogância, a embriaguez pelo poder.
Enquanto o povinho se rala em serviços pesados ou em serviços de subserviência - operários, empregadas domésticas, garçons, motoristas de táxi, etc. - trabalhando num dia para comer no outro, vivendo sua rotina suburbana, esses senhores espertos, os políticos, os ministros dos tribunais de Brasília e os “diretores”, dotados de poder, vivem nababescamente, à distância do povo, longe dos problemas que o dia-a-dia coloca na frente de quem precisa trabalhar para viver.
Uns enganam o povo, mentindo sem só, para se tornar políticos. Outros se fazem ministros, ou chefes, à custa de apadrinhamentos (leia-se puxação de sacos).
Nenhum deles é melhor, nas suas funções, do que o motorista de táxi, a doméstica, a faxineira, o garçon, a garçonete, o pedreiro, o motorista de caminhão, o fodido pela República, enfim. A diferença é que uns fazem parte do poder, perto do qual chegaram, usando engodos ou servindo de capachos, enquanto outros só trabalham para sustentar aqueles sacanas.
Tente entrar no Palácio da Alvorada, no Senado, na Câmara ou nos Tribunais de Brasília. Tente entrar, com todo o direito que você tem, de cidadão livre, vivendo num país democrático, usando sua liberdade de ir e vir, que a mentirosa Constituição assegura. Você será barrado, meu caro, você será revistado, passará por um detector de metais, terá que se identificar, se cadastrar, esperar pela boa vontade do funcionário que o barrou e ainda posar para uma fotografia, contra sua vontade. E sentirá que o poder está tirando um sarro de você.
Porque eles, os senhores do poder, têm segurança garantida e “otimizam sua participação na zorra toda”. Mas, você, que paga o luxo, a moradia, os festivais de gastronomia e até as putas que eles comem, você não tem garantia nenhuma. Você é apenas um número e não merece a atenção do poder. Você tem que se foder mesmo porque, se acabarem com você num assalto, por exemplo, você não fará falta, pois há muitos bobalhões trabalhando para substituir você e pagar as mordomias deles. Você cai fora, mas surge outro, entendeu?
É por isso que os políticos defendem a “democracia”...É na democracia que eles vivem bem.
Agora, me diga uma coisa: para você, viver numa democracia ou numa ditadura, faz alguma diferença?
Vá uma vez a Brasília. E depois me diga se não tenho razão.

Um comentário:

rogerio disse...

Oi..Depende da ditadura! Se for uma á moda Fidel, Stalin, Pol Pot ou Máo creio que prefiro uma democracia. Mas uma democracia, não esta que nossos governantes enchem a boca quando vão falar. Uma democracia como a Americana, Inglesa, Holandesa etc...Meu pai, de profissão barbeiro, viveu dias melhores na dita ditadura militar. Que convenhamos, de ditadura não tinha nada. Que tempos bons! Se fosse ditadura aqueles tempos, esses que estão por ai ganhando bolsa ditadura com certeza não estariam..abraços