segunda-feira, 14 de junho de 2010

CRÔNICAS IMPUDICAS

DOR DE AMOR
João Eichbaum

E aí, cara, sei que você passou o “dia dos namorados”, na pior, pensando nela, naquela ingrata que lhe bateu o telefone na cara e depois, quando você ligou de novo, simplesmente ignorou a sua chamada. Claro, viu seu número e nome no celular, fez um muxoxo, tipo não to nem aí, e deixou você pendurado.
Você passou praticamente a noite sem dormir, derretido em lágrimas, virando de um lado pra outro, suspirando, ouvindo músicas que lembravam sua amada, aquela que foi sua, na alegria e na tristeza, naquele amor que foi eterno, enquanto durou, como diria o Vinicius.
Você fez tudo o que podia por ela, fez das tripas coração para torná-la feliz, pagou-lhe as contas, presenteou-a com roupas, calçados, levou-a nos melhores restaurantes, mandou-lhe torpedos mil, cheios de amor, cercou-a de carinho e agora leva a maior porrada.
E a dúvida lhe corrói as entranhas, impiedosamente, coitadinho do seu ego: será que ela me amava mesmo? será que não tem outro? será que aquelas festas com amigas, os bares da Cidade Baixa, os bailões de que ela tanto gosta...Hum, será que não foi por isso que você levou cartão vermelho?
E passa na sua cabeça o filme do grande amor que vocês viveram. Foi um doce filme, cheio de esperança e luz, completo em tudo que se pode desejar em matéria de felicidade.
E agora, você aí, sozinho, sofrendo, justamente no “dia dos namorados”.
Meu amigo, não adianta chorar! Ela não vai ver suas lágrimas, nem acreditar que você tenha chorado, se algum dia lhe der chance para um novo encontro e um blá, blá,blá cheio de explicações.
Saiba que tudo isso passa. A ferida causada pelo amor que foi pro beleléu, como toda a ferida, tem cura. Só o tempo consegue o milagre de deixar o passado no seu devido lugar. E mais, agora já é conclusão científica: para apagar a cicatriz da ferida causada pelo amor, nada melhor do que um novo amor. O neurologista Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, esteve em Gramado e fez uma palestra sobre o tema, aconselhando a “reforçar as emoções negativas ligadas àquela ingrata e mudar o foco da atenção, arrumando outro amor”.
Não sou eu que digo. É o doutor.
Portanto, amigo, sacuda a poeira, dê a volta por cima e parta em busca de um novo amor. Claro, a história vai se repetir, mas faz parte: o jogo do amor, como o futebol, não tem lógica, mas sempre tem prorrogação. E pênaltis, naturalmente.

Um comentário:

Nubia Graziela disse...

Oi! Te digo: quando existe um verdadeiro amor, jamais uma outra "aventura" vai apagar do coração, podes tentar mais não consegue esquecer.E o dinheiro não compra afeto, carinho, amor, compaixão, enfim, sentimentos que vem de dentro do ser humano, mas o ser humano é imperfeito!
Um Abraço!!!