quinta-feira, 29 de julho de 2010

CRÔNICAS IMPUDICAS

A TERRA DOS SARNEY

João Eichaum

Todo mundo sabe que a família Sarney é dona de todo o MARANHÃO. É dona de jornais, de emissoras de rádio, de televisão, de muitas terras, de muitos negócios, tudo lá, qualquer instituição, qualquer escola, qualquer estabelecimento, qualquer rua leva o nome de algum dos membros da família Sarney. Ah, e um detalhe importante nesta crônica: até o Fórum, onde funciona a justiça, leva o nome Sarney.
E tudo começou com o desembargador Sarney, pai do mais conhecido Sarney do Brasil que, carregando uma urna debaixo do braço, elegeu seu filho como deputado, inicio de uma carreira que até hoje, infelizmente, não teve fim.
Como desembargador, antes de eleger o filho deputado, o velho Sarney lhe deu um emprego, e que emprego, no Tribunal de Justiça do Maranhão.
O mistério da urna persiste até hoje. Ninguém, na história, esclareceu o que fazia o desembargador Sarney com uma urna debaixo do sovaco, pra cá e pra lá. Mas, seja como for, o resultado está aí para todo mundo ver: desde que entrou para a política, o filho de desembargador não saiu mais.
Pois, com esses tentáculos, a família Sarney manda em todo o mundo no Maranhão. O pessoal da oposição berra, berra, mas não leva nada.
Vocês viram a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, que mandou para as favas a lei da “ficha limpa”?
Isso mesmo. Lá no Maranhão não vale a lei da “ficha limpa”. E vocês sabem porque? Porque o Sarney filho, isto é, o filho do José Sarney, é candidato. O outro, o pai, é candidato no Amapá.
É lógico. A lei da ficha limpa foi feita para o Brasil, mas o Maranhão não pertence ao Brasil, o Maranhão pertence à família Sarney, lá quem manda são os Sarney. Então é natural que não tenha valor, no Maranhão, uma lei que foi feita para o Brasil.

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